L+D 72

LOJA CALVIN KLEIN FLAGSHIP (SÃO PAULO)
CENTRO CULTURAL ISRAELITA KNESSET ISRAEL (SÃO PAULO) | SAUER (GUARULHOS)
BAR DOS ARCOS (SÃO PAULO) | KAPO CABELOS (PORTO ALEGRE) | FOTO LUZ FOTO: TUCA REINÉS
1

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esse empreendimento.
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Sede MaxMilhas
Belo Horizonte / MG.
Projeto Arquitetônico
Todos Arquitetura.
Execução do Projeto
Construtora Uni.
Produtos Power Lume
Projetores, Embutidos, Downlights,
Pendentes e linha Profile.
LED Lighting Solutions
Iluminando
grandes negócios
Fotos: Gabriel Castro
2 3

Inscrições abertas!
Confira os palestrantes já confirmados:
15 e 16 de agosto
Tivoli Mofarrej Conference Hotel
São Paulo | Brasil
Semana da Luz 2019
Mark Major
Reino Unido
Martina Weiss
Alemanha
Edição especial de 10 anos!
Mônica Luz Lobo
Brasil
Emrah Baki Ulas
Austrália
ledforum.com.br
@ledforum
#ledforum10
Dean Skira
Croácia
Agne Milkeviciute
Lituânia
4 5

SUMÁRIO
1º Trimestre 2019
edição 72
52
58
66
Júlia Ribeiro
Julia Ribeiro
74
78
82
10
18
AGENDA 2019
¿QUÉ PASA?
52
58
CENTRO CULTURAL ISRAELITA KNESSET ISRAEL
Poéticas visuais
LOJA CALVIN KLEIN FLAGSHIP
Como música
66
SAUER
74
78
82
BAR DOS ARCOS
Catacumbas cênicas
KAPO CABELOS
Cabeça feita
FOTO LUZ FOTO
Tuca Reinés
6 7

Romulo Fialdini
Thiago Gaya
publisher
LIGHT NERDS
Orlando Marques
editor-chefe
PUBLISHER
Thiago Gaya
EDITOR-CHEFE
Orlando Marques
LOJA CALVIN KLEIN FLAGSHIP
Iluminação: MS+M Arquitetos
Foto: Tuca Reinés
Dedicação e paixão por assuntos de natureza específica e de particularidades
dificilmente percebidas pela maioria das pessoas são algumas das características
de um grupo de profissionais bem especial: os lighting designers – para muitos, os
nerds da iluminação.
Nesta primeira edição de 2019, a L+D traz projetos cujos resultados claramente
mostram esse amor à profissão, sem o qual poucos projetos de iluminação seriam
realizados no Brasil e no mundo.
Apresentamos o contemplativo Centro Cultural Israelita Knesset Israel, em
São Paulo, projeto do escritório Franco Associados; a sutileza do novo conceito de
iluminação das lojas flagship da marca Calvin Klein, projeto do escritório MS+M
Associados; a precisa joalheria Sauer no Aeroporto Internacional de Guarulhos, projeto
do Estudio Carlos Fortes; o cênico Bar dos Arcos do Theatro Municipal de São Paulo,
projeto dos escritórios Studio 220v e There is Light; o moderno salão de cabeleireiros
Kapo, projeto do Studio Fos; e o tecnológico escritório do site letras.mus.br em Belo
Horizonte, projeto da Atiaîa Lighting Design.
Trazemos também a agenda completa de 2019, com os principais eventos de
iluminação do mundo, incluindo o LEDforum, que este ano completa dez anos! Outros
destaques desta edição incluem a nova loja da Apple na Champs-Élysées, em Paris;
o projeto do pavilhão brasileiro na Expo 2020, em Dubai; o estande de vendas da
FGMF, em São Paulo; a exposição Penumbra, do artista Ângelo Venosa; e muito mais.
A seção Foto Luz Foto desta edição também homenageia o fotógrafo Tuca Reinés,
com seu trabalho para a loja Calvin Klein.
Nesse sentido, a L+D, LEDforum e a Semana da Luz podem ser orgulhosamente
considerados “USS Enterprise”, veículos que ajudam os light trekkers a navegar neste
universo tão amplo.
DIRETORA DE ARTE
Thais Moro
REPORTAGENS DESTA EDIÇÃO
Débora Torii, Fernanda Carvalho,
Gilberto Franco,Thiago Gaya,
Orlando Marques, Studio Fos
REVISÃO
Débora Tamayose
CIRCULAÇÃO E MARKETING
Márcio Silva
PUBLICIDADE
Lucimara Ricardi | diretora
Avany Ferreira | contato publicitário
Paula Ribeiro | contato publicitário
PARA ANUNCIAR
comercial@editoralumiere.com.br
T 11 3062.2622
PARA ASSINAR
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ADMINISTRAÇÃO
administracao@editoralumiere.com.br
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Live long and prosper!
Orlando Marques
Editor-chefe
Guilherme Jordani
Marília Saccaro e Marina Frigeri,
arquitetas titulares do escritório
parceiro, Studio Fos, são nossas
convidadas para a coedição do
¿Qué Pasa? duplo desta edição.
A dupla apresenta o projeto de
iluminação da Catedral de Milão,
projeto dos italianos do Studio
Ferrara Palladino e Associati.
PUBLICADA POR
Editora Lumière Ltda.
Rua João Moura, 661 – cj. 72, 05412-001
São Paulo SP, T 11 3062.2622
www.editoralumiere.com.br
8 9

AGENDA 2019
Começo de ano é o momento perfeito de se programar para os
eventos mais importantes do universo da iluminação, imperdíveis
para os amantes da luz e do lighting design. Programe-se para
não perder nenhum!
IALD ENLIGHTEN ASIA 2019
IALD ENLIGHTEN AMERICAS 2019
Oferecidas pela Associação Internacional de Lighting Designers
(IALD), as conferências Enlighten ocorrem anualmente na
América do Norte e a cada dois anos, alternadamente, na Ásia
e na Europa, consolidando-se como importantes oportunidades
de formação e de networking.
A 4ª edição do Enlighten Asia aconteceu nos dias 6 e 7 de
março em Tóquio, Japão, em conjunto com a Lighting Fair – uma
das maiores feiras de iluminação do país –, abordando as principais
questões e tendências que impactam o presente trabalho dos
lighting designers na Ásia e no mundo.
Já o Enlighten Americas, neste ano, será especial, pois marcará
a celebração dos 50 anos da IALD. Além disso, o encerramento
do evento coincidirá com o início da Balloon Fiesta, o maior e
mais fotografado festival internacional de balonismo do mundo,
realizado anualmente em Albuquerque, no estado do Novo México,
sede da conferência de 2019.
IALD Enlighten Asia 2019, Tóquio, Japão
6 e 7 de março
IALD Enlighten Americas 2019, Albuquerque, Estados Unidos
EILD – ENCONTRO IBEROAMERICANO
DE LIGHTING DESIGN 2019
O Encontro Iberoamericano de Lighting Design (EILD) tem como
objetivo oferecer espaços de reflexão, aprendizado, experimentação
e compartilhamento de ideias entre profissionais e apaixonados
pela luz e pela iluminação, no âmbito ibero-americano.
Com estreia em 2010 em Valparaíso, no Chile, por iniciativa,
sem fins lucrativos, de um grupo de lighting designers e profissionais
independentes, o Encontro (ou Encuentro) terá sua 5ª edição
realizada na histórica cidade de Colônia do Sacramento, no Uruguai,
declarada Patrimônio da Humanidade pela Unesco em 1995.
Sob o tema “Comunicação”, o EILD 2019 combinará atividades
teóricas e práticas com o objetivo de transmitir o valor do projeto
de iluminação. Serão oferecidas palestras e oficinas “sobre luz”,
que abordarão temas essenciais sobre o desenho de iluminação, e
“com luz”, que utilizarão a iluminação como meio de comunicação
em intervenções na cidade de Colônia do Sacramento.
EILD 2019
Colônia do Sacramento, Uruguai
20 a 23 de março
pt.eild.org
Divulgação
HONG KONG INTERNATIONAL
LIGHTING FAIR
Organizada anualmente pelo Conselho de Desenvolvimento
do Comércio de Hong Kong (HKTDC), a última edição
de primavera da Hong Kong International Lighting Fair recebeu
aproximadamente 21 mil visitantes, que circularam entre os
mais de 1.350 expositores, um número recorde para o evento.
Para a 11ª edição, é esperada uma potencialização na demanda
por produtos voltados ao conceito de smart lighting, seguindo
as tendências da última feira, além de aumento na procura por
soluções sustentáveis. Em resposta a essas demandas, a zona
“Smart Lighting & Solutions”, criada em 2017, será expandida na
edição deste ano. Dentre as demais zonas temáticas em que a
feira é dividida, destacam-se ainda a “Hall of Aurora” (pavilhão
dedicado às principais marcas mundiais) e a novidade “Innobuild”,
na qual estarão reunidos fornecedores de sistemas e soluções
prediais, incluindo sistemas avançados e tecnologias sustentáveis,
assim como materiais decorativos.
Serão oferecidos ainda seminários e fóruns a respeito de
atualidades ligadas ao mercado de iluminação e também o Asian
Lighting Forum, voltado a especialistas da área e a membros de
organizações profissionais.
O evento promove ainda uma versão anual de outono, tida
como a maior feira de iluminação da Ásia. Ocupando o dobro
da área da edição de primavera, a segunda edição do ano espera
superar o recorde alcançado no ano passado, quando contou
com mais de 2.700 expositores, visitados por um público de
44 mil pessoas.
Ambas as edições estão incentivando os visitantes a adotar
uma série de dicas sustentáveis, como o uso de mapas e guias
digitais, o descarte correto do lixo reciclável e o incentivo ao uso
do transporte público para chegar ao evento, com o objetivo de
conferir uma conotação ecológica às feiras.
Hong Kong International Lighting Fair
Hong Kong, China
Spring Edition: 6 a 9 de abril
m.hktdc.com/fair/hklightingfairse-en
Autumn Edition: 27 a 30 de outubro
m.hktdc.com/fair/hklightingfairae-en
10 11

