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1500 Pontos de Umbanda - Umbanda cantada

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A corrida da paixão<br />

Granfino corre no carro<br />

Você no seu alazão<br />

Eu vou pra minha fazenda<br />

Esperar lá no portão<br />

Quem dos dois chegar primeiro<br />

Vai ganhar meu coração<br />

Ele calibrou os pneus<br />

Apertou bem as arruelas<br />

Eu ferrei o meu cavalo<br />

Que tem asas nas canelas<br />

O granfino entrou no carro<br />

Pulei em cima da sela<br />

Ele funcionou o motor<br />

E fechou bem as janelas<br />

Chamei o macho na espora<br />

Bem por baixo das costelas<br />

Eu entrei pelos atalhos<br />

Pulando cerca e pinguela<br />

Quando terminou o asfalto<br />

Ele entrou numa esparrela<br />

Numa estrada boia<strong>de</strong>ira<br />

Toda cheia <strong>de</strong> cancela<br />

Cheguei no portão primeiro<br />

Dei um beijo na donzela<br />

Quando o granfino chegou<br />

Eu já estava nos braços <strong>de</strong>la<br />

O progresso é coisa boa<br />

Reconheço e não discuto<br />

Mas aqui no meu sertão<br />

Meu cavalo é absoluto<br />

Foi Deus e a natureza<br />

Que criou esse produto<br />

Essa vitória foi minha<br />

E do meu cavalo enxuto<br />

A menina hoje vive<br />

Nos braços <strong>de</strong>ste matuto<br />

‣ 27. PEÃO*<br />

Diga você me conhece<br />

Já fui Boia<strong>de</strong>iro<br />

Conheço essas trilhas<br />

Quilometros e milhas que vem e que vão<br />

Pelo alto sertão que agora<br />

Se chama não mais <strong>de</strong> sertão<br />

Mais <strong>de</strong> terra vendida civilização<br />

Ventos que arrombam janelas e Arrancam<br />

porteiras<br />

Espora <strong>de</strong> prata riscando as fronteiras<br />

Que nem teu cavalo maculando farto<br />

Andando ligeiro um abraço apertado e<br />

Um suspiro dobrado não tem mais sertão<br />

Os caminhos mudam com o tempo<br />

Só o tempo muda um coração<br />

Segue seu <strong>de</strong>stino boia<strong>de</strong>iro<br />

Que a boiada foi no caminhão<br />

A fogueira a noite, re<strong>de</strong>s no galpão<br />

O paiero a moda o mate a prosa<br />

Saga a sina o causo e<br />

Onça tem mais não oh! Peão<br />

Tempos e vidas compridas<br />

Pó, poeira e estrada<br />

Histórias contidas nas encruzilhadas<br />

E noites perdidas no meio do mundo<br />

Mundão cabeludo on<strong>de</strong> tudo e floresta<br />

E campinas silvestres mundão caba não<br />

Sabido um bom viajante nada e distante<br />

Pro bom companheiro<br />

Não conta dinheiro<br />

Existe uma vida uma vida vivida<br />

Sentida e sofrida <strong>de</strong> vez por inteiro<br />

Que esse é o preço por eu ser brasileiro<br />

Os caminhos mudam com o tempo<br />

Só o tempo muda um coração<br />

Segue seu <strong>de</strong>stino boia<strong>de</strong>iro<br />

Que a boiada foi no caminhão<br />

A fogueira a noite, re<strong>de</strong>s no galpão<br />

O paiero a moda o mate a prosa<br />

Saga a sina o causo e<br />

A onça tem mais não oh! Peão<br />

‣ 28. HOMENS DE PRETO*<br />

Os homens <strong>de</strong> preto trazendo a boiada Vem<br />

rindo, cantando, dando gargalhada<br />

BOIADEIROS<br />

Tenda Caboclo Sete Cachoeiras 141

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