Hospitais Portugueses ANO IV n.º 20 novembro-dezembro 1952
O ADMINISTRADOR HOSPITALAR CUSTO E RENDIMENTO DOS SERVIÇOS PASCOAL SERVIÇOS MÉDICOS DE READAPTAÇÃO COORDENAÇÃO ASSISTENCIAL VIAGEM DE ESTUDO EM ITÁLIA O QUE PODE FAZER UM TUBERCULOSO CURADO? O SEGURO DE ENFERMIDADE EM ESPANHA AMBULÂNCIAS AÉREAS NOTÍCIAS PARA MÉDICOS NOTÍCIAS DO ESTRANGEIRO NOTÍCIAS DO ULTRAMAR ENFERMAGEM NOTÍCIAS DOS HOSPITAIS GENTE DOS HOSPITAIS O HOSPITAL E A LEI PUBLICAÇÕES
O ADMINISTRADOR HOSPITALAR
CUSTO E RENDIMENTO DOS SERVIÇOS
PASCOAL SERVIÇOS MÉDICOS DE READAPTAÇÃO
COORDENAÇÃO ASSISTENCIAL
VIAGEM DE ESTUDO EM ITÁLIA
O QUE PODE FAZER UM TUBERCULOSO CURADO?
O SEGURO DE ENFERMIDADE EM ESPANHA
AMBULÂNCIAS AÉREAS
NOTÍCIAS PARA MÉDICOS
NOTÍCIAS DO ESTRANGEIRO
NOTÍCIAS DO ULTRAMAR
ENFERMAGEM
NOTÍCIAS DOS HOSPITAIS
GENTE DOS HOSPITAIS
O HOSPITAL E A LEI
PUBLICAÇÕES
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·~ ~HOSPITAIS<br />
, PORTVGVESES<br />
ANo <strong>IV</strong>-N. 0 <strong>20</strong> ~ NOVEMBRO-DEZEMBRO ~ 1 9 5 2
HOSPITAIS PORTUGUESES<br />
REVISTA DE HOSPITAIS E A SSISTENCIA SOCIAL<br />
DIREC ÇÃ O<br />
CORIOLA N O FERREIRA M. RAMOS L O P E 5<br />
ADMI NISTRA DOR<br />
RED ACÇ ÃO E A DMI N ISTRA Ç ÃO :<br />
R UA VI SCONDE DA L u z , IOQ-2. 0<br />
T elefone 2276<br />
SUMÁRIO<br />
E V ARISTO DE MENEZES PASCOAL<br />
CO I MBR A<br />
O ADMINIST RADOR HOSPITALAR- J. A . L.<br />
Co mposto e impresso na Tip. da «Atlântidal<br />
Rua Ferreira Borges, 103-III- C O I MB ~ . A<br />
CUSTO E R EN DI MENT O DOS SER VIÇOS- DR. EVA RISTO DE MENE ZES PASCOA L<br />
SER VIÇOS MÉDICOS DE HEADAP T AÇAO -<br />
JOE ALEX MO RRIS<br />
COORDENAÇÃO ASSISTENCIAL- DR. JOAQUIM MENDONÇA MACHADO DE ARAUJO<br />
U MA VIAG EM DE ESTUDO E M ITÁLIA -<br />
DR. CO KIOL<strong>ANO</strong> FERREIRA<br />
O QUE P O DE FAZER U M T UBERC ULOSO C URADO? - HENRI DIJ ON<br />
o SEGURO DE ENFERMIDA DE EM ES P ANHA-FANC I5 CO MAUH IN GONÇA LVES<br />
AMBUL ÀNCIAS AÉREAS- HAWARD A. RUSK E EUGEN E J. ~'AI LO R<br />
NOTÍCIAS PARA MÉDICOS<br />
NOTÍCIAS DV EST RANGEIRO<br />
NOTÍCIAS DO U LTRAMAR<br />
ENFERMAGEM<br />
NOTÍCIAS DOS HOSPITAIS<br />
GENTE DOS HOSPITAIS<br />
O HOSPITAL E A LEI<br />
PUBLICAÇÕES<br />
V ÁRIA : Ao terminar um ano ; Campanha do cego ; J úlio Verne e os hos pitais ; A casa<br />
do m édico de província; A tenção, senhor es dirigentes ; Novo Hospital Escolar dt<br />
Lis boa; H orário de trabalho.<br />
EDIÇÃO E<br />
PROPRIEDADE DE COR I OL<strong>ANO</strong> FERRE I RA<br />
Por J. A. L.<br />
Várias vezes tenho •pensado, ao tomar conhecimento<br />
da evolução do nosso granâioso programa de<br />
construções hospitalares, nas dificuldades que se<br />
terão que vencer para preencher certos lugares, para<br />
os quais não se vêem indivíduos suficientemente<br />
treinados.<br />
De todos os lugares o mais importante e de que<br />
dC:p~nderá em grande parte o sucesso do nossa plano de saúde, é sem<br />
duvida o de administrador de hospital.<br />
Certamente que já as autoridades competentes devem ter estudado<br />
um assunto tão momentâneo. .<br />
Um administrador hospitalar não se faz de um momento para<br />
0 outro. Precisa de profundo estudo, aliado a grandes condições<br />
naturais.<br />
, . Estamos longe do tempo dos amadores que aprendiam · do seu<br />
oficio nos próprios lugares de comando, muito embora se tenham<br />
encontrado assim alguns excelentes directores. Hoje um haspital<br />
e sobretudo um hospital de número elevado de camas necessita para<br />
s f . ' '<br />
e~ unc10namento eficaz, de um cérebro director compenetrado dos<br />
~Il problemas que requer um aglomerado humana tão elevado e eni<br />
tao especiais con dições de necessidades materiais e morais.<br />
Um administrador hospitalar tem que juntar aos conhecimentos<br />
de. saúde pública e de serviço social, funções de comerciante e de<br />
hoteleiro, acção de juiz e de advogado, de financeira e de caritativo.<br />
Porque não é fácil o papel de administrador hospitalar é que<br />
~al~':ns países como os E . U. o seu desempenho está entregue aos<br />
~ndiVIduos especializados em cursos próprios de algumas das Facula~es<br />
de M edicina. Na maioria, porque têm maior possibilidade de<br />
se mtegrarem no espírito do curso, os diplomados são médicos. Mas<br />
d també . m :xis · t e~ ~nfer~eiros · e homens de outras profissões que se<br />
edicam a admimstraçao hospitalar.<br />
As suas qualidades devem ser enormes.<br />
O Dr. M. T . Mac Eachern põe as principais por esta ordem:<br />
Ser bem provido de tacto e diplomacia.<br />
r: S T E N Ú M r: 1;. O F O I V t S A D O P E L A C O .\1 I S S A O D r: C E N S U K A
Deve ter firmeza, temperada pelo conhecimento da fraqueza<br />
dos outros.<br />
Deve ser um organizador.<br />
Deve ser um guia («leader») para a comunidade que dirige.<br />
Deve ter o sentido da responsabilidade da sua posição e da<br />
seriedade do seu trabalho, o que deve ser temperado por senso ·<br />
de humor.<br />
Deve ser honrado e justo.<br />
Deve ser um juiz da natureza humana.<br />
Deve ser industrioso~ interessado pelo seu trabalho.<br />
Deve ter habilidade administrativa.<br />
Etc., etc.<br />
Paremos nesta descriminação de qualidades ideais, para repararmos<br />
que o ilustre director de um dos grandes hospitais do mundo,<br />
o Massachussets General Hospital, põe em 9. 0<br />
lugar a qualidade<br />
administrativa, para se ser um bom administrador hospitalar.<br />
Não me parece de desprezar tão avisada opinião, pois que, se<br />
é necessário que um hospital seja bem administrado, não é esta a<br />
sua principal função, mas sim a de tratar doentes.<br />
Já um homem, considerado como um modelo de administrador<br />
hospitalar, o Prof. E. Mayo, dizia:<br />
«Temos muito 'poucos administradores convencidos do facto<br />
de que o problema que encaram é um problema humano e social e<br />
não um problema económico».<br />
Ao te.rtninat• utn ano<br />
<strong>Portugueses</strong>.<br />
(De O Médico, de 15-X-952).<br />
Com este número termina mais um ano de publicação de <strong>Hospitais</strong><br />
É com sincera gratidão. que enviamos uma palavra amiga de<br />
agradecimento a todos os que nos ajudaram nesta cruzada, a bem da assistência<br />
portuguesa.<br />
sentidos.<br />
Que o novo ano traga a todos paz e bênçãos, são os nossos votos<br />
HOSPITAIS<br />
Cttsto e t•ettdimettto d·os set•vieos<br />
Pelo Dr. EVARISTO DE MENEZES PASCOAL<br />
Uma das preocupações de qualquer administração'<br />
digna desse nome é determinar, por<br />
meio de uma -análise cuidada e meticulosa, o<br />
custo e o rendimento dos diversos serviços que<br />
compõem a unidade económica que lhe está<br />
confiada.<br />
O primeiro passo para a recolha dos elementos<br />
componentes e que integram a custo dum bem ou serviço,<br />
será a organização da contabilidade de custos, que se destina imediata<br />
e mediatamente a formular as bases para a fixação de preços,<br />
valorização e controlo dos inventários e medir a eficiência da organização<br />
no que se refere à execução dos produtos ou serviços produzidos.<br />
Não pára por aqui, no entanto, a análise do custo do serviço.<br />
Produzido o bem, resta consumi-lo. Daí que nos surja num segundo<br />
momento,- que a contabilidade de custos de produção não integra<br />
-a necessidade de organizar a contabilidade de custos de distribuição.<br />
Detenhamo-nos, por agora, na contabilidade de custos de<br />
produção.<br />
Segundo os autores, a contabilidade de custos de produção<br />
consiste no conjunto de operações que visam determinar o valor de<br />
cada unidade ou classe de unidades produzidas e a efectuar comparações<br />
através das quais se mede a execução e eficiência produtoras.<br />
Os elementos que integram o custo de produção, são os seguintes:<br />
Material e trabalho directos; despesas directamente imputáveis<br />
às unidades produzidas; outras despesas que não possam agru<br />
Par-se nas classes referidas.<br />
Nesta última classe incluem-se; materiais e trabalho indirectos<br />
e outras despesas não directamente imputáveis às unidades produzidas.<br />
PORTUGUESES 3
I<br />
A expressão numérica dos elementos descritos é-nos dada pelas<br />
seguintes fórmulas:<br />
materiais directos+ trabalho directo= custo primário.<br />
custo primário+ despesas gerais de produção = custo de<br />
produção.<br />
Materiais directos: classificam-se nesta rubrica os materiais<br />
directamente consumidos na fabricação, desde que haja a possibilidade<br />
de determinar exactamente, por meio de qualquer unidade de<br />
contagem a sua quantidade e valor. Cabe acentuar que determina~o<br />
bem ou serviço pode integrar, directamente, um custo de produçao<br />
e ser instrumental em relaçãO' a outro. Um princípio domina toda a<br />
técnica de apuramento dum custo: a imputação deve fazer-se directamente;<br />
só se recorre à imputação indirecta quando, esgotadas todas<br />
as possibilidades, aquela se não pode efectuar.<br />
Mão de obra directa: nesta rubrica são imputados todos os<br />
saláriO'S e ordenados dos operários e empregados que se empregam<br />
na confecção, na medida em que, directamente, o possam ser. A<br />
maneira prática de atingir esta finalidade é através da emissão de<br />
ordens de trabalho, ou mais genericamente, ordens de produção.<br />
Despesas gerais de produção: nasta rubrica, devidamente subdividida,<br />
de modo a possibilitar uma análise tão minuciosa quanto as<br />
necesidades da empresa o exijam, inscrevem-se todos os elementos<br />
que integrando o custo se não podem imputar directamente no bem<br />
ou serviço produzido.<br />
O grande problema quanto a esta classe de despesas, reside<br />
em imputar, com a maior exactidão possível, às diversas classes de<br />
produtos ou serviços os elementos apurados. . . . ..<br />
É evidente, como afirma W. T. Crandell, a sua dtstnbmçao<br />
faz-se em relação a uma base mais ou menos arbitrária.<br />
Quererá, porém, isto dizer que renunciemos a investigar e apu;<br />
rar com a maior exactidão possível cada um destes elementos ? E<br />
evidente que não.<br />
A primeira distinção que os autores estabelecem é a de despesas<br />
gerais fixas e variáveis. As primeiras são independentes do volu~e<br />
dos bens ou serviços produzidos. As segundas são aquelas que est~ 0<br />
em relação directa com a actividade produtora. As primeiras estao<br />
relacionadas com o empregO' e utilização do capital fixo. As segundas<br />
com o trabalho e materiais utilizados na produção. Se quisermos<br />
dar exemplos, diremos que a depreciação dos imóveis é independente<br />
do volume da produção. Pelo contrário o vapor e a energia eléctrica<br />
variam, normalmente, em proporção directa com a produção.<br />
Sintetizando, pode afirmar-se que o fim último da contabilidade<br />
de custos é determinar, por meio' dos elementos que o integram,<br />
o custo unitário dum bem ou serviço. Por isso considera-se como fundamental<br />
excluir da classe despesas gerais de produção todas as despesas<br />
cuja imputação se possa fazer directamente; determinar,· em<br />
bases científicas o rateio das despesas pelos diversos bens ou serviços<br />
produzidos.<br />
BIBLIOGRAFIA- W. A. Paton- Manual do contador. Ceci! Gillespie - Introdução<br />
à contabilidade de custos.<br />
Ca•nJ•a•alta do ee~o<br />
tivais, tudo par.a se aumentar a recolha<br />
de fundos com que o Instituto<br />
de Assistência aos Inválidos pode iniciar<br />
a sua benemérita obra a favor<br />
dos cegos.<br />
Bem haja o sr. Mi,nistro do Interior<br />
e aquele Instituto pela generosa<br />
ideia que lançaram a público. Estamos<br />
certos de que, em anos futuros,<br />
a campanha continuará, como é de<br />
justiça.<br />
4 HOSPITAIS<br />
Lançou o ilustre Ministro do Interior<br />
a mais bela e bem recebida cam<br />
Panha assistencial de quantas se têm<br />
apresentado à generosidade dos p-ortugueses:<br />
a campanha a f.avor do cego.<br />
D e norte a sul do país, o carinho<br />
com que esta iniciativ-a foi recebida<br />
revelou-se em numerosos actos de renúncia<br />
e colaboração. A'Os p editórios<br />
nas ruas associaram-se pessoas e ·entidades<br />
que organizarann sessões e fesp<br />
O R T U G U E,S E S<br />
5
Verifica-se que hoje em dia, nos<br />
Estados Unidos, centenas de pessoas<br />
que, há alguns anos, teriam sido consideradas<br />
invá'lidas, fazem uma vida<br />
activa e útil, graças ao vasto trabalho<br />
realizado no campo da reabilitaçã•o e<br />
que os médicos denominam como a<br />
«Terceira fase» da Medicina. Assim,<br />
a primeira fase consiste em tomar medidas<br />
preventivas contra a doença, a<br />
segunda, compreende a assistência médica<br />
e cirúrgica ao doentes, e a terceira<br />
trata da reabilitação, que permite<br />
aos diminuídos . ou paralíticos<br />
servirem-se dum membro artificial ou<br />
treinar uma série de músculos que<br />
substituirão os inutilizados pela<br />
doença.<br />
O trabalho mais dramático neste<br />
novo campo de reabilitação está sem<br />
dúvida a efectuar-se no lnstitute of<br />
Physical Medecine and Rehabilitation,<br />
em New York. Este Instituto<br />
é a primeira unidade a ser construída<br />
num grande centro de investigação<br />
médica, patrocinado pela Universidade<br />
de New York e pelo Hospital<br />
de Bellevue. O director do Instituto<br />
é o Dr. Howard A. Rusk, presidente<br />
do Departement of Physical Medicine<br />
and Rehabilitation, na Faculdade de<br />
Medicina da Universidade de New<br />
York. Servindo-se da sua experiência<br />
como oficial médico da Força Aérea<br />
Por ]oE AlEX MORRIS<br />
Exclusivo em Portugal para «<strong>Hospitais</strong> <strong>Portugueses</strong>»<br />
dos Estados Unidos durante a 2."<br />
Guerra Muntdial, o Dr. Howard Rusk<br />
tem ~ se dedicado inteiramente à tarefa<br />
de treinar invá'lidos a «viver com o<br />
que lhes resta ».<br />
Entre os casos típicos, tratados no<br />
Instituto, mencionaremos o dum mineiro,<br />
retido dez anos no leito depois<br />
dum grave acidente em que partira a<br />
espinha; t udo fazia crer que era um<br />
inválido incurável, mas não chegou a<br />
passar um a no no Instituto e saíu de<br />
lá p·or seu pé, com as pernas seguras<br />
por fortes correias e apoiado a duas<br />
bengalas. De regresso a casa, os vizinhos<br />
diziam que se realizara um milagre,<br />
mas, segundo ele próprio afirmava,<br />
não se tratava de milagre mas<br />
de trabalho, e um trabalho mais duro<br />
do que o da extracção do carvão. De<br />
facto, enquanto as recentes descobertas<br />
da ciência médica, como por exemplo<br />
o aparecimento de novas drogas e<br />
o aperfeiçoamento de novas técnicas<br />
cirúrgicas, têm conseguido curas quase<br />
miraculosas nas duas primeiras fases<br />