Diego Ravier
EUROLUCE 2019
A Euroluce é um evento mundialmente reconhecido como
referência para o mercado da iluminação. Nela são apresentadas
a cada dois anos as inovações tecnológicas e de design, em
paralelo ao Salone del Mobile Milano. A feira de iluminação
chega à sua 30ª edição e contará com mais de 480 expositores
– metade deles internacionais –, que apresentarão seus últimos
lançamentos nos segmentos de iluminação exterior, interior,
industrial, hospitalar e cênica, além de sistemas de controle e
de automação. A feira define-se como um evento de vanguarda
nos campos da ecossustentabilidade e da eficiência energética,
tanto para iluminação decorativa quanto para equipamentos
técnicos, oferecendo-se ainda como uma grande oportunidade
para encontros e negócios.
Euroluce 2019
Milão, Itália
9 a 14 de abril
salonemilano.it/en/manifestazioni/euroluce
LIGHTFAIR INTERNATIONAL 2019
Considerada um dos maiores eventos anuais voltados à
iluminação arquitetural, abrangendo uma feira e uma conferência,
a LIGHTFAIR International conta com patrocínio da Illuminating
Engineering Society (IES) e da International Association of Lighting
Designers (IALD) e chega à sua 30ª edição trazendo novidades.
A conferência deste ano apresentará o inédito IoT & Connected
Lighting Forum, que, em conjunto com o Light & Health Forum,
oferecerá palestras e cursos de caráter dinâmico e educativo,
cuja duração variará de 60 minutos a dois dias.
Já a feira, que promete ser a maior de todas as edições, com
500 expositores, será aberta com os LFI Innovation Awards, que
vão homenagear os produtos e os designs mais inovadores dos
últimos 12 meses. A exposição desta edição apresentará novas
categorias de produtos, como sistemas de controle, energias
renováveis, sinalização digital e IoT, que os visitantes poderão
conhecer por meio de visitas guiadas temáticas, oferecidas
diariamente durante o funcionamento da feira.
LIGHTFAIR International 2019
Filadélfia, Estados Unidos
Pré-conferência: 19 e 20 de maio
Feira e Conferência: 21 a 23 de maio
lightfair.com
Messe Frankfurt
GILE – GUANGZHOU INTERNATIONAL
LIGHTING EXHIBITION
Conhecida como uma das mais influentes e abrangentes
feiras de iluminação da Ásia, a Guangzhou International Lighting
Exhibition (GILE) adotou como tema, neste ano, “Envisage The
Next Move”, ainda sob o conceito “Thinklight”, introduzido em
2016. A escolha visou incentivar a comunidade da iluminação
a encarar as transformações da indústria como meios de
progresso e de inovação.
O evento, que é oferecido pela Messe Frankfurt – mesma
organizadora da Light + Building –, contará com a exibição das
últimas novidades em soluções e tecnologia de ponta, além
de uma programação paralela de palestras proferidas por
especialistas da indústria mundial acerca das últimas tendências
e dos desdobramentos tecnológicos do universo da iluminação.
A edição de 2019 buscará ainda encorajar a indústria ao uso
consciente da tecnologia, balanceando o desejo por soluções de
baixo custo e de alta eficiência energética com a necessidade
de iluminação de qualidade, que atenda às necessidades e ao
conforto do usuário.
GILE – Guangzhou International Lighting Exhibition
Guangzhou, China
9 a 12 de junho
guangzhou-international-lighting-exhibition.
hk.messefrankfurt.com
12 13

LEDFORUM 2019 E
SEMANA DA LUZ BRASIL
LEDFORUM 2019
O LEDforum é conhecido nacional e internacionalmente por
oferecer conteúdo de palestras e atividades de alto nível técnico
e de conhecimento, conduzidas por grandes nomes do universo
da iluminação brasileira e internacional, além de se apresentar
como uma oportunidade para lançamentos de equipamentos
de iluminação, geração de novos negócios e intenso networking.
Neste ano, o LEDforum chega à sua 10ª edição, que promete
ser ainda mais especial, celebrando a sólida trajetória construída
nesta última década. Já foram confirmados os primeiros nomes
desta edição: o arquiteto e lighting designer britânico Mark Major,
diretor do renomado e premiado escritório Speirs + Major; a
lituana Agne Milkeviciute, premiada no Light Symposium Paper
Competition 2018 em Estocolmo, com a pesquisa Crisis of Window.
Lost Purpose of Daylight Opening; a lighting designer alemã Martina
Weiss, diretora do renomado escritório Licht Kunst Licht; o lighting
designer croata Dean Skira e o pesquisador, artista e lighting
designer turco, radicado na Austrália, Emrah Baki Ulas.
Outra novidade para esta edição comemorativa é a criação
de uma nova área expositora e para networking, que abrigará oito
novos estandes de importantes nomes da iluminação brasileira.
Fiquem atentos às próximas novidades, que serão anunciadas
em breve!
10º LEDforum
15 e 16 de agosto
ldforum.com
SEMANA DA LUZ BRASIL
Todos os anos a Semana da Luz oferece uma oportunidade
única, em solo brasileiro, de trocas, aprendizado, networking e
atualização dos conhecimentos teórico e profissional, no âmbito
do lighting design.
Fruto da parceria entre o LEDforum e a Associação Brasileira
dos Arquitetos de Iluminação (AsBAI), a Semana da Luz é aberta
por um workshop, que oferece aos participantes a oportunidade de
explorar a temática da iluminação nos contextos urbanos, a partir
de uma abordagem multidisciplinar e a cada ano mais inovadora.
A Semana da Luz conta ainda com a festa de encerramento
Lighting Lovers, realizada após a última palestra do LEDforum, cuja
4ª edição promete repetir o espírito de animação e celebração
vivido nos três eventos anteriores.
Mais informações sobre as atividades deste ano serão
divulgadas em breve.
Semana da Luz 2019
São Paulo, Brasil
Workshop internacional
11 a 14 de agosto
10º LEDforum
15 e 16 de agosto
ldforum.com
Felipe Perazzolo
DARC ROOM
Idealizado pelas revistas mondo*arc e darc, em conjunto com
o Light Collective – os mesmos criadores dos darc awards –, o
darc room é uma mostra criativa de iluminação voltada a
especificadores e designers. Oferecida pelo segundo ano
consecutivo, a exposição é parte do London Design Festival
e foge do tradicional, propondo aos expositores um modelo
único de estande, que pode ser customizado por cada marca
com a consultoria criativa do Light Collective.
O local do evento também não será nada convencional: a
The Old Truman Brewery, uma antiga fábrica de cerveja londrina
que hoje abriga negócios criativos, lojas, galerias, restaurantes
e um espaço para eventos, que deverá potencializar ainda mais
a criatividade dos expositores e dos visitantes.
darc room 2019
Londres, Reino Unido
19 a 22 de setembro
darcroom.com
PLDC 2019
Transformada em evento anual no ano passado, quando teve sua
primeira edição realizada fora da Europa (a PLDC Singapore 2018),
a convenção mantém a frequência bianual no velho continente,
tendo como sede, neste ano, a cidade holandesa de Rotterdam.
Com o objetivo de difundir os últimos acontecimentos e
progressos do universo da iluminação e discutir o futuro da profissão
de lighting designer, o evento oferecerá cerca de 80 palestras,
divididas em quatro sessões a cada dia, sendo cada uma delas
iniciada por diferentes keynote speakers, a serem anunciados.
O evento também será palco da rodada final do The Challenge,
quando os seis finalistas da competição de jovens talentos
acadêmicos, treinados por seis renomados lighting designers,
apresentarão suas pesquisas. O vencedor será conhecido durante
o tradicional Gala Dinner, que encerra o evento todos os anos.
PLDC – Professional Lighting Design Convention 2019
Rotterdam, Países Baixos
23 a 26 de outubro
pld-c.com
14 15
14

