You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
Diz que seguia pelo mundo solitário<br />
E quebrava todo galho<br />
Apartando toda dor<br />
Quem não ouviu falar<br />
Quem não quis conhecer<br />
Aquele cavaleiro |<br />
Que vive pela fronteira |<br />
Divulgando a reza brava |<br />
Do Capim <strong>de</strong> Ribanceira ><br />
Enquanto o bule <strong>de</strong> café, bulia a brasa<br />
Da fogueira refletia o seu olhar<br />
Eu pu<strong>de</strong> ver<br />
Que ele sabia coisa até do outro mundo E<br />
essa noite eu fui aluno<br />
Do seu estranho po<strong>de</strong>r<br />
Com sete ponta <strong>de</strong> uma rama trepa<strong>de</strong>ira<br />
E uma arruda e a piteira<br />
O meu corpo ele tocou<br />
Naquele instante me bateu uma zonzeira<br />
E duma tosse cuspi<strong>de</strong>ira<br />
O velhinho me livrou<br />
E quem não ouviu falar<br />
Quem não quis conhecer<br />
Aquele cavaleiro|<br />
Que vive pela fronteira |<br />
Divulgando a reza brava |<br />
Do Capim <strong>de</strong> Ribanceira ><br />
‣ 4. TRISTEZA DO JECA*<br />
Nestes versos tão singelos<br />
Minha bela, meu amor<br />
Prá você quero contar<br />
O meu sofrer e a minha dor<br />
Eu sou como o sabiá |<br />
Quando canta é só tristeza |<br />
Des<strong>de</strong> o galho on<strong>de</strong> ele está ><br />
Nesta viola eu canto e gemo <strong>de</strong> verda<strong>de</strong><br />
Cada toada representa uma sauda<strong>de</strong><br />
Eu nasci naquela serra<br />
Num ranchinho a beira-chão<br />
Todo cheio <strong>de</strong> buraco<br />
On<strong>de</strong> a lua faz clarão<br />
Quando chega a madrugada |<br />
Lá na mata a passarada |<br />
Principia o barulhão ><br />
Nesta viola, eu canto e gemo <strong>de</strong> verda<strong>de</strong><br />
Cada toada representa uma sauda<strong>de</strong><br />
Lá no mato tudo é triste<br />
Até o jeito <strong>de</strong> falar<br />
Pois o Jeca quando canta<br />
Da vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> chorar<br />
E o choro que vem caindo |<br />
Devagar vai se sumindo |<br />
Como as águas vão pro mar ><br />
Nesta viola, eu canto e gemo <strong>de</strong> verda<strong>de</strong><br />
Cada toada representa uma sauda<strong>de</strong><br />
‣ 5.<br />
Valei-me meu bom Boia<strong>de</strong>iro<br />
Dai-me forças pra tristeza suportar<br />
Vou soltar o nó da bolea<strong>de</strong>ira, Boia<strong>de</strong>iro |<br />
Pra Prenda po<strong>de</strong>r voar ><br />
Toca o berrante, Boia<strong>de</strong>iro<br />
Toca forte que é pra Prenda escutar<br />
E guia a Prenda em segurança |<br />
Boia<strong>de</strong>iro |<br />
Pra plagas do Pai Oxalá ><br />
‣ 6. CÁLIX BENTO<br />
Ó Deus salve o Oratório ><br />
On<strong>de</strong> Deus fez a morada<br />
Oia meu Deus!<br />
On<strong>de</strong> Deus fez a morada, oiaaa<br />
On<strong>de</strong> mora o cálice bento ><br />
E a hóstia consagrada<br />
Oia meu Deus!<br />
E a hóstia consagrada, oiaaa<br />
De Jessé nasceu a vara ><br />
Da vara nasceu a flor,<br />
Oia meu Deus!<br />
Da vara nasceu a flor, oiaaa<br />
E da flor nasceu Maria ><br />
De Maria o Salvador,<br />
Oia meu Deus!<br />
De Maria o Salvador, oiaaa<br />
Tenda Caboclo Sete Cachoeiras 133<br />
BOIADEIROS