da Medicina, na terceira, a da reabilitação,<br />
todo o trabalho da cura está<br />
a cargo do proóprio doente: é graças<br />
a nova paciência e persistência infinitas,<br />
repetindo os mesmos exercícios,<br />
dia após dia, que se consegue fazer<br />
com que um corpo inválido readquira<br />
uma mobilidade útil. Os remédios<br />
são substituídos pela vontade do<br />
doente, mas muito poucos inválidos<br />
teriam a competência, conhecimentos<br />
e até a necessária persistência para<br />
conseguirem os melhores resultados<br />
na cura se lhes faltasse a assistência e<br />
tes, temos ainda a acrescentar os milhares<br />
de crianças paralíticas que requerem<br />
tratamento. A Universidade<br />
de Yale, uma das primeiras instituições<br />
educativas dos Estados Unidos,<br />
fez um inquérito e anotou que 4 por<br />
Leva dias e dias a aprender o uso de um braço postiço.<br />
a instruçdão científica que o Instituto<br />
lhes proporciona.<br />
Se com a guerra surgem muitos<br />
casos de paraplegia e de amputações,<br />
muito maior é o número de civis inutilizados<br />
todos os anos em acidentes<br />
de automóvel e de trabalho; além des-<br />
cento da população do país é constituída<br />
por pessoas completamente inválidas.<br />
Os funcionários do Governo<br />
dos Estados Unidos, crêem que pelo<br />
menos 1.000.000 destes inválidos, que<br />
agora não fazem parte da classe activa<br />
da Nação, podiam ·Contribuir com o<br />
6<br />
HOSPITAIS<br />
l>ORTUGUESES<br />
7
seu trabalho, se se submetessem a um<br />
tratamento moderno de reabilitação.<br />
A reintegração de 1.000.000 de inválidos<br />
em empregos lucrativos, não só<br />
aumentaria o poderio h~mano da<br />
América, mas representava também<br />
uma diminuição de encargos das<br />
agências federais do Estado e locais,<br />
na manutenção desses inválidos.<br />
É bem elucidativo o seguinte caso,<br />
passado em New York, para mostrar<br />
a economia resultante da reabilitação<br />
de inválidos, permitindo-lhes que<br />
cuidem do seu próprio sustento. Um<br />
jóvem negro americano, ·atacado de<br />
artrite, ficou estropiado, e, durante<br />
cinco anos, viveu à custa da caridade<br />
pública. Mas depois de entrar para<br />
um hospital e aí se sujeitar durante<br />
sete semanas a um tratamento de reabilitação,<br />
já podia andar de muletas e<br />
cuidar de si próprio. Saíu do hospital<br />
e arranjou um emprego; passado<br />
um mês, voltou de novo ao consultório<br />
do Dr. Rusk, pedindo-lhe que<br />
curasse uma rapariga sua amiga, que<br />
se encontrava há quatro anos no hospital<br />
com a espinha partida. O Doutor<br />
Rusk satisfez-lhe o pedido, aceitando<br />
a rapariga como sua doente, e<br />
três meses depois, ela saía do. hospital<br />
de muletas e correias. Casaram, foram<br />
viver para um rés-do-chão, e levam<br />
agora uma vida normal e independente.<br />
A importância dispendida<br />
no seu tratamento e no equipamento,<br />
incluindo correias, cadeira de rodas e<br />
muletas, foi inferior a $2.000 dólares,<br />
enquanto que se eles continuassem a<br />
fazer parte do número de inválidos<br />
incuráveis até ao fim dos seus dias, a<br />
sua manutenção teria ficado em milhares<br />
de dólares à comunidade, sem<br />
contar o preço da sua própria felicidade.<br />
Antes da deflagração da 2.a Guerra<br />
Mundial, o Dr. Rusk era um bom<br />
especialista de medicina interna, que<br />
vivia na cidade de St. Louis. Durante<br />
a guerra, como médico num hospital<br />
do Exército dos Estados Unidos, o<br />
Dr. Rusk introduziu um sistema de<br />
exercícios físicos para convalescentes,<br />
com o objectivo de restaurar energias<br />
e reduzir o período de hospitalização.<br />
No decorrer das experiências o Doutor<br />
Rusk encontrou-se com o Doutor<br />
George G. Deaver, que estivera<br />
no New York Istitute para Inválidos<br />
e estropiados, e tinha treinado muitos<br />
médicos da Força Aérea dos Estados<br />
Unidos no tratamento de reabilitação.<br />
Juntos, os dois médicos organizaram<br />
um programa de reabiltação que ficou<br />
bem conhecido C'omo a Divisão de<br />
treino para convalescentes das Forças<br />
Aéreas. Mais tarde Rusk e alguns<br />
dos seus colegas organizaram o programa<br />
de reabilitação para veteranos,<br />
mas o seu verdadeiro fim foi o de trazer<br />
um lenitivo a centenas de milhares<br />
de civis estropiados.<br />
No fim da 2.a Guerra Mundial,<br />
Rusk e Daever juntaram-se em New<br />
York e organizaram um programa de<br />
reabilitação que apresentaram à Faculdade<br />
de Medicina da Universidade<br />
de New York. Daí resultou a Universidade<br />
estabelecer em 1946 umà<br />
secção de Medicina física e de reabilitação,<br />
secção essa que foi a primeira<br />
a ser criada em qualquer escola mé-<br />
dica. Rusk e Daever estabeleceram<br />
enfermarias de reabilitação em dois<br />
hospitais novaiorquinos nos de Bellevue<br />
e Goldwater, para terem um laboratório<br />
destinado ao ensino. Em<br />
1948 fundou-se o Instituto, destinado<br />
a doentes particulares, sendo finan-<br />
O .Instituto está instalado num edifícioo<br />
moderno, de quatro andares, com<br />
vistas para East River e com um aspecto<br />
bem diferente do de um hospital.<br />
As paredes estão pintadas ein<br />
tons agradáveis de azul e coral para<br />
elevar o moral dos doentes. As salas<br />
Uma vítima da paralisia infantil mostra aos pais as suas mais recentes habilidades.<br />
ciado pela Universidade e pelo Millbmok<br />
Memorial Fund. Em 1950;<br />
foi transferido para um novo edifício<br />
onde tem camas para 54 adultos e 24<br />
~rianças, instalações para 250 doentes<br />
Internos e o pessoal constituído por<br />
100 me 'd" Icos, enfermeiras e terapeutas.<br />
de trabalhos e de exercícios são grandes<br />
e bem equipadas, tem uma piscina<br />
em que pode mergulhar uma maca<br />
accionada por um trolei colocado superiormente;<br />
tem também uma enfermaria<br />
para crianças com os acessórios<br />
feitos à sua medida, e muito outro<br />
8<br />
HOSPITAIS<br />
PORTUGUESES<br />
9
equipamento para auxiliar os inválidos<br />
a fazer tudo, desde o lavar dos<br />
doentes ao escrever uma carta.<br />
Mas o que é que fazem nesta notável<br />
instituição para que em poucas<br />
semanas ou meses façam regressar um<br />
inválido à vida activa ? O Dr. Donald<br />
A. Covalt, um dos colegas do<br />
Dr. Rusk nas Forças Aéreas, e que<br />
é agora o director clínico do Instituto,<br />
afirma que introduziram pouca coisa<br />
nova a não ser a ideia do trabalho<br />
organizado de forma a conseguir uma<br />
tarefa completa. «Sob controle científico,<br />
reunimos uma porção de coisas<br />
grandes e pequenas necessárias para<br />
completar a tarefa de fazer regressar<br />
o doente, tanto quanto possível, à vida<br />
activa, «diz ele».<br />
Em vez de concentrar a sua· atenção<br />
unicamente numa perna aleijada,<br />
o Instituto considera o problema do<br />
inválido como um todo. Para este<br />
fim tem-se servido das mais recentes<br />
descobertas da medicina, cirurgia, terapêutica,<br />
prótese, assistência psicológica<br />
e psiquiátrica, treino profissional<br />
e serviços sociais. Recorre também<br />
muitas vezes à paciência, encorajamento<br />
amigável e até à branda<br />
censura, quando necessária, para conseguir<br />
o seu objectivo. Tudo isto faz<br />
parte do trabalho que faz sair o doente<br />
da cama, o ajuda na adaptação mental<br />
à sua deformidade, o ensina a ser<br />
tão independente quanto possível e<br />
que procura encontrar-lhe o lugar próprio<br />
para viver e, quando necessário,<br />
lhe arranja um emprego adequado.<br />
Quando chega ao Instituto, o<br />
doente sofre um exame completo que<br />
10<br />
não s~ limita à sua deformidade, mas<br />
a tudo que se lhe rela1cione, tratando<br />
de conhecer as suas condições emotivas,<br />
o passado da sua família, e os<br />
seus planos de futuro. Depois deste<br />
exame, cada caso é discutido em assembleia<br />
e é devidamente ponderado;<br />
se os médicos, as enfermeiras e os<br />
terapeutas acham que ele pode melhorar,<br />
é aceite e imediatamente inicia<br />
um programa de trabalho conforme<br />
o seu estado, abrangendo exercícios de<br />
movimento, de funcionamento de<br />
músculos, enfim, tudo quanto os progressos<br />
feitos lhe permitam. Este programa<br />
é o de actividades da vida diária.<br />
O doente pode passar dias consecutivos<br />
a aprender a deitar-se na<br />
cama, a levantar-se duma cadeira, a<br />
pentear-se, a atar os atacadores dos<br />
sapatos, a servir-se do garfo e da faca,<br />
a abrir uma torneira. À medida que o<br />
doente aprende as coisas mais simples,<br />
vai-se iniciando nas mais difíceis.<br />
Há classes diárias em que os<br />
doentes aprendem a dar balanço e<br />
mover as muletas e a avançar e recuar<br />
de muletas, o que é um exercício extremamente<br />
difícil para os paraplégicos,<br />
mas que se t>orna quase gracioso<br />
quando devidamente treinados.<br />
Nos ginásios há beiras de passeio para<br />
que os doentes se treinem a subir e<br />
descer de muletas, pequenos lanços de<br />
escadas para subir, portas para abrir,<br />
metade da plataforma dum eléctrico<br />
verdadeira para subir, enfim, todos os<br />
riscos com que se depara no mundo<br />
exterior se encontram repetidos no ginásio<br />
para que o doente os possa dominar<br />
sem embaraço. Para as mu-<br />
HOSPITAIS<br />
lheres, existem cozinhas modelos em<br />
que elas podem proceder às tarefas<br />
usuais, enquanto se movem em cadeiras<br />
de mdas ou apoiadas ·a muletas.<br />
Há também máquinas de escrever e<br />
outras, e salas de trabalho aonde os<br />
doentes podem fazer trabalhos manuais.<br />
Em resumo, podemos encontrar<br />
neste hospital, único no género,<br />
tudo aquilo que pode auxiliar os<br />
inválidos a bastarem-se a si próprios<br />
-<br />
LIGADURAS<br />
GESSADAS<br />
A ligadura gessada preferida há muitos anos na<br />
clínica particular e hospitalar, pelas suas características<br />
especiais.<br />
e a retomarem um papel activo na<br />
vida mundial.<br />
A reabilitação, ou seja, a terceira<br />
fase da medicina, está ainda no seu<br />
tnício, mas graças a homens como os<br />
doutores Rusk, Deaver e Covalt e ao<br />
trabalho a que eles se têm dedicado<br />
no Instituto, homens e mulheres,<br />
outrora inúteis à sociedade, regressam<br />
à actividade e vivem felizes e independentes.<br />
CELLONA<br />
As únicas ligaduras gessadas que, pela sua resistência<br />
e maleabilidade, permitem executar todo o género de<br />
aparelhos gessados.<br />
FABRICADAS POR LOHMANN KG-FAHR am RHEIN -ALEMANHA<br />
Representantes para Portugal e Ultramar :<br />
J. A. BAPTISTA D'ALMEIDA, L. 0 A<br />
Rua Actor Taborda, 13 - LISBOA-N.<br />
PORTUGUESES 11
II<br />
A Assistência<br />
funda-se no Dever:<br />
· dever de Justiça e<br />
dever de Caridade.<br />
Há dores e a<br />
miséria imerecidas<br />
sobre que se há-de inclinar a<br />
Justiça, com estrita obrigação<br />
social. Há as ruínas morais e<br />
materiais provocadas por faltas<br />
e vícios próprios. É o campo da<br />
Caridade, que não pode atingir<br />
a sua plenitude senão na ordem<br />
sobrenatural. O Dever tem assim<br />
uma amplitude que se pode<br />
dizer ilimitada, como incontáveis<br />
são as misérias humanas.<br />
Duma Assistência bem organizada<br />
e ori~ntada resulta também<br />
uma maior harmonia e um mais<br />
alto nível da vida social. A Caridade,<br />
compreende-se bem, é<br />
virtude dos indivíduos e mesmo<br />
dever de Justiça, não se realiza<br />
plenamente s e n ã o informado<br />
pela Caridade.<br />
O Direito, que é obra do Estado,<br />
tem por limite regras estritas<br />
de organização e acção. Vive<br />
no plano da razão, da justiça e<br />
do puro interesse social.<br />
Destes princípios expostos em<br />
brevíssima súmula, resulta que<br />
1) O Estado Português considera:<br />
12<br />
2 - PJ•incíJ,Jos morais e sociais<br />
Pelo Dr. JOAQUIM MENDONÇA MACHADO de ARAUJO<br />
a) Todas as actividades inspiradas<br />
pelas ligações de sangue,<br />
pelas que se fundam no Dever<br />
Social da Assistência, pela vizinhança,<br />
. pelo preceito da moral<br />
cristã, devem conjugar-se para a<br />
realização de uma Assistência<br />
Social completa e perfeita,<br />
h) A iniciativa privada como<br />
instrumento mais fecundo do<br />
progresso,<br />
c) As actividades da Assistência<br />
competem normalmente<br />
às iniciativas privadas. O papel<br />
do Estado é orientar, promover<br />
e auxiliar os movimentos generosos,<br />
d) A Assistência não deve<br />
ser organizada em função do indivíduo<br />
mas sim em função da<br />
família e de outros elementos soc1a1s.<br />
«A família é a fonte de<br />
conservação e desenvolvimento<br />
da raça, como base primária da<br />
educação, da disciplina e da har·<br />
monia social».<br />
e) É socialmente mais eficaz<br />
e mais económico prevenir do<br />
que remediar.<br />
2) Compete ao Estado Português:<br />
a) Definir e fazer respeitar<br />
os direitos e as garantias das colectividades<br />
locais e de outras<br />
pessoas colectivas públicas ou<br />
HOSPITAIS<br />
privadas, coordenar, promover e<br />
orientar todas as actividades sociais.<br />
O art. 32. 0<br />
do Código Civil<br />
define por pessoas morais ou colectivas<br />
as associações ou corporações<br />
temporárias ou perpétuas,<br />
fundadas com algum fim ou por<br />
algum motivo de utilidade pública<br />
e particular conjuntamente,<br />
que nas suas relações civis representam<br />
uma individualidade jurídica.<br />
As «fundações ou estabelecimentos<br />
de Assistência, bem assim<br />
as associações ou instituições<br />
de ordem religiosa, são havidas,<br />
quanto ao exercício dos direitos<br />
civis respectivos, como pessoas<br />
mO'fais ou colectivas, salvo na<br />
parte em que a lei ordenar o contrário»,<br />
conforme o art. 37. 0<br />
do<br />
Código Civil.<br />
Segundo a base V da Lei<br />
n.o 1:998, a Associação é caracterizada<br />
pela agregação de número<br />
indefinido de sócios que se<br />
propõem uma ou mais modal i<br />
dades de assistência, enquanto<br />
que a Fundação é caracterizada<br />
pela «afectação de bens», feita<br />
~or uma ou mais pessoas, a um<br />
Íl:U de Assistência» e que o Código<br />
Administrativo considera<br />
«instituto de utilidade local».<br />
FUNDAMENTOS LEGAIS<br />
O Estado, baseado na tradição<br />
e de harmonia com as senti-<br />
PORTUGUESES<br />
mentos religiosos da Nação· Portuguesa,<br />
tem uma função supletiva<br />
na prestação directa da Assistência,<br />
organiza e exerce funções<br />
