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PME Magazine - Edição 11 - Janeiro 2019

Alexandre Fonseca, presidente executivo da Altice Portugal, é a figura de capa da 11.ª edição PME Magazine. Leia a edição de janeiro de 2019 aqui!

Alexandre Fonseca, presidente executivo da Altice Portugal, é a figura de capa da 11.ª edição PME Magazine. Leia a edição de janeiro de 2019 aqui!

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JANEIRO <strong>2019</strong> | TRIMESTRAL | EDIÇÃO <strong>11</strong><br />

EDIÇÃO ANO IV - DISTRIBUIÇÃO GRATUITA<br />

DIRETORA: MAFALDA MARQUES<br />

WWW.<strong>PME</strong>MAGAZINE.COM<br />

Alexandre Fonseca<br />

UM MUNDO DIGITAL<br />

PARA TODOS<br />

ISQ<br />

A CAMINHO DA ÁSIA<br />

NEYA HOTEL<br />

CONHEÇA ESTE HOTEL<br />

'CARBONO ZERO'<br />

TOURISM UP E TASTE UP<br />

TURISMO E GASTRONOMIA<br />

NACIONAIS EM ACELERAÇÃO


FIGURA de DESTAQUE<br />

O futuro é já ali<br />

Editorial<br />

Índice<br />

p4<br />

Alexandre Fonseca e a Altice Portugal com as <strong>PME</strong> na mira<br />

p14<br />

Energia Simples e a responsabilidade ambiental<br />

p16<br />

JR Partners e a coesão territorial para as <strong>PME</strong><br />

p18 Revitalização, fusão e aquisição - Benefícios Fiscais<br />

p20<br />

ISQ e a internacionalização para o Cazaquistão<br />

p22<br />

Hotel Neya e a certificação “Carbono Zero”<br />

p24<br />

eSolidar e os leilões solidários das empresas<br />

p26<br />

Tourism Up e Taste Up: 40 municípios juntos pelo Turismo<br />

p28 Investigadores portugueses contra conteúdo malicioso<br />

p30 Enging e o algoritmo 'amigo’ das máquinas industriais<br />

p32<br />

Sage e os motivos para optar pelo trabalho flexível<br />

p34 Marco Santos é o novo administrador executivo da EAD<br />

p36<br />

Congresso Europeu da Qualidade regressa a Lisboa<br />

p38 José Oliveira e a importância da análise de dados<br />

p39<br />

Elephant e a importância dos influenciadores para as marcas<br />

p42<br />

Web Summit 2018: por onde andaram as <strong>PME</strong>?<br />

p46 LISPOLIS e a aposta no futuro<br />

p47 Desfibrilhador DOC e a parceria com a Cruz Vermelha<br />

p48<br />

Gerd Leonhard em Lisboa para o evento Building the Future<br />

p50<br />

Joana Gíria e a igualdade de género nas empresas<br />

Ficha técnica<br />

DIRETORA: Mafalda Marques<br />

EDITORA: Ana Rita Justo<br />

SUB-EDITORA: Denisse Sousa<br />

VÍDEO E FOTOGRAFIA: JD Edition, João Filipe Aguiar<br />

DESIGN GRÁFICO: Inês Antunes<br />

DIGITAL MANAGERS: Fábio Jesuíno e Ricardo Godinho<br />

COLABORARAM NESTA EDIÇÃO: António Fernando Ribeiro, Cíntia Costa, Francisco<br />

Frazão Guerreiro, Jesper Carvalho Andersen, Joana Gíria, José Oliveira, Marta Pereira,<br />

Marcos Rocha, Pedro Rebordão, Ricardo Moutinho e Sandra Laranjeiro dos Santos.<br />

