REVISTA_Abril2019_consciente
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+ Saúde<br />
Espera por consulta de oftalmologia ronda<br />
os 6 meses<br />
Fábio Duarte || fabioduarte@miligrama.com.pt ||<br />
Um estudo realizado pela Nova Healthcare Initiative –<br />
Research, da Universidade Nova de Lisboa, revela que<br />
25 por cento dos pedidos de consulta de oftalmologia<br />
podem ser resolvidos por optometristas, dada a natureza<br />
das condições referenciadas e caso estes profissionais<br />
fossem integrados no Serviço Nacional de Saúde<br />
(SNS). Esta é uma das resoluções apresentadas por<br />
este trabalho de investigação, e que visa “a generalização<br />
dos programas de rastreio e a redução ou mesmo<br />
eliminação dos tempos de espera para consulta de<br />
oftalmologia”. Segundo dados do Ministério da Saúde,<br />
apenas cerca de 53 por cento das consultas de oftalmologia<br />
são realizadas em conformidade com o tempo<br />
máximo de resposta garantida. No entanto, os números<br />
apontam para um tempo de espera de cerca de<br />
seis meses com máximos de aproximadamente três<br />
anos, os segundos piores resultados para uma especialidade<br />
do SNS. Para Raúl de Sousa, presidente da<br />
Associação de Profissionais Licenciados de Optometria<br />
(APLO), “esta é uma realidade que poderia ser retificada<br />
através da regulamentação e integração de optometristas<br />
no SNS, uma vez que que esta especialidade<br />
está preparada para fornecer cuidados extensivos<br />
em visão e sistema visual, que incluem refração e<br />
prescrição, deteção e acompanhamento de doenças<br />
oculares e o tratamento de condições do sistema visual.<br />
Esta capacidade dos optometristas é fundamentada<br />
na sua formação específica e distinta das outras<br />
profissões de saúde da visão, enquadrada na área de<br />
saúde pela Direção-Geral de Ensino Superior, e realizada<br />
na Faculdade de Ciência de Saúde da Universidade<br />
da Beira Interior e na Escola de Ciências com a<br />
cooperação da Escola de Medicina da Universidade do<br />
Minho”. Com isto, acrescenta o especialista, “se considerarmos<br />
que um optometrista pode realizar em média<br />
6.000 consultas por ano, a implementação desta classe<br />
profissional no SNS conseguiria minimizar as listas<br />
de espera, através da triagem de casos que seriam<br />
posteriormente encaminhados para os cuidados de<br />
saúde diferenciados de oftalmologia”.“Tomamos estas<br />
recomendações em muito boa conta e concordamos<br />
com a abordagem multidisciplinar proposta de cooperação<br />
entre os optometristas e oftalmologistas, a qual<br />
beneficiará, e muito, o utente. As conclusões e recomendações<br />
do referido estudo são de tal importância e<br />
preveem tal impacto na saúde dos portugueses, que<br />
não podem deixar de ser analisadas e considerada no<br />
atual processo de elaboração da Estratégia Nacional<br />
para a Saúde da Visão”. Mais de dois milhões de pessoas<br />
apresentam dificuldades de visão em Portugal,<br />
sendo os erros refrativos a principal causa de disfunção<br />
da visão, atingindo, segundo as estimativas, mais<br />
de 50 por cento dos portugueses. De seguida surgem<br />
a ambliopia, a diabetes ocular, a catarata, entre outros.<br />
O número de pessoas com problemas de visão tende a<br />
aumentar conforme a idade, alcançando entre 30 a 32<br />
por cento no grupo etário entre os 45 e os 74 anos.<br />
Este estudo, conduzido pela Nova Healthcare Initiative<br />
– Research, teve como objetivo analisar o acesso dos<br />
doentes aos cuidados de saúde da visão em Portugal<br />
e propor recomendações de melhoria do SNS. O documento<br />
pode ser consultado em: http://<br />
healthcare.novasbe.unl.pt/our-research/otherpublications/29-relatorio-sobre-cuidados-de-saude-davisao<br />
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