de orientação estimulante e<br />
tutelar, fiscaliza e coordena todas<br />
as actividades de Assistência.<br />
a) A organização da Assistência<br />
Social depende do Ministro<br />
do Interior que age por intermédio<br />
do Subsecretário de Estado<br />
da Assistência Social.<br />
h) As funções de orientação<br />
pertencem ao Conselho Superior<br />
de Higiene e Assistência Social<br />
que lhe compete dar parecer sobre<br />
os planos de acção ou programas<br />
de realização para fins<br />
de higiene e assistência, sobre as<br />
normas técnicas a seguir na execução<br />
dos serviços de sanidade<br />
ou assistência, sobre os projectos<br />
das construções, etc.<br />
c) As funções de direcção e<br />
de tutela são exercidas pela Direcção-Geral<br />
de Assistência e Direcção-Geral<br />
de Saude.<br />
d) As funções de fiscalização<br />
e inspecção dependem da<br />
Inspecção da Assistência Social.<br />
e) As funções de coordenação<br />
locais, entre outros organismos,<br />
dependem principalmente<br />
do Instituto de Assistência à Família,<br />
já pela sua amplitude de<br />
funções já por dispor de Delegações<br />
em todos os Distritos com<br />
um Serviço Social em condições<br />
de poder realizar uma coordenaçãa<br />
assistencial eficiente.<br />
13<br />
I
U1na via~e•n<br />
(fe est.II(IO em Itália<br />
(Continuação)<br />
pelo Dr. COIUOL<strong>ANO</strong> FERREIRA<br />
6. Os órgãos superiores da administração dos hospitais<br />
italianos<br />
Sendo os hospitais italianos, na sua maior parte, obras<br />
partircllll•ares, o órgão superior da sua administração é quase<br />
sempre um colégio de pessoas nã·o funcionários.<br />
Em alguns casos, a forma de designação dessas pessoas consta do instrumento<br />
constitutivo, de harmonia com a vontade dos fundadores. (No Hospital<br />
Duohessa Ga'lliem, o conselho é presidido pelo bispo da diocese, em obediência<br />
a determinação da funda'dora).<br />
Noutros casos, porém, os conselhos de administração são constirtuídos por<br />
representantes do Estado, das Municipalidades, das Províncias, etc.<br />
Dependentes destes Conselhos ficam os dois primeivos funcionários : o<br />
médíco-~chefe e o administratdor ou secretário geral.<br />
Nos hospitais do Estado ou dependentes dos Institutos de Seguros Sociais,<br />
existe um· funcionário, comissário do Governo, que superintende em toda a<br />
actividade do estabelecimento e tem, dependentes de si, o méd~co- ·chefe e o<br />
a dministJPador.<br />
Os hospitais públkos das grandes cidades costumam reunir-se em Uniões<br />
com administração central comum. Informam-me que, por esse processo,<br />
aliás usado já em numerosos países, conseguem o rendimento óptimo dos ser- ·<br />
viços, reduzindo ao mínimo as despesas gerais de administração e coordenando<br />
as formas e modalidades de assistência na localidade.<br />
a) Em Milão a União tem o nome de «Instituti OspitaJlieri di Milano».<br />
Abange 28 hospitais, com um total de 15.447 leitos.<br />
b) A «Aministrazione degli Osp eda·~i di Bologna» abrange dois hospitais<br />
gerais e um especi·aEzado;<br />
c) Os «Stabi'limenti Riuniti di Firenza» compreendem seis unidades<br />
com um total de 3.321 leitos ;<br />
d) Os «Ospedali Riuniti di Roma» engloba seis hospitais com um tota•l<br />
de 6.000 camas;<br />
e) Existe em Nápoles organização idêntica de que não pude averiguar<br />
com rigor o número de camas.<br />
14 HOSPITAIS<br />
É preciso notar que estas Uniões divergem da organização dos nossos<br />
<strong>Hospitais</strong> Civis de Lisboa porque todas as unidades nelas integmtdas mantêm<br />
a sua autonomia adminis
sito», onde aguardam a visita do médico -delegado da Facurldade, o qual,<br />
em face dos diagnósticos provisórios, esco'lhe para as salas de ensino os doentes<br />
que reputa de interesse. Logo que qualquer doente existente nas salas da<br />
Facu~dade se tmnsforme em crónico ou deixe por qualquer motivo, de ter inte·<br />
resse, é feita a respectiva comunicação à administração do hospital que o trans·<br />
fere para serviço de crónicos ou para onde julgue conveniente.<br />
A Faculdade não tem qualquer interferêncira nem assento nos órgãos<br />
de administração do hospital.<br />
d) Em Roma, 'no Hospital Forlanini, funciona a Clínica Universitária<br />
da Tuberculose. O hospital é exdusivamente administr-ado pelo «Instituto<br />
Nazionale della Previdenza Süciale», sem a colaboração da Faculdade de Medi·<br />
cina, o que não impede que seja considemdo como o mais perfeito e completo<br />
centro de investigação italiano sobre a tuberculose.<br />
e) Em Nápoles, tarnbém o Hospital Carderelli põe os seus cerviços<br />
clínicos à disposição da Escola Médica, mediante um acordo do tipo dos ante·<br />
riores. Da mesma forma, a Faculdade, abstém-se de qualquer ingerência na<br />
Administração que pertence exclusivamente aos órgãos dos «<strong>Hospitais</strong> reuni·<br />
dos» e aos do própr-io hospital. O Conselho de Administração do hospital é<br />
presidido por um delegado do Ministro do Interior (advogado neste momento)<br />
e constituído por mais 6 conselheiros nomeados pela Prefeitura.<br />
8. O custo das diárias na Itália<br />
Em Portugal podemos situar o custo das diárias em hospitais gerais na<br />
cifra média de 40$00. (Os H. C. L. tiveram em 1950, o custo de 42$93 e os<br />
H. U. C., no ano de 1951 tiveram 34$22). Em hospitais com funções clínicas<br />
e asilares vai de 19$33 a 22$94 (Hospital Júlio de Matos- ano 1951).<br />
Na Itália verifiquei os seguintes preços que reduzo a escudos ao câmbio<br />
médio da $05 por Lira.<br />
Liras<br />
Escudos<br />
Hospital Maior de Milão ... 2.080 104$00<br />
Sanatório de Sondalo ... 1.850 92$50<br />
<strong>Hospitais</strong> Civis de Brescia 1.402 70$10<br />
Instituto Ortopédico de Bolonha 2.078 103$90<br />
Centro Tmumatológico de Bolonha 2.618 130$90<br />
Hospital Careggi de Florença ... 2.000 100$00<br />
Centro de Poliomielite de Aricia 1.685 84$25<br />
Hospital Sanatório Forlan~ ni de Roma 1.800 90$00<br />
Hospital do Espírito Santo de Roma 2.763 138$15<br />
Instituto R egina Elena de Roma .. . 2.490 124$50<br />
16 HOSPITAI S<br />
Hospital Ca1.derelli de Nápol~s ...<br />
Irnstituto Gaslini de Génova<br />
Hospita'l de S. Martinho de Génov·a<br />
2.000<br />
1.631<br />
1.826<br />
100$00<br />
81$55<br />
,• 91$30<br />
Podemos concluir, deste quadro que o custo do doente na Itália anda à<br />
volta de 100$00 por dia, cifra notáve'l comparada com os nossos modestos 40$00 ..<br />
Razões que podem juSJtifri-car tal dicferença:<br />
a) Em primeiro lugar, a diferença de nível no ambiente e tratamento<br />
dos doentes.<br />
Ae enfermarias são confortáveis e pequenas pois rammente vão a·lém<br />
de 6 ou 8 camas. A louça é boa, de porcelana ou de aço inoxidável. Nunca vi<br />
a repugnante baixela de estanho, tanto em uso nos noss•os hospitais. A roupa<br />
é de boa qua'lidade, limpa e em uso perfeito. A_ comida é magníf.ica. Há hospitais<br />
em que o doente de 3.n classe pode escolher entre duas ementas que lhe<br />
são diàriamente apresentadas. Não há hospital sem um serviço completo de<br />
b~blioteca que duas vezes por semana distribui, em carros rodados, livros e<br />
revistas aos internados. Cada enfermaria tem uma instalação completa de<br />
aquecimento, de radioreceptores coleotivos ou individuais. O mobiliário é caro<br />
mas de duração ilimitarda. Vi um hospital tota·lmente equipado de móveis<br />
em aço inoxidável, desde as camas, às cadeiras, mesas de cabeceira, baixela.<br />
instrumental, etc. Deve ter custado uma fortuna tal equipamento; mas não há<br />
dúvida de que o problema· ficou resolvido para muitas dezenas de anos.<br />
b) Em segundo lugar não existem as 1inri.tações que entre nós vão surgindo<br />
no uso dos processos terapêuticos mais caros. Não se discutem antibióticos,<br />
nem a duração do internamento de um tuberculoso. Pava este estado<br />
de espírito deve ter contribuído largamente o seguro social obrigatório para a<br />
quase totalidade dos doentes. De facto, hoje poucos são em Itália os enfermos<br />
que pagam por si as despesas da assistência. Todos ou quase todos são<br />
internados por conta de uma instituição de previdência. O hospital não cobra<br />
diárias das economias individuais, sempre débeis e por isso rebeldes a extorsões<br />
Profundas, mas cobra-as das economias colectivas da previdência, impessoais,<br />
sem problemas agudos de equi-lííbrio financeiro. Suponho mesmo que este facto<br />
facilitará um certo esbanjamento.<br />
c) Finalmente o nível geral da população é, sem dúvida melhor do que<br />
0<br />
nosso. Os operários têm sa·lários superiores e vivem com conforto diferente<br />
do nosso, facilitado pela abundância e a-cessibilidade da energia eléctrica, trans<br />
Portes, etc.<br />
(Continua).<br />
PORTUGUESES 17
O qtte 1,ode faze•· o t.ubea·euloso<br />
ettt•aflo?<br />
Por HENRI ÜIJON<br />
M. Perrin ocupa-se desta importante questão no número de Novembro<br />
de 1951 dos Amis de I'Hygiene, a propósito da campanha do selo antituberculoso.<br />
Com efeito, ao passo que os resultados obtidos no tratamento dos tuberculosos<br />
se tornam cada vez mais favoráveis, temos muitas vezes de realizar para<br />
os doentes um regresso progressivo à actividade.<br />
Mas, em primeiro lugar, haverá tuberculosos curados?<br />
Podemos responder afirmativamente, visto que de 607 alunos internados<br />
na Escola de Baunes entre Outubro de 1941 e Agosto de 1948, 536 saíram estabilizados<br />
e aptos a retomar a sua actividade. Nos 72 insucesssos, somente 24<br />
se devem a recaídas, ou seja 3,8% do total.<br />
Na Altro-Workshop de Nova-Iorque, 56,6% dos operários, podiam à<br />
saída, dar um rendimento de oito horas por dia; 21% um rendimento de sete<br />
horas, ou seja 77,6% de bons resultados. Cinco anos depois da saída 72%<br />
continuavam a ocupar um emprego durante todo o tempo de serviço e 63 %<br />
dez anos mais tarde.<br />
As outras estatísticas que poderíamos citar mostram resultados semelhantes.<br />
Impõe-se, p'Ortanto, a conclusão que um tuberculoso curado pode, na<br />
grande maioria dos casos, efectuar um trabalho normal. Mas, poderá u!11<br />
tuberculoso curado fazer qualquer espécie de trabalho?<br />
Certamente que não.<br />
De qualquer maneira, o regresso ao trabalho deverá ser precedido de<br />
uma readaptação, isto é, do treino ao esforço do tuberculoso em vias de cura.<br />
«Deverá dirigir-se aos doentes em via de consolidação em que aparecefll<br />
sinais favoráveis de cura» especialmente o desaparecimento radiológico das<br />
lesões e sobretudo em que a expectoração não contém bacilos há uns meses,<br />
com inoculação no cobaio negativa.<br />
Esta readaptação- deve começar necessàriamente no sanatório ou numa<br />
situação equivalente. Depois deste período de readaptação o tuberculoso curado<br />
poderá retomar progressivamente o seu antigo trabalho (é a melhor solução<br />
sempre que possível) ou será obrigado a mudar de emprego. Neste últim 0<br />
caso surge o problema da reeducação e da colocação.<br />
A reeducação:<br />
O trabalho do tuberculoso curado no quadro do sanatório, esbarra cofll<br />
grandes dificuldades, materiais e psicológicas. Muitas vezes os doentes<br />
recusam-se a ensaiar o trabalho, ficando com a impressão que os procuram<br />
explorar (o que é naturalmente absurdo) ·ou ditem que estão no sanatório para<br />
descansar. Por outro lado é materialmente impossível dotar cada sanatório com<br />
a aparelhagem mínima indispensável para o exercício de todas as profissões.·<br />
Por todos estes motivos a reeducação dever-se-á fazer depois da saída<br />
d o sana t' ono, ' e por vezes, mesmo depois da readaptação ao esforço. Torna-se<br />
portant'O necessária a existência de estabelecimentos de «post-cura».<br />
. Salvo nos raros casos em que tenha sido possível fazer uma adaptação<br />
satisfatória no sanatório, o antigo doente deverá, se tiver que aprender uma<br />
nova . p ro f tssao, - passar sucessivamente · por um estabelecimento de «post-cura» .<br />
Simples e depois por um centro especial de formação profissional.<br />
. Infelizmente as duas espécies de estabelecimentos que acabámos de defimr,<br />
são ainda em número absolutamente insuficiente em relação ao dos indivíduos<br />
a treinar e a reclassificar.<br />
Onde colocar estes estabelecimentos ?<br />
Douady, recordando o papel secundário do elemento climátic'O afirma<br />
que • por razõe s economtcas, ' - pstco · 1' og1cas · e sociais, «os doentes no post-cura<br />
devem ser a 1 OJa · d os, nao - em 1 ugares afastados, mas sim em contacto com um<br />
centro urbano, num centro de cura».<br />
A cidade de tuberculosos parece ser um erro psicológico e um erro<br />
económico.<br />
O Dr. Grenaudier preconiza o agrupamento sanitário suburbano.<br />
. Mas, mesmo abstraindo dos inconve~ientes da fórmula da cidade sanatonal<br />
a . A •<br />
• expenencta d e Cl atrvtve . . deveu o seu insucesso a um elemento capaz<br />
de :omprometer o êxito de qualquer tentativa de readaptação ao trabalho de<br />
antigos tuberculosos: o facto de beneficiarem de uma elevada pensão que seria<br />
su . .<br />
Pnrruda quando retomassem o trabalho.<br />
Berthet pode escrever: «A respeito de assistência post-sanatorial há um<br />
facto em q ue t o d os os bsto .. 1 ogtstas . estao - de acordo e que nos incita à máxima<br />
Prudência .· o t u b ercu I oso que recebe uma pensão nunca mais cura».<br />
«0 sanatório de trabalho de Buhl tinha uma maioria de reformados<br />
de 100 Of<br />
al . to- A mawr · parte destes, depois de terem estado durante 8 a 10 meses<br />
f 0 _Jados e readaptados, recebendo a pensão e uma gratificação horária preenram<br />
_ volt ar para casa, reservando-se para retomar o trabalho quando a ' pensao<br />
acabasse.<br />
_ Quer haja nesta atitude preguiça pura ou apreensão sincera do perigo,<br />
e absolutame , . n t e necessano , . cons1 'd era-la , quando se organiza um sistema de<br />
auxtho P<br />
os<br />
t<br />
-sanatonal<br />
.<br />
e de readaptaçao<br />
_<br />
ao trabalho.<br />
Por este motivo, Etienne Berthe, formula o princípio de que a pensão<br />
18<br />
HOSPITAIS<br />
PORTUGUESES 19
I<br />
compensadora do salário, concedida durante o p~ríodo de readaptação, deve<br />
ser: 1. 0 progressiva; 2. 0 temporária.<br />
Auxílio da segurança social<br />
Permite dar uma larga extensão a estes métodos e o Decreto de 6 de<br />
Janeiro de 1950, permite e prevê a readaptação fora dos estabelecimentos de<br />
post-cura.<br />
O ·antigo doente, quer trabalhe em casa ou numa empresa industrial,<br />
comercial ou agrícola, que o ocupe em regime de tempo parcial, pode beneficiar<br />
do artigo 39. 0 do Decreto de 19 de Outubro de 1945. Este artigo permite<br />