ESTATUTO EDITORIAL (leia na íntegra em www.pmemagazine.com)<br />

DIREÇÃO COMERCIAL: Daniel Marques<br />

EMAIL: publicidade@pmemagazine.com<br />

PROPRIEDADE: Massive Media Lda.<br />

NIPC: 510 676 855<br />

MORADA SEDE ENTIDADE PROPRIETÁRIA/EDITOR:<br />

LisboaBiz - Av. Engenheiro Arantes e Oliveira, n.3 R/C<br />

1900-221 Lisboa<br />

REDAÇÃO: LisboaBiz - Av. Engenheiro Arantes e Oliveira, n.3 R/C<br />

1900-221 Lisboa<br />

TELEFONE: 2<strong>11</strong> 934 140 | 96 453 31 02 | 934 952 854<br />

EMAIL: info@pmemagazine.com<br />

N. DE REGISTO NA ERC: 126819<br />

EDIÇÃO N.º: <strong>11</strong><br />

DEPÓSITO LEGAL N.º: 427738/17<br />

ISSN: 2184-0903<br />

TIRAGEM: 23.000 exemplares<br />

IMPRESSÃO: Sogapal - Sociedade Gráfica da Paiã, Lda<br />

Estrada Palmeiras Queluz Baixo, Barcarena, Lisboa<br />

DISTRIBUIÇÃO: Gratuita com o jornal Expresso<br />

PERIODICIDADE: Trimestral<br />

Ano novo, novos negócios. Chegamos<br />

a <strong>2019</strong> com a sensação de<br />

que o mundo está a mudar a uma<br />

velocidade cada vez mais estonteante.<br />

As evoluções tecnológicas<br />

ditam o passo na transformação<br />

das empresas que, dia após<br />

dia, são forçadas a rever processos,<br />

a atualizarem-se. No limite,<br />

a mudar tudo para não ficarem<br />

para trás.<br />

A discussão sobre o desaparecimento de grandes empresas<br />

que não conseguem adaptar-se aos novos tempos não é<br />

nova, mas não deixa de ser preocupante pensar que algumas<br />

gigantes mundiais poderão desaparecer – o mesmo acontece<br />

com algumas profissões.<br />

Por outro lado, o mundo brinda-nos com o aparecimento de<br />

novos negócios, novas profissões que vêm pôr em causa o<br />

status quo e mostrar-nos que ainda não se inventou tudo e que<br />

continuamos, como bons seres humanos que somos, nesta<br />

busca incessante pela perfeição.<br />

O que significa inovar? Para Alexandre Fonseca, presidente<br />

executivo da Altice Portugal e figura de capa desta <strong>11</strong>.ª edição<br />

da <strong>PME</strong> <strong>Magazine</strong>, trata-se de “transformar uma boa ideia<br />

num grande negócio”. Algo que a antiga Portugal Telecom<br />

tem como estratégia e que vem implementando, não só para<br />

o cidadão comum, mas também para as empresas.<br />

Inovar significa, também, ter a capacidade de pensar nos negócios<br />

de forma sustentável, algo que a Energia Simples preconiza<br />

e que o Hotel Neya, em Lisboa, embandeira.<br />

É termos o sentido de responsabilidade quando a nossa empresa<br />

quer devolver à comunidade, algo em que a eSolidar<br />

tem ajudado com os leilões solidários online.<br />

É inventar soluções e produtos, como o algoritmo preditivo<br />

de problemas em máquinas industriais da Enging, o algoritmo<br />

que deteta conteúdo malicioso online dos investigadores da<br />

Universidade de Aveiro que venceram o concurso StratCom<br />

da NATO, ou o desfibrilhador da Almas Industries capaz de<br />

enviar coordenadas GPS para equipas de socorro.<br />

É ter um programa de fomento ao comércio online para as<br />

marcas portuguesas e, nas relações laborais, apostar na<br />

igualdade de género e no trabalho flexível.<br />

É internacionalizar para geografias improváveis, como o ISQ<br />

está a fazer na Ásia.<br />

É pensar na coesão territorial de Portugal para que as sinergias<br />

sejam potenciadas para o bem da população, pensar no<br />

que as marcas podem ganhar com os influenciadores online<br />

e em programas de aceleração, como o Tourism Up e o Taste<br />

Up, que elevam o que de mais inovador se vai fazendo no turismo<br />

e na gastronomia em Portugal.<br />

Se ainda não há, invente, se já tem, inove. A tecnologia ajuda-nos<br />

a automatizar, mas, em última análise, é o nosso pensamento<br />

que tem de ser moldado e ajustado à realidade que<br />

não espera. Não fique para trás.<br />

Boas leituras e um <strong>2019</strong> repleto de bons negócios!<br />

ANA RITA JUSTO | EDITORA<br />

3


figura de destaque<br />

“<br />

É UTÓPICO PENSAR QUE AS <strong>PME</strong><br />

TÊM UMA ESTRUTURA<br />

DE SISTEMAS<br />

Alexandre“<br />

DE INFORMAÇÃO<br />

Fonseca<br />

Alexandre Fonseca assumiu a presidência da Altice Portugal em novembro de 2017<br />

