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Livro Hibbeler - 7ª ed Resistencia Materiais (Livro)

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FLEXÃO 225<br />

suportar cargas aplicadas. Por exemplo, na Seção 3.3 foi<br />

demonstrado que o concreto é excelente para resistir<br />

à tensão de compressão, mas muito ruim para resistir à<br />

tensão de tração. Por consequência, as hastes de reforço<br />

de aço mostradas na Figura 6.38b foram colocadas<br />

na zona de tensão da seção transversal da viga para<br />

que elas resistam às tensões de tração resultantes do<br />

momento M.<br />

Visto que a fórmula da flexão foi desenvolvida para<br />

vigas de material homogéneo, ela não pode ser aplicada<br />

diretamente para determinar a tensão normal em<br />

uma viga composta. Entretanto, nesta seção, desenvolveremos<br />

um método para modificar ou "transformar"<br />

a seção transversal da viga em uma seção feita de um<br />

único material. Feito isso, a fórmula da flexão poderá<br />

ser usada para a análise de tensão.<br />

Para explicar como aplicar o método da seção transformada,<br />

considere a viga composta feita de dois materiais,<br />

1 e 2, com áreas de seção transversal mostradas<br />

na Figura 6.39a. Se um momento fletor for aplicado a<br />

essa viga, então, como ocorre com uma viga de material<br />

homogéneo, a área total da seção transversal permanecerá<br />

plana após a flexão e, por consequência, as<br />

deformações normais variarão linearmente de zero no<br />

eixo neutro a máxima no material mais afastado desse<br />

eixo (Figura 6.39b ). Contanto que o material apresente<br />

comportamento linear elástico, a lei de Hooke se aplica<br />

e, em qualquer ponto no material l, a tensão normal<br />

é determinada por cr = E1E. De maneira semelhante,<br />

para o material 2, a distribuição de tensão é determinada<br />

por cr = E2E. É óbvio que, se o material l for mais<br />

rígido que o material 2, por exemplo, aço e borracha,<br />

a maior parte da carga será suportada pelo material l,<br />

visto que E1 > E2• Considerando que seja esse o caso,<br />

a distribuição de tensão será semelhante à mostrada<br />

na Figura 6.39c ou 6.39d. Em particular, observe o salto<br />

na tensão que ocorre na junção entre os materiais.<br />

Nesse local, a deformação é a mesma, porém, visto que<br />

os módulos de elasticidade ou rigidez para os materiais<br />

mudam repentinamente, a tensão também muda. A localização<br />

do eixo neutro e a determinação da tensão<br />

máxima na viga, usando essa distribuição de tensão,<br />

pode ser baseada em um proc<strong>ed</strong>imento de tentativa<br />

e erro. Isso requer satisfazer as seguintes condições:<br />

a distribuição de tensão produz uma força resultante<br />

nula na seção transversal e o momento da distribuição<br />

de tensão em torno do eixo neutro deve ser igual a M.<br />

Contudo, um modo mais simples de cumprir essas<br />

duas condições é transformar a viga em outra, feita de<br />

um único material. Por exemplo, se considerarmos que<br />

a viga é feita inteiramente do material 2, menos rígido,<br />

então a seção transversal seria semelhante à mostrada<br />

na Figura 6.39e. Nesse caso, a altura h da viga permanece<br />

a mesma, já que a distribuição de tensão de deformação<br />

mostrada na Figura 6.39b deve ser preservada.<br />

(b)<br />

(a)<br />

Figura 6.38<br />

Todavia, a porção superior da viga tem de ser alargada,<br />

de modo a poder suportar uma carga equivalente à suportada<br />

pelo material l, mais rígido, na Figura 6.39d.A<br />

largura necessária pode ser determinada considerando<br />

a força dF que age em uma área dA = dz dy da viga<br />

na Figura 6.39a. Essa força é dF = cr dA = (E1E) dz<br />

dy. Por outro lado, se a largura de um elemento correspondente<br />

de altura dy na Figura 6.39e for n dz, então<br />

dF' = cr'dA' = (E2E)n dz dy. Igualando essas duas<br />

forças de modo a produzirem o mesmo momento em<br />

torno do eixo z, temos<br />

ou<br />

(6.20)<br />

Esse número a dimensional n é denominado fato r<br />

de transformação. Esse fator indica que a seção transversal<br />

com largura b na viga original (Figura 6.39a)<br />

deve ser aumentada na largura para b2 = nb na região<br />

onde o material l está sendo transformado no material 2

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