conceder uma pensão compensadora do salário não só ao segurado que se encontra<br />
num período de reeducação ou de readaptação profissional, mas ainda<br />
àqueles que, momentâneamente, só podem fazer um trabalho parcial, ainda<br />
insuficiente para lhes dar um salário normal. . . ·<br />
Por este motivo, M. Parrin insiste na necessidade de intensificar a venda<br />
do selo antituberculoso que constitui a única fonte de receita das comissões<br />
departamentais.<br />
Colocação dos tuberculosos curados<br />
Se podemos dizer que os problemas de reeducação estão a caminho da<br />
solução, o da colocação está ainda inteiramente por r~solver.<br />
E «uma noção capital e que lhes é particular, que não é válida e senão<br />
para eles (os tuberculosos) consiste na necessidade do esforço progressivo.<br />
(Dreyfus).<br />
No entanto, no doente curado que volta para a sua antiga oficina é quase<br />
impossível obter essa progressividade. Por este motivo escreveram Cornill e<br />
colaboradores: «É necessária a educação dos patrões».<br />
Seria aconselhável que os patrões se convencessem que o tuberculosO<br />
curado não é perigoso (muito menos do que o bacilífero clandestino) e que a<br />
sua assiduidade ao trabalho é igual à de qualquer outro operário. Este esforço<br />
de boa vontade é certamente preferível à solução autoritária, isto é, à obriga·<br />
ção de reservar empregos para os bacilares curados, como determina um pro·<br />
jecto de lei, que será inevitàvelmente votado se não melhorar a situação actual.<br />
Outro ponto importante, consiste na extensão do trajecto que o antigo<br />
doente deve percorrer para se dirigir ao trabalho. Observa-se um número não<br />
desprezivel de recaídas devidas a este factor.<br />
Este assunto relaciona-se com o grave problema do alojamento.<br />
<strong>20</strong><br />
(De La Semaine Médicale, Maio, <strong>1952</strong>. Traduzido pelo Jornal do MédicO<br />
de onde o transcrevemos com a vénia devida).<br />
HOSPITAIS<br />
o se~•••·o<br />
fie etafer•nidafle em<br />
l:spattba<br />
Por FRANC ISCO MAUHIN GONÇALVES<br />
Se desde há séculos a assistência na doença era prestada<br />
através das confrarias religiosas e das irmandades de socorros<br />
mútuos que foram precursoras do seguro de enfermidade, e<br />
modernamente, já com cará•cter de seguro, atraV'és de companhias<br />
seguradoras, só no ano de 1942, sob o impulso do<br />
Ministro do Trabalho, D. José Antonio Girón, foi criado oficialmente,<br />
pela lei de 14 de Dezembro, como seguro social obrigatório, depois·<br />
de ter sido solicitada a sua implantação, em conferencias e em diversas petições<br />
aos poderes públicos e após uma preparação minuéiosa e completa em que se<br />
gastaram três largos anos, como escreveu o Prof. Jordana de Pozas.<br />
Este seguro abrange, em especial, os trabalhadores espanhóis por conta<br />
alheia, tanto manuais como intelectuais, maiores de 14 anos, cujos ordenados<br />
não excedam 18.000 Pesetas anuais e, ainda, os portugueses que trabalhem em<br />
Espanha, além dos súbditos de alguns outros países.<br />
Tem o carácter de beneficiários o segurado e determinadas pessoas da<br />
família que com ele vivam e estejam a seu cargo.<br />
O seguro de enfermidade espanhol, que é um seguro social obrigatório<br />
sem finalidade mercantil, pelo que a única entidade seguradora é o «
só o número de habitantes mas também os meios de comunicação de cada<br />
região. Este plano foi precedido duma série de inquéritos às possibilidades dos<br />
estabelecimentos de assistência existentes, tanto oficiais como particulares e,<br />
missões compostas por médicos, arquitectos e funcionários do «
11<br />
terapêutica das doenças físicas e psico-emocionais, das que poderia dizer-se, com<br />
muitíssima razão, que ninguém está livre de as padecer.<br />
É assim que se ·humanizou, dignificou e atendeu· a assistência sanitária<br />
nas Residências, removendo e anulando; por este procedimento, aquele conceito<br />
e mau juízo, em grande parte depressiV>O e desmoralizador para o paciente e<br />
para a marcha da ·sua enfermidade, que há alguns anos tínhamos do Hospital».<br />
Os Ambulatórios são instituições de assistência médica em regime externo<br />
e estão dotadas com enfermarias de 4 a 6 camas, destinadas a r·esolver os problemas<br />
de assistência urgente até que o doente possa ser transferido para a<br />
Residência a que pertença o Ambulatório.<br />
Grupos de especialidades: as especialidades do seguro de enfermidade ·<br />
estão ordenadas em 3 grupos, da seguinte forma: ·<br />
1. 0 grupo: Cirurgia geral<br />
Otorrinolaringologia<br />
Oftalmologia<br />
Coração e pulmões<br />
Aparelho digestivo<br />
Dermatologia<br />
Radioelectrologia<br />
'2. 0<br />
grupo: Laboratório e Análises Clínicas<br />
Odontologia<br />
3. 0 grupo: Traumatologia<br />
N europsiquiatria<br />
Urologia<br />
Nutrição e secreções internas<br />
Ginecologia<br />
Grupo especial:<br />
Obstetrícia<br />
Pediatria-Puericultura<br />
Pessoal: como nos planos das Residências foi seguida a tendência actual<br />
de fraccionar as grandes enfermarias em pequenas unidades para 2, 4 ou 6 camas<br />
no máximo, essa resolução traduziu-se em maiores necessidades de . pessoal e<br />
numa maior despesa de manutenção.<br />
A este propósito escreve o Dr. Luis Angel Ugarte:<br />
«por um errado conceito há instituições que se esforçam por conseguir<br />
24 HOSPITAIS<br />
a barateza dos seus serviços sem darem conta de que assim estão conspirando,<br />
precisamente, contra a sua economia. Pessoal barato significa, geralmente,<br />
pessoal pouco seleccionado e. ineficiente; a exclusão de meios caros de diagnóstico<br />
e de tratamento representa diagnósticos· ·incertos e tratamentos pouco eficazes<br />
que conduzem ao prolongamento da doença com todas as suas consequências<br />
económicas.<br />
É certo que frequentemente se observa nos hospitais e centros de assistência<br />
médica, a despreocupação do pessoal pela ec·onomia, o que se traduz no<br />
emprego desnecessário de meios de diagnóstico e no desperdício de materiais<br />
de tratamento, mas, por regra geral, esses hábitos traduzem, também, a ineficácia.<br />
Em todo o caso o remédio não está em procurar nem em estabelecer restrições.<br />
O segredo principal está na boa organização, o que significa obter o<br />
maior rendimento possível do pessoal e o melhor aproveitamento das instalações<br />
e meios disponí-veis e na adequada educação do. pessoal».<br />
Demora média: para o cálculo das camas necessanas no futuro, foi<br />
tomada como base a demora média dos doentes do seguro de enfermidade no<br />
ano de 1950, que foi de 9,14 dias em cirurgia (incluindo especialidades), demora<br />
média muito inferior à dos hospitais de assistência oficial espanhola, que foi de<br />
30,86 a 40,<strong>20</strong> dias, no mesmo ano, devido ao facto de uma percentagem grande<br />
dos doentes destes hospitais ser composta de crónicos e incuráveis.<br />
Execução do plano de instalações: as obras de construção das 67 Residências<br />
e dos <strong>20</strong>7 Ambulatórios foram iniciadas em 1948 e, presentemente, estão<br />
concluídas ou em vias de conclusão 31 Residências e 58 Ambulatórios, dos quais<br />
alguns já estão em pleno funcionamento.<br />
Cabe aqui assinalar o esforço notável que representa a construção d e<br />
tão elevado número de edifícios, alguns de grande capacidade e imponente<br />
aspecto arquitectónico, num período em que a Espanha não recebeu qualquer<br />
auxílio americano e, ainda lutou com enormes dificuldades para realizar importações,<br />
tendo de contar somente, com a sua indústria para a execução<br />
deste plano.<br />
'<br />
O número de camas das Residências é variável conforme a densidade<br />
Populacional da região que servem, dispondo as mais pequenas de 100 camas<br />
e tendo a maior (Barcelona) 700 camas distribuídas por 12 pavimentos.<br />
Nalgumas residências foi adoptado o tipo d e construç3o vertical, como<br />
os hospitais norte-americanos modelo monobloco, destacando-se dentre elas a<br />
de v·<br />
Igo, que dispondo apenas de 250 camas, tem 18 andares.<br />
(Do relatório sobre o I Congresso Ibero-Americano de Seguridade Social).<br />
25
Jítlio V ea•tte e os ltospitais.<br />
Júlio Verne, o sábio escritor fra;ncês, não foi um<br />
ap enas precursor de soluções mecânicas. T ambém p reviu<br />
o que seria um hospital numa cidade modelo do futuro.<br />
E is alguns períodos dessa sua antevisão, extraídos<br />
do livro «Os quinheni'.Js milhões da B égun»:<br />
«Os hospitais são em p equeno núm ero, porque o<br />
siste ma de socorro no domicílio é geral e porqu e tais estab elecimentos servem<br />
especialmente para estrangeiros sem asilo e para alguns casos excepcionais.<br />
É quase escusado acrescentar que a ideia de fazer d e um hospital um edifício<br />
maior que todos os outros e aglomerar no mesmo foco de infecção setecentos<br />
e oitocentos doentes, não pode entrar na cabeça de um fundador da cidade<br />
modelo.<br />
Longe de, por estranha aberração, se juntarem sistemàticamente muitos<br />
doentes, não se trata pelo contrário senão de os isolar.<br />
É tanto interesse particular deles como do público recomenda-se até que<br />
em cada casa de habitação se tenha o doente, o mais qu e for possível, em quarto<br />
distinto.<br />
Os hospitais são apenas construções excepci•onais e restritas, para acomodação<br />
temporária de alguns casos urgentes.<br />
Vinte, trinta doentes, o muito, tendo cada qual o seu aposento particular,<br />
é o que se pode reunir nestas barracas ligeiras, feitas de pinho, e q~e se queimam<br />
regularmente todos os anos para seu novamento. Estas ambulâncias, fabricadas<br />
por um modelo especial têm a vantagem de poderem ser transportadas à<br />
vontade para este ou aquele ponto da cidade conforme as necessidade:;, e multiplicadas<br />
tanto quanto é necessário.<br />
Uma enovação engenhosa, relacionada com este serviço, é a de um corpo<br />
de enfermeiras experimentadas, exclusivamente educadas para esta profissão<br />
especial que a administração central põe à disposição do público. Estas mulheres,<br />
escolhidas com discernimento, são os mais preciosos e mais delicados auxiliares<br />
dos médicos.<br />
Levam ao seio das famílias os conhecimentos práticos tão necessários e<br />
cuja falta tantas vezes se faz sentir no momento de perigo, e ao mesmo temP 0<br />
que tratam o doente, têm por missão impedir a propagação da doença.»<br />
1l easa do tnédieo de<br />
, .<br />
pt·ovataeta<br />
A ideia entusiasmou. toda a g·ente. É preciso que o m édico de província<br />
tenha uma habitação digna e confortável. É preoiso acabar com a sit uação<br />
de tantos m édicos instalados em p ensões s·em classifi·cação ou em casas desprimorosas<br />
e incapazes de servirem para a sua altíssima missão.<br />
Foram váTios os m édioos que nos m•andaram a sua adesão. A imprensa<br />
médica com eçou também a olhar a ideia com simpati•a. Não podemos deixar<br />
de registar a genti·leza de «0 M édi·co» que transcreveu a nossa local acompanhada<br />
de palavras amáveis .<br />
E voltamos a perguntar: se o:;; m unicípios têm de dar casa aos magistrados<br />
e aos professO'fes, por que não hão-de dá-la aos médicos municipais ?<br />
Dá-se até a coincidência de os assUI11tos de assistência correrem precisamente<br />
pe1o M inistério do Interior, do qual dependem Câma~as Municipais.<br />
Não há, pois, que recorrer a ministérios estranhos. O problema simplifica-se<br />
bastante assim.<br />
Para elucidação dos nossos leitores, publicamos hoje a fotografia de uma ·<br />
casa de médico de província, das muitas centenas que no país vizinho se estão<br />
erguendo em ritmo incessante. Por que não havemos de ter também casas<br />
destas em Portugal ?<br />
26 HOSPITAIS<br />
PORTUGUESES 27
O serviço de ambulâncias aéreas,<br />
uma nova modalidade de serviços de<br />
urgência que surgiu antes da 2.a<br />
Guerra Mundial, tem tantas vantagens<br />
sobre os antigos métodos de<br />
transporte de feridos, que é agora o<br />
processo ideal utilizado pelas forças<br />
militares dos Estados Unidos.<br />
Para mostrar bem o valor do serviço<br />
aéreo de evacuação, citemos o<br />
caso dum jóvem de Sacramento, na<br />
Califórnia, ferido gravemente na mão<br />
e na côxa quando combatia com as<br />
forças dos Estados Unidos para repelir<br />
a agressão na Coreia. Depois de<br />
receber um tratamento de emergência<br />
no próprio campo de batalha, foi<br />
transportado num navio-hospital para<br />
o Japão, onde recebeu tratamento preliminar<br />
num hospital; seguiu então de<br />
aeroplano c•om mais 29 doentes, duas<br />
enfermeiras e um técnico, para o Estado<br />
da Califórnia, na costa do Pacífico.<br />
Foi examinado na base aérea de<br />
Fairfield - Suisnu, próximo de San<br />
Francisco, aí descansou tendo oportunidade<br />
de visitar a mãe em Sacramento,<br />
e em seguida foi transferido<br />
para o Hospital Naval de Ook Knoll<br />
para se sujeitar a um longo tratamento<br />
de cirurgia plástica.<br />
Cerca de 97 por cento de feridos<br />
americanos são transferidos da Coreia<br />
28<br />
' .<br />
Por HOWARD A. RUSK, M. D. e EUG~NE J. TAILOR<br />
Exclusivo em ·Portugal para «<strong>Hospitais</strong> <strong>Portugueses</strong>»<br />
para os Estados Unidos em transportes<br />
aéreos. O mesmo meio tem sido<br />
utilizado para transportar os feridos<br />
da Coreia para hospitais no Japão;<br />
nos primeiros oito meses de luta, foram<br />
transportados cerca de 10.000<br />
pessoas, sendo 70 por cento doentes<br />
de macas. Os doentes gastam hora e<br />
meia num percurso aéreo duma base<br />
das Nações Unidas até um hospital<br />
no sul do Japão, enquanto o mesmo<br />
percurso, p·or mar, leva de 32 a 36 horas<br />
! A viagem aérea do Japão para<br />
a Califórnia, com paragens em Guaro,<br />
Kwajalein e Hawaii, demora dois a<br />
cinco dias enquanto de navio demora<br />
28 dias ! Em algumas viagens, as ambulâncias<br />
aéreas fizeram o percurso<br />
directo de 3.400 mi~has de Tokio a<br />
Honolulu, em pouco mais de 13 horas.<br />
Tendo importância básica, como<br />
um meio de salvar vidas, a rapidez<br />
do transporte aéreo de doentes e invá·<br />
lidos tem muitas outras vantagens,<br />
como: o conforto, um período mais<br />
pequeno de hospitalização, maior economia<br />
e menos número de pessoal<br />
médico. No transporte marítimo de<br />
doentes torna-se necessário utilizar<br />
<strong>20</strong> vezes mais pesoal médico do que<br />
no transporte aéreo. Duma maneira<br />
geral, um navio que transporte 300<br />
doentes num percurso de 10.000 mi-<br />
HOSPITAIS<br />
