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Hospitais Portugueses ANO V n.º 22 março-abril 1953

A VIDA FINANCEIRA DOS HOSPITAIS PORTUGUESES CUSTO E RENDIMENTO DOS SERVIÇOS O TRATAMENTO HOSPITALAR E O DOMICILIÁRIO UMA VIAGEM DE ESTUDO EM ITÁLIA ACTIVIDADES MÉDICAS PARA READAPTAÇÃO PROFISSIONAL SERVIÇO SOCIAL ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA, SUA ENFERMAGEM CONSULTAS & INFORMAÇÕES NOTÍCIAS PARA MÉDICOS ENFERMAGEM GENTE DOS HOSPITAIS NOTÍCIAS DOS HOSPITAIS NOTÍCIAS DO ULTRAMAR O HOSPITAL E A LEI

A VIDA FINANCEIRA DOS HOSPITAIS PORTUGUESES
CUSTO E RENDIMENTO DOS SERVIÇOS
O TRATAMENTO HOSPITALAR E O DOMICILIÁRIO
UMA VIAGEM DE ESTUDO EM ITÁLIA
ACTIVIDADES MÉDICAS PARA READAPTAÇÃO PROFISSIONAL
SERVIÇO SOCIAL
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H SPI AIS<br />

ORTVGVESES<br />

" '<br />

><br />

nv N. <strong>22</strong> c. MARÇO-ABRIL 19 53


HOSPITAIS<br />

PORTUGUES·ES<br />

REVISTA DE HOSPITAIS E ASSISTf:NCIA SOCIAL<br />

DIRECÇÃO<br />

CORIOL <strong>ANO</strong> FERREIRA M. RAMOS LOPE S<br />

ADMIN ISTRA DOR<br />

REDACÇÃO E<br />

Telefone <strong>22</strong>76<br />

EVANISTO DE MENEZES PASCOAL<br />

ADM I N l STH.AÇÃO:<br />

R UA VISCONDE DA L uz, mo-2.o<br />

SUMÁRIO<br />

COIMB RA<br />

Com posto e impresso na Tip. da «A tlãntid a•<br />

Rua Ferreira Borges, I03-III- COIMB~A<br />

A VJDA FINANCEIRA DOS HOSPITAIS PORTUGUESES- DR. EUGÉNIO DE LIMA<br />

CUSTO E RENDIMENTO DOS SERVIÇOS -· Dl< . EVAR ISTO DE MENEZES<br />

o TRATAMENTO HOSPITALAR E o DOMICILIÁRIO- DR. LUIZ MAC IA S TEIXEIRA<br />

UMA VIAGEM DE ESTUDO EM ITÁLIA - DR. CORIOL<strong>ANO</strong> FERREIRA<br />

ACTIVIDADES MÉDICAS PARA HEADAPTAÇÃO PHOI'ISSIONAL -<br />

SERVIÇO SOCIAL<br />

MARY JACOBS<br />

ORTOPEDIA E TRAUMATOLOG IA, SUA ENFERMAGEM-}-. CAN DIDO DA SILVA<br />

CONSULTAS & IMFORMAÇOE.S<br />

NOTÍCIAS PARA MEDICOS<br />

ENFERMAGEM<br />

GENTE DOS HOSPITA IS<br />

NOTÍCIAS DOS HOSPITAIS<br />

NOTÍCIAS DO ULTRAMAR<br />

O I IOSPITAL E A LEI<br />

PUBLICAÇOES<br />

V ÁRIA: A assistência particular; Dr. ,.\ gostinho Joaquim Pires; Noticias dos mercados:<br />

Homenagem ao Dr. Domingos I3raga da Cruz; Comptabilité et Techniques Hospitaiiéres:<br />

V II Congresso Nacional do Sindicato dos quadros hospitalares; O uovo hospital escolar.<br />

Regulamento sanitãrio internacional; O cinquentenário do Hospital do Ultramar; O dtl<br />

mundial de sande; Cruz Vermelha Portuguesa.<br />

EDIÇÃO E<br />

PROP RI EDADE DE CORIOL<strong>ANO</strong> FERREIRA<br />

-- - -- __ _..---/<br />

ESTE NÚMERO FOI V.ISADO PELA COMIS~ÃO<br />

DE CENSURA<br />

il vitla fttaataeeia•a dos ltOSJ)it.ais<br />

poa•1 . 11~11eses<br />

Pelo DR. EUGiiN IO LIMA<br />

1. Quem, como nós, ouve a toda a hora as queixas dos responsáveis<br />

pela administração dos hospitais de Portugal fica a saber<br />

de quantas torturas sofridas para conseguir um equilíbrio financeiro.<br />

tantas vezes sustentado à custa de expedientes desesperados.<br />

Os nossos hospitais vivem uma vida administrativa instável<br />

e de nível baixíssimo.<br />

Ano após ano, repete-se a ansiedade de pedir e esperar o<br />

escasso subsídio do Estado. Este, sobrecarregado com as despesas<br />

de uma assistência que, em princípio, devia ser essencialmente<br />

privada, não pode assegurar aos hospitais as quantias que eles precisariam<br />

para levar o seu funcionamento a um razoável grau de<br />

eficiência.<br />

Leiam-se, como nós lemos, as dezenas de relatórios anuais dos<br />

hospitais do nosso país e admire-se a coragem, a generosidade, o<br />

sacrifício pessoal, de tantos dirigentes que, a braços com exigências<br />

cada vez maiores, fazem verdadeiros milagres de economia, o que<br />

nern sempre os livra do déficit no fim do ano.<br />

Os cortejos de oferendas são modesto paliativo para o mal.<br />

Realizados num ano, tem de dar-se-lhes uma folga de dois ou três<br />

anos, porque as populações não suportam a repetição frequente de<br />

tal esforço.<br />

Constroem-se hospitais novos. Mas não há dinheiro para<br />

Pagar a um médico permanente e responsável nem para sustentar<br />

Urn grupo de enfermagem capaz e eficiente.<br />

As direcções dos organismos queimam-se nesta luta obscura<br />

Por uma assistência capaz e rendem-se, umas após outras, desanillladas,<br />

vencidas.<br />

Não se pode exigir mais do Estado que já vai além do que, em<br />

boa justiça, se lhe podia pedir. Não se pode aumentar o custo das<br />

diárias por as economias particulares não poderem suportar mais<br />

agravarnen tos.<br />

I<br />

I<br />

I<br />

I<br />

I


!<br />

!I<br />

li<br />

li<br />

Quando há dias, em conversa com pessoa que, por dever de<br />

ofício, bem conhece a vida e possibilidades dos nossos hospitais,<br />

expunhamos a necessidade de elaborar o regulamento tipo para todos<br />

estes estabelecimentos, foi-nos respondido, e com razão, que, antes<br />

de se pensar em dar aos hospitais um regulamento, haveria de pensar-se<br />

em dar-lhes condições de bom e útil funcionamento.<br />

Qual será então a solução ?<br />

2. Na vida actual dos povos entrou em jogo o novo conceito<br />

de segurança social. A previdência, como entre nós se chama, deseja,<br />

poF meio de poupanças obrigatórias, arrancadas coactivamente às<br />

economias dos indivíduos, defender os mesmos indivíduos contra a<br />

doença, a velhice, a invalidez, o desemprego, etc. Ora, no esquema<br />

do seguro contra a doença é indispensável que se preveja a prestação<br />

dos serviços da assistência hospitalar.<br />

Assim sucede mundialmente. Se alguma coisa de definitivo se<br />

apurou nos esquemas de seguros sociais em todo o mundo foi sem<br />

' '<br />

dúvida, a integração desta assistência nos benefícios da previdência.<br />

Entre nós, os Serviços Médico-Sociais- Federação de Caixas<br />

de Previdência- tentaram, louvàvelmente substituir a assistência<br />

que os hospitais vinham prestando aos seus beneficiários por uma<br />

outra assistência mais perfeita. E não pode negar-se que a instauração<br />

da visita médica domiciliária foi um grande benefício para os<br />

inscritos na previdência.<br />

Simplesmente, além de ficar de fora a assistência hospitalar.<br />

ainda os meios de diagnóstico, foram fixados em estreitos limites. E é<br />

vulgar aparecerem nos hospitais- já se sabe que os hospitais estão<br />

sempre de portas abertas---trabalhadores que pagaram à previdênCÍ3<br />

os seus prémios de seguro, e ali iniciaram o seu tratamento mas que.<br />

por se ter esgotado o limite mensal de radiografias autorizadas, são<br />

forçados a vir, munidos do atestado da Junta da Freguesia ou do<br />

inquérito assistencial, socorrer-se dos hospitais, para os quais nada<br />

pagaram.<br />

E se os meios de diagnóstico da Federação descobriram aos<br />

seus associados doenças que exijam hospitalização, lá voltam eles a<br />

correr a via-sacra da Junta de Freguesia, da Câmara Municipal ou<br />

do Centro de Inquérito, a pedir a esmola do internamento por conta<br />

da assistência.<br />

Que lucraram então estes trabalhadores em passarem das conmltas<br />

dos <strong>Hospitais</strong> para as consultas da Federação? As visitas<br />

domiciliárias ? Mas essas também já hoje as fazem alguns hospitais<br />

e não tardará muito que as façam todos. Informamos os nossos<br />

leitores de que a extensão do hospital ao domicílio está tanto na<br />

linha normal do desenvolvimento destes estabelecimentos que o<br />

congresso da Federação Internacional de <strong>Hospitais</strong>, a realizar em<br />

Londres, escolheu este ano para seu tema principal precisamente<br />

essa matéria. E o• Sr. Ministro do Interior, há bem poucas semanas<br />

ainda, incitou publicamente os hospitais a caminharem afoitamente<br />

nesse sentido. E aqui tem.os nós duas actividades concorrentes.<br />

Em nosso entender, a única solução razoável para ambos os<br />

problemas- da previdência e da assistência hospitalar- é, pots,<br />

a da ligação recíproca e imediata.<br />

3. Se um homem ou uma mulher trabalharam e descontaram<br />

as percentagens legais para o seu seguro social, porque é que,<br />

ao chegar a crise mais vulgar na vida humana - a doença - , hão<br />

de ter que recorrer ao Estado ou à caridade particular para a<br />

vencerem?<br />

. Porque não há de a previdência estabelecer acordos com os<br />

· nos Pl 't ats, . de modo a pagar o tratamento de todos os seus benefi-<br />

ciários ;><br />

Isso seria o desafogo financeiro dos hospitais até agora sobrecarregados<br />

com a assistência a toda essa gente. A previdência, com<br />

~ssento nos conselhos de administração dos hospitais, passaria a<br />

fiscalizar a qualidade da assistência prestada aos seus beneficiários.<br />

Aos hospitais ficaria ainda o encargo de tratar toda a multidão- e<br />

grande multidão- daqueles que não estão abrangidos pelo seguro<br />

SOcial.<br />

F É isto que a nossa lei impõe e já se faz em todo o mundo. Em<br />

rança, por exemplo, é frequente ver a previdência emprestar aos<br />

~<br />

I<br />

I<br />

'PoRTUGUESES 3<br />

I


hospitais somas enormes para construir edifícios, modernizar servi·<br />

ços, instalar equipamentos, etc., em vez de empregar essas<br />

em empresas comerciais ou industriais. Tais empréstimos vão<br />

amortizados através de serviços prestados aos beneficiários.<br />

Desta forma, eleva-se o nível assistencial, sem encargos para<br />

Estado, para. as instituições ou para os indivíduos.<br />

Supomos ter chegado a hora de tirar aos nossos hospitais e<br />

Estado ·o encargo enorme e indevido de tratar pessoas que,<br />

trabalhado enquanto com saúde, e havendo descontado para a<br />

vidência, têm , por isso, direito a alguma coisa mais do que à<br />

da assistência pública ou particular.<br />

4. Ocorreu há poucas semanas na Assembleia N acional<br />

debate profundo acerca do funcionamento da nossa previdência.<br />

Este debate teve o indiscutível mérito de chamar a atenção dos res·<br />

ponsáveis para a necessidade urgente de rever o problema.<br />

Também se sabe que, na Ministério das Corporações, esd<br />

em estudo uma reforma da previdência nacional, entregue a pes so a~<br />

que sabemos devotadas e competentes. Está , pois, a questão e!ll<br />

boas mãos. Esperemos confiados.<br />

A assistência pat•tieula t•<br />

De alto significado são as p'alavras<br />

proferi'das pelo Ministro do Interior<br />

na posse do novo Director-Geral da<br />

Assistência: «Assim, para m'Ostrar a<br />

sua ·acção terá que tomar certos pontos<br />

de referênci•a. Entre os primeiros<br />

a ter presentes, conta-se o dever de<br />

considerar a ini·ciativa e beneficência<br />

privadas como o mais fecundo instrumeruto<br />

do progresso da assistência') .<br />

Palavras certas e princípios certos.<br />

4<br />

Nós entendemos, todavia, que . 1<br />

indispensável dar à assistência parb·<br />

. 'b'h·<br />

cular, por um lado, maiores possl 1<br />

dades materiais e por outro rna i o' ·<br />

assistência téenica para a orientar<br />

dirigir e •a·té fiscalizar na sua missá'<br />

alta e insubstituível.<br />

Q<br />

. tA .<br />

ueremos uma ass1s enc1a P<br />

n·vadq<br />

mais consciente e mais disciplinada·<br />

er·<br />

mas também melhor dotada de v<br />

bas e de. meios de acção.<br />

Da·. A~ostitabo Joaqtaian Pit•es<br />

novo Direetoa·-Get•al da Ll s sist.ê tae ia<br />

O Diário do Governo de 28 de Março último publica a portaria<br />

que nomeia o Dr. Agostinho Joaquim Pires para o lugar de<br />

Director - Geral da Assistência, em<br />

substituição do Dr. Guilherme P ossolo,<br />

há pouco aposentado.<br />

Renova-se o comando superior<br />

da assistência e confia-se o seu posto<br />

mais alto a alguém que, portador de<br />

uma sólida preparação e conhecedor<br />

de todos os problemas de t ão vasto<br />

campo, está em condições óptimas de<br />

firmar as posições anteriores e dar<br />

novo impulso ao surto magnífico que<br />

a assistência em P ortugal conheceu<br />

nos últimos dez anos.<br />

O Dr. Agostinho Joaquim P ires,<br />

além de várias funções anteriores<br />

desempenhadas nos Ministérios da Justiça e das Corporações foi<br />

fnspector-Chefe da Inspecção da Assistência Social, na nova forma,<br />

resultante do decreto-lei n . 0 35:108.<br />

Afastado momentâneamente para o cargo político de Governador<br />

Civil de Faro, continuou ao par de toda a evolução dos pro­<br />

~es so s da assistência que, dia a dia, seguiu apaixonadamente.<br />

Foi verdadeiramente notável a forma clara e perfeita por que,<br />

no seu discurso de posse, enunciou os problemas fundamentais da<br />

assistência e fixou a atitude da Direcção-Geral perante as directivas<br />

superiores da política assistencial.<br />

<strong>Hospitais</strong> <strong>Portugueses</strong>, saudando o novo e ilustre Director­<br />