4


JANEIRO <strong>2019</strong><br />

WWW.<strong>PME</strong>MAGAZINE.COM<br />

Mafalda Marques<br />

João Filipe Aguiar<br />

Assumiu a liderança da Altice Portugal, antiga Portugal Telecom, em novembro<br />

de 2017, com mais de 20 anos de experiência no setor das telecomunicações,<br />

seis deles no grupo que agora lidera. Em entrevista à <strong>PME</strong><br />

<strong>Magazine</strong>, Alexandre Fonseca fala sobre as grandes ambições do grupo na<br />

área das telecomunicações e na ajuda à transformação digital das empresas.<br />

<strong>PME</strong> <strong>Magazine</strong> – Como é que a Altice<br />

Portugal está a dirigir-se ao<br />

setor empresarial?<br />

Alexandre Fonseca – O segmento<br />

empresarial, em particular dentro<br />

da Altice Portugal, é um dos nossos<br />

setores de aposta, mas mais: é<br />

uma aposta que já vem do passado.<br />

Quando falamos no setor empresarial,<br />

no caso da Altice Portugal,<br />

endereçamos o que vulgarmente se<br />

chama o setor corporate, ou seja, as<br />

grandes empresas, o top mil a nível<br />

nacional até às muito pequenas, às<br />

micro e até às nanoempresas, aquilo<br />

que normalmente se designa por<br />

soho, small office, home office. Efetivamente,<br />

encontrámos na operação<br />

da antiga Portugal Telecom,<br />

quando fizemos a aquisição, um<br />

grupo de serviços na área empresarial<br />

líder de mercado, bem estabelecido<br />

do ponto de vista daquilo<br />

que era a conectividade, porque é,<br />

ao fim e ao cabo, a base de onde os<br />

nossos serviços estão a ser prestados,<br />

mas encontrámos também<br />

algo que é muito importante no<br />

momento que atravessamos: a capacidade<br />

de este setor empresarial<br />

se transformar e de acompanhar<br />

este processo de digitalização, de<br />

transformação digital da sociedade,<br />

mas também das empresas e<br />

de hoje sermos, diria, um parceiro<br />

de referência, das grandes e também<br />

das mais pequenas empresas<br />

a nível nacional nesse processo de<br />

transformação. Transformação dos<br />

processos de negócio, dos seus<br />

próprios recursos, sejam eles técnicos,<br />

humanos, ou até financeiros.<br />

<strong>PME</strong> Mag. – Qual o peso das <strong>PME</strong><br />

na faturação da Altice Portugal?<br />

A. F. – O segmento corporate, como<br />

disse, é importante, o segmento<br />

empresarial como um todo é importante<br />

para nós. Não divulgamos<br />

números de um ponto de vista detalhado,<br />

mas representa, grosso-<br />

-modo, um terço do nosso volume<br />

de negócios e, dentro deste terço,<br />

como é natural, olhando para o tecido<br />

empresarial português – sabemos<br />

que é esmagadoramente<br />

constituído por pequenas e médias<br />

empresas – o nosso volume de negócios<br />

acompanha também este<br />

peso, porque temos tido capacidade<br />

de conseguir endereçar, quer<br />

às grandes empresas com soluções<br />

tailor-made, onde o ‘pronto a vestir’<br />

não serve se queremos ter soluções<br />

que sejam adequadas especificamente<br />

ao segmento de negócio, à<br />

empresa, ao problema que estamos<br />

a endereçar. E temos, por outro<br />

lado, uma componente importante<br />

para as empresas mais pequenas,<br />

soluções pacotizadas, standard,<br />

que endereçamos a esse mercado.<br />

Tendo presente que no tecido empresarial<br />

português a esmagadora<br />

maioria são pequenas e médias<br />

empresas, uma parte importante<br />

do nosso negócio está também no<br />

segmento das <strong>PME</strong>, mas sabemos<br />

que as grandes empresas, sendo<br />

menos, têm volumes de faturação<br />

muito grandes. Mesmo assim, as<br />