lhas náuticas, tem a bordo 118 enfermeiros<br />
e enfermeiras e 8 médicos. Os<br />
mesmos 300 doentes, num tra.Iisporte<br />
aéreo, apenas necessitam de três ·ou<br />
quatro enfermeiro~ e de nenhum médico.<br />
Além disso, as viagens aéreas<br />
têm a vantagem de flexibilidade e de<br />
freqqência; os aviões de transporte<br />
atingem uma velocidade quase 10 vezes<br />
superior à dum navio - hospital,<br />
precisam unicamente de 34 doentes e<br />
Quando no outono de 1949 acabou<br />
oficialmente a força aérea em Berlim<br />
- a que desfez com êxito o plano soviético<br />
qu e se propunha privar a população<br />
da capital alemão dos géneros<br />
necessários - e a aviação passou<br />
a ter grande utilidade 1 'O ~avio-hospital<br />
que fora. utilizado na área do<br />
Atlântico, foi posto fora de serviço.<br />
Desde então, todo o transporte de<br />
doentes militares da Europa para os<br />
Transporte de doentes num campo de aviação da Coreia<br />
não de 300 para perfázer a sua lotação,<br />
e podem tomar qualquer direcção<br />
~obre terra ou mar. Ora, sendo<br />
as viagens mais frequentes, tornam-se<br />
desnecessários ·os grandes navios hos<br />
Pitais e põe-se fim aos longos períodos<br />
de espera, por parte dos doentes, para<br />
efectuarem o seu regresso a casa. As<br />
altitudes para a evacuação aérea são<br />
as mesmas das linhas aéreas comerciais.<br />
PORTUGUESES<br />
Estados Unidos se tem feito por via<br />
aérea. Cerca de 700 doentes viajam<br />
por mês em rápidos aeroplanos, construídos<br />
para comportar macas, gastando<br />
18 a 24 horas uma viagem que<br />
antigamente levava dias e até semanas.<br />
Nestas viagens os passageiros<br />
raramente precisam de serviço médico<br />
de emergência, mas, quando este se<br />
torna necessário, o aeroplano nunca<br />
está a muitas milhas de distância dum<br />
29
hospital, numa base aérea das Forças<br />
Aéreas. Os doentes são transportados<br />
de todos os hospitais militares dos Estados<br />
Unidos na Europa, para o hospital<br />
adaptado aos serviços da evacuação<br />
em Wiesbaden, na Alemanha,<br />
e então seguem para Westover Field,<br />
em Massachusetts, próximo da costa<br />
atlântica. As ambulâncias aéreas<br />
comportam 42 doentes, 22 sentados<br />
e <strong>20</strong> em macas; a duração do vôo é<br />
aproximada mente de 23 horas.<br />
Os serviços de evacuação aérea<br />
p ara os Estados Unidos estão a cargo<br />
dos serviços de T ransporte Aéreo Militar.<br />
E xiste também nos Estados<br />
Unidos uma rede de linhas aéreas<br />
hospitalares para distribuir os doentes<br />
vindos doutros continentes e para os<br />
t ransferir dentro da própria pátria .<br />
Os campos de aviação situados próximo<br />
das costas do Atlântico e do P a<br />
cífi co são utilizados como term inus, e<br />
a carreira transcontinental faz escala<br />
por 3 bases aéreas. Cada carreira<br />
tem 3 viagens por semana. Há t ambém<br />
um sistema de linhas aéreas suplementares<br />
da carreira transcontinental,<br />
que se encarrega de transportar<br />
os doentes de hospitais locais para<br />
os pontos de escala da acarreira principal.<br />
O transporte em massa de doentes<br />
americanos teve início na 2." Guerra<br />
Mundial. Em Abril de 1942, cerca<br />
de 1900 feridos e doentes foram transferidos<br />
por via aérea de Myithkina,<br />
em Burma, para Dinjan, na Índia,<br />
no curto espaço de 10 dias. Na campanha<br />
de Buna-yona, na Nova Guiné,<br />
utiliZ'ou-se o mesmo serviço aéreo para<br />
transportar doentes por sobre a cordilheira<br />
ed Ousen Stanley até ao porto<br />
de Moresby, gastando no percurso<br />
uma escassa hora, quando o mesmo<br />
trajecto, efectuado através daquele<br />
terreno montanhoso e selvático teria<br />
levado muitos dias. Mas, pelos fins<br />
do ano de 1942, já a evacuação aérea<br />
tinha sido adoptada pelas forças armadas<br />
como uma necessidade táctica<br />
e médica. Foi importante a operação<br />
das Forças Aéreas em 1943, quando<br />
foram evacuados para cima de 175.000<br />
soldados aliados, na campanha do<br />
M editerrâneo, . muitos deles em vôos<br />
directos para o Norte de África e é<br />
sabid o ta mbém como este m étodo foi<br />
largamente utilizado pelas tropas aliadas<br />
na E uropa.<br />
Na 2." Guerra Mundial, n as operações<br />
do P acífico, também a evacuaçãa<br />
aérea foi utilizada com êxito. Em<br />
F evereiro de 1945, p or exemplo, foram<br />
transportados de Lu zon para Leyte<br />
14.000 soldados, a maioria dos quais<br />
feridos em combate. Embora grande<br />
número destes soldados estivesse gravemente<br />
doente, apenas um deles morreu<br />
durante o vôo. Faziam-se transfusões<br />
de sangue durante a viagem, e,<br />
muitos soldadàs com ferimentos causados<br />
por minas terrestres, eram imediatamente<br />
transportados e recebiam<br />
plasma sanguíneo durante as 2 horas<br />
de vôo. Em 1944, um doente de poliomielite<br />
foi transportado a uma distância<br />
de 280 milhas com uma enfermeira<br />
e 4 técnicos, que lhe administraram<br />
continuamente respiração artificial<br />
e oxigénio.<br />
Em conclusão, 1.341.659 doentes<br />
aliados foram transferidos por via aérea<br />
durante a 2.a Guerra Mundial,<br />
tendo 335 .000 feito um vôo sobre o<br />
·oceano até aos Estados Unidos. O<br />
total de mortes registadas durante o<br />
transporte aréreo destes milhares de<br />
soldados foi apenas de 46.<br />
Antes da luta das Nações Unidas<br />
contra a agressão na Coreia, já se<br />
tado pelo helicóptero em tais operações<br />
fosse considerável, a sua utilidade<br />
era limitada pelos seus pequenos<br />
vôos. Para vencer esse obstáculo,<br />
as Forças Aéreas experimentaram rebocar<br />
os helicópteros por meio de<br />
aviões de long•o vôo ; quando eles chegavam<br />
ao local em que se encontrava<br />
m os feridos, o helicóptero despren-<br />
O autogiro desce nas primeiras linhas para recolher os feridos.<br />
verificava notável progresso nos métodos<br />
de transporte de soldados do<br />
campo de batalha para várias bases<br />
aéreas. Muitas destas evacuações<br />
eram realizadas por meio de helicópteros<br />
e de pequenos aviões rebocadores,<br />
que podiam recolher os homens<br />
a Pouca distância do local onde eles<br />
caíam feridos. Embora 0 serviço pies-<br />
dia-se do reboque, aterrava, recebia<br />
os feridos, erguia vôo e era novamente<br />
atrelado ao avião para o seu regresso<br />
à base aérea. Um dos principais<br />
objectivos do centro de investigações<br />
da aviação continua a ser o de prolongar<br />
o vôo do helicóptero.<br />
Grande parte do êxito alcançado<br />
pela América nos serviços de evacua-<br />
30<br />
HOSPIT AI S<br />
PORTUGUESES<br />
31
ção aérea, deve-se ao Dr. Richard L .<br />
Meiling, presidente da Armed Forces<br />
Medical Policy Council do Departamento<br />
de Defesa dos Estados Unidos,<br />
que · em 1942 foi apontado como o<br />
primeiro oficial de evacuação aérea<br />
dos serviços militares. Até aquela<br />
·data, os transportes aéreos não eram<br />
construídos de molde a acomodar macas<br />
nem sequer tinham outras exigências<br />
requerid?S para a evacuação aérea.<br />
A aviação teve de sofrer diversas<br />
modificações até que aqueles se pudessem<br />
pôr ao serviço dos doentes. Fizeram-se<br />
novos contratos, segundo os<br />
quais todo o avião de carga, ao sair<br />
da fábrica, está pronta a ser utilizado<br />
nos serviços de evacuação aérea.<br />
Verificou-se que o transporte de<br />
soldados doentes por via aérea é o<br />
método mais rápido, eficiente, confortável<br />
e até clinicamente o mais<br />
aconselhável; por essa razão, o mesmo<br />
método está a ser cada vez mais utilizado<br />
no transporte de doentes civis.<br />
Por serem hoje frequentes, perderam<br />
o seu aspecto sensacional e deixaram<br />
de figurar na primeira página dos jornais,<br />
notícias como a do transporte<br />
QUEIJOS<br />
CASEÍNA<br />
aéreo de u_ma criança paralítica, ida da<br />
África do Sul.para New York a fim de<br />
se submeter a· um .treino especializado,<br />
ou a do tmnsporte, por via aérea<br />
comercial, dum jóvem duma região<br />
montanhosa para Chicago, aonde vai<br />
receber tratamento para a leucemia.<br />
Atendendo ao papel importante<br />
desempenhado pelas ambulâncias aéreas<br />
em casos de emergência, como<br />
por exemplo, em furacões, inundações<br />
ou tempestades de inverno, a U. S.<br />
Civil A~ronautics Administration pu·<br />
blicou um relatório das· ambulâncias<br />
civis, alistando 395 nos Estados Uni·<br />
dos, as quais têm as suas bases em 44<br />
Estados. A maior parte destas am·<br />
bulâncias dispõe de macas e oxigénio<br />
e têm médicos e enfermeiras. Já em<br />
1940 os transportes aéreos acusavam<br />
urna frequência mensal superior a SOO<br />
doentes civis na carreira de Rochester,<br />
em Minnesota, que é a sede da fa·<br />
mosa Clínica Mayo. Desde então, esse<br />
número aumentou, pois muita gente, e<br />
entre ela as forças armadas, aprendeU<br />
que o transporte por via aérea não é<br />
apenas um meio seguro de viajar mas<br />
também um bom salva-vidas.<br />
«VouGA SuL >)<br />
TIPO PRATO-TIPO BOLA<br />
COALHO- LÁCTEA<br />
MANTEIGA<br />
LEITE HIGIENIZADO<br />
li<br />
li<br />
PREPAR~ÇÁOOO<br />
DltMANUEL RODRIGUES LOURflliO<br />
QuiO>i~....t;c.<br />
BASE:<br />
~~lormioa.m:.-co4
Notícias para tnétlieos<br />
I
A J)aJ•alisia iufau.til nos Estados<br />
(;uidos<br />
Num período de doze meses, terminado<br />
em 29 de Março deste ano,<br />
verificaram-se nos Estados Unidos,<br />
28 :692 casos de paralisia infantil. Nos<br />
doze meses anteriores-Março de 1950<br />
a Março de 1951-as estatísticas revelaram<br />
a existência de 33.393 casos.<br />
Os Serviços de Saude Pública dos Estados<br />
Unidos assinalaram um importante<br />
decréscimo da doença, não só<br />
na América do Norte como em muitos<br />
países da Europa.<br />
A média da dtn•ação da -vida<br />
humana<br />
A «Life Insurance Company» uma<br />
importante companhia resseguradora,<br />
acaba de publicar curiosas e interessantes<br />
estatísticas acerca da duração<br />
média da vida humana. Segundo os<br />
técnicos, os habitantes da Europa Ocidental,<br />
Estados Unidos e países da<br />
língua inglesa, têm maiores possibilidades<br />
de sobrevivência do que outros,<br />
naturais de regiões menos desenvolvidas,<br />
onde 50 por cento dos habitantes,<br />
atingida a idade dos quinze anos, não<br />
têm a possibilidade de completar 65.<br />
Nos países mais adiantados, a percentagem<br />
é superior a 60 por cento e, na<br />
Escandinávia e Holanda, atinge 700<br />
por mil.<br />
36<br />
cPulmões de aço» que pode·<br />
•·ão sei' emp1•egados oa<br />
cuJ•a de -váJ•las tlot'nças<br />
Uma casa especializada no fabrico<br />
de «pulmões de aço» construiu por<br />
encomenda de um instituto médico<br />
italiano, e segundo projecto desenhado<br />
-1<br />
4f•RI•U 80<br />
IUAR!IIINIU Sol · COI HBRA<br />
Soo AS i o .... tiiO? l•unJo<br />
d.o b&re.llo.o. la.mbolm ot<br />
"I'IOSAiws Ás~<br />
'i o o ••u tho r tno nJo do<br />
oont\1\alo, .,oduno<br />
pelo cientista italiano Ceccherini, um<br />
novo tipo de «pulmão de aço» que<br />
poderá ser empregado tanto na cura<br />
da poliomielite como, também, na<br />
asma, bronquites asmáticas, enfisema<br />
pulmonar, bronquiectasia e descompensações<br />
cardio-vasculares.<br />
Umi ••aios íttels 1•aa•a ta•ata·<br />
meuto do I'eumatlsmo<br />
Um sábio do Paquistão, o Dr. Noton<br />
Dubash, anunciou que descobriu<br />
raios invisíveis no petróleo ordinário.<br />
Este cientista que estava a trabalhar<br />
nesta descoberta desde 1948, declarou<br />
que os referidos raios serão muito úteis<br />
no tratamento do reumatismo.<br />
=<br />
HOSPITAIS<br />
FICHEIRO DE FORNECEDORES RECOMENDADOS<br />
Alimentação e Dietética<br />
* Lacticinios de Aveiro, L.da- Produtos<br />
VougaSul: Manteiga, Queijo,<br />
Leite Pasteurizado.<br />
* Lusa-Atenas, L. da, S.or - Mercearias<br />
por grosso, papelaria, miudezas.<br />
Depósito das águas Vidagr·, Melgaço<br />
e Pedras Salgadas. R. do Arnado<br />
Telefone 2126 - Coimbra - Apartado<br />
17.<br />
Materiais e actividades de construção e instalação<br />
* Aleluia & Aleluia (Fábricas Aleluia)<br />
-Materiais de Construção, Azulejos<br />
e louças sanitárias. Cais da Fonte<br />
Nova- Aveiro. Telefone 22 - Telegramas<br />
: Fábricas Aleluia.<br />
* Barboza & Carvalho, L,da - Fábrica<br />
de Estores «SOLCRIS» (estores<br />
de madeira e em duro- alumlnio).<br />
Aços finos para construção e ferramentas.<br />
Materiais de construção e<br />
representações. Rua de José- Falcão,<br />
61 - Porto. Telefone 25rso/1<br />
- Telegramas: SOLCRIS.<br />
* Lafayette de Carvalho - Materiais<br />
de construção. Representante das<br />
Fábricas de Vernizes e Esmaltes<br />
.« Teolin }} e « Teoflux », Holanda.-<br />
C. de Monchique, 3, Porto -Telefone<br />
25326- Teleg. Laca.<br />
* Silarte - Silva, Soares & Leite, L.da<br />
-Instalações eléctricas. Montagem<br />
de água quente, fria e aquecimento<br />
central. Armazenistas de material<br />
eléctrico. - Rua do Dr. António<br />
Granja, 6- Telefone, 4444- Coimbra.<br />
Material e aparelhagem médi-co-cirúrgica<br />
* A. G. A Ivan- Gatguts-linho e<br />
seda para sutura «Lukens». Rua da<br />
Madalena, 66-2.o- E - Lisboa. Telefone<br />
25722.<br />
* Siemens Reiniger, S. A. R. L.<br />
-Aparelhos de Raios X, Electromedicina<br />
e Electrodentária. Rua de<br />
Santa Marta, 33-r. 0 - Lisboa. Telefone<br />
44329- Teleg.: Electromed.<br />
Mobiliário metálico, hospitalar e geral<br />
}f. Adelino Dias Costa & C.a, L.da<br />
(Fábrica Adico)- Mobiliário cirúrgico<br />
e hospitalar (Fábrica de). - Avanca<br />
--Portugal. Telef. 2- Avanca-Telegramas:<br />
Adico.<br />
* Dário Correia- Mobiliário de<br />
ferro, material médico-cirúrgico de<br />
--<br />
PORTUGUESES<br />
laboratório e hospitalar.- R. Morais<br />
Soares, 6o.- Telefone 53484.- Lisboa.<br />
* Fábrica Portugal S. A. R. L.- Mobiliário<br />
Metálico e Hospitalar.-Regueirão<br />
dos Anjos, 96 - Telefone 47157 9<br />
-Lisboa- Telegramas: FIELSA.<br />
(Seguej<br />
37
* Singer Sewing Machine Company<br />
- Máquinas para todos os géneros<br />
de costura.<br />
-Lojas e Agentes em todo o País.<br />
Telefone 6416r.-Telegrama: «Singer<br />
-Lisboa»<br />
Produtos químicos e farmacêuticos<br />
* Jayme Alves Barata, L.da- Material<br />
para Medicina, Cirurgia e Laboratório,<br />
Produtos químicos e farmacêuticos.<br />
Rua Aurea, 124-r.•- Lisboa.<br />
Telefon e PPCA 31531-31533- Telegramas<br />
: Far baral.<br />
* Pestana & Fernandes, L. da- Material<br />
de Laboratório. Reagentes puro<br />
«pro-analisis» e para micro-anális es.·<br />
