Agenda Cultural de Proença-a-Nova - Outubro de 2018

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09.05.2019 Views

Informação UNIVERSIDADE SÉNIOR DE PROENÇA-A-NOVA Os interessados em participar nas aulas e atividades da Universidade Sénior de Proença-a-Nova, com polos em Proença-a-Nova e Sobreira Formosa, podem renovar ou formalizar a inscrição na Casa das Associações. As aulas começam em outubro, com algumas novidades a nível das disciplinas. INSCRIÇÕES NA ESCOLA DE NATAÇÃO As aulas de natação e hidroginástica reiniciam em outubro, bem como as restantes modalidades integrantes da Escola de Natação, podendo as inscrições ser formalizadas na receção da piscina municipal. Estão disponíveis as turmas de Bebés, adaptação ao meio aquático, nível introdutório, nível elementar, nível avançado, adultos aprendizagem, adultos natação pura, hidroginástica sénior, hidroginástica e necessidades educativas especiais. FEIRAS E MERCADOS A 7 de outubro, domingo, tem lugar o mercado retalhista em Sobreira Formosa e a 11, quinta-feira, em Proença-a-Nova. Os mercados e feiras que decorrem no concelho são retalhistas, encontrando-se de tudo um pouco para comprar. HORÁRIO DE INVERNO No último fim de semana de outubro, dias 27 e 28, acertam-se os relógios para o horário de inverno. Assim, na noite de sábado para domingo, os relógios devem ser atrasados uma hora: quando forem 02h00 será 01h00. APRESENTAÇÃO DE LIVRO A Associação Magnalingue ONGD fará a apresentação pública do trabalho de inventariação e recolha do património religioso reunido no livro “Alminhas, Nichos e Cruzeiros” do concelho de Proença-a-Nova, no próximo dia 1 de novembro, pelas 17 horas, na Casa das Associações, em Proença-a-Nova. 22

Património ABC DAS LOCALIDADES REDONDA E VALE MADEIRINHO Na planície topográfica característica do sul do concelho, entre o Pergulho e São Pedro do Esteval, ergue-se a Redonda, “Já lá perto da ribeira | onde a água nem faz onda | uma aldeia bem fundeira | é chamada a Redonda”, descreve Hélio Proença. A ribeira assume um papel fundamental na economia local, mas também faz parte das vivências da população, seja para a pesca ou para tomar banho, como José Tavares da Palhota declama nas suas quadras: A Redonda ao pé do rio| As rãs ouve cantar| Quando as moças têm calor| Vão-se à ribeira banhar. Em 1911, esta aldeia pertencente à freguesia de São Pedro do Esteval registava 48 almas, em 1960 eram 75 e em 2018 são apenas 8, sendo Adelino Pires Branco, de 50 anos, o mais novo, facto que traduz o envelhecimento da população e o consequente despovoamento, comum aos lugares do interior. A calma que agora domina as ruas desta aldeia contrasta com a azáfama do século passado, dominada pelo trabalho agrícola. A Redonda era a terra mais rica da freguesia, devido à abundância de água, terra fértil para a agricultura, prados abundantes para a produção de gado e uma zona propícia à produção de azeite “de primeira qualidade”, como referencia o Padre Manuel Alves Catharino, na Monografia do Concelho de Proença-a-Nova. A proximidade com a ribeira fazia dela uma terra fértil, tanto para o cultivo de milho e outros cereais, como para pastagens para o gado, cujo rebanho comunitário chegou às 120 cabeças de caprinos e com um pastor contratado, produzia queijo, mel e azeite. O lagar de azeite junto à ribeira era um dos maiores do concelho e vem referenciado na Monografia do Concelho de Proença-a-Nova, bem como os moinhos de água ao longo do leito da ribeira que trabalhavam sem cessar. Também o peixe proveniente da ribeira representava o sustento de algumas famílias e o divertimento das crianças. Daniel Cardoso Alves, de 64 anos, lembra-se que certa vez um grupo de rapazes andava à pesca na ribeira quando foi surpreendido pelo guarda-rios. Apressaram-se a recolher as redes e com a urgência da fuga um dos rapazes deixou as suas botas. O guarda-rios não conseguiu apanhar nenhum, mas obrigou todos os rapazes da Redonda a calçarem as botas para ver a quem pertenciam para identificar o culpado. Por azar, serviram a um outro rapaz que não era o dono das botas (esse estava bem escondido em casa) e quase foi acusado injustamente, e só não foi cobrada a multa porque a prova não era suficiente para condenar o inocente. A Redonda, apesar de pertencer à freguesia de São Pedro do Esteval, sempre esteve ligada ao Pergulho, pois a ponte existente era única passagem entre as duas localidades. Além disso, essa ligação também estava associada ao culto a São Mar- 23