<strong>PME</strong> têm um papel importante, não<br />

só hoje, mas também naquilo que é<br />

o crescimento. Quando falávamos<br />

na transformação que referi, esta<br />

transformação é tão mais importante<br />

– até porque está um pouco mais<br />

atrasada – nas pequenas e médias<br />

empresas. Portanto, diria que a escala,<br />

a capacidade de crescimento<br />

que temos para o mercado <strong>PME</strong> e<br />

para o mercado soho é, de facto,<br />

extraordinária.<br />

5


figura de destaque<br />

“DINAMIZAR<br />

A ECONOMIA LOCAL”<br />

<strong>PME</strong> Mag. – Explique-nos a aposta<br />

no interior do país.<br />

A. F. – A equipa de gestão que<br />

entrou em funções há cerca de<br />

um ano elegeu um conjunto de<br />

pilares estratégicos. Três são muito<br />

virados para o nosso negócio:<br />

o investimento, a inovação e a<br />

qualidade do serviço. E dois são<br />

pilares de suporte: a intervenção<br />

social e a proximidade. Nesta<br />

vertente da proximidade, a nossa<br />

visão é de que Portugal, apesar de<br />

ser um país relativamente pequeno<br />

do ponto de vista da dimensão,<br />

é um país muito diverso. Somos<br />

um país early adopter do ponto de<br />

vista tecnológico: temos taxas de<br />

penetração nos dispositivos móveis<br />

de mais de 100%, existe cerca de<br />

160% de taxa de penetração de<br />

equipamentos móveis sobre o total<br />

de população. Somos adeptos de<br />

tecnologia, mas temos quase um<br />

terço da população portuguesa que<br />

nunca usou um computador, que<br />

nunca usou a internet, portanto,<br />

temos este país de dicotomia.<br />

A realidade, na nossa visão, é<br />

que nos últimos anos, décadas<br />

mesmo, as grandes empresas do<br />

nosso país têm-se focado nos<br />

grandes centros urbanos, onde<br />

está a massa crítica da população<br />

portuguesa e também do tecido<br />

empresarial: Lisboa, Porto, Braga,<br />

eventualmente Aveiro e Viseu, e<br />

é neste eixo que tudo se passa.<br />

Entendemos que uma empresa com<br />

a dimensão e a expressão da Altice<br />

Portugal, que quer assumir-se<br />

como o motor do desenvolvimento<br />

económico e social do nosso país,<br />

tem de estar presente no território,<br />

tem de estar junto dos portugueses,<br />

dos empresários, dos gestores,<br />

dos presidentes de câmara, junto<br />

das populações! Esta deslocação<br />

que temos feito aos mais diversos<br />

cantos do país, desde a Madeira,<br />

aos Açores, ao Minho, agora a muito<br />

curto prazo a Trás-os-Montes,<br />

ao Algarve, ao Alentejo, às beiras<br />

interiores, têm sido movimentações<br />

que temos feito de forma natural<br />

para acompanharmos, desde logo,<br />

os nossos colaboradores, porque<br />

6<br />

temos colaboradores espalhados<br />

por todo o país, mas, acima de<br />

tudo, para acompanharmos este<br />

território português que tem sido<br />

esquecido por outros. De certa<br />

forma, compreendo, porque a<br />

Altice Portugal é o único operador<br />

verdadeiramente nacional, que tem<br />

capilaridade nas suas redes, nos<br />

seus serviços, a nível nacional. Para<br />

nós, é fundamental este contacto<br />

direto com os clientes, com os<br />

parceiros, para percebermos os<br />

problemas, as necessidades que<br />

encontramos no terreno e isso não<br />

se faz a partir de Lisboa. Vamos<br />

continuar a percorrer o território,<br />

“A Altice Portugal<br />

é o único operador<br />

verdadeiramente<br />

nacional, que tem<br />

capilaridade a nível<br />

nacional"<br />

a ir ao Portugal profundo e tentar<br />

levar investimento e inovação. É<br />

a nossa forma de contribuir para<br />

o desenvolvimento da economia<br />

nacional. Quando levamos<br />