Indicadores e indicadores de PI-:1.<br />
Matérias corantes e soluções de matérias<br />
corantes. Preparaç ões diversas<br />
para microscopia. Preparados para<br />
fins científicos. P apéis reagentes e '<br />
papéis de filtro. Prod utos químicos<br />
e far_macêuticos. - Rua Sapateiros, 39<br />
- L1 sboa - Telefones 24286, 24287,<br />
25709 e 31753.<br />
Tapeçaria, colchoaria e artigos de borracha<br />
* Fábrica de Borracha «Monsanto», L.da<br />
- Borracha:-A nilhas, botões «Sanitas,.,<br />
guarn e ci m ~nt o s d e rodas de<br />
marquezas, juntas «Unitas», ponteiras<br />
para bengalas e muletas, rolhas<br />
para frascaria de laboratór;o, tapetes<br />
para lavabos, tubos de irrigador, tubagem<br />
diversa, válvulas para autoclismo,<br />
em baques para bidets, revestimentos,<br />
passadeiras e carpetes em<br />
todas as dimensões e toda a espécie<br />
de artefactos mediante amostra ou<br />
simples d esenho. Avenida :14 de Janeiro<br />
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seringas hipodérmicas de Vidro neutro,<br />
Murano:e Pirex. R. 14, n.• u 73-n 79 I<br />
- Espinho.<br />
Novo Hospital Eseolar de Lisboa<br />
O ministro do Interior em'possou,<br />
em 13 de Novembro, no seu gabinete,<br />
a Comissão Instaladora e Administradora<br />
do novo Hospital Escolar de Lisboa,<br />
constituída pelo tenente-coronel<br />
Emílio Simões da Mota, Prof. Adelino<br />
Padesca e Dr. Joaquim José Paiva<br />
Correia. O Dr. Trigo de N egreiros<br />
começou por agradecer aos membros<br />
da comissão o terem acedido a com <br />
por a comissão instaladora e administrativa<br />
do novo hospital e, seguidamente,<br />
pôs em relevo a delicadeza e<br />
complexidade das funções em que acabavam<br />
de ser investidos, porquanto -<br />
afirmou- não se trata apenas de instalar<br />
e organizar o primeiro estab elecimento<br />
hospitalar do P aís, em cuja<br />
construção de dispenderam algumas<br />
centenas de m ilha res de contos, mas<br />
também de conseguir que, no seu funcionamento,<br />
se at inja plenamente o<br />
seu duplo objectivo; assegurar a assistência<br />
aos doentes sem que com isso<br />
se prejudiquem as funções pedagógicas<br />
que lhe cabem como hospital escolar.<br />
A articulação dos seus serviços<br />
com os hospitais especializados- Júlio<br />
de Matos e M iguel Bombarda e<br />
Maternidade Dr. Alfredo da Costa -<br />
permitirá pôr à disposição da Faculdade<br />
de M edicina um vasto campo de<br />
observação e estudo, constituído por<br />
mais de 6.000 camas, podendo ser<br />
transferidos para aquele hospital os<br />
doentes internados nestes últimos,<br />
desde que a transferência seja a·conse}hla.da<br />
pelo. exercício das funções pedagógicas<br />
ou no interesse da investigação<br />
científica.<br />
É que, interessando a formação dos<br />
médi·cos, por igual, às Faculdades que<br />
os habilitam ao exercíoio da profissão<br />
e aos hospitais em que a exercem , a<br />
lei n. 0 2:011 cometeu e bem , aos <strong>Hospitais</strong><br />
Centrais de Lisboa, Porto e<br />
Coimbra a função não só assistencial,<br />
mas ainda pedagógi•ca, visto que todos<br />
funcionam em centros universitários.<br />
-Numa palavra: F acu'ldades e<br />
Hospit ais Centrais têm de conjugar<br />
esforços no sentido de m elhorar a preparação<br />
científica e técnica dos médicos,<br />
oomo condição indispensável<br />
aos progressos da M edicina e à conservação<br />
e defesa da saude pública.<br />
Ora para que os <strong>Hospitais</strong> Centrais,<br />
qu e incluem os <strong>Hospitais</strong> Escolares,<br />
possam desempenhar cabalmente<br />
a sua missão, não basta seguramente<br />
construir edifícios magníficos,<br />
pois estes só por si pouco representam:<br />
o que importa é assegurar o<br />
seu funcionamento e manutenção, em<br />
condições de garantir-se a eficiência<br />
dos serviços, dentro dos recursos financeiros<br />
postos ao dispor da sua<br />
administração.<br />
Em Portugal não tem existido escola<br />
nem tradição de verdadeiros<br />
administradores hospitalares. É necessário<br />
criá-las.<br />
38<br />
HOSPITAIS<br />
PORTUGUESES<br />
39
Se, no que toca às funções pedagógicas<br />
e à investigação científica, a<br />
orientação compete ao Ministério da<br />
Educação Nacional, o Ministério ~o<br />
Interior procuflará que, sem prejuízo<br />
delas, a administração se desenvo'lva<br />
segundo normas que vis·em a maior<br />
eficiência dos serviços com o máximo<br />
de economia. Quer dizer: com o funcionamento<br />
do hospital dispender-se-á<br />
a verba que for julgada n ecessária,<br />
mas só esta, suprimindo-se corajosamente<br />
os gastos inúteis ou supérfluos.<br />
O Dr. Trigo de Negreiros terminou<br />
declarando que, para o desempenho<br />
da sua missão, a comissão podia<br />
contar com o apoio do Governo, empenhado<br />
em que ela alcance pleno<br />
êxito.<br />
O tenente-coronel Simões da Mota,<br />
disse depois entre outras coisas:<br />
- Os membros da comissão administrativa<br />
do nov·o Hospital Escolar<br />
sentem-se honrados com a distinç§o<br />
que V. Ex.a lhes quis conceder, escolhendo-os<br />
pana o desempenho das<br />
funções em que a·cabam de ser investidos.<br />
A V. Ex.n, sr. ministro, bem como<br />
ao sr. subsecretário de Estado, eu dou<br />
a garantia plena, pelos meus ilustres<br />
colegas e por mim, de que procuraremos<br />
sempre corresponder à confiança<br />
que em nós foi depositada,<br />
escolhendo-nos para o desempenho<br />
destas funções.<br />
Com o amparo e apoio dos srs. ministro<br />
e subsecretário de Estado, a<br />
boa colaboração de todos quantos<br />
conosco tenham de trabalhar e a<br />
nossa boa vontade- que é total-<br />
em acertar, em Deus confio havemos<br />
de atingir o fim que todos desejamos:<br />
fazer com que o Hospital Escolar seja<br />
instituição útil aos que a ele recorram,<br />
isto é, que o Hospital Escolar seja a<br />
bem da nação.<br />
Por fim usou também da palavra<br />
o Prof. Ardelino Padesca, que, em breves<br />
palavras, aludiu ao funciona-<br />
r=:==================-<br />
Fábrica ADICO<br />
MOBILIÁRIO METÁLICO<br />
CIRÚRGICO E HOSPITALAR<br />
Vendas no continente:<br />
Em Lisboa:<br />
No Porto:<br />
Em Coimbra:<br />
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T e!ef. 2<br />
Teleg. ADJ CO<br />
li Adelino Dias Costa & C.\ L::_<br />
mento dos hospitais, nos últimos cinquenta<br />
anos, e ao desenvolvimento<br />
dos respectivos serviços, que presentemente<br />
diferem muito do que eram<br />
no tempo em que começou a estabelecer<br />
contacto com eles. Concluiu,<br />
afirmando que, como bem dissera o<br />
tenente-·coronel Simões da Mota, os<br />
membros da comissão estavam na disposição<br />
firme de bem cumprir.<br />
Bélgica<br />
Em Junho passado, a Federação<br />
das Instituições Hospitalares da Caritas<br />
Católica organizou em Bruxelas<br />
jornadas de estudo sobre os problemas<br />
próprios para velhos e doentes<br />
crónicos.<br />
Foram expostas e estudadas as<br />
questões relativas à construção, equipamento,<br />
assistência médica, racionalização<br />
e humanização das técnicas<br />
de assistência aos velhos e inválidos.<br />
IFJ•auça<br />
1. Está lançada junto das empresas<br />
industriais e comerciais uma forte<br />
campanha a favor do emprego de diminuidos<br />
da capacidade laborativa.<br />
2. Uma lei de Abril de <strong>1952</strong> modificou<br />
o art. 136. 0 do Código de Farmácia<br />
e fixa as características dos<br />
biberons e tetinas que são vendidas<br />
a•o público.<br />
Inglate••••a<br />
1. O orçamento do Ministério da<br />
Saude teve de ser reforçado com<br />
4 0.000 de libras para pagar os suplementos<br />
de honorários a <strong>20</strong>.000 médicos<br />
do serviço nacional de saude. Os<br />
médicos pediam um aumento de 1<strong>20</strong> %<br />
sobre os honorários de 1939. O Governo<br />
de S. Majestade oferecia <strong>20</strong> %.<br />
Nomeou-se um árbitro, o juiz Dankwerts<br />
que fixou 85 % para o ano de<br />
1948, 100% para os anos de 1950-51.<br />
2. O Serviço Nacional de Saude<br />
veio aumentar na Inglaterra o número<br />
de pessoas com óculos. Desde o seu<br />
início, apurou-se que, em cada 100<br />
consultas de oftalmologia, são receitados<br />
95 óculos. E afirma-se que os<br />
abusos não partem dos doentes mas<br />
sim dos médicos. Há mesmo pess•oas<br />
a quem forçam a receber os óculos e<br />
que depois não os usam.<br />
NOI'Uega<br />
O Ministério das Questões Sociais<br />
fez distribuir por todos os hospitais<br />
do país belos quadros dos melhores<br />
pintores, a fim de ornarem as salas e<br />
quartos do3 doentes.<br />
Os quatrocentos hospitais noruegueses<br />
já receberam perto de 5.000 reproduções<br />
de obras de arte e até ao<br />
próximo outono receberão mais 2.500.<br />
Se o Governo norueguês se preocupa<br />
com a ornamentação dos hospitais,<br />
isso quer dizer que já não há verdadeiramente<br />
problemas no que respeita<br />
à manutenção e equipamento<br />
dos mesmos .. .<br />
40<br />
HOSPITAIS<br />
PORTUGUESES<br />
41
A ••gola<br />
Tem-se intensificado a assistência<br />
à população dos Muceques, bairros da<br />
periferia de Luanda, devido à obra<br />
realizada pelo Dispensário de Puericultura<br />
e pelo Lactário. Na Subdelegação<br />
de Saude o número de consultas<br />
aos indígenas foi superior a 5.000<br />
e ultrapassaram 93.000 os tratamentos<br />
feitos. A assistência às crianças tem<br />
sido profícua.<br />
Cabo "\'et•de<br />
Foi nom a da, pelo Ministério do<br />
Ultramar, uma missão de estudo, integrada<br />
na cadeira de H igiene, Climatologia<br />
e Geogra fia Médica do Instituto<br />
de M edicina Tropical e dirigida<br />
pelo professor efectivo da referida cadeira,<br />
para ir a Cabo Verde obter um<br />
conhecimento mais exaoto sobre a<br />
existênoia da malária, e executar outros<br />
trabalhos d e natureza afim. A<br />
missão, que deverá, p-or enquanto, limitar<br />
os seus trabalhos à ilha de S. Vicente,<br />
dur~nt e cerca de dois meses, é<br />
constituída pelo Dr. Manuel Torcato<br />
Viana de Meira, chefe; e Fernando de<br />
Campos Mina e José Coutinho, auxiliares<br />
de laboratório.<br />
42<br />
~. 'l'omé<br />
Foi criado em S. Tomé o Serviço<br />
de Combate à Lepra, tendo como<br />
objectivo coordenar e orienta·r todas<br />
as actividades na luta contra o mal<br />
e na assistência.<br />
Segundo o jornal «A Voz de S. Tomé»,<br />
prevê-se desde já a instalação de<br />
uma gafaria provisória na Ilha do<br />
Príncipe. Está também projectada a<br />
construção dum hospital - Granja na<br />
mesma ilha dividido em três zonas <br />
a «zona sã» para a residência do pessoal,<br />
infantário preventório e anexos,<br />
a «zona intermediária» onde serão instalados<br />
os serviços de esterilização e<br />
outro~ ; e, finalmente, a «zona doente»<br />
onde ficarão as enfermarias e o aldeam<br />
ento e granja dos leprosos.<br />
Guiné<br />
Com ·a presença do governad·or da<br />
Guiné, Eng. R aimundo S rrão, forarn<br />
inauguradas, em 16 de Novembro, novas<br />
instalações do banco do hospital<br />
de Bissau, que f icou devidamente apetrechado.<br />
Com a assistência da mesma au·<br />
toridade, foi também inaugurado o<br />
posto sanitário de Encheia ficando<br />
assim completada a rede de hospitais<br />
e postos sanitários por todo o território<br />
da Guiné.<br />
HOSPITAIS<br />
.-\s dhisas e galóes uo pessoal tle eufe•·magem<br />
É uma tortura entender os graus hierárquicos da enfermagem nos vários<br />
hospitais, através dos galões, divisas, estrelas e outros sinais de que pouêa gente<br />
conhece a significação. Há hospitais que, para maior confusão, estabeleceram<br />
um complicado código de cores só inteligível para a direcção e para os próprios<br />
funcionários.<br />
Tem-se usado, para evitar estes inconvenientes a colo::;ação de distintivos<br />
de esmalte, com o selo ou emblema do hospital e com uma legenda que diga<br />
claramente o grau hierárquico da enfermeira. Por exemplo: «Enfermeira-chefe»,<br />
«Enfermeira de 1." classe», «Auxiliar de enfermagem», etc. Assim, basta-nos<br />
olhar para o distintivo para sabermos com quem estamos tratando.<br />
Acaba de chegar-nos da América uma novidade, nesta matéria.<br />
Averiguou-se que os doentes gostam de tratar as enfermeiras pelo seu<br />
nome habitual. Isto dá-lhes o conforto de se sentirem entre pessoas conhecidas<br />
e amigas. Mas acontece que os doentes ou não sabem o nome das enfermeiras<br />
ou o esquecem com facilidade.<br />
Foi então que a Escola de Enfermagem do H ospital de H artford lan<br />
Çcu entre as alunas a ideia de trazerem no peito, um bonito alfinete em plástico,<br />
no qual se lê o nome da aluna. Dizem-nos que foi tão favorável a reacção<br />
dos doente que as enfermeiras do quadro passavam a usar alfinetes idênticos.<br />
Par~• se set• eufet'ltJeh·o ou<br />
eufet·melt••<br />
Segundo o Instituto de Orientação<br />
Prof ·<br />
_ ISSional de Roma, para a profissao<br />
de enfermagem, exigem-se as seguintes<br />
aptidões psico-morais:<br />
1. Prontidão e facilidade de assirnilação.<br />
2. Capacidade de adaptação ao<br />
meio e às circunstâncias.<br />
3. Capacidade de atenção.<br />
4. M emória.<br />
S. D e3treza de movimentos.<br />
6. Espírito de observação, iniciativa<br />
e objectividade.<br />
7. Sentido de justiça, rectidão e<br />
autoridade moral.<br />
8. Dignid3de.<br />
43
9. Serenidade, optimismo e imparcialidade.<br />
10. Vontade firme, perseverança,<br />
domínio de si e dos seus actos.<br />
Faltam enfeJ•meh·as na ,\ft•ica<br />
do Sul<br />
A falta de enfermeiras na África<br />
do Sul, levou a Administração do<br />
Transval a enviar uma missão à<br />
zona ocidental alemã para ali recrutar<br />
mulheres que irão frequentar as escolas<br />
de enfermagem do Transvaal.<br />
Chegaram já a Joanesburgo cerca<br />
de 170 raparigas.<br />
Um Clii'SO de I'CIIgião t)aJ•a<br />
eufci'III el•·~• s<br />
Na revista «Hospital Progress», órgão<br />
da Associação dos <strong>Hospitais</strong> Católicos<br />
dos Estados Unidos e Canadá,<br />
lê-se o seguinte programa de religião<br />
para enfermeiras, proposto pelo padre<br />
Gerald H. Fitzgibbons, S. j .: Este<br />
curso será regido em 64 horas, divididas<br />
por quatro cursos:<br />
Curso 1 -Mandamentos<br />
1. Religião (introdução)<br />
2. P erfeição cristã<br />
3. A lei moral<br />
4. O grande mandamento (caridade)<br />
S. Os 1. 0 , 2. 0 e 3. 0 mandamentos<br />
da lei de Deus<br />
6. O 4. 0 mandamento<br />
7. O S. 0 mandamento<br />
8. O S. 0 mandamento (<strong>20</strong> min.<br />
T. F. teste)<br />
9. Instruções para baptismos de<br />
