Livro Hibbeler - 7ª ed Resistencia Materiais (Livro)

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422 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS pl (a) A t::::::::: ___ = Q -= == c ===·== ::::_:_,--,,-I .,D E MI (b) -,...---------------- X (c) LlA p2 r.----.,.,--0 ;:- c - -_ --d A Diagrama de momento fletor B E D -A Linha elástica Figura 12.3 p E Ponto de inflexão (a) A l-· ------*---"--------J D J M (b) --------- x Diagrama de momento fletor O eixo v estende-se na direção positiva para cima em relação ao eixo x e mede o deslocamento do centroide na área da seção transversal do elemento. Com essas duas coordenadas, mais tarde definiremos a equação da curva da linha elástica, v, em função de x. Por fim usa-se uma coordenada y 'localizada' para especifica1 : a posição de uma fibra no elemento da viga. Essa coordenada é positiva para cima em relação ao eixo neutro como mostra a Figura 12.5b. Lembre-se de que ess; mesma convenção de sinal para x e y foi usada na dedução da fórmula da flexão. Para deduzir a relação entre o momento interno e p, limitaremos a análise ao caso mais comum de uma viga inicialmente reta que é deformada elasticamente por cargas aplicadas de modo perpendicular ao eixo x da viga e que se encontra no plano de simetria x-v para a área da seção transversal da viga. Devido à carga, a deformação da viga é provocada pela força cortante interna, bem como pelo momento fletor. Se o comprimento da viga for muito maior do que sua altura, a maior deformação será causada por flexão e, portanto, concentraremos nossa atenção em seus efeitos. Defiexões causadas por cisalhamento serão discutidas mais adiante neste capítulo. - L ;-, v brum [ c--o-]- X • .·· - i / M dx =1 eY:::;::JJ:.vf--- X - (c) A I c T llc (a) O' Ponto de inflexão D Linha elástica Figma 12.4 Relação momento-curvatura. Agora desenvolveremos uma importante relação entre o momento fletor interno na viga e o raio de curvatura p (rô) da curva da linha elástica em um ponto. A equação resultante será usada em todo o capítulo como base para estabelecer cada um dos métodos apresentados para determinar a inclinação e o deslocamento da linha elástica para uma viga (ou eixo). A análise a seguir, que faremos nesta e na próxima seção, exigirá a utilização de três coordenadas. Como mostra a Figura 12.5a, o eixo x estende-se na direção positiva para a direita, ao longo do eixo longitudinal inicialmente reto da viga. Ele é usado para localizar o elemento diferencial, cuja largura não deformada é dx. Antes da deformação (b) Figma 12.5 Após a deformação

DEFLEXÃO EM VIGAS E EIXOS 423 Quando o momento fletor interno M deforma o da viga, o ângulo entre as seções transversais J>tr.lll'-''" nnm-,,v d8 (Figura 12.5b ). O arco dx representa uma da linha elástica que intercepta o eixo neutro cada seção transversal. O raio de curvatura para arco é definido como a distância p, que é medida centro de curvatura O' até dx. Qualquer arco sobre elemento, exceto dx, está sujeito a uma deformação c-'''"''" Por exemplo, a deformação no arco ds, localiem uma posição y em relação ao eixo neutro, é e""' (ds' ds)!ds. Todavia, ds = dx = pd8 e ds' = (p - - y )d8 Y )dO p d8]/p d8 ou l.l , portanto, E = [ (p - 1 E p y (12.1) 1 IJ p Ey (12.3) Ambas as equações, 12.2 e 12.3, são válidas para raios de curvatura pequenos ou grandes. Todavia, o valor calculado de p é quase sempre uma quantidade muito grande. Por exemplo, considere uma viga de aço A-36 construída com um perfil W360 x 70 (Apêndice B), onde Ea ç o = 200 GPa e IJ0 = 350 MPa. Quando o material nas fibras externas, y = ±180 mm, está a ponto de escom; então, pela Equação 12.3, p = 6.144 m. Valores de p calculados em outros pontos ao longo da curva da linha elástica da viga podem ser ainda maiores, já que IJ não pode ser maior do que IJ nas fibras e externas. Se o material for homogéneo e comportar-se de uma maneira linear elástica, a lei de Hooke, E = IY! E, é aplicável. Além disso, a fórmula da flexão também se aplica, IJ = -My/1. Combinando essas equações e substituindo na equação anterior, temos expressa matematicamente como IJ = f(x). Para se ob- (12.2) ter essa equação, em primeiro lugar temos de representar a curvatura (11 p) em termos de v e x. A maioria dos livros de cálculo mostra que essa relação é onde 1 M P E! p = raio de curvatura em um ponto específico sobre a curva da linha elástica (11 p é denominado curvatura) M = momento fletor interno na viga no ponto onde p deve ser determinado E = módulo de elasticidade do material I = momento de inércia calculado em torno do eixo neutro O produto E! nessa equação é denominado rigidez à flexão e sempre representa uma quantidade positiva. Portanto, o sinal de p depende da direção do momento. Como mostra a Figura 12.6, quando M é positivo, p prolonga-se acima da viga, ou seja, na direção positiva de v; quando M é negativo, p prolonga-se abaixo da viga, na direção negativa de v. A utilização da fórmula da flexão IJ = -My/1 também nos permite expressar a curvatura em termos da tensão na viga, a saber, v Figura 12.6 O' 1 2. 2 Inclinação e deslocamento por integração A curva da linha elástica para uma viga pode ser 1 d2vjdx2 P [1 + (dvjdx)2]312 Substituindo na Equação 12.2, obtemos d2vjdx2 M [1 + (dvjdx)2FI2 E! (12.4) Essa equação representa uma equação diferencial não linear de segunda ordem. Sua solução, denominada elástica, dá a forma exata da linha elástica considerando, é claro, que as deflexões na viga ocorram apenas por flexão. A utilização de matemática superior nos fornece soluções da elástica apenas para casos sim-­ ples de geometria e carga de vigas. Para facilitar a solução de um número maior de problemas de deflexão, a Equação 12.4 pode ser modificada. A maioria dos códigos e manuais de engenharia especifica limitações para as deflexões visando a questões de tolerância ou estética, e o resultado é que as deflexões elásticas para a maioria das vigas e eixos formam uma curva rasa. Por consequência, a inclinação da linha elástica determinada por dvldx será muito pequena e o quadrado dessa inclinação será desprezível em comparação com a unidade.* Portanto, a curvatura, como definimos anteriormente, pode ser aproximada por * Veja o Exemplo 12.1.