investimento e inovação até ao<br />

interior estamos a gerar emprego,<br />

estamos a dinamizar a economia<br />

local, estamos a combater a<br />

desertificação que muitas vezes<br />

versa por esses territórios, única<br />

e exclusivamente porque, quando<br />

não há emprego, é aí que as<br />

pessoas procuram migrar para<br />

os grandes centros urbanos. Se<br />

levamos inovação e investimento<br />

ajudamos a fixar as populações,<br />

com a fixação das populações surge<br />

o comércio, surgem as pequenas<br />

e médias empresas e, a partir daí,<br />

desenvolve-se um ecossistema<br />

económico que irá levar ao<br />

crescimento das economias locais<br />

e, com elas, da economia nacional.<br />

<strong>PME</strong> Mag. – Que balanço faz dos<br />

trabalhos com as smart cities?<br />

A. F. – As smart cities são uma das<br />

áreas de aposta quando falamos<br />

em assumir-nos como parceiro<br />

tecnológico da transformação do<br />

país. Tomámos a decisão de, lado<br />

a lado com a Associação Nacional<br />

de Municípios e com um conjunto<br />

de outras entidades, sermos capazes<br />

de levar, mais do que apenas<br />

conceitos, soluções e tecnologia,<br />

mas não pela tecnologia: levarmos<br />

a tecnologia para melhorar a vida<br />

das pessoas e a performance das<br />

empresas até ao território. O conceito<br />

de smart cities tem de nascer<br />

de um conjunto de problemas, muito<br />

práticos, muito pragmáticos que<br />

as comunidades têm de endereçar<br />

para se modernizarem. Muitas vezes,<br />

assume-se que smart cities é<br />

fazer para uma cidade, relativamente<br />

pequena ou média, um grande<br />

dashboard de informação: vamos<br />

automatizar tudo numa cidade,<br />

vamos levar soluções de gestão de<br />

tráfego para uma cidade no interior<br />

onde não há engarrafamentos…<br />

Não faz sentido! Não podemos ter a<br />

tentação de levar a tecnologia com<br />

aquela lógica do tamanho único que<br />

serve para todos. Isso não existe. O<br />

que temos feito com os 308 autarcas<br />

do nosso país é estar ao lado<br />

do município e percebermos, caso<br />

a caso, quais são os problemas,<br />

quais as verdadeiras necessidades<br />

daquela comunidade para melhorar<br />

a vida das pessoas e a performance<br />

das empresas. Isso é smart city.<br />

Smart city é pegarmos na nossa tecnologia,<br />

na nossa experiência, lado<br />

a lado com os líderes dessas comunidades,<br />

e resolvermos esses problemas.<br />

Temos, hoje, soluções que


JANEIRO <strong>2019</strong><br />

WWW.<strong>PME</strong>MAGAZINE.COM<br />

passam pela gestão de recursos hídricos<br />

em campos de golfe, temos<br />

soluções de gestão de resíduos,<br />

que automatizam rotas na recolha<br />

de lixo, soluções de automatização<br />

de estacionamento… Tudo isto são<br />

soluções que resolvem pequenos<br />

problemas, mas que para algumas<br />

cidades são, verdadeiramente, o<br />

grande problema dessa cidade.<br />

Fomos parceiros da AIP e da Associação<br />

Nacional de Municípios<br />

na Smart Cities Summit, o maior<br />

evento de smart cities realizado em<br />

Portugal, em abril, em que tive a<br />

oportunidade de perceber que os<br />

autarcas começam a perceber que<br />

não basta comprar tecnologia, é<br />

preciso comprar também a capacidade<br />

de transformar as suas comunidades.<br />

Temos projetos tão simples<br />

como o da Câmara Municipal<br />

da Nazaré. Levarmos o canhão da<br />

Narazé a turistas 365 dias por ano,<br />

que, com realidade aumentada,<br />

podem apontar o seu smartphone<br />

para o mar e ver a onda da Nazaré,<br />

isto é smart city, porque contribui<br />

para o desenvolvimento do turismo<br />

