Sutra de Lotus_20_08_12
Buddhist Book of Shakyamuni Buddhist Book of Shakyamuni
Devadatta Naquela ocasião, o Buda disse aos Bodhisattvas, seres celestiais, humanos e membros da Assembleia dos Quatro Tipos de Crentes: “No passado, ao longo de ilimitados kalpas, eu procurei o Sutra da Flor de Lótus da Lei Maravilhosa sem preguiça ou cansaço. Durante muitos kalpas, eu fui um rei devotado a buscar a Suprema Iluminação com um pensamento obstinado. Desejando realizar os Seis Paramitas, eu diligentemente pratiquei caridade, sem nunca regatear quer fossem elefantes, cavalos, os sete artigos raros, países, cidades, cônjuges, filhos, serviçais, ou mesmo minha cabeça, olhos, tutano, cérebro, corpo, carne, mãos e pés que eu desse; não poupando mesmo a própria vida”. “As pessoas daquela época tinham vida ilimitada. Em prol da Lei, eu renunciei à posição de monarca, deixando o governo para um príncipe da coroa. Eu fiz soar o tambor do Dharma, anunciando minha busca pela Lei nas quatro direções dizendo: ‘A quem puder pregar o Grande Veículo para mim, servirei como um escravo pelo resto da minha vida 90 !’” “Naquela ocasião, um vidente veio a mim, o rei, dizendo: ‘Eu possuo uma escritura do Grande Veículo chamado o Sutra da Flor de Lótus da Lei Maravilhosa. Se você não me desobedecer, expô-la-ei para você.’” “Quando eu, o rei, ouvi as palavras do vidente, saltei de alegria. Então, segui o vidente suprindo-lhe de todas as suas necessidades: colhendo frutas, ofertando água, apanhando lenha, preparando comida ou oferecendo meu próprio corpo como um colchão para ele, sem sentimento de cansaço do corpo ou da mente. Em prol da Lei, eu diligentemente o servi por milhares de anos, de tal forma que nada lhe faltasse.” Naquela ocasião, o Honrado pelo Mundo, desejando reforçar este significado, falou em versos, dizendo: “Lembro-me que em kalpas passados, quando buscava a Lei, embora fosse um rei naquela época, 90. Este é um voto feito pelo Buda, há incontáveis kalpas, quando, como um Rei, despojava-se de tudo ao procurar o Grande Veículo. Este voto está em plena concordância com a admoestação do Capítulo 11 – O Aparecimento da Torre de Tesouro –, que diz: “Bons homens, após a minha extinção, quem poderá receber, ostentar, ler e recitar este Sutra?”. Neste presente capítulo, o Rei procura por aquela pessoa quando indaga: “quem puder pregar o Grande Veículo para mim...”. O comportamento dos seres celestiais e humanos que oferecem esmolas àqueles que promovem o Grande Veículo é como o daquele Rei que viria a ser este Buda Shakyamuni. A isto podemos chamar de consistência do princípio ao fim, ou seja, os herdeiros da Lei de hoje serão os transmissores da Lei do futuro, bem como os herdeiros do passado são os transmissores de hoje. 204 O Sutra da Flor de Lótus da Lei Maravilhosa
não tinha a ambição de satisfazer os Cinco Desejos. Tocando o sino, eu anunciava nas quatro direções: ‘Caso alguém possua a Grande Lei, exponha-a para mim e serei seu escravo’. Então, o vidente Asita veio até mim, o rei, falando-me: ‘Eu tenho a mais rara, sutil e maravilhosa Lei de todo o mundo. Se puder cultivá-la, expô-la-ei em seu benefício’. Ouvindo o que o vidente dissera, meu coração encheu-se de grande alegria. Então, segui o vidente suprindo-lhe de todas as suas necessidades: apanhar lenha, frutas e melões; presenteando-o, respeitosamente, nas ocasiões corretas. Em razão de ter prestigiado a Lei Maravilhosa, nunca estive com preguiça ou cansado de corpo ou mente. Eu busquei a Grande Lei, diligentemente, em prol de todos os seres viventes. Nunca em benefício próprio, ou para satisfazer os Cinco Desejos. Assim como um Rei de um Grande Reinado, eu dediquei-me diligentemente para obter esta Lei e, tendo em conformidade atingido o Estado de Buda, agora a prego para vocês.” O Buda disse aos monges: “O Rei era eu mesmo numa vida anterior, e o vidente era o presente Devadatta”. “É devido ao meu bom e sábio conselheiro, Devadatta, que eu atingi os Seis Paramitas da benevolência, compaixão, alegria e altruísmo; bem como as Trinta e Duas Marcas Distintivas e as Oitenta Características de Excelência; também a coloração púrpura do ouro polido, os Dez Poderes, Devadatta 205