-Geral da Assistência, afirma-lhe a mais sincera dedicação e garante-lhe<br />

colaboração, modesta embora, mas leal e amiga.<br />

PoRTUGUESES 5


Ctasto e ••eJtdimeJtto tios seJ•"tJi~os<br />

I I<br />

Pelo Dr. E v ARJSTO DE MENEZES<br />

R·eferimos em artigo pre'Cedente que a análise<br />

do :usto dum serviço integra dois momentos; a pro·<br />

duçao e o consumo. Esta última actividade implico<br />

uma outra e que consiste em colocar os. bens ao alcance<br />

do serviço consumidor.<br />

Há, portanto, que deslocar o bem 'do local onde<br />

. _ foi produzido ou on:de se encontra armazenado possibllltando<br />

a , sua utT · Ilzaçao - ou o seu •Consumo·. É •esta a função de distribuição. '<br />

_ Se ha empresas ·em que estas 'actividades se confundem, 0 -certo é que<br />

existem outras . •em qu e e 1' aos sao - m 'tid amente diferenciadas. ·<br />

A especialização<br />

q_ue do~.ma 'Cada vez mais intensamente as actividades económicas tem concor·<br />

ndo _ ate para a criação de empresas que se dedicam, · exdusivamente à acb· ·<br />

v1dade que vamos considerar.<br />

'<br />

Considera-se que a determinação do custo· de produção termina no limiar<br />

da porta de entrada do armazém de distribuição.<br />

d Deste modo o custo ·de distribuição engloba todas as despesas realizadas<br />

esde 0 momento em que a mercadoria (bem) dá entrada no armazém até 2<br />

sua enrtrega aos serviços.<br />

_ Superado o ~i~tetismo inicial que dominava toda a técnica de determina·<br />

ç~o dos custos, assistimos hoje à tendência cada vez mais generalizada que con·<br />

siste, nlliiil traba-lho _ de análise , em 'd ecompor o custo global nos elementos sim·<br />

ples que o mtegram.<br />

Ê de notar, ·contudo, que este trabalho de análise não tem no domínio dos<br />

custos ~e ·di.s


Propaganda e todas as restantes despesas destinadas a incrementar<br />

as vendas<br />

Transportes.<br />

Despesas com os armazéns e depósitos.<br />

Despesas créditos.<br />

Perdas resultantes de dívidas incobráveis.<br />

Despesas de carácter financeiro.<br />

Despesas gerais de administi'açã-o.<br />

A classificação fundamental dos custos em contabilidade faz-se, normalmente<br />

de acordo com o object0 do desembolso.<br />

Uma classificação desta natureza não deve ser muito extensa. Não obstante,<br />

quando o · processo distributivo é •complicado, a classificação deve ser<br />

feita ·atendendo à função ou actividade considerada. As duas direcções em que<br />

a mesma pode orientar-se são a vertical e a horiz'Ontal. A primeira tem em<br />

conta o objecto da despesa, a segunda a função ou actividade.<br />

A classificação funcional tem como finalidade principal a acumu1ação<br />

dos gastos de forma que as c·ontas de cada grupo meçam a r·esponsabilidade de<br />

4eterminado emprego.<br />

As linhas de classificação mais usualmente seguidas são as seguintes:<br />

Por terri-tórios.<br />

Por mercadorias.<br />

Por condutos distribuídos.<br />

Pela importância dos •pedidos ou das 'Contas.<br />

P elo mét·odo de entrega.<br />

P ela forma de envio ou pelas condições de venda.<br />

Castenholz ao examinar algumas das dificuldades que apresenta a contabilidade<br />

de distribuição, considera rea•lmenbe impoTtante reunir a informação,<br />

necessári·a, sendo indiferente que a mesma provenha da contabilidade ou da<br />

eSitatística.<br />

(Continua)<br />

QUEIJOS<br />

TIPO PRATO-TIPO BOLA<br />

C A S E Í N A 11 MA N TE I G A<br />

COALHO- LÁCTEA LEITE HIGIENIZADO<br />

L_!:ACTICÍNIOS DE AVEIRO, L.D_j<br />

O tt•atatnettto host,italat• e o domi ..<br />

eiliát•io<br />

Vimos no<br />

«Editorial» publicado<br />

no número'<br />

524, quais<br />

as razões que<br />

condicionam a tendência crescente<br />

do público em preferir o<br />

ambiente hospitalar para tratamento<br />

das suas doenças, e destacámos<br />

entre essas razões a<br />

influência da concentração de<br />

meios técnicos de diagnóstico e<br />

tratamento nos hospitais e as<br />

condições em que decorre a vida<br />

moderna, que nem sempre são<br />

de molde a permitir à família<br />

atender, convenientemente, os<br />

seus doentes, especialmente pelas<br />

exigências das actividades<br />

Profissionais, ocupações ou em­<br />

Pregos, ou pela deficiência de<br />

condições de alojamento, e até<br />

Pela falta de autoridade e firmeza<br />

para manterem a indis­<br />

Pensável disciplina na execução<br />

das prescrições terapêuticas. ·<br />

f .<br />

Todos estes motivos têm<br />

eito crescer a tendência do<br />

(Transcr.ito do ] ornai do Médico).<br />

Pelo Dr. LUIZ MACIAS TEIXEIRA<br />

,<br />

público para recorrer ao internamento<br />

hospitalar. E esta tendência<br />

provoca a insuficiência<br />

do número de camas que se nota<br />

em quase todas as nações civilizadas<br />

e que, entre nós, seria<br />

muito mais acentuada se porventura<br />

se generalizasse.<br />

Os a m e r i c a n o s pensam<br />

muito a sério, que se torna necessário<br />

regressar, dentro de certos<br />

limites, à antiga fórmula de<br />

tratamento domiciliário e, mais<br />

ainda, que urge desenvolver essa<br />

tendência ancestral e possivelmente<br />

natural.<br />

O « home care », ou seja,<br />

o tratamento domiciliário sob<br />

certo controle e assistência técnica<br />

e económica, tem, visto<br />

por alguns aspectos, incontestáveis<br />

vantagens.<br />

Ninguém contesta que os<br />

d o e n t e s encontram, normalmente,<br />

em casa, junto dos seus,<br />

o conforto moral de que tanto<br />

necessitam e que a secura e a<br />

rígida disciplina hospitalar não<br />

HOSPITAIS<br />

9


I i<br />

podem substituir vantajosamente.<br />

O ambiente do lar é<br />

susceptível d!=! lhes manter os<br />

hábitos que lhes são caros e de<br />

os rodear daquela atmosfera de<br />

carinhoso conforto, bem diferente<br />

do mercenarismo hospitalar<br />

...<br />

Muitas vezes há conveniência,<br />

e até necessidade, de manter<br />

o doente no próprio meio familiar,<br />

sem o sujeitar à inquietação<br />

OD; abalo moral que lhe<br />

apresenta a vida do hospital,<br />

com os seus horários e fórmulas,<br />

as suas promiscuidades e regras,<br />

que obrigam a uma espec1e<br />

de abdicação da personalidade,<br />

lembrando-lhe que será o número<br />

da cama duma enfermaria<br />

ou dum quarto de pensionista ... ·<br />

No hospital, todo o doente é<br />

um caso clínico; no domicílio o<br />

doente continua a ser alguém<br />

cujo sofrimento é compartilhado<br />

pelos seus familiares e, de certo<br />

mado, pelo médico assistente,<br />

que junto dele exerce a medicina<br />

clássica, nos moldes hipocráticos,<br />

em toda a sua amplitude.<br />

A medicina exclusivamente<br />

hospitalar parecia manifestar,<br />

desde há algum tempo, uma<br />

tendência para a separação de<br />

duas medicinas ou, pelo menos,<br />

para estabelecer. uma distinção<br />

entre o médico hospitalar ro·<br />

deado do prestígio técnico, e o<br />

médico domiciliário que saía hu·<br />

milhado da comparação entre a<br />

pobreza dos seus meios de dia·<br />

gnóstico e de tratamento, e a<br />

exuberante riqueza do• seu cole·<br />

ga do hospital.<br />

Ora o tratamento em regime<br />

domiciliário combate a tendên·<br />

cia para a medicina impessoal.<br />

para a tal medicina do caso<br />

clínico, e procura, simultânea·<br />

mente, fazer reingressar a acti·<br />

vidade médica naquelas velhas<br />

fórmulas que levaram à insti·<br />

tuição do médico de família, que<br />

tratava indistintamente o corpo<br />

e a alma dos seus doentes, co·<br />

nhecendo o seu passado, o pas·<br />

sado da sua família, e comparti·<br />

. e<br />

lhando até das suas alegnas<br />

tristezas ...<br />

Os benefícios desta medicina<br />

domiciliária mostram-nos ainda<br />

mais evidentes nos doentes cuja<br />

idade os situa nos dois extrel11° 5<br />

da vida - os velhos e as crial1'<br />

ças - e este fenómeno ficou de·<br />

vidamente comprovado nas con·<br />

clusões do VII Congresso Inter·<br />

nacional dos <strong>Hospitais</strong>, que reo·<br />

niu em Bruxelas, em JulhO<br />

de 1951.<br />

Também ali se demonstrou<br />

que os restantes doentes, quando<br />

devidamente escolhidos ou seleccionados,<br />

beneficiam igualmente<br />

do tratamento no• domicílio.<br />

Neles se verifica, de um<br />

modo geral, um encurtamento<br />

no tempo de permanência no<br />

leito, e uma diminuição do número<br />

de dias de convalescença.<br />

Sob o ponto de vista puramente<br />

económico, o Dr. Bluestone<br />

demonstrou que uma cama<br />

hospitalar custava, por dia, em<br />

1948, uma média de 15 dólares,<br />

ao passo que uma cama, para<br />

idêntica doença .tratada no domicílio,<br />

ficava apenas por cerca<br />

de 5 dólares.<br />

Mas, infelizmente, nem todos<br />

os doentes- como nem todas as<br />

doenças- podem ser tratados<br />

no domicílio. Motivos diversos<br />

limitam esta possibilidade.<br />

As condições de alojamento<br />

de muitos doentes são deficientes<br />

e incompatíveis com a execução,<br />

no domicílio, de certos<br />

tratamentos ; noutros, o nível<br />

económico impede a família -<br />

como dissemos - de estar presente<br />

a determinadas horas ; o<br />

nível intelectual de alguns familiares<br />

não se presta para a execução<br />

de certas missões, especialmente<br />

de disciplina dietética<br />

e terapêutica, o que obriga a<br />

afastar o doente do convívio dos<br />

seus.<br />

A todas estas circunstâncias<br />

tem de se atender quando se<br />

deseja fazer a escolha dos doentes<br />

que podem ser tratados no<br />

domicílio, e daqueles que convém<br />

tratar nos hospitais, e é ao<br />

Serviço Social dos estabelecimentos<br />

hospitalares que compete<br />

realizar tão delicado inquérito,<br />

procurando remediar o que<br />

tiver remédio: umas vezes fornecendo<br />

ao doente meios materiEÜs<br />

de ordem médica, tais como<br />

camas hospitalares, roupas, drogas,<br />

etc., outras vezes destacando<br />

pessoal de enfermagem<br />

ou de vigilância e controle terapêutico,<br />

outras vezes, ainda,<br />

conseguindo subsídios em dinheiro<br />

que permitam, a qualquer<br />

membro da família, tomar<br />

a cargo o tratamento e a vigilância<br />

do seu doente.<br />

Para experimentar as vantagens<br />

e os inconvenientes deste<br />

método, o Hospital Montefiore.<br />

de Nova-Iorque, principiou em<br />

194 7 a aplicar o sistema de<br />

«home care» em 50 doentes escolhidos<br />

entre os mais pobres,<br />

aos quais concedia auxílios di-<br />

I<br />

L<br />

!<br />

I<br />

i<br />

10<br />

11<br />

I


!<br />

i<br />

versos, desde os materiais aos<br />

financeiros, para tratamento doméstico;<br />

no ano seguinte a experiência<br />

recaíu em doentes com<br />

nível económico um tanto mais<br />

elevado, que já podiam pagar<br />

uma peq~ena remuneração pelas<br />

visitas recebidas, muita embora<br />

o seu nível. financeiro não<br />

fosse compatível com a satisfação<br />

das despesas totais de tratamento<br />

e medicação.<br />

Desta experiência foram imediatamente<br />

excluídos os doentes<br />

mentais e outros cujo tratamento<br />

deveria ser feito em regime<br />

de internamento hospitalar.<br />

Para esses, o tratamento<br />

domiciliário estaria contra-indicado,<br />

evidentemente.<br />

A natureza da doença, as<br />

condições habitacionais, familiares<br />

e económicas, foram os<br />

factores de apreciação que condicionaram<br />

a selecção destes<br />

doentes, alguns dos quais, embora<br />

tratados no domicílio, iam<br />

fazer tratamento ao hospital, a<br />

cargo do qual ficavam as despesas<br />

de transporte e a assistência<br />

técnica que no percurso hou­<br />

'Jesse de ser prestada.<br />

Estas experiências permitiram<br />

confirmar que o custo diáno<br />

dos doentes hospitalizados<br />

era, normalmente, muito maior<br />

do que o dos tratados no domicílio,<br />

e fizeram ressaltar ainda<br />

que a duração média das doenças<br />

e das convalescenças se encurtava<br />

quando os doentes eram<br />

tratados em casa, permitindo­<br />

-lhes retomar o trabalho dentro<br />

dum prazo de tempo sensivelmente<br />

menor.<br />

Esta experiência americana<br />

foi repetida em França pelo Serviço<br />

Social de três dos hospitais<br />

de Paris: o Hospital Bichat, o<br />

da Pitié, e o de Lariboisiere. Os<br />

resultados concordaram com os<br />

da experiência americana e foi<br />

reconhecido que, cerca de 1/3<br />

dos doentes hospitalizados nestes<br />

três hospitais poderiam ser<br />

perfeitamente tratados nos seus<br />

domicílios, com proveito para o<br />

hospital e para o doente, e ainda<br />

com lucro para a sociedade, que<br />

beneficiaria indirectamente dum<br />

mais pronto restabelecimento de<br />

algumas unidades de trabalho.<br />

Pelo lado moral, o tratamento<br />

domiciliário teria ainda a<br />

vantagem de restituir à ciência<br />

moderna, a par do prestígio técnico<br />

que a riqueza de meios lhe<br />

traz, a sua feição humana, aureolada<br />

pela moral dos seus médicos,<br />

amigos e conselheiros dos<br />

Notícias tios anea·eados<br />

animadoras.<br />

As notícias até nós chegada·s dos vários mercados são, de maneira geral,<br />

Tirando alguns produtos que acusar·am aumento de preço, a<br />

verdade é que, de maneira ger·al, assiste-se a um movimento ténue no sentido<br />

da baixa.<br />

Assim:<br />

-Medicamentos.- Há uma baixa nítida de preços que o Estado, aliás<br />

tem impulsionado. Os próprios antibióticos, o maior pesadelo das administra ..<br />