daquela região e, com isso, para o<br />

desenvolvimento económico.<br />

“SAPO É HISTÓRICO”<br />

<strong>PME</strong> Mag. – Qual a importância<br />

do Portal Sapo no contexto dos<br />

media nacionais?<br />

A. F. – O Portal Sapo fez 23 anos<br />

CEO defende descentralização para o interior<br />

no passado dia 4 de setembro e,<br />

de facto, é histórico uma entidade<br />

do mundo digital ter 23 anos. Mas<br />

histórico não significa antiquado.<br />

O Sapo, hoje, no mundo online em<br />

Portugal, está lado a lado com os<br />

grandes gigantes internacionais<br />

do ponto de vista do alcance, do<br />

número de visitantes únicos: somos<br />

batidos exclusivamente pelo<br />

Google, pelo YouTube e pelo Facebook.<br />

Nos rankings, o Sapo surge<br />

à frente do Instagram, da Wikipedia,<br />

do Linkedin. É uma ferramenta<br />

poderosíssima que foi capaz de se<br />

reinventar. O Sapo funciona, hoje,<br />

como um verdadeiro agregador de<br />

conteúdo, no sentido que, através<br />

das parcerias que temos com<br />

uma parte importante dos órgãos<br />

de comunicação social do nosso<br />

país, funcionamos com essa lógica<br />

de agregação de informação, mas<br />

também foi capaz de se reinventar<br />

para conseguir criar uma lógica<br />

de canais verticais que endereçam<br />

mercados muito específicos. Lançámos<br />

o canal Miranda, que endereça<br />

o público essencialmente<br />

feminino sobre uma componente<br />

mais de moda, cosmética. Temos<br />

o Sapo24, que está no top 15 dos<br />

rankings nacionais só por si. O Sapo<br />

Lifestyle é outro bom exemplo. Soluções<br />

mais recentes como o Sapo<br />

Apostas, onde fazemos agregação<br />

de apostas de vários websites... O<br />

Sapo tem-se posicionado não ape-<br />

nas como um agregador de conteúdos,<br />

mas como aquele local em<br />

que os portugueses se podem dirigir<br />

para terem acesso a informação<br />

dedicada, específica. Está também<br />

a caminhar no sentido da sua modernização<br />

para as novas tendências.<br />

O Sapo deixou de ser só um<br />

portal e passou a ser uma app que<br />

permite customizar a informação<br />

que nos chega e que permite continuar<br />

a estar presente no dia a dia<br />

das pessoas. É, para nós, um orgulho<br />

termos 23 anos de Sapo, continuar<br />

jovem, dinâmico, e ser media<br />

partner de grande parte dos eventos<br />

no país. O Rock in Rio é um exemplo,<br />

está presente na Web Summit<br />

também. O Sapo continua a trazer-nos<br />

uma forte motivação para<br />

continuar. Quando falamos de online<br />

e de conteúdo, não podemos esquecer-nos<br />

que os dados – a informação<br />

– são o petróleo do futuro. E<br />

o Sapo tem aí um papel fundamental,<br />

porque conhece os seus visitantes.<br />

Tem uma base de clientes<br />

registados, dos quais conhecemos<br />

hábitos de consumo, gostos pessoais,<br />

a frequência de navegação.<br />

Eles dizem-nos, voluntariamente,<br />

do que é que gostam e do que não<br />

gostam, portanto, o Sapo tem todo<br />

um manancial de também trabalhar<br />

“O Sapo funciona,<br />

hoje, como um<br />

verdadeiro agregador<br />

de conteúdo"<br />

numa área de digital advertising, ou<br />

seja, publicidade digital dirigida. Já<br />

tive esta experiência que algumas<br />

vezes partilho em tom de brincadeira:<br />

em alguns websites que visito<br />

a primeira coisa que me apresentam,<br />

às vezes dias a fio, são depiladoras<br />

de senhora. Não faz sentido!<br />

Isto significa não conhecer o cliente.<br />

É muito gratificante, quando me<br />

registo no Sapo, entro e vejo publicidade<br />

que é relevante para mim.<br />

Isto dá-me uma sensação de estar<br />

em casa digitalmente. Esse é um<br />

