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Livro Hibbeler - 7ª ed Resistencia Materiais (Livro)

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FLEXÃO 231<br />

*6.8 Vigas curvas<br />

A fórmula da flexão aplica-se a um elemento prismático<br />

reta, já que demonstramos que, para um elemento<br />

reto a deformação normal varia linearmente<br />

em relação ao eixo neutro. Entretanto, se o elemento<br />

for curvo, essa premissa torna-se inexata e, portanto,<br />

temos de desenvolver outra equação que descreva a<br />

distribuição de tensão. Nesta seção, consideraremos a<br />

análise de uma viga curva, isto é, um elemento que tem<br />

um eixo curvo e está sujeito a flexão. Como exemplos<br />

típicos, citamos ganchos e elos de corrente. Em todos<br />

os casos, os elementos não são delgados; mais exatamente,<br />

têm uma curva acentuada, e as dimensões de<br />

suas seções transversais são grandes, em comparação<br />

com o raio de curvatura.<br />

A análise a ser considerada supõe que a área da<br />

seção transversal é constante e tem um eixo de simetria<br />

perpendicular à direção do momento aplicado<br />

M (Figura 6.44a). Além disso, o material é homogéneo<br />

e isotrópico e comporta-se de maneira linear<br />

elástica quando a carga é aplicada. Como no caso de<br />

urna viga reta, também admitiremos que as seções<br />

transversais do elemento permanecem planas após a<br />

aplicação do momento. Além do mais, qualquer distorção<br />

da seção transversal dentro de seu próprio<br />

plano será desprezada.<br />

Para realizar a análise, três raios, que se estendem<br />

do centro de curvatura O' do elemento, são identificados<br />

na Figura 6.44a. São os seguintes: r, que indica<br />

a localização conhecida do centroide para a área da<br />

seção transversal; R, que indica a localização ainda<br />

não especificada do eixo neutro, e r, que indica a localização<br />

de um ponto arbitrário ou elemento de área<br />

dA na seção transversal. Observe que o eixo neutro<br />

se encontra no interior da seção transversal, visto que<br />

o momento M cria compressão nas fibras superiores<br />

da viga e tração nas fibras inferiores, e, por definição,<br />

o eixo neutro é uma reta onde a tração e a deformação<br />

são nulos.<br />

Se isolarmos um segmento diferencial da viga (Figura<br />

6.44b ), a tensão tende a deformar o material de<br />

tal modo que cada seção transversal sofrerá uma rotação<br />

de um ângulo [5()/2. A deformação normal E na tira<br />

de material localizada em r agora será determinada.<br />

Essa tira tem comprimento original r d() (Figura 6.44b ).<br />

Contudo, devido às rotações M/2, a mudança total no<br />

comprimento da tira é oe(R - r). Por consequência,<br />

E=<br />

8e(R - r)<br />

r de<br />

Definindo k = o()/ de, que é constante para qualquer<br />

elemento particular, temos<br />

(R -r)<br />

E= k -- r<br />

-<br />

Diferentemente do caso das vigas retas, podemos<br />

ver, aqui, que a deformação normal é uma função nãolinear<br />

de r; na verdade, ela varia de maneira hiperbólica.<br />

Isso ocorre ainda que a seção transversal da viga<br />

permaneça plana após a deformação. Visto que o momento<br />

provoca comportamento elástico no material, a<br />

lei de Hooke se aplica e, portanto, a tensão em função<br />

da posição é<br />

(R -r)<br />

cr = Ek - r<br />

- (6.22)<br />

Essa variação também é hiperbólica e, uma vez que<br />

agora já foi definida, podemos determinar a localização<br />

do eixo neutro e relacionar a distribuição de tensão<br />

ao momento interno resultante M.<br />

Para obter a localização R do eixo neutro, exigese<br />

que a força interna resultante provocada pela distribuição<br />

de tensão que age na seção transversal seja<br />

nula; isto é,<br />

1 crdA = O<br />

1 Ek( R<br />

; r) dA = O<br />

Visto que Ek e R são constantes, temos<br />

R { dA - { dA = O<br />

}A r }A<br />

Resolvendo para R, obtemos<br />

A<br />

R=<br />

{ dA<br />

}A r<br />

(6.23)<br />

Nessa expressão,<br />

R = localização do eixo neutro, determinada em relação<br />

ao centro de curvatura O' do elemento<br />

A = área da seção transversal do elemento<br />

r = posição arbitrária do elemento de área dA na<br />

seção transversal, determinada em relação ao<br />

centro de curvatura O' do elemento<br />

A integral na Equação 6.23 pode ser calculada para<br />

várias geometrias de seção transversal. A Tabela 6.2<br />

apresenta os resultados para algumas seções transversais<br />

comuns.

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