16 17

Imagens: Ben-Avid/JPG.ARQ/MMBB Arquitetos
¿QUÉ PASA?
PAVILHÃO DO BRASIL – EXPO DUBAI 2020
A proposta vencedora para o Pavilhão do Brasil na
Expo Dubai 2020 resultou da colaboração entre os
escritórios Ben-Avid, JPG.ARQ e MMBB Arquitetos, que
tiveram como maior inspiração as águas brasileiras, seus
rios e seus mangues, como nascentes de fertilidade e
como patrimônios naturais mundiais. “Como o país que
possui a maior riqueza hídrica do mundo, o Brasil precisa
protagonizar uma política internacional de defesa e
desfrute das águas. Uma política baseada em preservação
e em potencialização das riquezas naturais por meio da
tecnologia. Esse é o foco do Pavilhão Brasileiro na Expo
Dubai 2020”, explicam os arquitetos.
Praticamente todo o piso do pavilhão será tomado por uma
fina lâmina de água, remetendo aos períodos de cheia dos rios.
Sob essa praça de água, o piso de concreto pigmentado preto
alude ao rio Negro. Dando forma ao pavilhão, uma estrutura
tênsil de tecido translúcido branco, com mais de 18 metros
de altura, sombreará o espaço durante o dia e, à noite, o
transformará em um grande cubo luminoso flutuante, por meio
das projeções abstratas de imagens de vegetações, nascentes
de rios, quedas-d’água e pinturas corporais indígenas, que,
com o complemento de sons, vapores e aromas, formarão
parte essencial da experiência expográfica.
A praça de água funcionará como suporte no qual
essas imagens serão refletidas, além de convidar o
público a entrar durante as projeções – sendo oferecidas
botas, como aquelas utilizadas em Veneza durante
o fenômeno da maré alta, àqueles que não queiram
molhar os pés. “Não procuramos recriar literalmente as
paisagens brasileiras em Dubai, com peixes ou árvores
reais; e sim reinterpretar um modo brasileiro de pensar a
relação entre construção e paisagem, criando atmosferas
sinestésicas e imersivas, em que se combinam sons,
aromas, estímulos de temperatura e umidade, e projeções
de imagens sobre as paredes laterais de tecido, as faces
internas e facetadas da cobertura e as superfícies de água
no piso”, relatam os arquitetos.
Os acessos, os passeios e os programas complementares
à expografia (café, restaurante e loja) serão
instalados em regiões secas, estes últimos dentro de um
volume treliçado suspenso sobre a água, relembrando as
casas sobre palafitas, típicas da região Norte do Brasil.
Essa construção abrigará também uma sala de múltiplos
usos, com iluminação totalmente controlada, onde serão
oferecidas atividades como palestras, debates, projeções
de filmes e espetáculos. (D.T.)
18 19

Imagens: Renato Mangolin
¿QUÉ PASA?
MANJAR CULTURAL
Construído em 1843, o histórico palacete que abriga o instituição, os lighting designers desenvolveram o conceito
Solar dos Abacaxis no Rio de Janeiro é um dos primeiros de iluminação para a exposição Manjar: Anna Bella Geiger
exemplares da arquitetura neoclássica nacional e, após mais – circa mmxviii, dedicada a obras da consagrada artista
de um século de intensa vida e ocupação, ficou abandonado carioca que ecoavam questões atuais e contundentes,
por mais de uma década. O processo de intensa degradação como o terrível incêndio no Museu Nacional do Brasil e o
do edifício foi interrompido no ano de 2015, quando um momento de incerteza política vivido no país.
grupo de cinco jovens se uniu para dar início a um projeto Dessa forma, a paleta de cores definida para as luzes
de ocupação, com o objetivo de arrecadar fundos para a foi diretamente influenciada por esses temas, sendo usados
reforma e a restauração do espaço, ao mesmo tempo que o desde tons de âmbar e branco, nas áreas expositivas, até
abriam ao público. Assim nasceu o Solar dos Abacaxis, uma o vermelho intenso, na fachada, em áreas de circulação e
instituição dedicada à experimentação nos âmbitos da arte, nas áreas da festa e do bar. O projeto de iluminação atuou
da educação e da transformação social.
em três diferentes camadas: no destaque das obras nos
Manjar é o principal evento oferecido no Solar dos espaços expositivos, na iluminação cênica para a festa e
Abacaxis, cujo inovador formato “exposição-festa”, com na valorização da arquitetura, que buscou manter sempre
curadoria artística de Bernardo Mosqueira e curadoria presente a casa, ressaltando seus volumes e suas texturas
musical de Bruno Balthazar, já reuniu mais de 80 artistas em em todos os espaços, por meio da cor ou de diferentes
suas 27 edições, visitadas por um público de mais de 35 mil recursos de iluminação de destaque.
pessoas. Operando em formato colaborativo, a experiência “A composição da iluminação está vinculada à intenção
expositiva e festiva dura apenas uma noite, o que contribui da artista, mas deve, ao mesmo tempo, funcionar em
para seu caráter singular e experimental, que funciona como conjunto com o todo, que é a casa. A solução de um espaço
plataforma para novos artistas e estimula a arrecadação de influencia todos”, explicou Flavio.
fundos para a reconstrução do palacete.
Segundo Mônica, o processo – que contou ainda com
A edição de setembro passado marcou a terceira a colaboração de Jhony da Silva nas etapas de viabilização
colaboração de Mônica Luz Lobo e de Flavio Berman e de execução – foi uma “interessante parceria, livre, que
com o Solar dos Abacaxis. A convite de Adriano Carneiro não tem a ver com o que fazemos no dia a dia. E, ao mesmo
de 20 Mendonça, arquiteto e um dos responsáveis pela tempo, superintenso e divertido”. (D.T.)
21

Imagens: Rafaela Netto
¿QUÉ PASA?
CHEIOS E VAZIOS
O escritório paulistano de arquitetura FGMF inovou
na elaboração do estande de vendas de seu novo
empreendimento, o edifício residencial POD, que será
construído nas esquinas da Avenida Rebouças e da Rua
Cristiano Viana, em São Paulo. Para transmitir o conceito
da praça aberta, um dos elementos-chave do projeto
de arquitetura, os arquitetos criaram uma instalação de
andaimes, cuja linguagem de recortes e volumes alude
à inovadora arquitetura do prédio, além de ter relação
direta com a escala vertical dessa praça, reproduzindo as
dimensões reais que a porção inferior do edifício ocupará.
Com a instalação, os arquitetos buscaram demonstrar a
conexão entre o futuro edifício e a esquina onde se situa o
lote, além de evidenciar o espaço livre que será deixado em
seu centro, após a construção. O efeito dos volumes brancos,
soltos entre si, que aparentam estar voando, é ressaltado
à noite, quando a instalação é iluminada. Desenvolvido
pelo Estúdio BijaRi, especializado em videomapping e em
intervenções artísticas urbanas, o conceito da iluminação
cria uma estrutura narrativa que transforma o espaço
e, ao mesmo tempo, transmite uma noção de ritmo ao
espectador. Os designers criaram uma programação de
luzes que alternam movimentos lentos e ritmos mais
dinâmicos, cujo pulsar das luzes revela a profundidade e
o volume das caixas e das estruturas que as sustentam.
As cores dos projetores de LEDs derivam da comunicação
visual do empreendimento, na qual vermelho e branco são
os tons principais.
Um dos responsáveis pelo projeto, Rodrigo Araújo, sócio
e diretor de arte do BijaRi, conta que a intenção do projeto
“era dar outra vida à arquitetura, fazendo-a respirar e dialogar
com o ritmo do seu entorno. Ora criávamos um contraponto
à aceleração da cidade, ora éramos uma descarga elétrica,
um raio de luz sobre a estrutura”. O projeto do estande
recebeu menção honrosa na categoria “Arquitetura Efêmera”,
na edição de 75 anos da prestigiosa Premiação IABsp
2018, promovida pelo Instituto de Arquitetos do Brasil –
Departamento São Paulo (IABsp). (D.T.)
22 23

Imagem: Ignacio Aronovich / Lost Art
¿QUÉ PASA?
MIRAGEM NA PRAÇA PÔR DO SOL
Em meio à superpopulação de edifícios e ruas asfaltadas
da cidade de São Paulo, ainda existem alguns locais capazes
de estimular a conexão dos visitantes com a natureza. Um
deles é a Praça Coronel Custódio Fernandes Pinheiros,
popularmente conhecida como Praça Pôr do Sol, no Alto de
Pinheiros, escolhida pelo artista visual uruguaio radicado em
São Paulo Fernando Velázquez para a apresentação de sua
instalação Miragem, no mês de dezembro.
A intervenção foi desenvolvida especialmente para o
local, com o intuito de explorar seu caráter ritualístico por
meio de uma experiência sensorial e audiovisual imersiva.
Um painel curvo e longitudinal de LEDs foi estrategicamente
posicionado na linha do horizonte – onde os visitantes
costumam se reunir para assistir ao pôr do sol –, no qual eram
exibidas imagens que ora se fundiam, ora contrastavam com
o entorno. Miragem buscou explorar a relação espaço-tempo,
questionando como uma experiência artística pode afetar a
percepção cronológica humana e chamando a atenção para
a influência dos meios digitais sobre a noção do tempo.
Com a obra, Velázquez propôs um despertar de percepções,
convocando uma espécie de ritual urbano que reforçava
aspectos do culto à natureza e também hábitos relacionados
aos fenômenos naturais diários que, todavia, prevalecem em
grandes centros urbanos como São Paulo.
A instalação foi a ação de encerramento da 6ª edição do
SP_Urban Digital Festival, que anualmente ocupa os espaços
públicos da cidade com artes digitais, de maneira gratuita e
democrática, sob a curadoria de Marilia Pasculli. (D.T.)
24 25

8th Professional Lighting
Design Convention
Rotterdam/NL
Early registration phase ends
31. May, 2019
www.pld-c.com
- merging masterminds -
PLDC is a brand of the
8th Professional Lighting
Design Convention
23. - 26. October, 2019
Rotterdam/NL
23. - 26. October, 2019
Early registration phase ends
31. May, 2019
www.pld-c.com
- merging masterminds -
26 27
PLDC is a brand of the