ativo fundamental que o Sapo tem.<br />

<strong>PME</strong> Mag. – Fale-nos dos projetos<br />

que levaram ao Web Summit.<br />

A. F. – Temos projetos que vão<br />

7


figura de destaque<br />

desde a componente de automatização<br />

dos estacionamentos, temos<br />

uma área de monitorização,<br />

temos as questões da aquacultura<br />

com uma das startups. São várias<br />

as soluções que temos ajudado a<br />

incubar e desenvolver. São projetos<br />

deste think tank, este banco de<br />

ideias que é o IoT Challenge que<br />

lançámos. Diria que são apenas<br />

quatro exemplos, porque tivemos<br />

de selecionar de um conjunto vasto<br />

de projetos que têm chegado às<br />

nossas mãos. Criámos, em 2018,<br />

nestas instalações da sede em Lisboa,<br />

os Go Labs IoT, um laboratório<br />

que tem um conceito que, para nós,<br />

é chave: um conceito aberto. Tudo<br />

o que fazemos do ponto de vista da<br />

inovação tem de ter um conceito<br />

aberto. O que é que isto quer dizer?<br />

É um laboratório que está aberto à<br />

comunidade, empresas, parceiros,<br />

estudantes, desde que tenham um<br />

projeto maduro, que nos apresentem<br />

o projeto e que precisem de<br />

usar os nossos laboratórios, onde<br />

temos tecnologia de ponta, os laboratórios<br />

estão à sua disposição.<br />

E nós estamos atentos, não apenas<br />

para os ajudar, mas para perceber<br />

qual o potencial de negócio<br />

que este projeto específico pode<br />

ter, ou este profissional – às vezes<br />

tratam-se de estudantes de PhD<br />

que vêm aqui fazer o seu projeto a<br />

título individual, não são empresários,<br />

não querem ter a sua startup,<br />

mas têm uma boa ideia e um bom<br />

projeto e ajudamo-los nesse sentido.<br />

Estas quatro startups são bons<br />

exemplos disso, estou certo de que<br />

haverá dezenas de outras que vão<br />

continuar a trabalhar connosco. Até<br />

o prémio de inovação internacional<br />

Altice, que premiou projetos não só<br />

portugueses, os candidatos vinham<br />

de várias partes do mundo e mostraram<br />

projetos tão interessantes,<br />

como uma nova geração de chips<br />

fotónicos para comunicação via satélite,<br />

ou uma solução de automatização<br />

de camiões de transporte<br />

que permite poupar combustível.<br />

Inovação não é ter ideias, inovação<br />

é conseguirmos transformar<br />

uma boa ideia num grande negócio<br />

e é isso que queremos com estas<br />

startups que apoiamos.<br />

8<br />

ELEVAR A CULTURA<br />

<strong>PME</strong> Mag. – Depois do Altice Arena<br />

veio o Altice Forum Braga. Qual<br />

a estratégia para estes espaços?<br />

A. F. – Recordo que um dos nossos<br />

pilares é a intervenção social.<br />

Repare que chamamos intervenção<br />

social. Responsabilidade social<br />

todos temos, intervir nem todos o<br />

fazem. Esta intervenção social está<br />

assente nestes três grandes pilares<br />

da cultura, do desporto e da educação.<br />

A cultura é uma área em que<br />

temos apostado. São experiências<br />

dessas que criam proximidade com<br />

os nossos clientes, com as famílias,<br />

entre elas, entre grupos de amigos.<br />

Conheço casais com filhos que se<br />

conheceram no MEO Sudoeste e<br />

que hoje vão ao MEO Sudoeste com<br />

filhos assistir aos concertos. Isto é<br />

altamente gratificante e mostra o<br />

poder que tem a cultura, o entretenimento<br />

e a música. A nossa presença<br />

na música tem-se feito sentir<br />

pelos festivais de verão, como<br />

o MEO Sudoeste, o Marés Vivas, o<br />

Sons do Mar e outros, mas também<br />

pela presença nesta sala icónica,<br />

a nossa maior sala de espetáculos<br />

em Portugal, a Altice Arena. Tem<br />