ções, estão em franco declínio. Pena é que as câmaras assépticas para preparação<br />

local dos antibióti.cos sejam ainda tão caras, pois, de contrário, poder-se-ia<br />

fa zer baixar ainda mais o rcusto dos preparados.<br />

Também foram ajustados os preços de •a•lguns g·rupos de outros medicamentos<br />

nacionais, designadamente extractos hepáticos, sais d e quinino, iodetos<br />

de sódio vitaminados, quelinas, antipirétioos, associações de vitaminas, óleos<br />

iodados e barbitúricos.<br />

-Algodões e lãs.-Há também baixa de preços nos artigos com base<br />

de algodão e lã.<br />

Em todo o caso, lembramo.s a•os nossos leitores que a melhor<br />

época de comprar cobertores é no v erão.<br />

quilo de cobertor por cerca de 35$00.<br />

-Ferragens. _O ferro .em chapa baixou.<br />

mantêm os preços anteriores. Porque será ?<br />

N este momento, compra-se cada<br />

Mas os artigos de ferragem<br />

-Frutas.- Vem aí o tempo da fruta abundante e barata. Lembrem-se<br />

&s administrações hospitalares de que uma das maiores deficiências dos nossos<br />

regimes alimentares está precisamente nas frutas. As própri•as bananas importadas,<br />

depois de uma subida grave estão baixando novamente.<br />

custa cada quilo de bananas entre 6$50 e 7$00.<br />

Na província<br />

Hortaliças.- É com apreensão que vemos agravar-se a estiagem. A continuar<br />

assim, vamos ter hortaliças muito


Utna via~~;en1<br />

9. Enfermagem.<br />

fie est11do e•·•• Itália<br />

(Continuação)<br />

Pelo Dr. CORIOL<strong>ANO</strong> FERREIRA<br />

O bom ·ou m'au funcionamento de um hospital depende<br />

essencialmen~e da qualridade Ida sua :enfermag·em. A enfermeira<br />

est:Jabe1ece a ligação do doente com o médico, com a<br />

•admin'istrnçã'O, com a f•armília e com o público; liga o médico<br />

oom ·a administr_ação •e resta com o público. A •enfermagem<br />

é o único serviço do hospital que .está junto do doente e em contacto divecto<br />

com ele 24 horas por dia. Por isso, em todos os países, tem havido o maior<br />

carinho e ·cuidado na prepaPação deste pessoal e na organização dos serviços<br />

respectivos.<br />

O problema da enfermagem em Itá!ha tem características especiais resultafiltes<br />

do uso •em largla escala das enf.ermeiras religi'Osas, como ádiante se ~erá.<br />

Em todo o caso, nã·o se pode neg~ar que a preparação das enfenll!eims laicas e<br />

8 fixação do seu regime de trabalho tenha'm sido enoarndas com Jtargueza de<br />

vistas e de processos.<br />

a) O ensino da enfermagem na Itália.<br />

O ensino da enfe11magem Il!a Itália faz-se em escol'as oficiais, funcionando<br />

junto de estabelecimentos hospita1ares. Não sã·o permit:Jidas escolas particulares.<br />

As próprias 'esoolas da Cruz Vermelha nã.o podem passar diplomas corn<br />

forÇ'a legal.<br />

Não há cursos par'a au.x:iliaPes de enfermagem. Têm debatido o problema<br />

da sua criação, mas prevaleceu até agora ·a convicçã·o de que esses cursos<br />

são inconvenientes, por acarretarem uma baiX)a de nível técnico na profissão.<br />

O curso geral de enfeflll'ag•em dura dois ·anos. Além deste, professa-se<br />

um curso para enfenneira-chefe (Capisala) com a duração de um anp. IIá<br />

também escolas com cuJ.1sos de espeóalização qUte duram normalmente um ano.<br />

A direcção das escolas é constituída pelo director do Hospital e por uma<br />

enfermeira-directora, quase sempve reldgiosa.<br />

O ensino teórico está entregue a médicos. O ensino prático e o da étic:J<br />

profissional à ·directora e às monitoras.<br />

14 HOSPITAIS<br />

Em todas as escolas há ~ntemato obrigatório. As ~rrstaliações destes<br />

«convitti» são primorosas. Entende-se, •e bem, que uma habi~ação amp•la, oo~fortáV'el<br />

·e digna favorece •a •educação te formação das noviças. ·Todas as habltações<br />

de ahl!nas que me foi dado ver eram magníf.ioas. A de Milão, quase<br />

luxuosa construída no tempo 1do Fascismo, é uma· belo documento da época:<br />

m onUJm ~ntal rica amp}a ·alté ao ·exagêro. Ne'la, tudo se move eléctricamentJe.<br />

A de Ftloroe~ça :f~i insta'lada n,ta an1!i~a «Villa Medi•cea», a céleb11e residência<br />

dos Médiós no centro de um mamvilhoso parque. As noviça•s viv·em dentro<br />

de um vepdadeiro e riquíss~mo museu, pois todo o intei1ior foi conservado e<br />

entregue ao cuidado das enfermei11as. A 'escola de Génova «Duchessa Galliera»<br />

tem também uma bela r.esildência, mobilada com gosto, mas que, por ser<br />

pequena, vai 'Ser imediatam'elllte ampliada. Venfica-·se, pois, que o problem•a<br />

da residênci'a de noviças merece o maior cuidado aos dirigentes i-talianos.<br />

R·equlis'itos de admissão nos cursos:<br />

a) Idade •Compreendida entre ·OS 18 1 e 3S anos;<br />

b) Diploma dos cursos das EscoLa's Médl-as (Lideu) do 1." grau ou<br />

equivalente;<br />

c) Nacion'a:lidalde italiana;<br />

d) Bom colffiportamento c i vil e moral ;<br />

e) Robustez, averiguada em exame médico.<br />

Da rej•eição de qualquer candidata por parte da Direcção da Escola,<br />

não há recurso, 'I1'em mesmo pode ser exigida just:Jificaçãü.<br />

Os ·prim eiros meses- dolis ou três conforme as 'escolas -constituem o<br />

rhamado Curso Preliminar que se destina a aVIeriguar da capacida-de moml e<br />

intelectual da noviça e da sua a'daptaçãtO à profissão. Findo o período de prova,<br />

a aluna é admitida defin~tivamente ou Pecusada pela Direcção. Nesta última<br />

hipótes-e, não podem as candidatas rejeitadas exigir •explicações, nem requerer<br />

segunda adm'i.ssão.<br />

Na Escola de Milão, há duas espéci-es de alunas.<br />

a) Pagantes: as que suportam a totatlidade dos encargos que são:<br />

A·nuidade<br />

36.000 lims<br />

Uniforme 8.000 »<br />

Matrícula soo »<br />

Biblioteca soo »<br />

Uso do mobiliário 100 »<br />

b) Gratuitas: .as que, não podendo pariar, requerem •admissão gratuita,<br />

Comprometendo-se •a prestar serviço, findo que seja o curso, durante três anos<br />

JloRTUGUESES 15


I<br />

no Hospital. Como garantia desta obrigação, deve a candidata ef'eotuar, no<br />

momen~o da matrícula, um depósito que r:everterá a favor da Escola, se não<br />

vier a ser cumprido rigorosamente o compromisso tomado.<br />

o ens'ino prático é feito em ·enfermarias-escolas, onde trabalham unica·<br />

men~e as aluln'as e as suás monitotas.<br />

Na EscoLa de Génova •a•chei um curioso sistema de ensino: em vez de se<br />

fazer uma únioa adm'i•ssão gera•l no início de cada ano ·escoLar, fazem-se adrnis·<br />

sões paroe~a ·res ~odos os ·meses. Ass-im, 'O númePO de 1alunas admitidas em oada<br />

turno é -reduzido a 9 ou 10 ·o que permirtJe às monitoras vigiá-las e apreciá-las<br />

melhor dur.ante o curso prelilminar. Reconhece-se que as gr~mdes massas de<br />

alunas, :entradas simultâneamente n•a escola, dificultam não só 0 ensino mas<br />

sobretudo a vig'iolânóa, api'eciação e orientação que devem ser inldividualizadas.<br />

Nesta Escola a parte prática do curso é de 24 m 'eses, oonJtados desde o da<br />

admissão. A parte teórica ·começa normalmente ·em Ou'tubro e termina enl<br />

Julho. Pode acontecer, por isso, que algumas alunas terminem o curso prático<br />

dois ou três meses antes de findar o teórico. Garantiu-me a Direcção da<br />

EscoLa que isso não tem o menor inc-onveniente e que, 1em. câmbio, são enormes<br />

as vantagens do sistema.<br />

Regime de vida numa residência de alunas:<br />

-!Jevantaã às 6 horas re ldet:itar às <strong>22</strong>.<br />

- 4 rdleições: pequeno 'a1lmoço, •almoço, merenda e ceia. As alunas que<br />

estiverem de serviço nocturno recebem mais uma pequena refeição durante<br />

a noite.<br />

-Na ·enfermari•a-escola ,cada aluna tmbalha 8 horas por dia.<br />

-As aJlunas só podem sair da residência oom autorização da directora·<br />

As que estiveram rde gerviço nocturno não podem ~a'ir ante:s das 16 horas.<br />

À entrada e à saída têm de ·assinar o Iivro de porta.<br />

-Não é permitido pernoitar fora da residência.<br />

-As alunas asseguram a ordem e limpes-a nos respectivos quartos.<br />

- ffim caso de doença, ·as a'lunas são tratadas na enfermari•a do médiCO<br />

da Escola.<br />

b) O celibato das enfermeiras.<br />

Também na !tálio foi posto e resolvido o problema ·do celibato daS<br />

enfermeiras. Não existe uma directiva governamental que obrigatoriamente<br />

se imponha a todos os hospirtais. Cada administração opta pelo regime que<br />

melhor lhe parece, sendo no entanto de notar que a maior parte se fixa<br />

no do celibato.<br />

Ouvi discutir o problema.<br />

Os argumentos de ambos os lados são OS<br />

conhecidos e já pl'opostos entre nós. Nada de· originar! ·ou definitivo me foi<br />

dado •escutar. Em tddo o ca-so, vale a pena registar as soluções achadas pelas<br />

VáPias correntes de opinião. Assim:<br />

As adminiSitrações pa·rt:idári·ars do c ·el~hato consideram indispensável estabelecer<br />

simultânealmenrte a ·dbrigartori'edad'e da residência no hospital, para o·<br />

que manldam construir ou •adaptar magnífkos •edifícios, «oonvitti». A enfermeira<br />

viverá neles •obrigatõri·amente, tendo regulamentadas as suas saídas.<br />

Estão neste regim'e: o Hospital Ma.ior de Mi'lã·o, Estância Sanato.rial de<br />

Sondalo, Hosp ~tal pediátrico Mayer de Flor.ença, Hospita·l Duchessa Galliera<br />

de Génova.<br />

As administrações pa11tidárias do casamento mantêm igualmente residên­<br />

~ias obrigatóriars dent!1() Idos hospirtais para as enfermeiras solteiras. As casadas,<br />

porém, são dispensa!das desse internato re passam a viver junto da família.<br />

Opi'3.ram por •este r.egime os hospitais Careggi de Flmença e CardereHi d e<br />

Nápoles.<br />

Há hospitais em que ras renfiermeiras podem casar e mos quais as solteiras<br />

vivem livremente e'm suas casas. O hospital de Bolonha dep'end'ente do «


d) Os vencimentos das enfermeiras.<br />

Eis dais •exemplos de rtemunerações mensais de enfermeiras em hospit<br />

ais italianos:<br />

a) Sanatório de· Sondarlo<br />

b) Hospital Carderdli- Nápoles<br />

30.000 lims<br />

24.000 liras<br />

Se fizermos o ·câmbio à tax>a média de $05 por lira, obt~mos •ovdenados<br />

que, em moeda portugu·esa, seriam de 1.500$00 e 1.200$00 rtespectivamente.<br />

Em .Portugal só um enfermeiro subchefe atirnge •o vencimento mensal ilíquido<br />

de 1.330$00, com o suplemento legal.<br />

*<br />

* *<br />

Cheguei assím ao final destas despretensi-osas notas colhidas numa rápida<br />

visita a hospirtais italianos.<br />

A impressão geral é francamente favoráveL O nível assistencial italiano<br />

é sem a menor dúvida, bom e está ·agora em manifesta ascensão. A ligação<br />

da assi·stênci.a com a previdência impr-imiu enorme eficiência ao sistema hospitalar.<br />

Os dirigentes de hospitais •acham-se possuídos de verdadeira mística<br />

e dedicam-se erntusiàsticamente •aos estabelecimentos em que trabalham.<br />

A forma g•entil e fildalga com que receberam os visitantes estrangeiros é<br />

credora do maior ·elogio e do mais sincero reconhecimento.<br />

e) O recrutamento do pessoal de enfermagem.<br />

Nada tem de notável a forma de recrutamento do p essoal de enfermagem<br />

na Itália. Seguem arli proc-esso idêntico ao nosso: concursos documentais<br />

e de provas públicas.<br />

Se dedico uma a•línea a •esta matéria é arpenas para referir uma solução<br />

de que tive notícia e está em execução, pel-o menos •em dois dos país·es representados<br />

na vi ·a~em de ·estudo: Bélgioa (Hospital da Universidade de Lovaina) ,<br />

Suíça (Hospital de N euchatel).<br />

Consiste essa solução ·em que cada hospitai faz um C'011trato com uma<br />

escola dre enfermagem, segundo o qual:<br />

1. 0 O hospital paga por •ano à escola uma ·certa soma, previamente<br />

ajustada;<br />

2. 0 A ·escola assume o encargo da assistência de enfermagem a todOS<br />

os doentes em tratamento.<br />

Por estes acor:dos, não exist:e quadro de pessoa•! de enfermagem no hospital.<br />