Imagens: Karolina Halatek
¿QUÉ PASA?
ANDANDO NAS NUVENS
A artista visual polonesa Karolina Halatek tem em seu
portfólio diversas instalações experimentais e imersivas
que incorporam elementos visuais, arquitetônicos e
esculturais, utilizando sempre a luz como suporte principal.
Um dos resultados de suas frequentes colaborações com
físicos quânticos e engenheiros mecânicos de precisão foi
sua mais recente instalação, Cloud Square, apresentada
durante o festival Laumeier After Dark, no museu a céu
aberto Laumeier Sculpture Park em St. Louis, no estado
norte-americano do Missouri.
Uma pequena cabana luminosa em meio à natureza
convidava os visitantes a se aproximarem. Ao adentrar
no espaço, eles se viam imersos em uma espécie de
nuvem gerada pela mistura de fumaça com luzes brancas
e intensas, instaladas em todo o perímetro do espaço,
transiluminando todas as suas superfícies verticais.
O ambiente onírico permitiu ao público sentir como
se estivesse em uma “experiência no céu”, como definiu
a artista, que explica ainda que o nome da instalação
refere-se não apenas à forma da cabana, mas também à
sua existência como um ponto de encontro onde todos se
reúnem. “O cenário formado pela casa em meio à floresta
e à fumaça conferiu uma sensação de lar e de acolhimento
à natureza”, descreveu. (D.T.)
28 29

30 31

Imagens: WHITEvoid/ Kinetic Lights
¿QUÉ PASA?
DANÇA CINÉTICA
A empresa alemã Kinetic Lights desenvolve, há
mais de 10 anos, equipamentos de luz cinéticos que
possibilitam a criação das mais variadas instalações
e performances envolvendo luzes em movimento. Seu
principal parceiro é o estúdio de artes, design e tecnologia
alemão WHITEvoid, fundado e comandado pelo designer
Christopher Bauder, cuja principal colaboração foi o
desenvolvimento dos produtos e do sistema de controle
que deram vida à instalação Lichtgrenze, apresentada em
ocasião do 25º aniversário da queda do Muro de Berlim.
Uma versão aprimorada desse mesmo produto foi
empregada na mais recente obra do WHITEvoid, em
novembro passado. A instalação imersiva Electric Moons foi
a principal atração da festa de comemoração dos 10 anos da
revista de design alemã Plot Magazine. Instalada no interior
da Igreja de Santa Maria, em Stuttgart, Alemanha, a obra
de grande escala celebrou o poder da luz e da leveza, dois
aspectos marcantes do edifício religioso.
A instalação é constituída de uma estrutura modular
aplicada sobre o piso – pela qual passam todas as
fiações e cabeamentos –, utilizada como suporte para 36
equipamentos Winch XS, o novo e aprimorado sistema de
guindaste desenvolvido pela Kinetic Lights, cujo alcance
chega a 7 metros de distância, apesar de suas dimensões
compactas. A nova versão do equipamento permite o
controle individual e em tempo real de cada peça, por
meio de um sistema de controle desenvolvido pela própria
Kinetic Lights, sem apresentar limitações na forma,
no layout ou na quantidade máxima de equipamentos
utilizados na instalação. Cada guindaste sustenta um balão
cheio de gás hélio – similares aos que foram utilizados na
instalação berlinense – em uma nova versão com luzes
RGB, cujo movimento vertical leve e sincronizado, aliado
à programação de cores e de sons, encantou a plateia
presente no evento. (D.T.)
32 33

Imagens: Gabriel Wickbold
¿QUÉ PASA?
AURA
Entre os meses de novembro do ano passado e janeiro deste
ano, o fotógrafo e galerista paulistano Gabriel Wickbold expôs
em sua galeria em São Paulo as imagens de seu quinto ensaio
autoral, I am Light – Você é Luz. Em contraposição à sua série
anterior, I am Online, lançada há dois anos, na qual o artista
abordou a sensação de sufocamento causada pelo excesso de
conectividade e de informação, I am Light – Você é Luz propõe
uma conexão com o “eu interior”, refletindo sobre os valores do
“ter” e do “ser”.
Por meio da aplicação de pó de glitter e pintura sobre o
corpo dos modelos, o fotógrafo conseguiu produzir verdadeiras
explosões de cores e de efeitos de luz nas imagens, utilizando o
obturador da câmera como principal ferramenta para a captura
dos corpos brilhantes em movimento. A série de imagens
compõe uma espécie de “instalação humana” – marca registrada
do artista – na qual a câmera transforma-se em um “leitor de
auras”, como ele define.
“O trabalho transcende o rosto aparente, a fraqueza do
ser que deixa a esfera divina penetrar. A luz é o componente
principal neste novo ensaio, em que os corpos são livres,
imponentes e fortes. Por meio da luz emanada das fotos,
o espectador pode iluminar seu próprio corpo e sua
consciência”, reflete Gabriel. (D.T.)
34 35

36 37

Imagens: Imagens: Nigel Young/Foster+Partners
¿QUÉ PASA?
PIRÂMIDES DA APPLE
A Apple inaugurou, recentemente, sua mais nova loja em
Paris, França, que pode ser considerada uma das mais elegantes
da rede. Localizada na Avenida Champs-Élysées, símbolo do
espírito sofisticado e atemporal da capital francesa, a nova
flagship da marca foi instalada em um histórico e típico edifício
de apartamentos parisiense, completamente restaurado e
reformado pela equipe do escritório de arquitetura Foster +
Partners, em conjunto com as equipes comercial e de design
da Apple.
A construção – que já foi o endereço residencial de ninguém
menos que Alberto Santos Dumont, o pai da aviação – teve
todos os seus detalhes originais preservados e restaurados,
convivendo lado a lado com ambientes de design moderno e
minimalista, típicos das lojas da marca.
A adição mais especial foi a nova cobertura do pátio
interno. Chamada Kaléidoscope, a espécie de claraboia é
formada por pirâmides, mesclando materiais transparentes e
espelhados que refletem e decompõem a luz – do sol durante
o dia e artificial durante a noite –, criando hipnotizantes
texturas e reflexos nas fachadas clássicas que emolduram o
ambiente de pé-direito quádruplo. Nesse local foi instalado
o espaço Forum, onde especialistas de diversas áreas vão
entreter, inspirar e ensinar os visitantes durante os eventos
“Today at Apple”. Os efeitos originados por essa cobertura –
cujas porções opacas são cobertas com painéis fotovoltaicos
– mudam com o passar das horas e também de acordo com a
posição do observador, já que a irregularidade dessa superfície
permite que os visitantes visualizem imagens fragmentadas de
detalhes da própria construção.
“Dentro do verdadeiro espírito parisiense, o projeto é
rico em texturas e envolve um conjunto de experiências
que estimulam os sentidos. Isso é emblemático da ideia de
justaposição existente nos espaços internos do edifício, unindo
o histórico e o contemporâneo, o interior e o exterior, o solo
e o céu. É um lugar que inspira a criatividade”, define Stefan
Behling, um dos diretores do Foster + Partners. (D.T.)
38 39

¿QUÉ PASA?
CUBO DE PIXELS
Imagens: Loris von Siebenthal, Société Privé de Gérance.
O edifício Amandolier, um icônico cubo de vidro que
marca a paisagem do centro de Genebra, Suíça, desde
2004, passou por uma recente renovação da iluminação de
sua fachada, reinventada como uma plataforma multimídia
que relaciona a arquitetura e seu entorno em uma inovadora
forma de expressão artística. Liderados pelo finlandês
Tapio Rosenius, os lighting designers do escritório espanhol
Lighting Design Collective (LDC) foram os responsáveis
pelo projeto e desenvolveram três diferentes famílias de
conteúdos, que são exibidas alternadamente.
A primeira delas, Geometrias, resultou da abstração da
arquitetura minimalista à sua mínima forma, uma pele de
vidro dividida em um grid modular que confere um senso
de ordem à fachada. A geometria repetitiva é agrupada em
segmentos, jogando com a escala de percepção do edifício.
A segunda família, Clima, baseia-se em um estudo sobre
o ciclo cibernético que, aplicado ao contexto urbano, analisa
os efeitos mútuos entre o edifício e seu entorno.
Dados sobre a temperatura, o vento e a umidade são
coletados e parametrizados, em tempo real, determinando
a tonalidade das luzes e a velocidade com que os padrões
luminosos se movem e se alternam.
O último grupo de conteúdo, 8 BIT, homenageia, por
meio da pixel art, os antigos computadores e videogames
que utilizavam processadores de 8 ou de 16 bits. Para a
construção das imagens dessa família, cada janela foi
tratada como um pixel.
A programação preestabelecida das luzes permite também
a exibição de 20 diferentes bandeiras de países na fachada do
edifício. O controle de todas as cenas e padrões é feito por meio
de um software customizado especialmente para o projeto, assim
como os equipamentos de iluminação, desenvolvidos pelo LDC
em conjunto com o fabricante espanhol Grupo MCI, para que se
encaixassem perfeitamente nos nichos existentes na fachada.
Foram utilizadas 320 lumi nárias lineares e 20 luminárias
de canto – atendendo a um pedido do cliente para que
as sombras existentes nas esquinas do edifício fossem
atenuadas. Após testes em obra, foi definido o uso de
uma óptica elíptica (24˚ × 48˚), que permite a iluminação
uniforme da persiana de cada janela, gerando uma imagem
exterior homogênea. (D.T.)
40 41