DEFLEXÃO EM VIGAS E EIXOS 423<br />

Quando o momento fletor interno M deforma o<br />

da viga, o ângulo entre as seções transversais<br />

J>tr.lll'-''"<br />

nnm-,,v d8 (Figura 12.5b ). O arco dx representa uma<br />

da linha elástica que intercepta o eixo neutro<br />

cada seção transversal. O raio de curvatura para<br />

arco é definido como a distância p, que é m<strong>ed</strong>ida<br />

centro de curvatura O' até dx. Qualquer arco sobre<br />

elemento, exceto dx, está sujeito a uma deformação<br />

c-'''"''" Por exemplo, a deformação no arco ds, localiem<br />

uma posição y em relação ao eixo neutro, é<br />

e""' (ds' ds)!ds. Todavia, ds = dx = pd8 e ds' = (p - - y )d8<br />

Y )dO p d8]/p d8 ou<br />

l.l , portanto, E = [ (p<br />

-<br />

1 E<br />

p y<br />

(12.1)<br />

1 IJ<br />

p Ey (12.3)<br />

Ambas as equações, 12.2 e 12.3, são válidas para<br />

raios de curvatura pequenos ou grandes. Todavia, o<br />

valor calculado de p é quase sempre uma quantidade<br />

muito grande. Por exemplo, considere uma viga de aço<br />

A-36 construída com um perfil W360 x 70 (Apêndice<br />

B), onde Ea ç<br />

o = 200 GPa e IJ0 = 350 MPa. Quando o<br />

material nas fibras externas, y = ±180 mm, está a ponto<br />

de escom; então, pela Equação 12.3, p = 6.144 m.<br />

Valores de p calculados em outros pontos ao longo da<br />

curva da linha elástica da viga podem ser ainda maiores,<br />

já que IJ não pode ser maior do que IJ nas fibras<br />

e<br />

externas.<br />

Se o material for homogéneo e comportar-se de<br />

uma maneira linear elástica, a lei de Hooke, E = IY! E,<br />

é aplicável. Além disso, a fórmula da flexão também<br />

se aplica, IJ = -My/1. Combinando essas equações e<br />

substituindo na equação anterior, temos<br />

expressa matematicamente como IJ = f(x). Para se ob-<br />

(12.2) ter essa equação, em primeiro lugar temos de representar<br />

a curvatura (11 p) em termos de v e x. A maioria<br />

dos livros de cálculo mostra que essa relação é<br />

onde<br />

1 M<br />

P E!<br />

p = raio de curvatura em um ponto específico sobre<br />

a curva da linha elástica (11 p é denominado<br />

curvatura)<br />

M = momento fletor interno na viga no ponto onde<br />

p deve ser determinado<br />

E = módulo de elasticidade do material<br />

I = momento de inércia calculado em torno do<br />

eixo neutro<br />

O produto E! nessa equação é denominado rigidez<br />

à flexão e sempre representa uma quantidade positiva.<br />

Portanto, o sinal de p depende da direção do momento.<br />

Como mostra a Figura 12.6, quando M é positivo, p<br />

prolonga-se acima da viga, ou seja, na direção positiva<br />

de v; quando M é negativo, p prolonga-se abaixo da<br />

viga, na direção negativa de v.<br />

A utilização da fórmula da flexão IJ = -My/1 também<br />

nos permite expressar a curvatura em termos da<br />

tensão na viga, a saber,<br />

v<br />

Figura 12.6<br />

O'<br />

1 2. 2<br />

Inclinação e deslocamento<br />

por integração<br />

A curva da linha elástica para uma viga pode ser<br />

1 d2vjdx2<br />

P [1 + (dvjdx)2]312<br />

Substituindo na Equação 12.2, obtemos<br />

d2vjdx2<br />

M<br />

[1 + (dvjdx)2FI2 E!<br />

(12.4)<br />

Essa equação representa uma equação diferencial<br />

não linear de segunda ordem. Sua solução, denominada<br />

elástica, dá a forma exata da linha elástica considerando,<br />

é claro, que as deflexões na viga ocorram<br />

apenas por flexão. A utilização de matemática superior<br />

nos fornece soluções da elástica apenas para casos sim-­<br />

ples de geometria e carga de vigas.<br />

Para facilitar a solução de um número maior de problemas<br />

de deflexão, a Equação 12.4 pode ser modificada.<br />

A maioria dos códigos e manuais de engenharia especifica<br />

limitações para as deflexões visando a questões<br />

de tolerância ou estética, e o resultado é que as deflexões<br />

elásticas para a maioria das vigas e eixos formam<br />

uma curva rasa. Por consequência, a inclinação da linha<br />

elástica determinada por dvldx será muito pequena e o<br />

quadrado dessa inclinação será desprezível em comparação<br />

com a unidade.* Portanto, a curvatura, como<br />

definimos anteriormente, pode ser aproximada por<br />

*<br />

Veja o Exemplo 12.1.

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