A esoola é que prepara, cQiloca e dirigre as ·enfe11meiras. Orienta-as,<br />

tl'arnsf\ere-as, ·Castig•a-a•s, promove-as na esoaola hi•erárquica que a mesma escola<br />

adopta e paga-lhes.<br />

O hospital, uma vez entregue a quantia anual ajustada, não se preocupa<br />

mais com enf·ermeiPas, nem com a sua disci'Plina. Limita-se a exigir da escola<br />

boa assistêncioa aos seus doenrt:es, em quantidade e qualidade.<br />

Por sua vez, a •escola, romo todas as escolas, preocupa-se mais do que 05<br />

serviços hospitalares em manter os padrões de ensino e a perfeição das técnicas<br />

em uso. Consegue-se assim economia na mecânica hospitalar e uma perfeição<br />

de assistência impossível de atingir por outra forma.<br />

Houaena.g·eu1 no Dt•. Donlingos<br />

Bt•aga da Uruz<br />

No dia 26 de Fevereiro, segundo<br />

aniversário da posse do ilustre médico<br />

Dr. Domingos Braga da Cruz<br />

corno Governador Civil do Porto, realizou-se<br />

u.ma sessao<br />

-<br />

comemoratrv·a<br />

.<br />

no<br />

salão nobre da Junta de Província<br />

~o Douro Litoral, com a presença das<br />

Ind' '<br />

. lVIdualidades mais em destaque na<br />

~da social do Distrito do Porto. Presrct·<br />

lU o Dr. Braga da Cruz, que estava<br />

1<br />

;deado pelos Srs. Prof. Amândio<br />

ll avares, reitor da Universidade do<br />

d or.to; Eng. Machado Vaz, presidente<br />

!la Câmara Municipal; Monsenhor<br />

ereira L opes, . v1gano . , . gera 1 d a d'<br />

10-<br />

cese· ' e coronel Marques Osório,<br />

~~andante interino da 1." Região<br />

llitar. Em lugares de destaque en­<br />

Contra<br />

~ v.am-se os Srs. Tenente-coronel<br />

oura Bessa, comandante da Polícia<br />

d e Seg<br />

lh Urança Pública; Tenente Coeo<br />

Dias, subdirector da Polícia<br />

Internarcional e de D efesa do Estado;<br />

Comandante Moreira Pinto, do Departamento<br />

Marítimo; vereadores do<br />

Muni·cípio; comandantes das unidades<br />

mili•tares, etc.<br />

Discursaram o Presidente da Comissão<br />

Central das Juntas de Freguesia,<br />

Sr. José Augusto Lopes<br />

L emos, o Presidente da Câmara de<br />

Matosinhos, Dr. Fernando Aroso, o<br />

Presidente da Comissão Distrital da<br />

U. N ., Dr. Arnaldo Pinheiro Torres<br />

e finalmente o homenageado.<br />

<strong>Hospitais</strong> <strong>Portugueses</strong> que conta<br />

com a simpatioa de Su.a E~celência, e<br />

que seguiu sempre com o maior interesse<br />

a sua obra na Delegação de<br />

Saude de Coimb11a e no Governo Civi•l<br />

do Porto, envia-lhe os mais respeitosos<br />

cumprimentos e associa-se a<br />

esta justa homenagem.<br />

18<br />

Jlob<br />

"-TUGUESES<br />

19<br />

I<br />

!<br />

t


li<br />

Penicilina-G Potássica- Penicilina-G Procaina<br />

I<br />

11<br />

letividatles 1nédieas paa·a a·eatlapta.,áo<br />

J)t•oftssio•aal<br />

Por MARY J ACOBS<br />

Penicilina-G Procaina - Penicilina-G Potássica<br />

Sulfato de dihidroestreptomicina<br />

Exclusivo em Portugal para «<strong>Hospitais</strong> <strong>Portugueses</strong>»<br />

Ester dietilaminoétilico da benzi( penicilina, sob<br />

a forma de iodidrato<br />

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a forma de iodidrato - Sulfato de dihidroestreptomicina<br />

L<br />

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I)()<br />

Hidrázida do ácido- isonicotínico<br />

[!<br />

I<br />

.I<br />

i<br />

.-: ~<br />

INSTITUT() LUS()-fA~MAC() .1<br />

~============L==I =S=D==O=A====P=O==~=r==O==-=C==O==I =M==D=~==A========~<br />

20<br />

Segundo declara o Dr. HO'­<br />

ward A. Rust, director do Institute<br />

of Physical Medicine and<br />

Rehabilitation do Centro Médico<br />

New York- Bellevue, em<br />

New York, «Todo o homem ou<br />

mulher inválido que restituímos<br />

à vida activa, nos aproxima mais<br />

do nosso objectivo de conseguir<br />

num mundo onde os inválidos e<br />

diminuídos deixem de ser indivíduos<br />

dependentes, e desanimados.<br />

Estes homens e mulheres<br />

poderão retomar os seus<br />

lugares na sociedade como cidadãos<br />

activos e confiantes».<br />

Um vasto programa do Estado<br />

Federal trata do serviço de reabilitação<br />

de civis dum modo<br />

quase idêntico ao do prestado a<br />

Veteranos do serviço militar. Os<br />

hamens do governo sabem que<br />

Por cada veterano inválido há<br />

seis civis, cujas vidas infelizes se<br />

Podem tornar alegres e produti­<br />

Vas, graças a um tratamento<br />

adequado.<br />

PoRTUGUESES<br />

O governo paga os serviços<br />

de administração, o treino profissional,<br />

as custas de alojamento<br />

e partilha com todos os<br />

estados, em partes iguais, as despesas<br />

de hospitalização e outras,<br />

incluindo as de instrumentos cirúrgicos,<br />

equipamento e restantes<br />

serviços. Em todos os Estados<br />

o Office of Vocational Rehabilitation<br />

trabalha em conjunto<br />

com hospitais públicos e<br />

particulares e com centros de<br />

reabilitação; entre estes contam-se<br />

o Cheveland Rehabilitation<br />

Center no Estado de Ohio,<br />

o Rehabilitation Center de San<br />

Francisco no Estado da Califórnia<br />

e o Emory University Hospital,<br />

no Estado do Sul da Georgia.<br />

Por todo o país se encontram<br />

espalhados outros centros<br />

em numerosas áreas cuidadosamente<br />

seleccionadas.<br />

«Todo aquele que em idade<br />

de trabalhar sofre de qualquer<br />

defeito físico que o iniba de<br />

21<br />

I


exercer uma profissão, está em<br />

condições de receber auxílio sob<br />

este programa», afirma o Doutor<br />

Rusk; claro que nesse número<br />

também se incluem as donas<br />

de casa. o defeito pode ser<br />

este auxílio ao Estado, pois a<br />

sede do State Office of Vocatio·<br />

nal Rehabilitation fica, geral·<br />

mente na capital. Na maior<br />

parte dos Estados há várias su·<br />

cursais que muitas vezes estão<br />

colocação que lhe arranjam, mas<br />

se é necessário recorrer à cirurgia<br />

e ao emprego de membros<br />

artificiais, então o doente paga<br />

conforme as suas posses.<br />

O Office of Vocational Redoente<br />

foi inferior à quantia<br />

paga pelos contribuintes para o<br />

encargo público anual. Além<br />

disso, estes inválidos passaram<br />

por sua vez a ser também contribuintes,<br />

auxiliando as despe-<br />

Descida dum doente inválido para dentro duma piscina, onde vai fazer exercícios.<br />

Uma sala com decorações alegres auxilia as crianças inválidas a treinarem-se a caminhar.<br />

físico ou mental, de nascença ou<br />

provocado por qualquer doença<br />

ou acidente. Se examinarmos<br />

·os registos de qualquer das agências,<br />

verificamos que entre as<br />

pessoas tratada.s se contam muitos<br />

artríticos, tuberculosos, cegos,<br />

doentes mentais e amputados.<br />

É relativamente fácil ·pedir<br />

sob os auspícios do Ministério<br />

da Educação.<br />

Os delegados de saude locais<br />

estão em íntimo contacto com 0<br />

serviço e o requerente pode obter<br />

auxílio imediato do instituto, se<br />

se verifica que ele pode recupe·<br />

rar a actividade. O doente não<br />

paga pelo exame, pela direcção<br />

profissional, pelo treino e pela<br />

habilitation transforma no prazo<br />

tnais curto que lhe é possível<br />

homens e mulheres aleijados ou<br />

deprimidos em cidadãos optimistas<br />

e confiantes. Só no ano<br />

de 1949 se trataram e empregaram<br />

69.277 doentes, enquanto<br />

tnais 10.983 estavam em condições<br />

de arranjar colocação. A<br />

despesa ocasionada por cada<br />

sas obrigatórias do Governo em<br />

vez de continuarem a constituir<br />

um fardo para os seus concidadãos.<br />

Dentro de 5 anos estes<br />

homens e mulheres reabilitados<br />

terão mais que paga a quantia<br />

que o Governo gastou com eles,<br />

sem falar na parte relativa ao<br />

valor incalculável das preciosas<br />

vidas humanas.<br />

<strong>22</strong><br />

PORTUGUESES<br />

23


Entre os casos típicos de inválidos<br />

a quem se tem prestado<br />

auxílio para iniciarem um novo<br />

modo de vida, conta-se o duma<br />

dona de casa, com três filhos,<br />

que vivia numa cidade do Estado<br />

da Costa Atlântica de New<br />

Jersey e que tuberculizou. Foi<br />

para um sanatório onde tinha<br />

um bom tratamento médico, porém<br />

o seu restabelecimento era<br />

prejudicado pelas suas preocupações<br />

sobre problemas familiares,<br />

afligindo-a principalmente<br />

a ideia de proporcionar<br />

um lar feliz ao marido e aos<br />

filhos. Um compreensivo superintendente<br />

do distrito, auxiliado<br />

pela New Jersey Rehabilitation<br />

Comisison, aranjou quem ensinasse<br />

à pobre mulher a técnica<br />

de passajar roupa e assim,<br />

quando ela saíu do hospital,<br />

tinha um emprego à sua espera,<br />

porque a lavandaria da vizinhança<br />

e outros empregos necessitavam<br />

dos serviços que ela<br />

podia prestar dentro da sua própria<br />

casa.<br />

Utilizam-se as técnicas mais<br />

modernas para restituir os aleijados<br />

às ocupações normais. Há<br />

pouco tempo, um estudante de<br />

Direito, com 2 O anos, escorregou<br />

no gêlo e ficou debaixo dum<br />

com bóio; os dois braços ficaram<br />

separados pelos ombros,<br />

mas no Kessler Institute for Rehabilitation,<br />

em Easte Orange,<br />

New Jersey, o famoso cirurgião<br />

ortopedista Dr: Henry H. Kessles<br />

recusou - se a aplicar - lhe<br />

o habitual membro artificial:<br />

«Para exercer o direito você precisa<br />

de se servir livremente dos<br />

seus braços ; faremos os possíveis<br />

para que o consiga». Cuidadosamente<br />

cortou um canal<br />

no músculo vivo do côto de<br />

cada braço ; depois de revestir<br />

de pele esse canal, inseriu uma<br />

cavilha de marfim na abertura;<br />

esta cavilha ligava-se por sua<br />

vez ao braço artificial, por meio<br />

duma manivela. Quando o músculo<br />

se movia, o braço artificial<br />

também se movia, como se fosse<br />

de carne, e eis que este jovem<br />

advogado exerce a sua profissão<br />

sem se notar a falta dos seus<br />

braços.<br />

Falemos ainda duma mulher,<br />

de 41 anos, que tinha a perna<br />

esquerda deformada por uma<br />

doença, desde os 4 anos ; subme~<br />

teu-se a uma dolorosa e grave<br />

operação ao joelho no Office of<br />

Vocational Rehabilitation e já<br />

pode caminhar sem o auxílio de<br />

correias.<br />

li<br />

Cotnptabilité et Teelttaiques<br />

Dospit.aliéres<br />

Por DALLOZ ET FORGET<br />

É posto à venda em Junho do ano corrente esta magnífica obra, editada<br />

pela revista «Techniques H~spitaliéres »<br />

de Paris.<br />

Trata-se de um volume de 700 págin'as, com tabelas e modelos diversos,<br />

com todos os pormenores para aplicação do Plano Contável dos <strong>Hospitais</strong>,<br />

e actualizado com as alterações até <strong>1953</strong>.<br />

Para se ver a importância e o valor de tal obra basta indicar o título<br />

de alguns dos seus capítulos: Terminologia, Lista de contas, contabili_dade analítica<br />

de exploPação, orçamento, tesouraria, abastecimentos, traba.lhos mecanográficos,<br />

·contab-ilidade por decalque, contabilidade de armazens e oficinas,<br />

Preços de diárias, radiologia, esterilização, desinfecção, telefones, cozinhas,<br />

aquecimento, dietética, alimentação, p essoal, etc.<br />

Deste simples enunciado se pode já tirar o valor que esta obra tem para<br />

todos os que suportam 0 encargo d e administrar um hospital. Pode dizer-se<br />

Que será um manual de trabalho indispensável a todos os dirigentes hospit:a-.<br />

lares, pelo que 0 aconselhamos vivamente aos noss'Os leitores.<br />

A revista Hos­<br />

Pitais <strong>Portugueses</strong> prontifica-se a receber os p edidos dos interessados e trans- ·<br />

rniti-los-á gostosamente à redacçã·o de «T echniques Hospitaliéres».<br />

Estamos<br />

CeJtos de que assim prestaremos um bom serviço aos dirigentes de hospitais<br />

<strong>Portugueses</strong>.<br />

---~======================================<br />

Mas antes de terminar, salientemos<br />

que o Office of Voca­<br />

~ional Rehabilitation não é uma<br />

111stituição de caridade ; os seus<br />

ernpregados e todos os que conhecem<br />

as suas funções e activi-<br />

dade, não se cansam de afirmar<br />

que o civil inválido tem tanto<br />

direito a receber os serviços daquela<br />

instituição como as crianças<br />

têm direito a receber a educação<br />

nas escolas públicas.<br />

24<br />

HOSPI TA IS<br />

~ 0 RTUGUESES<br />

25


FICHEIRO DE FORNECEDORES RECOMENDADOS * Teixeira de Abreu & C.a, L.da- Fabrico<br />

especial de Panos de Linho de<br />

Guimarães. Atoalhados. Panos de<br />

Alimentação e Dietética<br />

H<br />

algodão. Colchas de seda e de algo-<br />

* Lacticínios de Aveiro, L.da- Produtos<br />

rias por grosso, papelaria, miudezas.<br />

rães - Telef. 4109.<br />

VougaSul: Manteiga, Queijo, Depósito das águas Vidago, Melgaço<br />

Leite Pasteurizado.<br />

e Pedras Salgadas. R. do Arnado­<br />

Produtos químicos e farmacêuticos<br />

Telefone 2126- Coimbra- Apar·<br />

* Lusa-Atenas, L.da, S.or- Mercea-<br />

tado 17.<br />

* Jayme Alves Barata, L,da - Material<br />

para Medicina, Cirurgia e Laboratório,<br />

Produtos químicos e farmacêuticos.<br />

Rua Aurea, 124-1.<br />

Materiais e actividades de construção e instalação<br />

* - Lisboa. para microscopia.<br />

Aleluia & Aleluia (Fábricas Aleluia) representações. Rua de José Fal- I<br />

1 Telefone PPCA 3153I -3r533- Telegramas:<br />

Farbaral.<br />

-Materiais de Construção, Azulejos cão, 6r - Porto. Telefone 25150/1<br />

e louças sanitárias. Cais da Fonte -Telegramas: SOLCRIS.<br />

Nova- Aveiro. Telefone <strong>22</strong> - Telegramas:<br />

Fábricas Aleluia.<br />

* * Pestana & Fernandes, L. da- Material<br />

de Laboratório. Reagentes puro<br />

Fábricas «LUFAPO» de Faianças e<br />

Porcelanas- S . A. R. L. Louças sani· «pro-anali sis» e para micro-análises.<br />