Courtesy of RIchard Lunt/Michigan State University
G. L. Kohuth
¿QUÉ PASA?
TRANSPARENTE
É cada vez mais comum a instalação de painéis solares
fotovoltaicos no topo dos edifícios, tanto nos mais modernos
quanto nos mais antigos, com o intuito de reduzir os gastos com
energia elétrica e o alto impacto no meio ambiente. Nas grandes
metrópoles, no entanto, a produção desse tipo de energia limpa
teria ganhos consideráveis caso os painéis pudessem ser aplicados
também às fachadas envidraçadas dos edifícios e dos arranhacéus,
que correspondem a uma porção significativamente maior
da área total construída do que seus telhados.
Tendo isso em mente, um grupo de pesquisadores da
Michigan State University, nos Estados Unidos, liderados pelo
professor de Engenharia Química e Ciência dos Materiais
Richard Lunt, desenvolveu um tipo de painel solar totalmente
transparente. Trata-se de um concentrador solar transparente
luminescente (TLSC) criado a partir de moléculas orgânicas
que absorvem somente os comprimentos de onda da luz que
não são visíveis ao olho humano, como os infravermelhos e os
ultravioletas, por exemplo. Sem afetar a transmitância da luz
através do material, a energia solar é coletada e transportada
até as bordas do painel, onde é convertida em eletricidade
por meio de finas tiras de células solares fotovoltaicas.
Os cientistas explicam que, apesar da eficiência do material
ainda ser consideravelmente baixa (em torno de 5%, contra
os cerca de 15% a 18% dos painéis fotovoltaicos tradicionais),
suas possibilidades de aplicação são notavelmente maiores
em termos de área, o que pode tornar seu potencial de geração
de energia equivalente ao dos produtos convencionais. “A
implantação complementar de ambas as tecnologias poderia
suprir em quase 100% a demanda de energia dos Estados
Unidos se também aprimorarmos as tecnologias para seu
armazenamento”, declara Lunt. Os pesquisadores acreditam
que ainda não atingiram todo o potencial desse material e
seguem trabalhando para tornar essa tecnologia ainda mais
eficiente e acessível. (D.T.)
42 43

Imagens: Mathias Magg
¿QUÉ PASA?
ILUMINANDO BUDA
Popularmente conhecido como “Cidade Proibida”, o
conjunto de edifícios onde hoje funciona o Palace Museum
em Pequim, na China, foi construído no início do século XIV
para servir de residência ao imperador e de centro cerimonial
e político do governo durante as dinastias Ming e Qing.
Transformado em museu em 1925, o palácio tem esse apelido
em razão de seu acesso extremamente restrito durante
a Era Imperial, quando somente o imperador, sua família e
os oficiais de alto escalão tinham autorização para entrar
e circular pelo conjunto de prédios do palácio, declarado
Patrimônio Mundial da Humanidade pela Unesco em 1987.
Transcendendo os limites da sua história e de seu
acervo – que conta com mais de 1 milhão de obras de arte e
documentos preservados desde o período imperial –, o museu
apresentou, pela primeira vez, a exposição de uma coleção
privada. The Light of Buddha foi realizada em parceria com o
Zhiguan Museum of Fine Art e exibiu 112 antigas esculturas
budistas de cobre, produzidas entre os séculos VI e XV e
originadas de regiões himalaias (Paquistão, norte da Índia,
Nepal e Tibete).
Os arquitetos do escritório chinês studio O foram
os responsáveis por adaptar os interiores do Palácio da
Abstinência, onde foi realizada a exposição, e criaram
um sistema expositivo temporário, utilizando painéis de
madeira pintados de preto, que tornaram o plano de fundo
praticamente invisível e permitiram o destaque e a visualização
das esculturas através de molduras, transformando-as em
espécies de “pinturas tridimensionais”.
A iluminação foi essencial para o sucesso desse conceito.
O projeto, assinado pelo lighting designer italiano Sergio
Boccia, propôs a integração de perfis luminosos às faces
internas dos painéis de madeira, iluminando cada escultura
de maneira difusa e intensa, ressaltando, assim, suas
volumetrias e suas texturas e minimizando a interferência
de sombras ou de contrastes excessivos. Essa solução foi
inspirada nas condições luminosas peculiares produzidas pela
arquitetura religiosa himalaia, além de atender aos requisitos
de segurança da própria exposição, que exigiam que os
equipamentos de iluminação fossem instalados em locais
acessíveis, externos às vitrines blindadas que abrigavam cada
uma das esculturas.
Em oposição à iluminação uniforme e intensa das obras,
a luz das salas expositivas chegava a uma proporção de
contraste de 1 : 10, condição que o lighting designer chamou
de “escuridão bem calibrada” e por meio da qual buscou
preparar os visitantes – e seus olhos e espíritos – para o clima
da exposição. Contrapondo-se a essa atmosfera, o pavilhão
central, bastante luminoso, foi ocupado por uma instalação
contemporânea que aludia à peregrinação dos monges
budistas. O túnel composto de tecidos vermelhos e brancos
convidava os visitantes a adentrar um espaço tranquilo e
atemporal, como uma alegoria à reflexão interior. (D.T.)
44 45

46 47

Imagens: Felipe Amarelo/Courtesy of the artist and Galeria Nara Roesler
¿QUÉ PASA?
PÆNES UMBRA
Originada do latim, a palavra “penumbra” significa, ao
pé da letra, “quase sombra total”. Com base nessa definição,
fica fácil entender a origem do título homônimo da exposição
individual do artista Angelo Venosa na Galeria Nara Roesler,
em São Paulo.
A mostra teve como ponto de partida uma exposição
realizada no ano passado em Vila Velha, Espírito Santo, na
qual foram apresentadas seis das oito esculturas exibidas
na galeria paulistana, sendo as outras duas inéditas.
Constituídas de bronze, madeira, tecido e fibra de vidro,
as esculturas exploram os cheios e os vazios de maneira
fluida e provocativa, tendo suas formas intensificadas pela
iluminação pontual e dramática incidente sobre cada peça.
O intenso contraste resultante cria diferentes possibilidades
de perspectivas ao observador, fazendo com que as formas e
as dimensões reais das obras aparentem distintas escalas e
volumetrias, em decorrência das sombras – e penumbras –
que produzem.
Paulistano radicado no Rio de Janeiro, Venosa é considerado
um dos poucos artistas dedicados à escultura a fazer
parte do movimento artístico Geração 80, cuja produção
é majoritariamente composta de pinturas. Curadora da
mostra, a historiadora de arte Vanda Klabin classifica a nova
série de trabalhos do artista em “inquieta e interrogativa”.
“Submersas nas sombras, as formas se irradiam; a imagem
real e suas nervuras tendem a se prolongar além dos limites
da forma original, suas saliências e reentrâncias se agigantam,
assentam-se nas paredes, adquirem desenvolvimento volumétrico
e convergem para materializar o espaço nas áreas
negras mais intensas”, acrescenta a curadora. (D.T.)
48 49

Exclior Daqui
© ERCO GmbH, www.erco.com, photography: Moritz Hillebrand
¿QUÉ PASA?
NOVO BRILHO PARA MILÃO
Um dos principais ícones arquitetônicos e turísticos da
Itália, a catedral Duomo de Milão ganhou em dezembro uma
nova iluminação externa, com projeto desenvolvido pelo
Studio Ferrara Palladino e Associati, do renomado lighting
designer italiano Pietro Palladino.
A catedral está em constante melhoramento, em razão
de sua importância arquitetônica para a cidade. Em 2015, foi
inaugurada a iluminação das áreas internas e, no Natal de
2016, a nova iluminação da Madonnina, pináculo no ponto
mais alto da catedral e símbolo da cidade.
Contudo, somente agora, com a nova iluminação de
suas suntuosas fachadas de mármore de Candoglia e das
centenas de pináculos em sua cobertura, o público poderá
perceber integralmente a beleza e a luminosidade da
catedral e de seu entorno.
O projeto luminotécnico contou com produtos de alta
qualidade e desempenho. Foram substituídas 378 luminárias e
incluídos 574 novos projetores do fabricante Erco, distribuídos
nos terraços, em postes e nas edificações circundantes. A
temperatura de cor escolhida pelo lighting designer foi de 4.000
K, com a intenção de evidenciar a materialidade do mármore.
Com o novo projeto, a catedral economizará 52% de
energia elétrica por ano, evitando 23 mil toneladas de
emissão de CO 2
no meio ambiente. (Studio Fos)
50 51

A nave central da sinagoga é iluminada por meio de dois
efeitos: uma luminosidade difusa gerada por linhas de
perfis de LED incrustados no forro ripado e um efeito de céu
estrelado com pequenos pontos luminosos e brilhantes que
criam um desenho lúdico, orgânico e irregular.
POÉTICAS VISUAIS
Texto: Fernanda Carvalho | Fotos: Andrés Otero
A
sinagoga da comunidade judaica de São Paulo,
Knesset Israel, foi fundada em 1916. Com sua filosofia
comunitária, tornou-se um centro de referência para
a comunidade judaica paulistana desde então. Em 2018, a
nova sede do Centro Cultural Israelita Knesset Israel foi
inaugurada. Localizada no bairro Higienópolis, em São Paulo,
tem como ponto central a sinagoga, onde são realizados os
eventos religiosos mais importantes do calendário judaico.
O projeto de iluminação, em sinergia com o projeto de
interiores desenvolvido pelo escritório Anastassiadis Arquitetos,
ficou a cargo do escritório Franco Associados. O resultado
é um ambiente inspirador, caracterizado pelo harmonioso
equilíbrio da sobriedade e da tradição com a poética e a
inovação. Esse é um ótimo exemplo de como um projeto
completo de iluminação pode ser complexo, compreendendo
diversas etapas, desde as primeiras ideias até a implementação
das soluções.
O projeto da sinagoga se deu em duas fases: a primeira foi
de desenvolvimento do conceito, elaboração das soluções e
especificação de produtos e a segunda, quase três anos depois,
compreendeu a revisão dos equipamentos e a adaptação de
detalhes de fixação após redefinições de acabamentos de
forros e mobiliários.
52 53