urgência<br />
10. O 6. 0 e 9. 0 mandamentos<br />
11. O 6. 0 e 9. 0 mandamentos<br />
12. Assistência espiritual. Processos<br />
gerais.<br />
13. O 7. 0 e 10. 0 mandamentos<br />
14. O 8. 0 mandamento<br />
1S. Mandamentos da Igreja<br />
16. Mandamentos da lgerja<br />
17. (Exame final)<br />
18. Revisão do exame final<br />
Curso 2 -Sacramentos<br />
1. Graça<br />
2. Oração e sacramentos<br />
3. Baptismo. Casos especiais<br />
4. Revisão geral dos process'OS<br />
de assistência espiritual<br />
S. Exame do anterior<br />
6. A Sagrada Eucaristia. Sacramento<br />
7. A Sagrada Eucaristia. Sacrifício<br />
8. P enitência<br />
9. Penitência<br />
10. Extrema unção<br />
11. Confirmação e Ordens Sacras<br />
12. Casamento. Contrato<br />
13. Matrimónio. Sacramento<br />
14. Revisão dos Sacramentos<br />
1S. Exame final<br />
16. Revisão do exame final.<br />
Curso 3 -<br />
Verdades Essenciais<br />
1. O acto de fé. Análise<br />
2. Escritura e tradição<br />
3. Existência e atributos de Deus<br />
4. A Santíssima Trindade<br />
S. A Criação<br />
6. O homem e a sua queda<br />
7. O homem e o Paraíso<br />
8. (Discussão oral)<br />
9. A Incarnação<br />
10. jesus Cristo, o Deus humanado<br />
11. Maria e a Redenção<br />
12. A fundação da Igreja<br />
13. A Igreja de hoje<br />
14. Morte, julgamento, Céu, Condenação<br />
1S. Exame final<br />
16. Revisão do exame final<br />
Curso 4- Ética e religião<br />
1. Cooperação na conduta dos<br />
outros<br />
2. Aborto : criminoso e terapêutico<br />
Cristo e os milagres<br />
Porque sou católico<br />
Educação católica<br />
Várias espécies de não-cató-<br />
9.<br />
10.<br />
11.<br />
12.<br />
li c os<br />
3. Esterilização<br />
4. O casamento e a família<br />
5. Natalidade condicionada<br />
6. Segredo profissional<br />
7. (Testes)<br />
8. Fé<br />
13. Evolução. (A Bíblia e a<br />
Ciência)<br />
14. Psicanálise<br />
15. Comunismo<br />
1 6. Exame final<br />
Gimenez-Salinas & C.a \I<br />
240, Rua da Palma, 246- LISBOA<br />
Alguns produtos de sua representação:<br />
ANTELOBINE, ampolas<br />
ANTIGRlPINE MIDY, hóstias<br />
ARSAMINOL, a mpolas, 1,5 e 3 cc.<br />
ASMALI CIDA , ampolas<br />
HALSEPTOL, pomada<br />
BIOCALCIUM, ampolas<br />
Ci>.LCIO GEVE, comprimidos<br />
CANTEINE<br />
CEREGUMIL, alimento liquido<br />
Dl-PERQUJNOL, corado e incolor<br />
GAZE DR. MOKEA U<br />
HEMO-ANTITOXINA<br />
HOR!\'Ii\NTOXON E, globóides<br />
IODONE, gotas<br />
KOUMYL, gotas<br />
PELE PLÀSTIC\ cPORTEX><br />
PROVEIN ASE M!DY, drágeas<br />
SALICJLATO SÓDIO CLIN, ampolas, cápsulas<br />
e solução concentrada<br />
SAL VONE, revulsivo<br />
SEDIBAINE, drágeas<br />
SEDOGOUTTES, drágeas<br />
SINClTINA RUSCA, ampolas<br />
SOLUBEOL, ampolas<br />
SORO RAVETLLAT-PLA, a mpolas<br />
SPASMOSEDINE, drágeas<br />
SULFOLAPINA, comprimidos<br />
TAXOL, drágeas<br />
THEOS,\ LV O SE, hóstias<br />
THIODERAZINE MIDY, ampolas e gotas<br />
VEINOTROPE, F. M. drágeas<br />
V ESH .. U LIN E,!drágeas<br />
VlTADONF, gotas e ampolas<br />
VITASAC<br />
VITASALICYL, drágeas<br />
Especialidades farmacêuticas<br />
ATOXIFORMO, pastilhas<br />
B IOCIDAN, colutório<br />
BIOCIDAN, solução<br />
SERVETlNAL, p ó<br />
VlTADONE FORTE, ampolas bebíveis<br />
Laboratórios da Farmácia Liba<br />
4 B, aven. d a Igreja, 4 C- Lisboa<br />
DEPOSITÁR IOS DISTRIBUIDORES:<br />
G i m e n e z- S a 1 i n a a & c. a<br />
'240, Rua da Palma, 246 - Lisboa<br />
44<br />
HOSPITAIS<br />
:PORTUGUESES<br />
45
NOTÍUILl.S IIA.S ESUOLA.S<br />
Escola de Artur Ravara- Lisboa<br />
Acompanhados do seu director,<br />
Dr. Luiz Adão, professores o monitores,<br />
um grupo de alunos da Escola<br />
Artur Ravara, de Lisboa, efectuaram<br />
uma visita de estudo a estabelecimen <br />
tos de assistência espanhóis.<br />
Escola dos <strong>Hospitais</strong> da Universidade<br />
-Coimbra<br />
Em fa ce da afluência d e candidatas<br />
habilitadas com o 5." ano dos liceus,<br />
foi aumentada a lotação da Escola<br />
e destinou-se mais um edifício<br />
para residência d e alunas. Daqui em<br />
diante haverá duas residências : uma<br />
para o curso geral e outra para o curso<br />
deauxiliares de enfermagem.<br />
Escola Dr. Henrique Teles- Porto<br />
Às 10 horas, na igreja do H ospital,<br />
foi celebrada M issa solene pelo rev.<br />
B otelho, do Seminário de Fraião, com<br />
a assistência dos novos enfermeiros.<br />
Os novos enfermeiros prestaram a<br />
seguir o juramento da praxe, tendo a<br />
Mesa da Santa Casa oferecido o p e<br />
queno almoço aos assistentes.<br />
Às 12 horas, na sala dos benfeitores,<br />
realizou-se uma sessão solene para<br />
a entrega d e diplomas. Presidiu o sr.<br />
dr. josé Luís da Silva Júnior, provedor<br />
da Santa Casa da Misericórdia,<br />
ladeado pelos srs. dr. Teotónio dos<br />
Santos, dr. Alberto Crus e membros<br />
da direcção.<br />
Aberta a sessão p elo sr. provedor<br />
com referências ao significado do acto,<br />
o sr. dr. T eotónio dos Santos, na qualidade<br />
de director da Escola de E n<br />
fermagem , proferiu algumas palavras<br />
d e incitamento aos novos enfermeiros,<br />
aponta do-lhes os seus deveres dentro<br />
da nobre profissão que escolheram.<br />
Entre aplausos, procedeu depois à<br />
entrega dos diplomas. Em nome dos<br />
novos enfermeiros e enfermeiras, agradeceu<br />
a sr ." D . Ana de Oliveira da<br />
Silva Monteiro, que pôs em destaque<br />
o carinho e a p roficiência dos professores,<br />
do director e da monitora irrnã<br />
L uísa.<br />
O sr. dr. Alberto Cruz en cerrou por<br />
último, a sessão, dirigindo expressões<br />
de apreço aos n ovos enferm eiros e fa <br />
zendo votos pelas suas felicidades profissionais.<br />
Receberam diplomas do curso geral,<br />
10 alunos de ambos os sexos e<br />
igual número do curso auxiliar.<br />
llos t•ital tle ~:nata llarta<br />
l.lsbmt<br />
O D r. T rigo de N eg·reiros, titular<br />
da pasta do Interior, visitou, com os<br />
Subsecretários Drs. Ribeiro de Queiroz<br />
e Veiga de Macedo, o H ospital<br />
de Santa Marta. São recebidos p elo<br />
Dr. Adelino Padesca e Pa·iva Correia .<br />
A visita destina-se a estudo de pormenores<br />
da transferência para o novo<br />
Hospital E scol:ar.<br />
Uoa)Hal Ctu•ry Cabral-Lisboa<br />
F·oi adjudicada a Carlos Alberto<br />
Alves a empreitada de alterações e<br />
beneficiações gerais do pavilhão n. 0 4<br />
(infecto - contagiosos ) do Hospital<br />
Curry Cabral p ela importância de<br />
419.000$00. '<br />
lllsea•icó J•dla c IIOS()Jfal<br />
ele ~ão ,Uat•cos tle IJ a•aga<br />
Durante o mês de Julho de <strong>1952</strong><br />
registou ~s e no Hospital de S. Marcos<br />
0<br />
seguinte movimento de doentes :<br />
Existiam no mês antecedentehomens,<br />
109 ; mulheres, 117 . Entraram<br />
-homens, 136 ; mulheres, 213. Saí-<br />
ra m curados e m elhorados -homens,<br />
131 ; mulheres,195. Faleceram- hom<br />
ens, 2. Ficara m em tratamentoh<br />
om ens, 113; mulheres, 135. Existência-<br />
248.<br />
Operações de grande cirurgia -<br />
Cirurgia , (Homens) , 30 ; (Mulheres),<br />
35 ; Ginecologia-9; Oftalmologia, 10 ;<br />
P artos, 27; P ediatria, 2.<br />
Na Maternidade foram recolhidas<br />
62 p artuPientes e nasceram 46 crian <br />
ças, 25 do sexo masculino e 21 do sexo<br />
feminino.<br />
O movimento do Banco foi de consultas-<br />
homens, 1.007 ; mulheres, 537.<br />
Curativos - h·omens, 893; mulheres,<br />
1.230.<br />
Consultas de especialidade-Oftalmologia<br />
- Consultas, 136; curativos,<br />
494. P ediatria- M eninos, 165 ; meninas,<br />
136. Oto-R ino-Laringologia<br />
Consultas~homens , 55; mulheres, 75 .<br />
Posto Anti-rábico- Consultas- hom<br />
ens, 5 ; mulheres, 1; injecções aplicadas,<br />
89. Post>o anti-sifiHtico- Injecções<br />
aplicadas, 65. B anco de transfusões<br />
de sangue- Transfusões, 10;<br />
litros de sangue, 2.500.<br />
Gabinete de Radiologia- Exames<br />
radiográficos, 339 ; tratamentos eléctricos:<br />
Dia termia, 151 ; Radíoterápia,<br />
46<br />
HOSPITAIS<br />
PORTUGUESES<br />
47
193; Correntes galvânicas, 10. Radioscopia,<br />
11; Raios ultra-violetas, 58;<br />
Raios infra-vermelhos, 1.<br />
HOS()ifal de Ponte tle ~o•·<br />
Inaugurou- se no hospital Vaz<br />
Monteiro, de Ponte de Sor, um pavilhão<br />
de isolamento, destinado ao tratamento<br />
da tuberculose puLmonar.<br />
Esta obra está ligada à campanha<br />
antitubePculosa que está a ser levada<br />
a cabo no distrito de Porta1legre pelo<br />
gov·ernador 'Civil, dr. Joaquim Pires<br />
dos Sa1l!tos Júnior. Constituiu-se uma<br />
comissão de senhoras, que, em poucos<br />
dias, conseguiu angariar os fundos necessá·vios<br />
para a compra de mobiliário,<br />
roupas e louças de que se necessitava,<br />
tendo ainda oferecido ao provedor da<br />
MisericóPdia cerca de 8.000 escudos<br />
para a alimentação dos doentes nos<br />
primeiros tempos. Antes da inauguração<br />
foi celebrada missa na capela<br />
do hospital. A sessão solene da entrega<br />
do pavi'lhão ao provedor, foi<br />
presidida pelo governador civil e a ela<br />
assistimm o presidente da Câmara<br />
Municipal, o pároco da freguesia, alguns<br />
médicos e muito povo.<br />
IJOS(lital tle lloJ•tãgua<br />
Já se encontra a funcionar o Hospital<br />
Subregional de Mortágua, que<br />
custou 2.000 contos e está dotado de<br />
todos os requisitos modernos.<br />
O edifício referido ergueu-se com a<br />
comparticipação do Estado, o produto<br />
dum cortejo de oferendas e vários outros<br />
donativos.<br />
Mortágua fica agom dotada com<br />
um primoroso estabelecimento hospitalar,<br />
ouja inauguração oficial se fará<br />
na Primavera prox1ma, com a presença<br />
de altas individualidades.<br />
Sanat(H·io Sou~a llaJ•tius<br />
A Direcção-Geral dos Edifícios e<br />
Monumentos Nacionais foi autorizada<br />
a celebrar contrato pela importância<br />
de 230.505$00, para a execução da empreitada<br />
de fornecimento de material<br />
destinado às salas de tratamento e<br />
anexos do novo pavilhão do Sanatório<br />
Sousa Martins, na Guarda.<br />
IIOS(lital da l'ovllhã<br />
A Santa Casa da Misericórdia da<br />
Covilhã dotou o hospital com um aparelho<br />
de Raios X , enriquecendo assim<br />
o seu Laboratório de Radiologia.<br />
Também chegou quase todo o material<br />
indispensável aos serviços de<br />
oftaLmologia e de oto - rino - laringolog~a.<br />
IIOS(lltal tla rtlise•·lcóJ•tlla<br />
de Toma•·<br />
Durante o mês de Outubro findo,<br />
vários beneméritos ofereceram ao<br />
Hospital da S·anta Casa da Misericórdia<br />
de Tomar donativos em dinheiro<br />
no valor de 1.586$80 e outros<br />
representaldos por géneros alimentícios.<br />
llateruldade Alfredo<br />
da Costa<br />
No passado dia 5, celebrou-se na<br />
Maternidade do Dr. Alfredo da Costa,<br />
em Lisbda, a passagem do vigésimo<br />
aniversário da sua inauguração. Entre<br />
outros actos, a directora, Doutora<br />
D. Maria Luísa Van Zeller, descerrou<br />
uma lápide comemorativa na base do<br />
monumento ao Prof. Augusto Monjardino.<br />
Ho•pltal Sltbregloual<br />
do Barreiro<br />
A convite da Câmara Muni•cipal<br />
do Barreiro, visitaram os terrenos onde<br />
vai ser edificado 0 novo hospita'l Subregional<br />
daquela vila, os representantes<br />
dos diários de Lisboa e Porto, que .<br />
foram a•companhados pelo presidente<br />
do Município, vereadores e engenheiros.<br />
Os terrenos custaram à Misericórdia<br />
Esc. 140.500$00, cobertos pela<br />
comparticip·ação do Estado e subsídio<br />
ncedido pela Câmara Municipal.<br />
Na sala das sessões da Câmara<br />
realizou-se, depois, com grande solenidade,<br />
a assinatura das escrituras de<br />
compra pela Mesa da Misericórdia,<br />
dos referidos terrenos.<br />
O lançamento da primeira pedra<br />
Para esta obl'a, a qual está orçada em<br />
cerca de 2.000 contos, esta previsto<br />
Para os primeiros dias do próximo<br />
ano.<br />
Hospital da llberlcói'dia<br />
de llatosiuho•<br />
O Ministro do Interior, Dr. Trigo<br />
de Negreiros, visitou em 10 de Novembro<br />
o Hospital de Matosinhos,<br />
tendo examinado detalhadamente um<br />
projecto para a construção de um<br />
novo pavilhão e emitido a opiniãü que<br />
se deveria tratar da construção de um<br />
novo hospital nos terrenos anexos.<br />
Nesse mesmo dia procedeu-se à<br />
inauguração das novas instalações do<br />
Banco de Sangue e foi prestada homenagem<br />
à memória do antigo director<br />
dos serviços da análises, Prof. José<br />
Pereira S·a'lgado. As novas instalações<br />
estão dotadas de salas de expediente,<br />
co1he~ta de sangue, repouso<br />
de dadores e armazenagens de sangue,<br />
bem como duma câmara para preparação<br />
de plasma. Ao acto inaugural<br />
assistir:am o coronel Almeida Frazão,<br />
provedor da Santa Casa da Misericóvdia,<br />
os mesários, o director clínico<br />
e vários médicos.<br />
HOS()Ital geral de 8anto<br />
António-Porto<br />
1. No dia 10 de Novembro foi<br />
intronizada na sala de Urologia uma<br />
imagem de S. Gens de Cidai, patrono<br />
das doenças de rins. Assistiram os<br />
dirigentes do Hospital e o Reverendo<br />
Dr. Sebastião Cruz que fez uma elegante<br />
lição acerca da vida e virtudes.<br />
de S. Gens.<br />
2. Foram inauguradas neste hos-<br />
48<br />
HOSPITAIS<br />
49
pital as novas instalações do Banco<br />
de Sangue, sendo, nessa ocasião, no<br />
Laboratório de Serologia, descerrados<br />
os retratos dos Profs. Dr. Pereira Salgado<br />
e Dr. António Fânzeres.<br />
llospital tia OJ•dena<br />
da TJ•!ndade-Po•·to<br />
Com a presença das mais altas individualidades<br />
civis, religiosas e militares,<br />
comemorou este hospital, no<br />
passado dia 15 de Novembro o 1. 0 centenário<br />
da sua furrdação. Houve missa<br />
de manhã e uma bela sessão solene à<br />
tarde.<br />
com um cortejo de ofererrdas, no qual<br />
se fizeram representar todas as fregues~as<br />
do concelho, que apresentaram<br />
carros vistosamente enfeitados e<br />
recheados, na sua maioria. de produtos<br />
agdcolas e de cabeças de gado.<br />
O novo edifício do hospital, cujas<br />
obras vão já muito adiantadas, fica<br />
situado nos terrenos da antiga quinta<br />
da Raposa e ocupa uma área de<br />
17.330 metros quadrados. Nos seus<br />
três pisos fi•cam os quartos particulares,<br />
o isolamento e o bloco operatório,<br />
com oapacidade para 50 doentes.<br />
Novo hospital de Freixo<br />
de Espada à. Cinta<br />
Hospital de San Tiago<br />
de Cacém<br />
Em 19 de Outubf'O reàlizou-se, em<br />
Santiago de Cacém, um cortejo de<br />
- oferendas a favor do hospital Conde<br />
do Br~·cial, que nessa data foi inaugurado<br />
pelo ministro do Interior, que<br />
se fez acompanhar pelo governador<br />
civil do distrito, Dr. Corrcia Figueira,<br />