* Barboza & Carvalho, L.da - Fábrica<br />

tárias, domésticas, azulejos, mosaicos,<br />

de Estores «SOLCRIS» (esto­<br />

ladrilhos, artigos de grês e refractários<br />

res de madeira e e m duro- alumínio). especiais. Sede e Fábricas: Loreto·<br />

Aços finos para construção e ferramentas.<br />

-Coimbra. Filial no Porto, Monte do I<br />

Vidraria, óptica e material fotográfico<br />

Materiais de construção e Seminário.<br />

I<br />

Material e aparelhagem médico-cirúrgica ~<br />

Hitzemann & C. a, L.da ­<br />

'JIÚa Representantes para Pori<br />

tu gal. Material fotográ-<br />

* A. G. Alvan - Gatguts-linbo e * Siemens Reinigel' , S. A. R. L.<br />

I . fico, reveladores e fixadores<br />

especiais para radiografia,<br />

seda para sutura «Lukens». R ua da -Aparelhos de Raios X, Electrornedicina<br />

e Electrodentária. Rua de<br />

I papéis Raios X e cardiográficos, material<br />

para câmara. escura. Rua Sá da<br />

Madalena, 66-2. 0 -E - Lisboa. Telefone<br />

257<strong>22</strong>.<br />

Santa Marta, 33-1. 0 - Lisboa. Telefone<br />

44329- Teleg.: Electromed.<br />

Mobiliário, rouparia, colchoaria e artigos de borracha<br />

:Jf Adelino Dias Costa & C.a, L.da<br />

(Fábrica Adico) -;- Mobiliário cirúrgico<br />

e hospitalar (Fábrica de).- Avanca<br />

-Portugal. Telef. 2- Av anca-Telegramas:<br />

clismo, em baques para bidets, reves- J<br />

timentos, passadeiras e carpetes eJ]l<br />

todas as dimensões e toda a espécie<br />

de artefactos mediante amostra<br />

Adico.<br />

ou simples desenho. Rua do Cen­<br />

tro Cultural, 35- Alvalade, Lisboa·<br />

* Fábrica de Borracha «Monsanto», L. da - Tel. s8.33o.<br />

-Borracha:- Anilhas, botões «Sanitas•>,<br />

guarnecimentos de rodas de * José Custódio Gomes - Recauchuta·<br />

marquezas, juntas «Unitas», ponteiras<br />

para bengalas e muletas, rolhas<br />

para frascaria de laboratório, tapetes<br />

para lavabos, tubos de irrigador, tubagem<br />

gero e vulcanização de pneus. Diver·<br />

sos fabricas de Artefactos de borracha.<br />

R. Figueira da Foz, 77- Coimbra·<br />

Tel. 3607. Teleg. Lusa.<br />

diversa, válvulas para auto-<br />

(Segtte)<br />

t iíl... .<br />

________..-"<br />

~ .. ela dos seus tr·abalhos.<br />

·------- --- -------------------------------------------------<br />

dão. Enxovais. Bordados Regionais.<br />

Lenços de linho e de algodão. -<br />

Largo do Prior do Crato - Guima­<br />

Indicadores e indicadores de PH.<br />

Matérias corantes e soluções de matérias<br />

corantes. Preparações diversas<br />

Preparados para<br />

fins científicos. Papéis reagentes e<br />

papéis de filtro. P rod utos químicos<br />

e farmacêuticos.- Rua Sapateiros, 39<br />

- Lisboa - Telefones 24286, 24287,<br />

25709 e 3I753·<br />

Bandeira, 520-526- Telefone <strong>22</strong>I35-<br />

-<strong>22</strong>r36 Telegramas: AGFA- FOTO<br />

-Porto.<br />

* G a r c e z, L ,da - Foto - Cinema,<br />

R. X., etc. - Rua Garrett, 88- Lisboa<br />

- Telef. 24974.<br />

'r li Congt•esso ~ aeioual do S itulieato<br />

dos quadt•os hospitalat•es-Ft•ança<br />

O Sindicato que em França representa o pessoal que trabalha em <strong>Hospitais</strong><br />

realiza anualmente um importante congresso, no qual se dis•cutem os maiores<br />

problemas da assistência hospitalar.<br />

O deste ano realiza-se, de 5 a 7 de Junho em Colmar (Alto-Reno) e<br />

Prevê vári•as sessões de trabalhos, festas e excursões.<br />

Estes congressos costumam notabilizar-se pela variedade de assuntos<br />

neles discutidos e pela variedade dessas discussões.<br />

Daqui enviamos aos nossos colegas franceses os melhores votos pela efi­<br />

PoRTUGUESES 27<br />

I<br />

!<br />

~


I<br />

Tt•auset•evem-se as seg11intes passagens do RelatõJ•io<br />

das Actividades do SeJ•vi~o Nocial tl11raute o aoo<br />

de :1932 nos llost•itais tla Univei·sidade de CohubJ'a<br />

São decorridos mais 12 meses de actividade ... é<br />

tempo pois de apresentar o resultado dessa actividade,<br />

embora um pouco espinhosa, mas com grandes possibilidades<br />

de melhores e maiores realizações no campo<br />

do Serviço Social. ·<br />

O campo custa a cultivar... Mas, postas de parte considerações,<br />

verifiquem-se os resultados de tão difícil tarefa durante o ano<br />

de 1952, por meio do seguinte quadro estatístico:<br />

Pessoas atendidas .<br />

N. 0 de pedidos sociais entrados<br />

N. 0 de casos resolvidos .<br />

N. o de processos sociais feitos<br />

N. 0 de inquéritos hospitalares aos doentes<br />

Internamentos no Instituto de Oncologia.<br />

Internamentos em Sanatórios<br />

Internamentos na Tutoria .<br />

Transportes de doentes .<br />

Compra de aparelhos ortopédicos<br />

Cintas medicinais<br />

Pares de óculos<br />

Rendas de casa<br />

Correspondência com os doentes<br />

Correspondência recebida dos doentes .<br />

Ofícios enviados<br />

3.800<br />

748<br />

620'<br />

140<br />

951<br />

11<br />

3<br />

1<br />

20<br />

2<br />

4<br />

12<br />

3<br />

30 cartas<br />

15 »<br />

121<br />

Valerá a pena continuar o Serviço Social no Hospital ?...<br />

Este pergunta foi feita há dias pelo EX. 1110<br />

Senhor Director doS<br />

<strong>Hospitais</strong>.<br />

28 HOSPITAIS<br />

Não me sinto capacitada para uma resposta quer afirmativa<br />

quer negativa. Limito-me apenas a expor factos realizados e algumais<br />

ideias concebidas ·para melhor organização dos Serviços, submetendo<br />

tudo à autorizada crítica dos meus Superiores.<br />

Meuhor do que eu, podem eles julgar pelos factos que se apresentam,<br />

da ·vantagem ou desvantagem do nosso Serviço.<br />

Vou agora apresentar alguns casos escolhidos de entre os 620<br />

que se estudaram e resolveram.<br />

1. Trata-se de uma menor que deu entrada nos H. U. C.<br />

Sofre de adenopatia bacilar. Tivemos conhecimento deste caso<br />

numa das habituais visitas pelas enfermarias. A enfermeira disse­<br />

-nos que a doente já tinha «alta», mas que não podia sair do Hospital<br />

porque não tinha para onde ir. Dizia que não tinha família.<br />

Falou-se particularmente com a doente, que nos contou a sua<br />

história, um pouco fantasiada. Para nos certificarmos da sua verdadeira<br />

situação, mandamos pedir inquérito à respectiva Comissão<br />

Municipal de Assistência que nos deu a seguinte informação:<br />

«A pessoa e mquestão vive nas mais extraordinárias condições.<br />

Sua família, composta de pai, mãe e cinco filhos, viveu pobremente<br />

durante alguns anos nesta Vila, sendo socorrida frequentemente pela<br />

Conferência de S. Vicente de Paulo, visto que o chefe da família<br />

nem sempre tinha trabalho e a mulher tuberculosa cada vez podia<br />

menos. Em 1950 morre a mãe e o pai imediatamente tratou de colocar<br />

os filhos, todos menores, uns a servir e outros em casa de pessoas<br />

de família, excepto a doente, que ninguém quis por ser um tanto<br />

anormal. Mas o pai sem quaisquer escrúpulos, deixou-a numa<br />

taberna, pagando 2$50 por dia pela dormida e café da manhã, mandando-a<br />

à sopa, onde a receberam e lhe davam almoço e uma sopa<br />

Para o jantar. O ambiente da taberna está muito longe de ser razoá­<br />

Vel. O pai não tem pago o que leva o taberneiro a dizer que a põe<br />

na rua».<br />

Em face desta informação pediu-se à Comissão Municipal de<br />

Assistência a sua atenção para esse caso. Respondeu ela que já<br />

tinham pedido o seu internamento em casa de especialidade, que<br />

PORTUGUESES 29


I<br />

não devia tardar e que portanto lha mandassemos. Imediatamente<br />

foi, acompanhada de uma enfermeira, tendo-se-lhes pago a viagem.<br />

Uma criança doente sofrendo de tuberculose óssea. N ecessita<br />

de internamento em Sanatório Marítimo. Fez-se pedido de<br />

internamento ao Instituto de Assistência Nacional aos Tuberculosos.<br />

Pediu-se à respectiva Comissão Municipal de Assistência a<br />

documentação necessária para o seu internamento no Sanatório, a<br />

qual não tardou em nos mandar a documentação. Pela nossa parte<br />

enviámo-la para o I. A. N. T. reforçando o pedido de internamento.<br />

Por fim foi autorizada a sua admissão no referido Sanatório.<br />

Como a doente não pôde ir só, pela sua pouca idade, requisita-se<br />

a Brigada de Educação Sanitária da Família para a acompanhar.<br />

Como ficava muito dispendiosa a viagem directa ao Sanatório<br />

com as Brigadas, pediu-se a colaboração do' Instituto de Assistência<br />

à F a mília em Lisboa, para que a pequena pudesse ir acompanhada<br />

ao Sanatório. Assim foi.<br />

As Brigadas acompanharam-na a Lisboa ao Instituto e dali<br />

seguiu, no dia seguinte,. para o Sanatório, on de ficou internada.<br />

Concedeu-se a esta doente um enxoval.<br />

T ermino relatando mais um caso dos muitos que também nos<br />

aparecem.<br />

Veio às 17,30 horas ao Serviço Social uma doente, já bastante<br />

idosa ,muita aflita sem saber que fazer. Era a primeira vez que<br />

saía da sua terra, onde vivia com duas sobrinhas.<br />

Contou que t endo ch~ga do tarde por se ter atrazado a «camionette»,<br />

já não pôde ser atendida na consulta do Hospital, para onde<br />

vinha com as respectivas guias da Câmara com o fim de ser operada.<br />

Não tinha nada. Nem dinheiro, nem comida, nem dormida. Fez-se<br />

notar à doente a sua imprevidência de vir assim desprevenida e fize·<br />

ram-se várias diligências no sentido de encontrar dormida para<br />

a doente.<br />

Recorreu-se a três Instituições Particulares baldadamente!<br />

Até que por fim nos lembramos de bater à porta das Irmãs Tere·<br />

sianas, que com a maior caridade receberam a velhinha, dando-lhe<br />

comida e dormida. Beijamos-lhes as mãos reconhecidamente.<br />

30 HOSPITAIS<br />

Isto eram já 19 horas. ~o dia seguinte o reconheciment~ da<br />

doente não tinha limites, tendo sido depois internada no Hospttal.<br />

Assim resolvendo centenas de casos, se passou um anO' de serviço,<br />

em q~e houve alguns dissabores e complica,ções, que pouco a<br />

pouco se foram solucionando.<br />

A CÇÃO DO SERVI ÇO SOCIAL<br />

DOS<br />

H . U. C.<br />

DO ~---------<br />

DOENTE NOS<br />

SAÍDA DOS DOENTES<br />

ENTRADA<br />

H. U. C .<br />

VISITA NAS E NFE R MARIAS<br />

VERIFICAR A SITUAÇÃO<br />

FAMILIAR EM CASA DO<br />

DOENTE<br />

\<br />

FICHA FAMILIAR<br />

APONTAMENTOS- ESTUDO SOCIAL<br />

CATALOGAÇÃO<br />

'AMiLIAi ÁVEIS-F. INSTÁVEIS<br />

/<br />

~ESULTADOS DA ACÇÃO SOCIAL<br />

DOS<br />

H . U . C.<br />

VERIF I CAR CONDIÇÕE S<br />

DO D OENTE EM CASA<br />

\ \<br />

COMPORTAMENTO- P RESCRIÇÕES<br />

DOS DOENTES<br />

FICHA CLÍNICA<br />

MÉD ICAS<br />

\ I<br />

RESULTADO DA ACÇÃO<br />

DIAGNóSTICO- PROGNóSTICO<br />

MÉDICA<br />

31


O !1ovo Hospital Eseolat•<br />

tle Lisl•oa<br />

No dia 27 de Abril, integrado nas<br />

comemorações do 25. 0 aniversário da<br />

entrada do Prof. Oliveira Sa·lazar para<br />

o Governo, foi inaugurado o novo<br />

hospita1l esoo•lar, o maio1" edifício de<br />

Portugal.<br />

<strong>Hospitais</strong> <strong>Portugueses</strong> dará brevemente<br />

aos seus leitores uma descrição<br />

técni.ca completa do grandioso<br />

edificio.<br />

Po1" agora limitamo-nos a registar<br />

as p1"incipais fases da inauguração.<br />

No dia 25 foi o hospital visitado<br />

pela imprensa que o percorreu demoradamentte,<br />

acompanhada pelos técni.<br />

cos responsáveis pela construção.<br />

No dia 26 foi o Sr. Presidente do<br />

Conselho que, acompanhado. do Ministro<br />

das Obras Públicas e presidente<br />

da Comissão Executiva da União Naci,onal,<br />

ef·ectuou minuciosa e longa<br />

visi~a ao novo hospital.<br />

Fina'lmente, no dia 27, às 10,20 horas<br />

o Chefe 'do Estado entf'au pelo<br />

portão pri.ncipa,l, passou revista à<br />

guarda de honra e foi recebido por<br />

membf'OS do Governo e outras altas<br />

~ndividualidad es que o Ministério das<br />

Obras Públicas convi'dou para a<br />

mónia.<br />

O Presidente Craveiro Lopes dõ<br />

cerrou a lápide comemorativa dl<br />

inauguração e presidiu no enorml<br />

anfiteatro à sessão· solene, durante a<br />

qual discursaram os Minis·tros dai<br />

Obras Públicas, do Interior e o pr&<br />

prio Chefe do Estado.<br />

o novo hospital escolar só entrad<br />

em funcionamento no próximo ano<br />

lectivo. A Comissão Instaladora te!ll<br />

empregado todos os ·esforços para que<br />

tão grande e belo edifício bem desem·<br />

penhe a função que lhe foi destinada.<br />

Num Idos próximos números desta<br />

revista teremos ocasião de<br />

aos nossos 1reittores, ·como a-cima dei·<br />

xamos dito, uma descrição completa<br />

e técni·ca do Hospital Escoiar de Lis·<br />

boa. Nessa altura referiremos, coJll<br />

mais desenvolvimento, os discursOS<br />

que foram pronunciados no acto da<br />

inauguração e que têm passagens de<br />

verdadeiro interesse para quem se<br />

dedica aos problemas da assistência<br />

hospitalar.<br />

=======================================~<br />

Regulamento sanitário iuteJ•uacloual<br />

O decreto-lei n.o 39:193, de 2 de M 'aio aprovou para ratificação o rego·<br />

lamento n.o 2 da Organização Mundial de Saude, adoptado pela 4.a Assembleil.<br />