A intenção do projeto foi equilibrar a melhor acuidade visual com o menor ofuscamento possível. Os níveis de iluminância são de,
aproximadamente, 300 lux nas áreas das cadeiras. O destaque no elemento central são pequenas luminárias pontuais dispostas
de forma irregular.
CONCEITO E PROJETO
O projeto arquitetônico desenvolvido por Itamar Berezin
inclui duas sinagogas, áreas de convivência e áreas de lazer.
A arquitetura, funcional e com ambientes amplos e fluidos,
privilegia a iluminação natural, complementada por luz artificial
que ora desempenha um papel funcional despretensioso, ora cria
efeitos luminosos poéticos com uma “pegada” contemporânea.
Um exemplo é o hall de entrada, onde um grande pano de
vidro convive com aros luminosos de diversos diâmetros.
As materialidades polidas do vidro e do mármore refletem
as luminárias incidentalmente, criando interessantes efeitos
de multiplicação.
O espaço da sinagoga principal chama a atenção
por um efeito marcante no teto, criado por pequenos
pontos luminosos que simulam um céu estrelado. Tal
efeito espalha-se pelo ambiente, sem, contudo, ocupar
todo o espaço. É como se pequenos trechos do céu
se abrissem entre nuvens, tornando visíveis partes
do firmamento.
Aproveitando o layout das janelas dispostas de um dos
lados da nave principal, linhas luminosas muito finas criam
uma paginação racional, porém não regular, seguindo a
distribuições dos painéis de madeira das paredes, o que
confere um ritmo interessante ao lugar. A luz proveniente
de tais linhas é abundante, difusa e homogênea, permitindo
que aleitura seja agradável durante o serviço religioso..
No hall de entrada, circulos
luminosos criam um
desenho instigante com uma
luminosidade geral e difusa.
As luminárias têm IRC acima
de 90, o que valoriza os
acabamentos dos materiais
utilizados.
54 55

O desenho ortogonal e organizado proposto pela arquitetura de interiores sugeriu a paginação das linhas luminosas no forro, que,
ainda que irregulares entre si, mantêm uma coerência estrutural com os painéis de madeira nas paredes.
REVISÃO DAS ESPECIFICAÇÕES
E IMPLEMENTAÇÃO
Três anos após a conclusão do projeto executivo, iniciouse
a fase de adequação das soluções de iluminação. Mudanças
nos acabamentos de interiores e a evolução do mercado de
iluminação exigiram modificações nas especificações técnicas.
Segundo o autor do projeto, o arquiteto e lighting designer
Gilberto Franco, as mudanças foram bem-vindas. As mais
significativas se deram no tamanho e na largura das luminárias,
que diminuíram consideravelmente, e também na qualidade
da luz emitida. Reprodução e aparência de cor melhoraram, o
que permitiu adotar IRC (índice de reprodução de cor) acima
de 90 para todas as luminárias das áreas sociais.
A equipe da Franco Associados teve o cuidado de testar e
medir a luz emitida pelos equipamentos de todos os fornecedores
propostos pela construtora, o que permitiu um rígido controle
de qualidade. A oportunidade de acompanhar de perto a fase de
aquisição e instalação das luminárias foi crucial para o sucesso
desse projeto, o que demonstra o valor do trabalho do profissional
lighting designer após essa etapa. A abordagem integral do
projeto reflete sua natureza complexa e o valor da profissão do
arquiteto de iluminação.
CENTRO CULTURAL ISRAELITA KNESSET ISRAEL
São Paulo, Brasil
Projeto de iluminação:
Franco Associados
Gilberto Franco (arquiteto titular)
Gabriela Pera (arquiteta coordenadora)
Projeto de arquitetura:
Itamar Berezin Arquitetura
Itamar Berezin (arquiteto titular)
Renata Argenton (arquiteta coordenadora)
Projeto de interiores subsolo e mezanino:
Anastassiadis Arquitetura
Patrícia Anastassiadis (arquiteta titular)
Andreia Takahashi, Priscilla Raffaini Pay e Thais Araujo (arquitetos coordenadores)
Projeto de interiores sinagoga pequena:
Kalili Kibrit Arquitetura & Interiores
Roberta Kibrit (arquiteta titular)
Projeto de paisagismo:
Gilberto Elkis Paisagismo
Cliente:
Centro Cultural Israelita Knesset Israel
Fornecedores:
Grado e Puntoluce
56 57

Sulcos lineares de concreto sem borda,
escondem projetores com diferentes
fluxos e fachos 3.000 K e IRC > 80,
fixados em trilhos, atendendo aos
diferentes usos e pés direitos.
COMO MÚSICA
Texto: Gilberto Franco
Fotos: Tuca Reinés/Calvin Klein Brasil e Guilherme Jordani
O PENTAGRAMA
Imagine-se percorrendo cinco linhas paralelas nas quais
pudesse expressar suas emoções nas intensidades que
desejar. Longas, curtas, intensas, fracas, nas linhas, nas
entrelinhas... Mas não se trata de um pentagrama sonoro;
este é luminoso. Assim se resume em poucas linhas a essência
do projeto de iluminação da nova Calvin Klein Oscar Freire,
a primeira flagship da marca no mundo após seu redesenho,
com projeto de iluminação de MS+M Associados e arquitetura
e interiores de Conrado Ceravolo Arquitetura.
Da ampla fachada, vemos gigantescos cut-outs – imagens
recortadas dos modelos que representam a marca, com 6, 7 metros
de altura –, além de um grande semicilindro sutilmente destacado
por uma sanca curva. No teto, o “pentagrama” compreende um
conjunto de sulcos de concreto paralelos entre si (seis, na
verdade, não cinco), onde se aninham projetores com todo tipo
de facho de luz que se queira, de modo a atender ao que ocorre
no piso, nas paredes, nas estantes e nas imagens gigantes.
58 59

O volume semicilíndrico é destacado por uma sanca curva junto ao forro, enquanto sancas lineares ajudam a desenhar o volume
arquitetônico, evidenciando a geometria do espaço. A claraboia artificial da escada possui sistema para a variação da intensidade
luminosa e da temperatura de cor de acordo com a hora do dia, com controle por meio de relógio astronômico.
OS TONS
Claro, o projeto de iluminação não se resume a isso; essas
linhas apenas organizam e definem o que vai ocorrer nas
demais áreas. Sancas foram colocadas próximo a paredes e
outras superfícies verticais, desenhando os contornos da loja e
evidenciando sua geometria; prateleiras, araras e displays nos
mais variados tamanhos são iluminados, enquanto extensas
superfícies de tela translúcida tensionada iluminam provadores
e o vazio da escada. Essas superfícies têm a função de derramar
luz difusa nos ambientes, compensando assim a pouca presença
de luz natural. O vazio da escada é um desses locais.
Lá a possibilidade da variação de temperatura de cor, desde
um branco bem quente (2.500 K) até um branco mais neutro
(3.000 K), e da variação da intensidade luminosa, por meio
de sistema de automação ligado em um relógio astronômico,
garante uma íntima relação luminosa entre as áreas externas
e as circulações das áreas internas.
60 61

O REFRÃO
Nos provadores, foi criado um conceito novo para a iluminação
de vestuário. Cenas de luz predeterminadas em conjunto com o
cliente e de acordo com a paleta de cores da coleção da marca,
iluminam os usuários de maneira uniforme e sem sombras. A
iluminação indireta e difusa ao redor do espelho, segue o mesmo
conceito da iluminação do forro.
Com este sistema, é possível variar a temperatura de cor
da fonte entre 2.700 K e 6.500 K e a sua intensidade luminosa.
Inicialmente foram definidas as cenas “pool party” – luz vibrante,
intensa e dourada; “denim dia” – luz mais fria e brilhante; “denim
noite” – luz neutra e menos intensa; “executiva dia” – luz quase
fria com intensidade media; “executiva noite” – luz quente neutra
e menos intensa; “underwear” – luz quente e baixa; “balada” –
luz superquente e superdimerizada com efeito especial. Mais
recentemente foram incluídas as cenas “outono” – luz neutra e
intensa; e “inverno” – luz superfria e superintensa.
Na página anterior,
escala cromática e
de intensidades nas
cenas de luz dos
provadores: desde
a cena mais quente
e dimerizada até a
mais fria e intensa.
No centro, as cenas
“balada” e “outono”.
Abaixo, as cenas
“denim noite”, “denim
dia”, “executiva
dia” e “inverno”.
Nesta página, a
cena “underwear”.O
volume semicilíndrico
é destacado por uma
sanca curva junto
ao forro, enquanto
sancas lineares
ajudam a desenhar o
volume arquitetônico,
evidenciando a
geometria do
espaço. A claraboia
artificial da escada
possui sistema
para a variação da
intensidade luminosa
e da temperatura de
cor de acordo com
a hora do dia, com
controle por meio de
relógio astronômico.
62 63