eng. Maçãs Fernandes, presidente da<br />
comissão das construções hospitalares,<br />
e pelo seu secretáFio, Dr. Homem de<br />
Melo.<br />
Uost•ital<br />
tlc Santo 'l'h•so<br />
Os ministros do Interior e da Educação<br />
Nacional deslocaram-se a Santo ·<br />
Tirso, no dia 10 de Novembro, para<br />
inaugurarem importantes melhoramentos<br />
realizados no Hospital da Misericóvdia.<br />
Depois de uma sessão,<br />
realizou-se o cortejo de oferendas,<br />
oujo rendimento foi de cerca de 400<br />
contos- 250 em dinheiro e o restante<br />
em géneros.<br />
Hos1•Hal de S. Francisco<br />
Porto<br />
No passado dia 8, inaugur-aram-se<br />
no Hospital de S. Francisco do Porto,<br />
com a presença do Prelado da Diocese,<br />
as novas instalações: duas enfermarias<br />
e uma sala de operações.<br />
UOSJ•Ital CID iUafra<br />
Em Mafra realizou-se em Outubro,<br />
a «Semana do Hospital», benemérita<br />
iniciativ.a que tem por fim levar<br />
a cabo a construção do novo hospital<br />
subregional da Misericórdia, cuja<br />
primeira fase já se encontra muito<br />
adiantada. Começaram os festejos<br />
50<br />
Foi inaugurado em 21 de Setem·<br />
bro o novo hospital de Freixo de Espada<br />
- à - Cinta, tendo - se deslOICado<br />
àquela vila o ministro do · Interior,<br />
dr. Trigo de Negreiros, que era acom·<br />
panhado do govemaldor civil de Bragança,<br />
Dr. Armando Pires, do dr. Sá<br />
Alves, do oapitão Mário Lopes, do<br />
dr. António Qu~n te la e do engenheiro<br />
João Rodrigues, director de Estradas<br />
do distrito de Bragança.<br />
O Subsecvetário de Estado da Assistência<br />
Socia•l concedeu um subsídio<br />
para a aqu~siçã'o de material, afim de<br />
ser montado na sede do concelho,<br />
um Dispensário antituberculoso, befll<br />
como uma consulta onde as grávidaS<br />
e os f~lhos encontrem, durante o pe·<br />
ríodo da gestação e os primeiros me·<br />
ses de vida, os cuidados necessá·<br />
rios.<br />
HOSPITAIS<br />
V. S., nos instantâneos .. .<br />
pur:1 tpw !"'"~'· nn ftl luro,<br />
rt'V <strong>IV</strong>t•r n~ munH'n ln~ fcli7t!s do p :ts..c:.:~do.<br />
f i1 rlois dos i11Úmero• tampos em IU'f o Kodolr •<br />
p6e o lotegrr~Ro o ••u serl'ko.<br />
O dentista, nas radiografias ..<br />
UldisJK!II!:IiÍ\ c•~ na l()(:aliznc.;ii.fl 1lc ~ ·"' ~o l :u l •·s<br />
ooult:.lS llcr.l cl 'lllt'S, e da!ó! mrt:n:~·s do:.<br />
maxilares . .. c para
ligência, a competência profissional do homenageado e os serviços médi·cos e<br />
materiais prestados ao hospital de que é prova irref.utável a insta•lação da<br />
maternidade.<br />
DR. CARLOS MIGUEIS CARVALHO DIAS- Foi n·omeado direc·<br />
tor do Instituto de Assistência Nacional aos Trube11culosos este ilustre médico<br />
que até aqui exe11cia idênticas funções no Instituto Matemal.<br />
«<strong>Hospitais</strong> <strong>Portugueses</strong>» apresenta as mais sinceras felidtações.<br />
DR.a MARIA LUISA SALDANHA DA GAMA VAN ZELLER<br />
Para substituir o Dr. Carlos Migueis Carvalho Di1as, na dire{;ção do Instituto<br />
Maternal, foi nomeada esta ilustre senhora qrue há já anos desempenhava no<br />
mesmo Instituto as funções de subdirectom. Apresentamos os mais respeitosos<br />
cumprimentos.<br />
DR. CONSTANTINO ESTEVES- Foi nomeado membro titular da<br />
Sociedade de Buericultura de Buenos Aires o Dr. Constantino Esteves, chefe<br />
dos serviços de Puericultura da Maternidade A1fr·edo da Costa, de Lisboa.<br />
PROF. FRANCISCO CAMBOURNAC- O Prof. Francisco Cam·<br />
bournac, delegado português do Instituto de Medicina TropicaJ de Lisboa à<br />
reunião, na Libéria, da Organização Mundial de Saude, foi eleito por unani·<br />
mi:dade presidente do Centro Regional Africano daquela organização, a esta·<br />
belecer em Bra21aville.<br />
PROF. CARLOS LARROUDÉ- Foi eleito para fazer parte da Comis·<br />
são de Audiometria Escolar do entro Internacional de Estudo dos Problemas<br />
de Audiologria, com sede em Bruxelas, o prof. Carlos Larroudé, que foi tam·<br />
bém eleito membro-•correspondente da Sociedade de Dto-neuro-oftalmologia<br />
da Grécia.<br />
DR. JOSÉ RANITO BALTASAR-No dia 23 de Outubro, na Covi·<br />
lhã, reuniram-se, num almoço de homenagem ao Dr. José Ranito Baltasar,<br />
director clínico do hospital da Santa Casa da Misericórdia, o provedor e 0<br />
corpo clínico da referida instituição. Foram postos em relevo os dotes de inte·<br />
52 HOSPITAIS<br />
DR. ARMANDO POMBAL- Após urna demorada viag·em de estudo<br />
a diversos países da América do Sul, regr·essou a Lisboa o Dr. Armando Pombal,<br />
ilustre director de «0 Jornal do Médico», que visitou o Uruguai, o Chil~<br />
e a Argentina, depois de um mês e meio de permanência no Brasil, onde assistiu<br />
às «Jornadas Médicas Luso-Brasileiras» e onde foi alvo de inúmeras homenagens.<br />
Tanto nas principais cidades brasileiras corno em Montevideu, em Santiago<br />
do Chile, em Buenos Aires, etc., o Dr. Armando Pombal visitou os rnais<br />
importantes centros hospitalares e universitários, tendo estabelecido amistosos<br />
contactos com numerosas figuras de r·elevo nos meios sociais, diplomáticos e<br />
científicos daquelas grandes metrópoles sul-americanas.<br />
Apresentamos os nossos cumprimentos de boas vindas.<br />
PROF. BARAHONA FERNANDES- O Prof. Barahona Fernandes,<br />
que teve uma notável actuação nas «Jornadas Médicas Luso-Brasileiras», tendo<br />
sido alvo de diversas homenagens durante a sua estadia . no Brasil, foi eleito<br />
sócio honorário ou correspondente de Sociedade de Neurologia e Psiquiatria do<br />
Rio de Janeiro, da Sociedade de Medicina e Cirurgia, do Centro de Estudos<br />
da Beneficência Portuguesa do Rio de Janeiro e da Associação Paulista de<br />
Medicina.<br />
DR. BASTOS GONÇALVES- Foi promovido a tenente-coronel . o<br />
Dr. Guilherme Bastos Gonçalves, • direotor do Hospital Militar Principal de<br />
Lisboa.<br />
DR. MANUEL DE ALMEIDA AMARAL- O Dr. Manuel de<br />
Almeida Amaral, primeiro-tenente médico da Armada, foi nomeado definitivamente<br />
director do Hospital Miguel Bomba11da, de Lisboa, com cargo que há<br />
anos vinha exercendo interinamente.<br />
llorário de tt•abalho<br />
Para um dirigente hospitalar não há horário de trabalho. Apareça sem<br />
Pre e a qualquer hora: às 5 da tarde e às 2 da manhã. Terá muito que ver,<br />
Que mandar e que aprender.<br />
PORTUGUESES 53
l~xet•cício<br />
()<br />
da medicina e111<br />
Pot•ttagal pot· médicos fot·<br />
mados em Unhersidades<br />
estt•angeh·as ou na Escola<br />
de Goa. )<br />
O decreto-lei n. 0 38:843, de 30 de<br />
Julho de <strong>1952</strong> simplificou os termos<br />
dos e~ames que têm de ser feitos pelos<br />
licenciados em Medicina por Faculda-·<br />
des estrangeiras ou pela Escola Médica<br />
de Gôa e desejam exercer a sua<br />
actividade em Portugal. Esse exame<br />
passa a ser reduzido à apresentação<br />
e discussão de um trabalho científico,<br />
uma prova oral e prática sobre clínica<br />
médica e outra sobre clínica cirúrgica.<br />
O regulamento destes exames consta<br />
do decreto n. 0 38:844, da mesma<br />
data.<br />
Venda de bens h .. õveis<br />
O despaoho de Sua Ex. a o Subsecretário<br />
de Estado da Assistência Social,<br />
de 23 de ·Dezembro de 1941 determina<br />
que nestas vendas deve ter-se<br />
em conta:<br />
a) conhecimento do valor matricial;<br />
b) sua possível correcção por peritos;<br />
54<br />
c) venda que poderá ter carácter<br />
particular, mas depois ·de ter sido<br />
anunciada nos jornais locais e permitida<br />
a oferta dirigida directamente a<br />
instituição;<br />
d) admissão facultativa de hasta<br />
pública, mas sem obrigação de levar a<br />
venda a várias praças com degradação<br />
do valor reputado justo;<br />
e) opção concedida a outras instituições,<br />
de preferência à venda a particulares.<br />
IEID(H'egadas de eousuHot•loS<br />
For despacho do Subsecretário de<br />
Es.tado das Corporações e Previdên·<br />
cia Social, dado em 7 de Julho último<br />
(Boletim do I. N. T. P., ano xvu-14<br />
pág. 348) foi determinado que a re·<br />
presentação corporativa das emprega·<br />
das de consultório pertença ao Sindicato<br />
Nacional dos Empregados de Es·<br />
cri tório.<br />
Documentos (lat•a e1111n't'ga·<br />
llos das mlset•lcórdlas<br />
Os principais documentos a exigir<br />
aos candidatos a lugares das Miseri·<br />
córdias são:<br />
- Certidão de nascimento.<br />
HOSPITAIS<br />
- Certiücado do registo criminal.<br />
-Declaração anti-comunista (Decreto<br />
n. 0 27 :003).<br />
- Declaração a que se refere a<br />
Lei n. 0 1:901.<br />
Para o pessoal técnico há ainda<br />
que ter em conta a disposição do artigo<br />
31. 0 e seus §§ do Dec. n. 0 10:242.<br />
Comissões at•bltt•als de ~sslstêncla-<br />
~cldentes de viação<br />
É da competência das comissões<br />
arbitrais de assistência ·conhecer das<br />
J\TENÇÃO~<br />
Exames ():tt•a dh·ectot•es ...<br />
e os travões das ambulâncias<br />
Na França o lugar de administrador<br />
de hospitais, a que eles chamam<br />
director, é dado por concurso de provas<br />
práticas e teóricas.<br />
Nos últimos concursos realizados<br />
em Paris o ponto saído versava sobre<br />
as consequências legais do atropelamento<br />
de um peão causado pela ambulância<br />
de um hospital, tendo-se pro<br />
Vado que a culpa era em parte do motorista<br />
que ia embriagado e parte da<br />
desafinação dos travões.<br />
Esta informação sugeriu-nos a<br />
conveniência de lembrar aos nossos<br />
Presados colegas na administração de<br />
hospitais, a necessidade de .fazer rever<br />
PORTUGUESES<br />
dívidas aos hospitais pelo tratamento<br />
de vítimas de acidentes de viação,<br />
quando as dívidas sejam ·contestadas<br />
(art. 6. 0 da Lei n. 0 1:981, n . 0 4 da<br />
Base 24.a da Lei n. 0 1:998, Decreto<br />
n. 0 35 :108, art. 40. 0 , al. b)).<br />
Deve, por isso, considerar-se derrogado<br />
o § 5. 0 do artigo 138. 0 dó Código<br />
da· Estrada.<br />
Ac. do S. T. ]., de 3-6-949.- Artur<br />
A. Ribeiro (relator)- A. Bártolo<br />
-Pedro de Albuquerque- Jaime de<br />
Almeida Ribeiro - Rocha Ferreira.<br />
(Boletim, n. 0 13, pág. 194).<br />
8ENIIORES DIRIGENTE~<br />
periodicamente o funcionamento dos<br />
travões dos seus carros de transporte.<br />
A pt•aga dos ratos<br />
Os ratos são uma preocupação<br />
constante de todos os hospitais.<br />
Quantos raticidas se experimentaram<br />
já e sem resultado !<br />
Chega-nos da América um novo<br />
produto, o «Warfarin». É um anticoagulante<br />
que produz a morte dos<br />
ratos por hemorragias internas. Este<br />
raticida distingue-se dos anteriores<br />
anticoagulantes usados em 1947 pelos<br />
ingleses na ilha de Malta, porque<br />
como não tem gosto é fàcilmente ingerido<br />
uma e mais vezes pelos roedores.<br />
É inofensivo para animas domésticos.<br />
Experimentemos.<br />
55
INDICE PUBLICITÁRIO<br />
Socorro Social- relatório relativo à<br />
gerência de 1951.<br />
Temos presente mais um relatório<br />
do Fundo de Socorro Social: é o que<br />
respeita à gerência de 1951.<br />
Os problemas centrais atacados<br />
pelo Fundo são o da mendicidade e<br />
o da protecção à maternidade e primeira<br />
infância.<br />
Quanto ao · primeiro, além das<br />
medidas preventivas do Decreto-lei<br />
n . 0 36:448, foram reforçados os subsídios<br />
aos albergues distritais e Institutos<br />
coordenadores de assistência.<br />
Assim se explica que nesta campanha<br />
se dispendesse nos anos de 1949, 1950<br />
e 1951, a verba de 9.600 contos.<br />
Quanto ao problema materno-infantil,<br />
gastou-se, nos mesmos anos a<br />
verba de 13.227.<br />
Verificando-se que as receitas do<br />
Fundo estão acusando tendências para<br />
baixarem, sugere o relatório a criação<br />
de novas taxas, nomeadamente sobre<br />
perfumes, joias, casacos de peles, automóveis,<br />
cigarros e charutos. Sugere<br />
ainda o aumento das taxas que presentemente<br />
são pagas pelas empresas<br />
que utilizam normalmente mais de<br />
50 mulheres em cada mês.<br />
O relatório é um belo e claro trabalho<br />
que honra a administração do<br />
Fundo, especialmente os seus mais directores<br />
responsáveis, os drs Mário<br />
Emílio Cazaes Ribeiro e Fernando<br />
Augusto Henriques Pimenta.<br />
Santa Casa da Misericórdia de Setúbal-<br />
Relatório de 1951.<br />
É dos relatórios mais completos e<br />
bem elaborados que costumam vir à<br />
nossa mesa, este da Misericórdia de<br />
Setúbal. A precisão dos elementos<br />
contabilísticos e os de movimento de<br />
doentes, a exposição clara e completa<br />
do texto, fazem das suas modestas<br />
32 páginas um modelo de relatório de<br />
misericórdias.<br />
O saldo da gerência é de Esc.<br />
291.668$10, numa receita que atingiu<br />
a cifra de 2.440.126$50.<br />
O custo médico diário dos assistidos<br />
foi de 23$46 no hospital, 6$87 no<br />
asilo Dr. Paula Borba e 7$09 n•o Asilo<br />
Acácio Barradas.<br />
Foram internados no hospital<br />
2.641 doentes que tiveram 56.798 dias<br />
de tratamento, o que se traduz numa<br />
existência média diária de 155,6 doentes<br />
com a demora média de 21,5 dias.<br />
O índice de mortalidade fixou-se<br />
em 7,4 %.<br />
Os nossos cumprimentos e parabens<br />
à gerência cessante e sinceros<br />
desejos de felicidades e facilidades aos<br />
novos corpos directivos.<br />
Alimentação e dietética<br />
Lacticlnios de Aveiro, Limitada<br />
Ficheiro de fornecedores recomendados<br />
Alimentação e dietética .<br />
Materiais e actividades de construção e instalação<br />
Material e aparelhagem médico-cirúrgica<br />
Mobiliãrio metãlico, hospitalar e geral .<br />
Produtos químicos e farmacêuticos<br />
Tapeçaria, colchoaria e artigos de borracha.<br />
Vidraria, óptica e material fotográfico<br />
Materiais e actividades de co1·1struçào<br />
Adelino D ias Costa & C.a Limitada<br />
Fãbrica de Mosaicos Santa Isabel, Limitada<br />
Material medico-cínirgico<br />
J. A. Baptista de Almeida, Limitada<br />
Kodak Portuguesa, Limited.<br />
M ohiliário, ador11os e equipamentos<br />
Adelino Dias Costa & c.a Limitada<br />
Prodtttos químicos e farmacêuticos<br />
lnsti tu to Pasteur de Lisboa.<br />
Gimenez-Salinas & c.a<br />
M. Rodrigues Loureiro .<br />
Assinatura anual • { metrópole, colónias, Espanha e Brasil<br />
(pagamento admutado) outros países. • . • . . • . ·<br />
Número avulso . . • • •<br />
Cobrança pelo correio mais<br />
II<br />
. SI<br />
(capa)<br />
45<br />
33<br />
75$00<br />
90$00<br />
15$00<br />
5$00<br />
PUBLICA-SE BIMESTRALMENTE
VITAMINA<br />
PASTEUR<br />
ANEMIA PERNICIOSA E OUTRAS ANEMIAS<br />
MACROCÍTICAS DE TIPO PERNICIOSO<br />
Caixas de 3 ampolas de I r.. c.<br />
Caixas de 6 ampolas de I c. c.<br />
18~oo<br />
32)-5oo<br />
INSTITUTO PASTEUR DE LISBOA