Mumdia'l de Saude e assinado em Genebra, em 25 de Maio de 1951.<br />

32<br />

O•·topedia e trattlnatolo~ia,<br />

stta eaat·ea•tna~e•••<br />

Pelo enfermeiro-monitor F. CANDIDO DA SILvA<br />

Este assunto é de tal forma restrito ao enfermeiro,<br />

que, apoiado no velho ditado latino «não<br />

vá o sapateiro além da chinela», receio até introduzir-me<br />

nele. No entanto, com a longa prática<br />

em serviços de cirurgia ortopédica, atrevo-me a<br />

vir a público dizer alguma coisa aos colegas que<br />

tiverem a paciência de me ouvir, sobretudo para<br />

evitar, se poder ser, que nesta arte de endireitar<br />

pernas e encanar canelas, não haja algum enfermeiro que enverede<br />

pelo caminho dos velhos e rê lhos endireitas d' aldeia.<br />

Hoje, graças ao ensinamento da nossa Escola, temos condições<br />

essenciais para sermos pelo menos bons colaboradores dos médicos<br />

ortopedistas; temos obrigação técnica para prestar bons serviços<br />

neste campo; temos responsabilidades profissionais para executar<br />

com perfeição toda a orientação que nos quiserem dar os nossos<br />

especialistas de traumatologia e ortopedia. E é conhecendo toda<br />

esta cópia de responsabilidades, que vamos expor certos princípios<br />

que é conveniente saber manipular, com verdadeiro espírito de colaboração<br />

e de consciência essencialmente profissionaL Dizia eu que<br />

o nosso raio de actuação na elaboração dos serviços técnicos de ortopedia<br />

e traumatologia é considerado muito restritamente, e com este<br />

conceito poderia dar a impressão, de que nada mais teríamos que<br />

fazer senão executar mecânicamente as ordens dos médicos.<br />

Não é bem assim; os médicos exigem sobretudo agora, que os<br />

enfermeiros tenham uma preparação técnica já bastante perfeita, e<br />

rnuitas vezes, e até quase sempre ,a nossa colaboração eficiente e<br />

tecnicamente conhecedora, facilita imenso a sua acção, e concorre<br />

Para o bom êxito do seu trabalho e consequentemente do fim a atingir<br />

para bem do doente. Esta finalidade deve ser o nosso «modus<br />

PoRTUGUESES 33<br />

3


faciendi», porque na verdade, a nossa profissão tende, antes de tudo,<br />

em colaborar com a medicina, para bem dos doentes. Posto isto,<br />

e dando por terminada esta espécie de introdução vou passar ao<br />

assunto:<br />

A colaboração do enfermeiro nos serviços de traumatologia e<br />

ortopedia, implica o conhecimento mais ou menos perfeito de:<br />

a) Fracturas.<br />

b) Seus socorros urgentes.<br />

c) Processos de transporte de doentes fracturados.<br />

d) Imobilização provisória.<br />

e) Imobilização definitiva.<br />

Todos nós sabemos como se define uma fractura : é uma solução<br />

de continuidade num osso, total ou parcial, produzida por traum<br />

atismo.<br />

As fracturas classificam-se por:<br />

fract uras abertas- fechadas- com pletas- incompletas<br />

- transversais -oblíquas - espiroides -longitudinais ­<br />

axiais - simples - múltiplas- esquirolosas ou cuminutivas.<br />

Segundo os deslocamentos ósseos podemos notar que as fracturas<br />

se classificam fracturas por:<br />

a) Cavalgamento.<br />

b) Por penetração.<br />

c) Por afastamento.<br />

Nas fracturas esquirolosas podem existir esquírolas sedentáriaS<br />

e transportadas.<br />

É esta a classificação genérica das fracturas, não nos interes·<br />

sando muito a estrutura de cada uma delas, nem a sua dilimitação<br />

absoluta, para fim exacto de diagnóstico; isso não é a nós que per·<br />

tence mas ao médico. No entanto, devemos ter conhecimento mais<br />

34<br />

ou menos exacto de certos sintomas de fractura, para darmos melhores<br />

informações ao médico, quando suceder que estejamos a tratar<br />

doentes longe da cidade, e seja necessário dar conhecimentos com<br />

precisão para fins de terapêutica.<br />

Vejamos, se for possível, qual a estrutura anatómica, se assim<br />

se pode dizer, de cada uma das fracturas:<br />

Fechadas: - as que não têm solução de continuidade da pele;<br />

Fracturas abertas ou expostas:- aquelas em que o foco da<br />

fractura comunica com o exterior através de uma solução de continuidade<br />

nos tecidos moles ·<br />

'<br />

Completas: - quando dividem o osso em duas ou mais porções,<br />

dizendo-se duplas, triplas, etc. ;<br />

Incompletas: - quando não• dividem o osso completamente;<br />

Transversais: - quando o traço de fractura forma um ângulo<br />

recto com o eixo longitudinal do osso;<br />

Oblíquas: - quando o traço de fractura não é perpendicular<br />

ao eixo do osso, e forma com ele um ângulo agudo;<br />

Espiroides: - quando forma uma espira à volta do eixo<br />

do osso ·<br />

'<br />

Simples:- quando a traumatismo produz uma fractura, formada<br />

apenas por dois segmentos;<br />

Múltipla:-esquirolosa ou cominutiva quando se produzem<br />

muitos fragmentos.<br />

Como dissemos, podemos ainda classificar as fracturas conforme<br />

a posiçao . ~ que tomam os segmentos osseos , f ractura d os.<br />

Assim, dizemos que há fractura por cavalgamento quando os<br />

fragmentos ósseos se sobrepõem lateralmente; por penetração ou<br />

encravamento quando os topos ósseos penetram um no outro; por<br />

afastamento quando os topos ósseos ficam muito afastados mas com<br />

0<br />

mesmo eixo longitudinal.<br />

Passemos agora aos sintomas das fracturas. Teremos nós<br />

competência profissional para conhecer alguns sintomas e declarar<br />

com rna· . ~ . ~ f ?<br />

IS ou menos · precisao se existe ou nao ractura .<br />

35


I<br />

Parece-me nosso dever, exige-o o nosso brio de enfermeiros<br />

diplomados, que a noção aproximada e até certo ponto precisa, do<br />

tacto quase clínico nestes casos, é absolutamente necessário. Temos<br />

de admitir sempre a hipótese de termos de trabalhar quase em perfeita<br />

responsabilidade do nosso trabalho. Temos que considerar a<br />

nossa personalidade de enfermeiros diplomados perante casos que,<br />

embora provisoriamente, tenham que ser resolvidos por nós sem a<br />

presença do médico.<br />

Apresenta-se-nos um ou mais sinistrados, que foram vítimas<br />

de um acidente, e trazidos em viatura improvisada, entra no posto<br />

ou pequeno hospital que está a nosso cargo; temos que observar,<br />

temos que inquirir, temos finalmente que agir.<br />

Os primeiros sintomas que nos devem impressionar são:<br />

-A dor e a impotência funcional.<br />

A dor indica-nos imediatamente que no seu ponto de localização<br />

alguma coisa se passará; é geralmente uma dor contínua, pro·<br />

.funda, localizada.<br />

Vem a seguir a impotência funcional; este sinal aparece quando<br />

não há perfeita coaptação dos topos ósseos, porque em certos casos,<br />

há verdadeira fractura, e não há total impotência funcional. Vários<br />

sinais nos dão conhecimento da existência de fracturas:<br />

A deformação, devida ao desvio ou deslocamento dos fragrnen·<br />

tos ósseos. A mobilidade anormal, e crepitação, que é devida à sen·<br />

sação do roçar dos fragmentos ósseos. Aparecem ainda as equimoses,<br />

sinal certo de que houve soluções de continuidade na<br />

profundidade dos tecidos circunvizinhos e infiltração do sangue na<br />

espessura dos mesmos tecidos.<br />

, Mui:_as vezes aparece algumas horas depois, hipertermia devida<br />

a. reabsorçao do hematoma ao nível do foco de fractura. Todos estes<br />

sinais nos podem levar a uma conclusão certa de que existe fractura.<br />

Qual a nossa acção de enfermeiros, perante um sinistrado<br />

fracturado? Temos que pôr a hipótese de se tratar de doente corP<br />

fractura fechada ou aberta, e neste caso, com ou sem hemorragia.<br />

Primeira hipótese: surge a necessidade de uma imobilização provisória;<br />

é sempre provisória a imobilização feita pelo enfermeiro; não<br />

podemos ter a ousadia de pensar, que podemos tratar um doente<br />

fracturado, sem observação do médico. É de facto ousadia que pode<br />

dar péssimas resultados, que pode deixar doentes aleijados ou mesmo<br />

inutilizados, e que nos colocará no mesmo nível dos «endireitas da<br />

aldeia». Sejamos prudentes e actuemos sempre dentro do limite da<br />

nossa esfera de acção. O aparelho que improvisarmos ou que aplicarmos<br />

ainda que com toda a nossa ciência de diplomados, é sempre<br />

provisório; provisório até à altura de darmos conhecimento ao<br />

médico; pode transformar-se em definitivo, se o médico concordar<br />

com a imobilização que fisermos depois das nossas elucidações concretas<br />

e conscientes.<br />

É portanto a imobilização o nosso primeiro trabalho no caso<br />

de .uma fractura fechada. Qualquer membro fracturado, e até a<br />

ma1or parte dos ossos exigem para a sua consolidação um processo<br />

de imobilização. Os mais vulgares são formados por aplicações<br />

de talas de madeira, de cartão, de arame, de metal-latão-zinco, etc .<br />

;m certos casos porém podemos obter perfeita imobilização com<br />

Igaduras e gravatas. Temos nestes casos, as fracturas da clavícula<br />

e. do húmero, que podemos imobilizar quase com perfeição com as<br />

hgaduras de Gerdy e de Velpeau respectivamente. Nas fracturas<br />

dos ossos do ante-braço podemos, à falta de talas ou doutros elementos<br />

de 1mo . b'l' 11zaçao, -- ap 1' 1car um lenço de Mayor, e transversalmente<br />

u~a espécie de faixa sobreposta. Qualquer que seja o meio de imobilização<br />

que empregarmos, a pos1çao · -- d o b raço d eve ser em ângulo<br />

recto, fixado ao tórax.<br />

(Continua)<br />

O cluqueuteuát•io tio llosf•ital do l'ltt•ama•·<br />

O Hospital do Ultramar comemo­<br />

~ou, no dia 24 de Abril último 0<br />

~o • .<br />

· aruversário da sua fundação que<br />

~ '<br />

.deve, como é sabido, ao ministro<br />

1' ell, .<br />

t eira de Sousa. O Hospital do Ulrarnar,<br />

estabelecimento de assistência<br />

e de<br />

mve,.bgaçao,<br />

· , . -<br />

mantido<br />

.<br />

pelas nossas<br />

p •<br />

rovmcias ultramarinas, atravessa<br />

presentemente uma fase de grande<br />

progresso. Começou em 1943 o s-eu<br />

programa de profunda transformação,<br />

e metódica e perseverantemente o tem<br />

realizado, sob a alta orientação do seu<br />

actual Director ·a quem cumprimentamos.<br />

Jlo R.TUGUESES<br />

37


ealiza a obra, deverá ser feita somente após ter sido recebida a comunicação<br />

pela entidade competente ou haver sido publicada no Diário do Governo a<br />

concessão da mesma? Ou poderá ser feita a inscrição independentemente<br />

desta formalidade?<br />

Resposta<br />

Rigorosamente a inscnçao só deveria f,azer-se após a publicação no<br />

Diário do Governo, pocém, admite-se que seja feita logo que tenha sido recebida<br />

a comunicação da concessão pela entidade respoctiva.<br />

CONSULTA N. 0 4<br />

Como devem ser contabilizadas as receitas em géneros e outroo artigos,<br />

pela necessidade de o saldo do caixa conferir exactamente?<br />

R esposta<br />

Não considerando o caso dos doiJloativos ·em géneros que são desnecessá·<br />

rios ao consumo da instituição e que portanto são vendidos, temos aqueles arti·<br />

gos que são utilizados em coonsumo próprio. Para esses atribui-se-lhes um valor<br />

tomando 'Como base ·a •estiV'a camarária, o 'tabelamento oficial, no caso de exis·<br />

tir, ou o preço praticado na região. Em seguida passa-se guia de receita na<br />

importância calculada em nome do Provedor ou Director.<br />

Na mesma data pro-cessa-s-e uma · autorização de pagamento a favor do<br />

Provedor ou Director, na impoortância da guia de receita. Esta autorização é<br />

classificada conforme a rubrica -correspondente a aquisições de artigos da mesma<br />

natureza, pelo que pode dar-se o caso de se ter de passar tantas autorizações<br />

quantas as diferentes rubricas pelas quais serão classificáveis os diversos artigOS·<br />

No caso de não existir dotação orçamental suficiente na despesa ou mesmo não<br />

existir qualquer dotação a guia de receita atrás indicada converter-se-á enJ<br />

receita virtual apaflecendo no saldo do «·caixa» como receita em documentOS·<br />

No primeiro orçamento a elab01"ar dotar-se-á a verba convenientemente<br />

e proceder-s·e-á à •liquidação respectiva.<br />

CONSULTA N . 0 6<br />

Como proceder no caso de durante um ano ter havido duas comissões<br />

administrativas numa instituição? Será organizada uma só ou duas contas<br />

de gerência relativas respectivamente ao período de duração de cada administração?<br />