A distribuição dos seis sulcos de concreto foi estudada
para que o facho dos projetores não fosse interrompido
pelo posicionamento do cliente na frente dos expositores
e das araras. A área dos lounges foi iluminada de maneira
cenográfica, com destaque para as mesas de centro e as
peças de mobiliário. Mesas expositoras e prateleiras possuem
iluminação integrada para destacar sem sombras os produtos
da marca. A parde de lingerie foi iluminada de maneira difusa
e homogênea e os produtos acentuados por meio de projetores
fixados nos sulcos de concreto.
A AFINAÇÃO
A fim de garantir a perfeita execução do projeto, Ivone M.
Szabó e Orlando Marques, titulares da MS+M Associados,
visando antever os resultados de luz e as tonalidades desejados,
projetaram cuidadosamente os fachos de luz e as respectivas
angulações, de modo a evitar sombras entre o cliente e as
araras. Cabe a nós apreciarmos a execução dessa belíssima
partitura luminosa.
LOJA CALVIN KLEIN FLAGSHIP
São Paulo, Brasil
Projeto de iluminação:
MS+M Arquitetos de Iluminação Associados
Ivone Magalhães Szabó e Orlando Marques
(arquitetos titulares)
Fernanda Leite e Leon Fernandes
(arquitetos coordenadores)
Projeto de arquitetura e interiores:
Conrado Ceravolo Arquitetos
João Conrado e Gabriel Ceravolo (arquitetos titulares)
Diogo Marques (arquiteto coordenador)
Projeto de engenharia e construção:
Saeng Engenharia
Cliente:
Calvin Klein Brasil
Fornecedores:
Cia. de Iluminação, Lightsource, Lumitenzi,
Lutron (Steluti Engenharia) e Luxion
64 65

No novo conceito para a joalheria Sauer, desenvolvido pelo
Estudio Tupi com a colaboração do designer Tadzio
Saraiva, o verde da esmeralda torna-se a cor da identidade
da marca, materializando-se nas fachadas e nos totens que
exibem as gemas, os objetos de arte e as joias. Na loja
do Aeroporto Internacional de São Paulo optou-se pela
temperatura de cor de 3.000 K e pela utilização de drivers
com variação de corrente de 700 mA a 1.400 mA.
SAUER
AEROPORTO INTERNACIONAL DE SÃO PAULO
Texto: Thiago Gaya (colaboraram Carlos Fortes, Estudio Tupi
e Tadeu Melegatti) | Fotos: Tadeu Melegatti
O
projeto de iluminação da nova loja da joalheira carioca
Amsterdam Sauer foi desenvolvido em conjunto
com o escritório Estudio Tupi, acompanhando o
novo posicionamento da marca.
A nova identidade visual, que adota o nome Sauer, inspirase
na arte da joalheria, movida pela energia de uma empresa
familiar imersa na cultura brasileira. Idealizada por Tadzio
Saraiva, ela se une à arquitetura do Estudio Tupi e à iluminação
do Estudio Carlos Fortes, para representar a história da empresa
e o universo visual colorido do Brasil, remetendo às primeiras
pedras descobertas pelo fundador, o francês Jules Sauer.
66 67

Os expositores com objetos de arte – pássaros e objetos variados com gemas brasileiras coloridas – são iluminados com as mesmas
luminárias de facho concentrado do forro de gesso, fixadas na marcenaria. Os demais ambientes são iluminados com luminárias
downlights de facho concentrado sobre as mesas e os balcões e fachos abertos próximo às paredes de espelho.
Os espaços são marcados por um profundo contraste,
passando de um amarelo claro nos pisos, nas bases dos totens
e nos mobiliários a um verde profundo à medida que o olhar
se volta para o alto. O contraste entre as superfícies remete a
um espaço museológico, característica que marca a tradição
da joalheria em sua loja principal em Ipanema. Assim como
na joalheria, a arquitetura valoriza o uso de pedras brasileiras
e distribui os expositores de maneira aleatória e orgânica,
como uma floresta de totens.
Foi projetada uma luminária com design original e exclusivo
para a Sauer, inspirada em sua joia mais icônica, o anel
Constellation (criado em 1966 e premiado pelo Diamonds
International Awards). A luminária foi utilizada nos lugares de
destaque das joias, nos totens e nas fachadas, evidenciando
a intensidade das cores e o brilho das gemas. Dessa forma,
marca e arquitetura fundem-se de forma inovadora, para
melhor representar a evolução da empresa aos novos tempos,
sem perder de vista o valor de sua história.
A luminária Constellation é composta da combinação
modular de três elementos – tubos cilíndricos grande, médio e
pequeno, cada um com um diâmetro diferente e cinco alturas
distintas, resultando em 15 peças para formar os agrupamentos.
Cada tubo abriga uma fonte de luz (LED tipo SMD), com
alto índice de reprodução de cores. A fonte luminosa é acoplada
a uma lente de precisão de facho concentrado, e os tubos
recebem em sua borda um anel para controle do ofuscamento,
o que agrega um elemento estético ao conjunto, pois cada tubo
apresenta uma variação da reflexão interna nesse elemento
– assim, seus diferentes brilhos e luminâncias mais uma vez
remetem ao brilho dos diamantes.
68 69

