REVISTA_Abril2019_consciente

Quando um casal decide terminar
a sua relação, tudo o que
construiu em conjunto está em
causa. Tempos emocionalmente
muito intensos, angustiantes
e que nos enchem de insegurança
e receios. Receio das discussões,
das injustiças, de não
se conseguir proteger os filhos
da dor, da luta parental…
Questões intermináveis se levantam…
com quem vão viver
as crianças, como as vamos
proteger, como dividir os bens,
quem fica com a casa e para
onde irá o outro, como gerir as
emoções e de que forma se vão
conseguir resolver todos estes
problemas de forma o mais pacífica
e respeitosa possível para
todos?! Conseguir solucionar
todas as questões de forma justa
para todos e à medida de cada
realidade é um sonho!
O caminho do divórcio
litigioso é uma verdadeira
ameaça, embora para muitas
situações seja o caminho possível!
Um caminho mais agressivo,
onde a luta de poder, o ganhar
e perder são as soluções
possíveis, onde a vida do casal
não é tida em conta, onde não
têm controlo e vêm a intimidade
exposta e avaliada por terceiros
desconhecidos.
Na verdade, não tem
de ser assim! A Mediação
Familiar (MF) surge neste contexto
como uma alternativa para
quem deseje um caminho
mais pacífico, individualizado,
respeitoso, onde o casal possa
construir a sua solução. O Mediador
Pedro Morais tem um
percurso invejável em matéria
de resolução alternativa de litígios,
tendo-se dedicado de corpo
e alma a estas questões. É
mediador de conflitos, faz parte
da equipa de mediadores do
sistema de mediação de conflitos
do Ministério da Justiça, é
Formador, Professor Universitário
e Presidente do IMAP –
Instituto de Mediação e Arbitragem
de Portugal. Na sua
opinião, a MF é o espaço onde
os participantes podem tomar
a decisão sem perder o controlo
sobre a mesma, onde os participantes
com o apoio do mediador
constroem novas pontes
e caminhos para um futuro
pautado pela responsabilidade
que ambos assumem quanto
ao mesmo.
Mas concretamente,
o que é isto de mediação
familiar? A mediação familiar
é uma forma de resolver conflitos,
divergências e ruturas familiares
sem ser preciso recorrer
a um tribunal. Na MF podem
ser mediadas questões
como o divórcio, a regulação,
alteração ou incumprimento
das responsabilidades parentais,
a casa de morada e divisão
de bens. É um processo desburocratizado,
mais célere, de natureza
voluntária, confidencial,
justa, responsável e participativa.
Um processo que se desenrola
com o apoio de um profissional
acreditado – Mediador
Familiar.
O que acontece no
processo de MF? O processo
realiza-se através de sessões
presenciais e tem várias etapas.
Na primeira fase, a da prémediação,
o mediador explica
em que consiste o processo,
como se desenrola, o que envolve,
os objetivos, as normas,
regras, os direitos e deveres. Os
participantes devem manifestar
a sua vontade em prosseguir
com o processo, e será numa
segunda sessão que se inicia
a mediação. Nas sessões
que se seguem, o mediador vai
apoiar na construção de uma
ponte entre o passado e o futuro,
procurando encontrar uma
forma de comunicação e cooperação,
promovendo a todo o
instante o empowerment do
casal, o controlo, a preservação
da dignidade e da autoestima
de cada membro do casal.
Serão identificados os problemas
sentidos e quais as questões
que se pretendem ver solucionadas,
para as quais se irão
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