Resposta<br />

Deverão ser organizadas duas contas de gerência que serão apresentadas<br />

no prazo nOl'lTlal se a substituição da Comissão administrativa tiver sido. parcial,<br />

ou no pr.azo de 45 dias a contar da -data da substituição, se esta houver<br />

sido total.<br />

No primeiro caso, para determinação da entidade julgadora tomar-se-á·<br />

o montante global das duas •contas.<br />

No caso pr.evisto no artig·o 14. 0 § único do decreto n. 0 26:341, de 7 de<br />

Fevereiro de 1936 será feita imediata •apresentação da conta de gerência, isto é,<br />

quando a substituição da gerência se faça por motivo de presunção ou apuramento<br />

de qualquer irregularidade.<br />

<strong>ANO</strong>TAÇÕES À CONSULTA N ." 3 (Publicada no n ." 21)<br />

CONSULTA N .o 5<br />

Quando para a realização de qualquer obra cujo dispêndio esteja já<br />

determinado por orçamento previamente elaborado, se solicite a comparticipa·<br />

ção financeira do Estado, a inscrição desta no orçamento da Instituição que<br />

38<br />

Onde se lê «decreto n. 0 29:324 ~ , leia-se «decreto n. 0 29 :724».<br />

Um leitor amigo que ocupa brilhantemente um alto posto público informa que, como<br />

llUia da classificação orçamental, deve aconselhar-se o livrinho do Cap. S. A. M. Vasco<br />

Martins- Parede, «Dicionário Manual das Despesas Públicas». À parte algumas classificações<br />

discutíveis, é ainda o melhor que temos no género. Os nossos agradecimentos.<br />

PORTUGUESES<br />

39


1·1<br />

Notícias paa·a médicos<br />

CJ•istalinos plásticos<br />

Desde 1949 que o Pvof.essor Ridley, de Londres,<br />

estuda a possiblilidade de substituir as lentes opacificadas<br />

para os operados de catamtas por •cristalinos plásticos.<br />

A dificuldade tem estado na co,loc,ação de umas<br />

pequenas lentículas de f!esina acrílica por detrás da íris.<br />

Parece, no ·entanto, que a técnica tem sido de tal modo<br />

aperfeiçoada que, em 65 casos, conseguiu nada menos<br />

de 47 sucessos.<br />

Uma nova vacina couh·a a a•ollomielite<br />

O Dr. Harry N. Weaver anunciou em Nova-Iorque, aos membros do conselho<br />

de administração da Fundação Nacional amerioana da luta contra a paralisia<br />

infantil. da qual é director científico, que uma noV'a vacina tinha sido<br />

experimentada oom êxito 'em seres humanos.<br />

Essa vacina é preparada a partir de virus cultivados, cuj·a virUJlência é<br />

destruída p elo formdl e óleos minerais. Seria •activa para os três tipos conhecidos<br />

de virus poliomielííticos: Brunhilde, Lansing e L'eon. Resta, contudo,<br />

precisar que tempo demora a produção de anticonpos no organismo e qual a<br />

duração da imunidalde adquirida.<br />

«Sentir-me-ia feliz -acrescenta o Dr. Weaver- se pudesse anunóar<br />

desde já que a vacina será e~ ·erimentada 'em grande escal·a ainda este ano.<br />

Mas não ouso assegurá-lo; posso, todavi•a, afirmar que os progressos consideráveis<br />

que se têm v:erifioado nestes últimos meses permitem augurar um importante<br />

passo em fvente».<br />

" Leucétnia tem Clll'a<br />

A leucemia, doença que a·té agora se oonsiderava incurável, tem cura<br />

-ao que anuncia o prof Cocchi, cujo tratamento efectuado com resultados<br />

positivos, 'em criança-s 'atacadas por este mal terrível, chama a atenção dos<br />

meios clínicos do Munido.<br />

Numa declaração ao «Nazzione», de Florença, afirma que 00 seus trabalhos<br />

foram, finalmente, coroados de êxito, provando que a leucémia é curável.<br />

As suas «•armas» principais são a cortisona e a-s hormonas sexuais. O tratamento<br />

que aplioava- acres·centa- permite transformar, primeiro a doença<br />

numa leucémia de tipo oe1uJ.ar, evoluindo gradualmente para a normalidade,<br />

até à cura clínica e anatómica.<br />

I~<br />

1<br />

Aos Srs. administradores, directores,<br />

médicos e enfermeiros de hospitais,<br />

casas de saude, sanatórios, etc.<br />

o comercio lOJista do distrito de Coimbra<br />

está preparado para fornecer, nas melhores condições,<br />

tudo o necessário para a construção, equipamento, e funcionamento<br />

dos hospitais, casas de saude, clínicas, etc.<br />

Se precisarem de comprar:<br />

Artigos de escritório, quinquilharias, ferragens,<br />

máquinas, drogas, tecidos, retrosarias,<br />

carnes, combustíveis, cereais, legumes,<br />

peixe, criação, lei te e lacticínios, louças e<br />

vidros, material electrico e cirúrgico, móveis<br />

e adornos, relojoaria, artigos de sola, etc.<br />

Queiram dirigir-se à União de Grémios de Lojistas de<br />

Coimbra - Av. Sá da Bandeira - que lhes fornecerá<br />

lista completa de todas as empresas que poderão consul­<br />

~ar para a aquisição de cada um daqueles artigos<br />

li<br />

40 HOSPITAIS<br />

PoRTUGUESES<br />

41<br />

_'


Enfer111agem de tl oenças infecciosas<br />

D e uma pa:lestra proferida p elo ·enfermeiro António M arques de Pina<br />

sobre a enfermagem numa clínica d e doen ças in feociosas, transcrevem os os pas·<br />

sos seguintes :<br />

«Quanto ao t ra tamento, presen temente têm aparecido alguns m edica·<br />

mentos que se dizem ter alguma acção electiva sobre o B . K ., como seja a<br />

E streptomi'Ci'na, o Acido P ara-Am ino-Salid lico, e por último o Acido IsoniC'IJ·<br />

tínico conhecido por Isoniasida, usando-se nesta clínica a aplicação destas três<br />

substâncias m edicamentaras da form a seguinte: 1 g. de Estreptomicina dia sim<br />

dia não, 4 a 6 cg. de Ácido I sonicotínico por cada Kg. de peso, o que equivale<br />

a uma m édia de 6 a 8 comprimidos por dia; nos dias em que não se administra<br />

a E streptomicina, aplica-se o P . A S. (ácido para-amino-salicílico) sob a forrtJB<br />

de infusão gota-à-gota, pela via endovenosa, visto que também se apresenta<br />

sob a forma de comprimidos e xarope.<br />

O p rocesso gota-a-gota tem dado os melhores resultados, e neste capí·<br />

tufo a Enferm agem tem de ser me-ticulosa, pois vai injectar no sistema car·<br />

dia-vascular grande quantidade de líquido. Os cuidados vão desde a verifica·<br />

ção de uma rigorosa assepsia, até à vigilância constante do doente durante<br />

a injecção.<br />

Quanto à técnica, é já conhecida por todos, mas no entanto passo a fazer<br />

uma sumária descrição, uma vez que difere um pouco daquela que habitual·<br />

mente se usa na aplicação dos soros, g!ucosado e fisiológico. Utiliza-se ufll<br />

!rasco monobloco, colocando-se na menor tuboladura um tubo de cautchiÍ·<br />

neutro e transparente, o qual é provido de uma ampola de Carrel, para perrtJI·<br />

fir um perfeito controle no ritmo das gotas; este tubo tem na extremidade ufll<br />

vulgar intermediário, mas na clínica de Celas têm-se adoptado e com vantagefll<br />

os intermediários com torneira, que permitem uma perda menor de substância<br />

medicamentosa pelo facto seguinte: uma preocupação da enfermagem é não<br />

deixar cair este soluto no chão, porque dá origem a uma nódoa que diflcilmente<br />

sai; e como sistema, nós preparamos na Sala de apoio o aparelho e de-pois de<br />

regulado é que o transportamos para junto do doente. O calibre das agulh 8 '<br />

deve ser de 8 a 10/ 10 e devem ser citratadas, para evitar que se obstruam pela<br />

42<br />

coagulação do sangue no Iumen da agulha, e em seguida faz-se a punção com<br />

uma agulha montada numa seringa de 20 c.c.<br />

Esta punção faz-se habitualme-nte nas veias da flexura do braço, e além<br />

disso, estes acessórios permitem colocar as infusões nas pequenas veias das costas<br />

da mão e do pé, 0 que pouco incomoda os doentes e em que as trombose::><br />

venosas eventuais seriam limitadas a um território muito pequeno e sem grande<br />

importância hemodinâmica.<br />

Outro cuidado da enfermagem é extrair todo o ar que se encontra na<br />

tubo, devendo 0 gota-a-gota de Carrel ficar m eio, o que nos indica a não existência<br />

de ar.<br />

A concentração do soluto empregado é de 30 °/ oo· E sse soluto deve ser<br />

aplicado dentro das 48 horas após a preparação, e no com eço do tratamento,<br />

a quantidade da infusão deve ser de 250 cc. no 1. 0 dia, 350 cc. no 2. 0 dia<br />

e SOO c.c. do 3. 0 dia em diante . A duração das infusões deve andar à volta<br />

de 3 h. a 3,30 h . Quanto ao ritmo das gotas também tem de ser meticuloso,<br />

e no quarto de h ora inicial, deve andar à volta de 40 por minuto e no restante<br />

tempo à volta de 50 a 60, visto que se este ritmo for rápido, podem aparecer<br />

acidentes de ordem cardio-respiratório e febris. A aplicação cuidadosa desta<br />

técnica permite praticar séries de 20 a 50 infusões sem provocar reacções secundárias,<br />

excep to ocasionais sin tomas alérgicos fáceis de reconhecer e dominar,<br />

bastando suspender o tratamento.<br />

Quanto à fe bre tifoide disse:<br />

É também muito importante o regime higieno-dietético, que consta de<br />

massas, farinhas, purés, peixe, carne picada, sumos de fruta ou medicamentos<br />

do tipo da Cerinutrina, Ceregumil, Cerifrute, etc. Estes doentes devem beber<br />

bastante água e para ser melhor tolerada, adicione-se-lhe xarope de groselhas.<br />

Cuidados de •enfermagem: Começamos pela higiene do doente fazendo-se<br />

o.s banhos parciais ou totais, no Jeito; profilaxia das escaras, vigiando as regiões<br />

de apoio, sobretudo 0 decúbito, friccionar com álcool canforado e colocar coxins.<br />

Estes doentes têm uma grande tendência para a formação de escaras em<br />

virtude da desnutrição e desidratação dos tecidos, visto que o órgão encarregado<br />

da absorção, encontra-se lesado e ainda infectada. Observar a técnica da<br />

aplicação do gêlo, que começa pela colocação de peque-nos fragmentos de gêlo<br />

no saco, para melhor se amoldar à região. O saco não deve estar em contacto<br />

Com a pele do doente envolvendo-se numa flanela previamente humedecida.<br />

Deve vigiar-se 0 doente, porque 0 gêlo pode provocar queimadura, e assim<br />

que se notar uma rubefacção acentuada deve proteger-se a pele com vaselina.<br />

A boca des tes doentes apresenta-se seca e por isso torna-se necessária a la vagem,<br />

duas ou mais vezes por dia, montando-se uma compressa numa pinça de<br />

lCocher e utiliza-se um soluto de barato de sódio ou água oxigenada, e por<br />

Vezes colocar mercurocromo em certas lesões que aparecem nas gengivas.<br />

PORTUGUESES 43


Combater as obstipações, mas com prudência, por meio de supositórios<br />

de glicerina ou um pequeno clister de limpeza, mas muito baixo.<br />

E por último vigiar as fezes, verificando se há sangue, não esquecendo<br />

o registo meticuloso da temperatura e pulso, principais elementos que indicam<br />

a má ou boa marcha da evolução da doença.<br />

Actividade sindical<br />

No dia 9 de Março realizou-se no<br />

Salão Nobre dos <strong>Hospitais</strong> da Universidade<br />

de Coimbra mais uma sessão<br />

cultuml promovida pela Delegação<br />

de Coimbra do respectivo Sin··<br />

dical'o.<br />

Foi muito concorrida por profissionais<br />

de um e outro sexo.<br />

Na mesa da Presidência encontrava-se<br />

o Ex. 111 0 Sr. Dr. Evaristo de<br />

M enezes, Chefe da Secr


além dos oficiais a•mericanos que pPestam serviço naquela Base, as autoridades<br />

civis e 'militares de Angra e de Ponta Delgada. O banquete decorreu com<br />

grande cordia•lidade, tendo-se trocado amistosos brindes.<br />

PROF. ANTóNIO FLORES- ~ai condewrado oom o Grau de<br />

Grande Oficial da OI'dem da Instrução Púb1i.oa, o Prof. António Flores, que há<br />

pouco se jubilou como catedráti-co de Neurologia da F•acutdade de Medicina de<br />

Lisboa, conforme então noticiámos.<br />

DR. ILíDIO DE OLIVEIRA BARBOSA- Acaba de . abandonar o<br />

cargo de inspector-chef.e adjunto o Enfermeiro-mar dos<br />

<strong>Hospitais</strong> Civis de Lisboa o Dr. Ilídio de Oliveira Barbosa<br />

que r.egressa às suas funções na administração navaL<br />

O louvor que o governo lhe conferiu e a m edalha<br />

de ouro de bons serviços com que o Enfermeiro-mar o<br />

agraciou são testemunho 'eloquente do alto apreço ern<br />

que é tida a sua actuação no nosso primeiro estabelecimento<br />

de assistência hospitalar.<br />

Nós que nos honramos com a sua amizade e tivemos<br />

o prazer de publicar, há poucos meses ainda, parte<br />

do magnífico relatório da sua visita a vários hospitais<br />

europeus, não podemos ocul-tar a mágoa de ver partir tão ilustre dirigente hospitalar<br />

e daqui lhe prestamos as mais sentidas homenagens.<br />

DR. AMADEU COLAÇO - Por motivo da sua breve partida para<br />

Angola, foi ho'menageado, no dia 21 de Fevereiro, o Dr. Amadeu Colaço, médico<br />

do quadro de Saude do Ultramar, que eX'ercia há quatn> anos funções dot:entes<br />

na cadeira de Z.oologi'a Médica do Instituto de Medicina Tropical. A homenagem<br />

foi-lhe prestada, como tributo às suas qua'lidades por um grlllpo de assistentes<br />

do I. M. T. e de co'legas, 'ex~a~unos , que para tarl se reuniram expressamente.<br />

PROF. LIMA BASTO- D eslocou-se ao Rio de Janeiro ·o Prof. Lima<br />

Basto, assishente do Instituro Português de Oncologia, que, a 'convite da F ede­<br />