70 71

A luminária Constellation, uma criação coletiva do Estudio Tupi e do Estudio Carlos Fortes, com a colaboração da equipe da Sauer,
foi desenvolvida em conjunto com a Lightsource, e contou com o apoio técnico de Tadeu Melegatti, que produziu os primeiros
protótipos e mock-ups, viabilizando tecnicamente o complexo projeto. Os tubos de alumínio recebem anodização na cor ouro
brilhante, e os elementos internos de controle de ofuscamento, anodização na cor ouro fosco.
Cada luminária, composta de variados tubos em diferentes
combinações, ilumina internamente os totens, com vazamento
insignificante de luz para o ambiente externo, reforçando o contraste
entre a iluminação específica das joias e a iluminação geral da loja.
As luminárias são totalmente desmontáveis, e os tubos
podem ser reconfigurados com um simples remanejamento.
A fixação magnética permite a criação de variados conjuntos,
que se adequam às diferentes dimensões dos totens e às
particularidades de cada loja.
O sistema de controle permite combinar três temperaturas
de cor – 2.700 K, 3.000 K e 4.000 K –, com drivers tipo DALI,
definindo-se a combinação mais adequada pontualmente,
conforme a operação de cada loja.
SAUER
Guarulhos, Brasil
Projeto de iluminação:
Estudio Carlos Fortes
Carlos Fortes (arquiteto titular)
Débora Esposto (arquiteta coordenadora)
Projeto de arquitetura e interiores:
Estudio Tupi
Aldo Urbinati, Andrea Bazarian e
Rafael Ayres (arquitetos titulares)
Raísa Nougalli (arquiteta coordenadora)
Cliente:
Sauer
Fornecedores:
Interlight, Lightsource e Stella
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No teto, fitas de LED 2.700 K, rebaixadas com filtro para 2.200 K, iluminam as abóbodas históricas construídas com tijolo,
contrastando com os balcões translúcidos e de desenho contemporâneo.
CATACUMBAS CÊNICAS
Texto: Gilberto Franco | Fotos: Beto Riginik
Quem não tem fascínio por catacumbas? Elas estão
no imaginário coletivo desde que o primeiro Homo
sapiens se abrigou em uma caverna e a iluminou com
algum tocheiro primitivo, projetando sombras assustadoras.
Assim é que todo espaço escavado, toda cripta nos atrai e nos
assusta: é nosso inconsciente, nosso noturno.
É com essas referências primordiais, umas tantas históricas
e outras cinematográficas, que surge o Bar dos Arcos, nos
subterrâneos do Theatro Municipal de São Paulo, restaurado
como espaço de visitas guiadas desde 1980, a partir das antigas
fundações do teatro, e agora aberto ao público como bar, uma
iniciativa do empresário Facundo Guerra, com arquitetura de
MM18 e iluminação de Fabio Cristini e Renata Fongaro.
Dois usos distintos definem esse espaço. O primeiro é uma
área de balcões comunitários, de desenho propositalmente
contemporâneo, autoiluminados por uma luz muito fria, ideia
do proprietário inspirada no bar do filme O Iluminado. “Não
tem uma pessoa que não fique bonita com o resultado da
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O aspecto “frio” da temperatura de cor dos balcões é, na verdade, 2.700 K, já que todo o ambiente circundante é de tijolos
e com tonalidades ainda mais baixas. A luz que emana de baixo para cima valoriza o rosto das pessoas, transformando em
penumbra todo o resto.
Candelabros com design contemporâneo, desenhados especialmente
para o local, recriam a atmosfera dos antigos tocheiros. Com modelos
de duas ou três hastes, eles quase não tocam as paredes de pedra e
podem ser fixados com a luz para cima ou para baixo, adaptando-se
às condições de execução de cada local, sempre difíceis.
luz difusa e brilhante que vem da mesa”, define Fongaro. Um
segundo sistema proveniente de calhas metálicas (que também
conduzem todos os demais sistemas) ilumina as abóbadas,
em tonalidade de 2.200 K, efeito conseguido com o auxílio de
filtros redutores. Tal tonalidade atende não apenas ao aspecto
“catacúmbico” desejado, mas também a um desejo do cliente de
reproduzir a “mesma sensação das ruas do bairro da Liberdade
à noite”, completa.
O segundo ambiente, mais estreito, funciona como um
lounge: móveis esparramados, múltiplos usos, um único balcão,
também retroiluminado. Aqui não foi possível iluminar os
tetos, pois são cobertos por dutos de ar-condicionado. A
solução surgiu de outra referência cinematográfica (o cliente
as adora), os “candelabros da casa da Família Addams”. As
peças, de alumínio e acrílico com desenho contemporâneo,
foram concebidas pelos próprios lighting designers e têm a
versatilidade necessária para se adaptar a diferentes situações.
Sua luz mais reduzida, unicamente proveniente dos candelabros,
confere ao ambiente um aspecto ainda mais encantador, como
se fosse uma segunda fase da adaptação à escuridão.
O FATOR IN LOCO
“Quase tudo foi resolvido no local”, explica Fongaro. Foram
dias e dias realizando testes de intensidades e tonalidades com
os arquitetos. E tantos outros para resolver as complicadas
alimentação e instalação, tarefas impossíveis de se resolver
em planta. Por seu aspecto cênico, pela engenhosidade das
soluções, pela poesia contida em tudo e pela perfeita integração
cliente-arquitetos-lighting designers, não há dúvida de que
valeu a pena.
BAR DOS ARCOS
São Paulo, Brasil
Projeto de iluminação:
Studio 220V
Renata Fongaro (arquiteta titular)
There is Light
Fabio Cristini (arquiteto titular)
Projeto de arquitetura e interiores:
MM18
Mila Strauss e Marcos Caldeira
(arquitetos titulares)
Larissa Burke (arquiteta colaboradora)
Acompanhamento e montagem:
Renata Fongaro
Cliente:
Grupo Vegas
Fornecedores:
Alfalux, Brilia, Elo iluminação, Lee Filters
e Lumicam
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O projeto da Kapo Cabelos apresenta arquitetura com revestimentos de madeira e materiais construtivos em seu estado bruto,
além de paisagismo que utiliza vasos com plantio frondoso e tropical e trepadeiras na ampla vitrine. O projeto de iluminação foi
desenvolvido em colaboração com o projeto de arquitetura, resultando em ambientes achegantes e funcionais.
As amplas vitrines permitem penetração de luz natural refletida e difusa, que, misturadas à iluminação das áreas internas, confere
dinamismo e interesse ao projeto. A área dos lounges é definida pelo layout do mobiliário e por vasos e marcada pela iluminação
da laje nervurada – uma referência de projetos de interiores berlinenses. Lâmpadas tipo balloon com bulbo transparente e calota
refletora metalizada na sua parte inferior, iluminam de maneria indireta as cubetas da laje.
CABEÇA FEITA
Texto: Orlando Marques | Fotos: Cristiano Bauce Fotografia de Arquitetura
O
amplo e aconchegante salão de beleza gaúcho Kapo
(“cabeça” em esperanto, entre outros significados)
teve projeto da Bruta Arquitetura e do Studio Fos,
das arquitetas Marília Saccaro e Marina Frigeri. O espaço é
caracterizado pelas amplas aberturas-vitrine voltadas para
as áreas externas de circulação do shopping center Pátio 24,
na cidade de Porto Alegre. O projeto de interiores apresenta
acabamentos com revestimentos de madeira e materiais
construtivos em seu estado bruto, como os blocos de concreto
e a laje nervurada, além de vergalhões de aço presentes em
elementos de mobiliário e fechamentos de estruturas metálicas.
O paisagismo interno utiliza vasos com um plantio frondoso
e tropical, além de trepadeiras, um contraponto suave aos
interiores de característica mais urbana e industrial.
O projeto de iluminação seguiu as diretrizes iniciais do
projeto de arquitetura e interiores e desenvolveu um desenho
de luz mínimo e essencial para caracterizar a ambiência dos
espaços como dinâmica e, ao mesmo tempo, acolhedora,
permitindo assim que os profissionais realizem suas tarefas
com conforto e acuidade visual.
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Linhas paralelas de luminárias pendentes para luz difusa 3.000 K, IRC > 80, garantem ao mesmo tempo a iluminação frontal para o
rosto e para a cabeça e ombros dos clientes. Assim como na área dos lavatórios, projetores fixados em trilhos eletrificados 2.700 K,
IRC < 80, em conjunto com pendente para iluminação difusa 3.000 k iluminam as estações de manicure no pavimento superior.
Abaixo, os cabos de alimentação das lâmpadas para iluminação indireta das cubetas foram estudados para serem distribuídos
paralelamente às vigas principais da laje, o que resultou num desenho limpo e harmônico da instalação.
Na entrada da loja, a recepção é iluminada pontualmente por
luminárias fixadas entre as estruturas metálicas de fechamento
horizontal próximo à laje. A área dos lounges é definida pelo layout
de mobiliário e por vasos e marcada pela iluminação individual das
cubetas da laje nervurada. Destacamos o cuidadoso desenho de
encaminhamento dos cabos de alimentação do sistema.
Pequenos projetores fixados na base do plantio, nos vasos,
iluminam a vegetação de baixo para cima e projetam um
jogo de luz e sombra na viga que separa dois conjuntos de
cubetas iluminadas.
As áreas de trabalho das poltronas em frente aos espelhos
foram engenhosamente iluminadas por duas linhas contínuas e
difusas: a mais próxima do espelho garante iluminação frontal para
o rosto, enquanto a linha posterior ilumina sobre a cabeça e os
ombros dos clientes. No ambiente dos lavatórios, as pias contam
com dois tipos de iluminação: luminárias lineares de emissão
difusa para iluminação geral da área de trabalho e downlights
fixados entre os vergalhões para uma iluminação pontual auxiliar.
Uma das linhas difusas foi distribuída junto à parede de blocos
de concreto, para destacar o material e o espaço arquitetônico.
Todas as áreas de circulação foram iluminadas por projetores
fixados em trilhos eletrificados para luz direta. Essa solução,
combinada à iluminação difusa e homogênea das luminárias
lineares, confere dinamismo e vitalidade aos ambientes do salão.
Os equipamentos de iluminação foram especificados com
duas temperaturas de cor: uma neutra, em 3.000 K, nas áreas de
trabalho; e outra quente, em 2.700 K, nos lounges e nas áreas de
circulação. Essa mistura considerou a contribuição da qualidade
da iluminação natural penetrada pelas vitrines. Todas as fontes
possuem índice de reprodução de cor acima de 80, o que foi testado
pelos profissionais do salão que trabalham com colorimetria e
tingimento capilares, especialidades da Kapo.
KAPO CABELOS
Porto Alegre, Brasil
Projeto de iluminação:
Studio FOS Iluminação
Marília Saccaro e Maria Frigeri
(arquitetas titulares)
Cíntia Etges, Cristina Danieleski
e Luis Paulo Scheibler (colaboradores)
Projeto de arquitetura de interiores:
Bruta Arquitetura
Bruna Caldas
Cliente:
Kapo Cabelos
Fornecedores:
Bella Iluminação, Direção da Luz, Luxion,
Power Lume e Stella
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FOTO LUZ FOTO
TUCA REINÉS
Escolhi esta imagem da fachada frontal da loja Calvin Klein
porque foi a que mais me deu trabalho no momento da captação e
também na pós-produção. O equipamento usado foi uma câmera
Cannon 5D MarkIII, com um adaptador para lente de médio
formato, uma Pentax 67 de 45 mm.
Gosto dessa combinação porque ela utiliza somente o miolo da
lente, deixando o foco manual, com muita resolução e profundidade
de campo focal. Essa foi uma fórmula que criei para continuar
usando meu equipamento predileto, com o qual trabalhei por quase
três décadas.
Usei um tripé Gitzo de 2,60 metros de altura, com a cabeça
R#03. O local ideal para posicioná-lo foi no meio da rua, e esse foi o
primeiro obstáculo: parar o tráfego de carros e de pessoas em uma
das ruas mais movimentadas de São Paulo. A opção foi fazer bem
tarde da noite. Outro fator a resolver foram os reflexos nos vidros
das fachadas, gerados pelas luzes das vitrines das outras lojas, as
quais tivemos de, gentilmente, pedir que fossem apagadas depois
do término do expediente. Mas o principal problema era uma fita
de neon vermelha no topo da galeria de lojas localizada em frente a
Calvin Klein! Ela atravessava a vitrine inteiramente, e apagá-la seria
um grande problema, uma vez que a tomada em que o neon estava
ligado ficava no telhado da galeria, de difícil acesso.
Comecei a fotografar com aquele fio de luz vermelha refletindo
nos vidros, e aquilo me incomodava. Até a hora em que percebi
que esse seria um grande problema na manipulação das imagens.
Foi quando resolvemos trazer uma escada alta e escalar até a
tomada para desligar o neon. Somente então me senti mais seguro
de que grande parte das interferências nos vidros da vitrine estava
resolvida. No interior da loja, muito bem iluminado, o único problema
encontrado para a imagem foram os grandes modelos plotados
em fotografias, que às vezes geravam uma palidez na foto, em
decorrência de a própria foto plotada da campanha da marca, ter sido
feita em contraluz. Deixei para melhorar isso na pós-produção, pois
não seria possível fazer nada a respeito na hora da captação.
Foi um trabalho simples, mas muito técnico, para o qual eu já
estava ciente do elevado nível de exigência do pessoal da marca,
que veio de Nova York para acompanhar a fotografia – não era a
primeira vez que trabalhava com eles.
Formado em arquitetura e urbanismo, Tuca Reinés começou a fotografar em meados da década de 1970. Seu trabalho pode ser visto em vários museus,
fundações e coleções de diversos países, onde já foram objeto de dezenas de exposições individuais e coletivas. Há quase três décadas colabora com publicações
nacionais e internacionais, além de desenvolver importantes trabalhos na área de publicidade. Tuca é autor de diversos livros e ganhador de prêmios nacionais e
internacionais, incluindo 2 Leões de Ouro no Festival de Cannes.
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