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Devadatta<br />
Naquela ocasião, o Buda disse aos Bodhisattvas, seres celestiais, humanos<br />
e membros da Assembleia dos Quatro Tipos <strong>de</strong> Crentes: “No passado,<br />
ao longo <strong>de</strong> ilimitados kalpas, eu procurei o <strong>Sutra</strong> da Flor <strong>de</strong> Lótus da Lei<br />
Maravilhosa sem preguiça ou cansaço. Durante muitos kalpas, eu fui um rei<br />
<strong>de</strong>votado a buscar a Suprema Iluminação com um pensamento obstinado.<br />
Desejando realizar os Seis Paramitas, eu diligentemente pratiquei carida<strong>de</strong>,<br />
sem nunca regatear quer fossem elefantes, cavalos, os sete artigos raros,<br />
países, cida<strong>de</strong>s, cônjuges, filhos, serviçais, ou mesmo minha cabeça, olhos,<br />
tutano, cérebro, corpo, carne, mãos e pés que eu <strong>de</strong>sse; não poupando mesmo<br />
a própria vida”.<br />
“As pessoas daquela época tinham vida ilimitada. Em prol da Lei, eu renunciei<br />
à posição <strong>de</strong> monarca, <strong>de</strong>ixando o governo para um príncipe da<br />
coroa. Eu fiz soar o tambor do Dharma, anunciando minha busca pela Lei<br />
nas quatro direções dizendo: ‘A quem pu<strong>de</strong>r pregar o Gran<strong>de</strong> Veículo para<br />
mim, servirei como um escravo pelo resto da minha vida 90 !’”<br />
“Naquela ocasião, um vi<strong>de</strong>nte veio a mim, o rei, dizendo: ‘Eu possuo uma<br />
escritura do Gran<strong>de</strong> Veículo chamado o <strong>Sutra</strong> da Flor <strong>de</strong> Lótus da Lei Maravilhosa.<br />
Se você não me <strong>de</strong>sobe<strong>de</strong>cer, expô-la-ei para você.’”<br />
“Quando eu, o rei, ouvi as palavras do vi<strong>de</strong>nte, saltei <strong>de</strong> alegria. Então, segui<br />
o vi<strong>de</strong>nte suprindo-lhe <strong>de</strong> todas as suas necessida<strong>de</strong>s: colhendo frutas,<br />
ofertando água, apanhando lenha, preparando comida ou oferecendo meu<br />
próprio corpo como um colchão para ele, sem sentimento <strong>de</strong> cansaço do<br />
corpo ou da mente. Em prol da Lei, eu diligentemente o servi por milhares<br />
<strong>de</strong> anos, <strong>de</strong> tal forma que nada lhe faltasse.”<br />
Naquela ocasião, o Honrado pelo Mundo, <strong>de</strong>sejando reforçar este significado,<br />
falou em versos, dizendo:<br />
“Lembro-me que em kalpas passados,<br />
quando buscava a Lei,<br />
embora fosse um rei naquela época,<br />
90. Este é um voto feito pelo Buda, há incontáveis kalpas, quando, como um Rei, <strong>de</strong>spojava-se <strong>de</strong> tudo ao procurar o Gran<strong>de</strong><br />
Veículo. Este voto está em plena concordância com a admoestação do Capítulo 11 – O Aparecimento da Torre <strong>de</strong> Tesouro –,<br />
que diz: “Bons homens, após a minha extinção, quem po<strong>de</strong>rá receber, ostentar, ler e recitar este <strong>Sutra</strong>?”. Neste presente<br />
capítulo, o Rei procura por aquela pessoa quando indaga: “quem pu<strong>de</strong>r pregar o Gran<strong>de</strong> Veículo para mim...”. O<br />
comportamento dos seres celestiais e humanos que oferecem esmolas àqueles que promovem o Gran<strong>de</strong> Veículo é como<br />
o daquele Rei que viria a ser este Buda Shakyamuni. A isto po<strong>de</strong>mos chamar <strong>de</strong> consistência do princípio ao fim, ou seja,<br />
os her<strong>de</strong>iros da Lei <strong>de</strong> hoje serão os transmissores da Lei do futuro, bem como os her<strong>de</strong>iros do passado são os<br />
transmissores <strong>de</strong> hoje.<br />
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