I'ação Brasileira de Gastmentemlogi,a, foi participar no Simpósio do Cancro<br />

do Estomago, que se realizou em Petrópolis a pavtir de 24 de Março. O<br />

Prof. Lima Basto realizará uma série de conferências no Rio, em S. P aulo,<br />

Belo Horizonte e Porto Alegre.<br />

DR. JOÃO DE ALMEIDA- O distinto cinM"gião portuense Dr. João<br />

de Almeida foi eleito sócio correspondente do Centro de Estudos dos <strong>Hospitais</strong><br />

da Beneficência Portuguesa do Ri'O de Janeiro. Apr-esentamos as nossas<br />

felicitações.<br />

DR. MANUEL MENEZES- No dia 27 de Fevereiro, no Clube dOS<br />

Oficiais Americanos do Aeródromo das Lages, o corc:mel H. L. Smith ofereceu<br />

um banquete d e homenagem ao Governador Civil do Distrito Autónomo de<br />

Angra do H eroísmo, o distinto médico Dr. Manuel Menezes, a que assistiPaitl•<br />

V. S., nos instantâne os .. .<br />

f~


llosraHais ('his de l~isboa<br />

1. Efectuou-se no dia 14 de Fevereiro,<br />

na sede da Comi,ssão de Construções<br />

Hospita'lares do Ministério<br />

das Obras Públicas, o concurs·o para<br />

arrematação da empreitada de remo·­<br />

delação e ampliação - 1.a fase -<br />

do Hospital de D. Estefânia, de<br />

Lisboa, que vai ser adap>tado e convenientemente<br />

apet'f'echado para funcionar<br />

·exclusivamente como hospital<br />

pediátrico.<br />

2. Tomou posse no dia 14 de<br />

Março, tclo lugar de director do Banco<br />

e Serviço de Urgência destes <strong>Hospitais</strong><br />

o oDr. Jorge da Silva Araújo, cirurgião<br />

dos mesmos <strong>Hospitais</strong>, onde<br />

trabalha há 25 anos.<br />

Ao acto de posse, que foi •extraordinàriamente<br />

o0'11corrido ·e que se realizou<br />

no gabinete do Enfef'meiro-mor,<br />

assistiram muitos médicos, numerosos<br />

amigos do e'm.possado, e pessoal<br />

de todas as oategor:ias dos H. C. L.,<br />

Vlendo-se entre outros, o •Prof. Moreira<br />

Júnior, professor jubilado da<br />

Facu1da'de d:e Medicina de Lisboa e<br />

antigo cirurgião dos <strong>Hospitais</strong>, e o<br />

Dr. Silva Araújo, pai do novo direc-<br />

tor do Banco e ci.rurgião jubila·do dos<br />

<strong>Hospitais</strong> Civis.<br />

llosr•itai Get•al tle santo<br />

,\ofónio- POI'fO<br />

No dia 14 de Março tomou posse<br />

do cargo de director c1ínico deslt<br />

Hospita'l ·o Prof. Femando Magano.<br />

A posse foi-ahe con:Perida pelo Prove·<br />

dor, Prof. Luiz de Pina que, no seu<br />

discurso fez o elogio do empossado e<br />

do director cessante, Dr. Frazão Na·<br />

zareth. Fal'aram também o Dr. Mi·<br />

randa M endes, presidente da Direcção<br />

administrativa do Hospital, o Dr. Fra·<br />

zão N azareth ,e o empossado.<br />

A este envia <strong>Hospitais</strong> Portugue·<br />

ses os mais respeitosos cumpri.11lentoS·<br />

llospltals tia l iuheJ•slclade<br />

de CoimbJ•a<br />

1. A administração destes J{os·<br />

pitais vai m'ecaruzar-se<br />

.<br />

na sua<br />

rnaior<br />

extensão. Está aberto concurso entre<br />

as e'mpresas da especialidade que se<br />

mostram muito interessadas por ser<br />

es t a a pnme1ra<br />

. .<br />

ocas1ao<br />

.- que<br />

se lhes<br />

oferece para apresentarem em portO·<br />

gal o estudo completo da mecamzação<br />

dos serviços burocráticos de um<br />

hospitl:a1.<br />

2. ~ealizaram-se as provas dos<br />

coocursos para o's lugares de enfermeiros<br />

subchefes ·e estagiários. Vão<br />

1<br />

realizar-se brevemente autras provas<br />

para preencher .certos luga·res do quadro<br />

administmtivo que se encontram<br />

vagos.<br />

3. Já foi distr!ibuído o livro «Dez<br />

anos da história dos <strong>Hospitais</strong> da<br />

Universidade de Coimbra, sob a direcção<br />

do Prof João Porto», interessante<br />

repos[ltórti:o Idos factos aE ocorridos<br />

no último decénio.<br />

Hospital do Ultramar·<br />

A porta:rna n. 0 14:319, de 31 de<br />

Março aprova a nova ltlabela de taxas<br />

a cobrar pelo Conselho Administrati\lb<br />

deste Hospital por serviços de<br />

análises clínkas.<br />

lteeolhlmento das Orfãs<br />

Por portaria do Ministério do Interior,<br />

foi integrado, com o respectivo<br />

Património, na actuai Secção de<br />

Santa Clara da Casa Pia de Lisboa<br />

0<br />

Recolhimento das órfãs que até<br />

agora ·estav,a a •cargo da Misericórdia<br />

de Lisboa.<br />

~ .<br />

hospital de VIla Real<br />

Durante o ano de 1952, o movitnento<br />

do Hospita[ de Vila Rea'l foi<br />

o Seguinte:<br />

Foram hospiltaEzados 105 doentes,<br />

houve 133 pensi0'11Ístas, 26 porcionistas<br />

e 46 pobres, com uma média diári·a<br />

de doentes internados de 70,43, e<br />

uma médi'a de permanência por<br />

doente de 20,12, num total de 2.113<br />

diá~ias. Realizaram-s•e 60 operações<br />

de rpequena cirurgia oe 18 de grande<br />

cirurgia. No Banco fizeram-se 668<br />

curativos, deram -se 383 inj'ecções; e<br />

o total de ·assisti!dos foi de 1.111. Na<br />

consulta externa andaram e m tratamento<br />

ambulatório 30 doentes, •em<br />

medicin·a 'e cirurgia 62 e foram abonados<br />

de medica1mentos 52. Foram<br />

inlternadas 6 p·arturientes. Houve<br />

1<br />

6 'partos, de que nasceram 6 crianças,<br />

duas das quais de partos nor'mais e<br />

quatro distócico-s. A média de parturientes<br />

internadas foi de 3,2 e a<br />

média de perm'anência por partudente<br />

foi de 16 dias.<br />

Jlospltal da 11urto1a<br />

Realizou-se na Santa C.asa da Misericórdia<br />

da Murtosa a abertura das<br />

propostas p·ara a empreitada das<br />

obras de ampliação da CQinsulta externa<br />

do hospital sub-regional do<br />

concelho. Apareceram vários concorrentes,<br />

tendo a Mesa Administrativa<br />

adjudi•cado ·os trabalhos ·ao Sr. Abel<br />

Fer!l"eira da Si,lva, de Sangalhos, pela<br />

importâncita de Esc. 126.7 50$00.<br />

Hospital tle Anadia<br />

Durante os meses de Junho, Julho,<br />

Agosto e Setembro, vão realizar-se<br />

nesta vila grandes festas regia-<br />

48<br />

49


nais, cujo produto reverberá para auxiliar<br />

as despesa·s de construção do<br />

pavilhão para doentes infecto-contagiosos,<br />

que ·se ·es,tá a erguer na encosta<br />

do Monte Crasto, próximo do actual<br />

hospital da vila.<br />

Conta-s·e com a p resença de afamados<br />

conjuntos fok'lóri•cos, m usicais<br />

e desportivos, além doutras r-ealizações<br />

que devem chamar a esta vila<br />

enorme multidão de pessoas, como<br />

artistas, da rádio, 'etc.<br />

IustHnto Pm·tugnês<br />

de Oncologia<br />

O sr. Cardeal Patrirarca visituu o<br />

Im~ti'tuto Português de Oncologia,<br />

onde procedeu à sagração ·da capew.<br />

Seguiu-s.e a inauguração


O DIA MUNDIAL DE SAUDE<br />

Angola<br />

Para conhecimento dos nossos leitores,<br />

temos o ma:ior gosto em fa,cultar<br />

algun·s elemeinbos acerca da finalidade<br />

e funcionamento da Provedoria<br />

da Assistência, uma bela iniciativa<br />

do adua1 Governador Geral.<br />

A Provedoria será uma instituição<br />

de utiJ.idade pública com personalidade<br />

jurídica e destina-se essencialmente<br />

a criar e manter asi'los, recolhimentos,<br />

a:lbergues, cozinhas económicas<br />

e ol.lltros organismos de assistência<br />

e benefkência; subsidiar instituições<br />

de caridade; promover a coordenação<br />

das actividades e a estreita cooperação<br />

das referidas instituições; socorrer<br />

directamente os necessi


A pedido de alguns leitores, a seguir<br />

se dá nota dos principais diplomas<br />

legais que o•rganizam, ais que entre·<br />

guem aos Centros de Assistência Psiquiátrka<br />

os alienados que não pos·<br />

sam ser tratados nem vigiados pelos<br />

seus fa1mi'liares;<br />

- Decreto-•lei n. 0 37:621, de 18<br />

de Novembro de 1949, autoriza a<br />

construção de ·casas para 30 famílias<br />

que vã·o sair do Convento de Lorvão<br />

por este se destinar a hospi1tal de alie·<br />

n'ados;<br />

- ·Portaria n. 0 12:994, de 25 de<br />

Novembro de 1949- Aprova o qua·<br />

dm de pessoal de direcção e chefia do<br />

Centro Psiquiátrico da Zona Sul;<br />

-Portaria n. 0 12:993, mapa de<br />

pessoal fora do quadro de direcção e<br />

chefia do Centro Psiquiátrico da Zona<br />

Sul;<br />

-Decreto n. 0 37:775, de 20 de<br />

Fevereiro de 1950, manda instalar no<br />

Hospital Júlio de Matos, o Centro<br />

de Estudos Prof. Eg·as Moniz.<br />

Hospital Júlio de Matos - Sétimo<br />

relatório da administração -1952.<br />

O Dr. Paiva Correia apresenta-nos<br />

o seu 7. 0 relatório de administração.<br />

Inicia-o com uma homenagem ao<br />

Prof. António Flores que foi director<br />

daquel estabelecimento e que o limite<br />

legal :de ~dade afastou há pouco<br />

tempo. O resto do livm segue, com<br />

alterações pouco notáveis, o esquema<br />

dos relatórios anteriores. Eis alguns<br />

números que achamos curiosos:<br />

Os débitos ao h•ospital provenientes<br />

de internamentos de doentes a<br />

cargo de câmaras munidpais que, em<br />

31 de DeZ'embro de 1952, atingiam já<br />

o elevado montante de 5.456.175$96,<br />

representam um acréscimo de dívidas,<br />

em relação a 31 de Dezembro<br />

de 1951, de 1.023.624$80.<br />

A assistência manteve o seu nível,<br />

ao Passo que, ·em 1946, o custo integral<br />

de um doente se ·cifrou, na Secção<br />

Asi•lar, on'de se instala a grande<br />

massa de doentes, em 25$80,1 fi­<br />

Jeou-se, no ano findo, em 18$70,2 ou<br />

seja em menos $62 ,3, ainda, que no<br />

ano de 1951. O número de doentes<br />

continuou a subir, pois que, de 1.165,<br />

em 1951, passou a 1.237, em fins de<br />

19 52. O subsídio do Tesouro, nos<br />

anos de 1946, 1951 e 1952, foi respectivamente,<br />

de 5.162.526$, 7.434.000$<br />

e 7.739.000$ e as receitas próprias d,o<br />

Estabelecimento, a despeito de ~das<br />

as dificuldades na sua realização, subiram<br />

de 1.297.477$87, em 1946, para<br />

3.896.951$60, em 1951, e para escudos<br />

3.934.023$50, ·em 1952.<br />

A colecção dos relatóri>os do doutor<br />

Paiva Corr-eia já hoje são valioso<br />

elemento de estudo dos problemas de<br />

administração hospitalar. Este sétimo<br />

livro não desmerece dos anteriores.<br />

St.a Casa da Misericórdia de Montijo.<br />

T·emos :presente um breve relatório<br />

da sua actividade do ano de 1952.<br />

Por de se vê que, nas consultas externas<br />

se inscreveram 1.148 doentes e se<br />

deram 3.434 consultas. No Banco<br />

houve 1.549 consultas, ·5.984 tratamentos,<br />

9.759 injecçõ·es, 345 intervenções<br />

de pequena cirurgia. Foram<br />

intemados 81 doentes, dos quais 55<br />

indigentes e 26 porcionistas e pensionistas.<br />

O número total de dias de<br />

internamento •atingiu 582. Aos <strong>Hospitais</strong><br />

Civis de Lisboa foram transportados<br />

16 doentes. A Sopa dos<br />

Pobres forneceu 40 .816 refeições,<br />

qua~e o dobro do ano anterior.<br />

Uma nota, todavia, ressalta de<br />

todo o relatório: o enltusia·srno, a fé,<br />

a •energia da Mesa. Ao lançar o<br />

apelo a tddos os habitantes de Montijo,<br />

especialmente à gente nova, para<br />

54<br />

HOSPITAIS<br />

PoRTUGUESES<br />

55


:<br />

i<br />

li<br />

i<br />

I<br />

qu~ ajude os re&ponsáveis da instituição<br />

n·a sua tarefa de concluir e<br />

equipar o novo hospital, a Mesa me­<br />

I'ece de todos cornp1·eta c-ompi'eensão<br />

e apoi·o. Não lho ifllega['ernos nós.<br />

Daqui damos urna palavra amiga de<br />

ânimo e secundamos o seu apelo, certos<br />

de que, :após o cortejo de oferendas,<br />

poderemos dar natí!cia desenvolvida<br />

da in:auguração do novo hospital.<br />

St.a Casa da Misericórdia de Setúbal.<br />

T·emos pres.ente o relatório da gerência<br />

de 1952. Bem elaborado -como<br />

os ·anteriores, agrada :lê-io. A justificação<br />

do déficit apresentado e os conceitos<br />

administrativos que expende<br />

são rea'lmente judiciosos. No que<br />

r·espeita ao problema financeiro da<br />

Misericórdia que :tanto e tão justamente<br />

preocupa a sua ilustre Mesa,<br />

permitimo-nos pedir a sua atenção<br />

para o artigo com que abre este número<br />

da nossa I'evista. Ê tempo de<br />

acabar -com a dependência em que ac:;<br />

Misericórdias estão dos subsídios governamentais.<br />

O custo do doente foi de <strong>22</strong>$78,<br />

o do asilado no asilo Paulo Borba f.oi<br />

de 6$31 e 6$49 no asilo Barradas.<br />

Regista-se com agrado: a ligação<br />

do hospital C'<br />

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B<br />

50<br />

47<br />

sr<br />

s6<br />

20<br />

(capa)<br />

45<br />

75$00<br />

90$00<br />

15$00<br />

5$00<br />

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