Património<br />

ABC DAS LOCALIDADES<br />

REDONDA E VALE MADEIRINHO<br />

Na planície topográfica característica do sul do concelho, entre o Pergulho e São<br />

Pedro do Esteval, ergue-se a Redonda, “Já lá perto da ribeira | on<strong>de</strong> a água nem faz<br />

onda | uma al<strong>de</strong>ia bem fun<strong>de</strong>ira | é chamada a Redonda”, <strong>de</strong>screve Hélio <strong>Proença</strong>. A<br />

ribeira assume um papel fundamental na economia local, mas também faz parte das<br />

vivências da população, seja para a pesca ou para tomar banho, como José Tavares<br />

da Palhota <strong>de</strong>clama nas suas quadras: A Redonda ao pé do rio| As rãs ouve cantar|<br />

Quando as moças têm calor| Vão-se à ribeira banhar.<br />

Em 1911, esta al<strong>de</strong>ia pertencente à freguesia <strong>de</strong> São Pedro do Esteval registava<br />

48 almas, em 1960 eram 75 e em <strong>2018</strong> são apenas 8, sendo A<strong>de</strong>lino Pires Branco, <strong>de</strong><br />

50 anos, o mais novo, facto que traduz o envelhecimento da população e o consequente<br />

<strong>de</strong>spovoamento, comum aos lugares do interior. A calma que agora domina as<br />

ruas <strong>de</strong>sta al<strong>de</strong>ia contrasta com a azáfama do século passado, dominada pelo trabalho<br />

agrícola. A Redonda era a terra mais rica da freguesia, <strong>de</strong>vido à abundância <strong>de</strong> água,<br />

terra fértil para a agricultura, prados abundantes para a produção <strong>de</strong> gado e uma zona<br />

propícia à produção <strong>de</strong> azeite “<strong>de</strong> primeira qualida<strong>de</strong>”, como referencia o Padre Manuel<br />

Alves Catharino, na Monografia do Concelho <strong>de</strong> <strong>Proença</strong>-a-<strong>Nova</strong>.<br />

A proximida<strong>de</strong> com a ribeira fazia <strong>de</strong>la uma terra fértil, tanto para o cultivo <strong>de</strong><br />

milho e outros cereais, como para pastagens para o gado, cujo rebanho comunitário<br />

chegou às 120 cabeças <strong>de</strong> caprinos e com um pastor contratado, produzia queijo,<br />

mel e azeite. O lagar <strong>de</strong> azeite junto à ribeira era um dos maiores do concelho e vem<br />

referenciado na Monografia do Concelho <strong>de</strong> <strong>Proença</strong>-a-<strong>Nova</strong>, bem como os moinhos<br />

<strong>de</strong> água ao longo do leito da ribeira que trabalhavam sem cessar. Também o peixe<br />

proveniente da ribeira representava o sustento <strong>de</strong> algumas famílias e o divertimento<br />

das crianças. Daniel Cardoso Alves, <strong>de</strong> 64 anos, lembra-se que certa vez um grupo<br />

<strong>de</strong> rapazes andava à pesca na ribeira quando foi surpreendido pelo guarda-rios.<br />

Apressaram-se a recolher as re<strong>de</strong>s e com a urgência da fuga um dos rapazes <strong>de</strong>ixou<br />

as suas botas. O guarda-rios não conseguiu apanhar nenhum, mas obrigou todos os<br />

rapazes da Redonda a calçarem as botas para ver a quem pertenciam para i<strong>de</strong>ntificar<br />

o culpado. Por azar, serviram a um outro rapaz que não era o dono das botas (esse estava<br />

bem escondido em casa) e quase foi acusado injustamente, e só não foi cobrada<br />

a multa porque a prova não era suficiente para con<strong>de</strong>nar o inocente.<br />

A Redonda, apesar <strong>de</strong> pertencer à freguesia <strong>de</strong> São Pedro do Esteval, sempre<br />

esteve ligada ao Pergulho, pois a ponte existente era única passagem entre as duas<br />

localida<strong>de</strong>s. Além disso, essa ligação também estava associada ao culto a São Mar-<br />

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