sido um sucesso, a equipa da Altice<br />

Arena está de parabéns, tem<br />

feito um trabalho extraordinário<br />

de atrair, não só um grande cartaz,<br />

mas cada vez mais pessoas de Portugal<br />

e até de outros países. É uma<br />

sala icónica e que marca de forma<br />

muito forte esta nossa presença à<br />

Cultura e música têm peso importante no grupo<br />

música, ao espetáculo, ao entretenimento.<br />

Recordando o tema da<br />

proximidade, entendemos que era<br />

importante sermos capazes de levar<br />

esta mesma abordagem a outras<br />

partes do país. A zona Norte<br />

é uma zona muito povoada a nível<br />

nacional. A primeira tentação seria<br />

o Porto, porque é a segunda cidade<br />

do país. Não estavam reunidas as<br />

condições e nós gostamos de marcar<br />

um pouco a diferença e marcar a<br />

diferença era estar presente numa<br />

cidade como Braga, uma das cidades<br />

mais jovens, se não a mais<br />

jovem do país, uma cidade ultradinâmica,<br />

que tem mostrado uma<br />

capacidade de liderança, do ponto<br />

de vista de inovação, de tecnologia,<br />

tem uma universidade reconhecida,<br />

a Universidade do Minho,<br />

portanto, entendemos que Braga<br />

reunia todos estes atributos chave<br />

para montarmos a segunda maior<br />

sala de espetáculos do país. Aliás,<br />

o Altice Forum tinha esse objetivo<br />

de ser essa sala importante. Aquilo<br />

que entendemos é que o naming<br />

Altice Forum vai permitir tirar sinergias<br />

daquilo que já fazemos com a<br />

Altice Arena, vai permitir que a própria<br />

Altice possa dinamizar aquela<br />

sala através do seu brand, através<br />

das suas iniciativas, dos seus<br />

parceiros de negócio. As pessoas,<br />

hoje, assumem que a presença na<br />

Altice Arena ou no Altice Forum<br />

significa que temos uma capacidade<br />

de organização, de entrega e


Distribuidor Exclusivo<br />

www.elidefire.pt<br />

JANEIRO <strong>2019</strong><br />

WWW.<strong>PME</strong>MAGAZINE.COM<br />

Seja um herói,<br />

apague o<br />

incêndio antes<br />

de começar.<br />

/elidefirePT<br />

/company/elide-fire-portugal/<br />

|Vantagens Bola Elide Fire®<br />

01<br />

02<br />

03<br />

04<br />

05<br />

06<br />

07<br />

A bola Elide Fire® é um dispositivo de extinção<br />

automática apenas ativado em contato com o<br />

fogo (chama) - Tempo de ativação: 3 a 10s.<br />

Este dispositivo tem garantia de 5 anos, sem<br />

qualquer manutenção.<br />

O agente extintor (pó químico composto por<br />

90% de mono-fosfato de amónio) não é<br />

corrosivo, inclusive para equipamentos elétricos<br />

e eletrónicos.<br />

Compacta e leve, a bola Elide Fire® tem um peso<br />

bruto de 1,5 +/- 0,2 Kg e cerca de 15,2 cm de<br />

diâmetro. Área de cobertura: 8 a 10 m2.<br />

Não requer nenhum treino ou formação<br />

devido à facilidade de manuseamento.<br />

A bola Elide Fire® vem equipada com suporte<br />

multi-posições.<br />

Amiga do ambiente, a bola Elide Fire® não<br />

apresenta qualquer risco para a saúde humana<br />

e no fim de vida do dispositivo é facilmente<br />

reciclada. O pó químico serve de fertilizante.<br />

08<br />

A Record Reference Lda é uma empresa registada<br />

na ANPC com o nº 2259/2016, bem como<br />

associada APSEI nº 449. A bola Elide Fire® tem<br />

aposta Certificação CE e possui Certificado de<br />

Gestão da Qualidade pela norma ISO 9001:2015.<br />

C O N T A T O S • + ( 3 5 1 ) 9 6 2 7 7 6 0 6 5 / 9 2 7 3 5 5 1 4 5 • G E R A L @ E L I D E F I R E . P T<br />

9


figura de destaque<br />

de uma experiência única de qualidade. Aliás, a Altice<br />

Arena é reconhecida não apenas pelo seu cartaz, mas,<br />

para o Web Summit, como provavelmente a sala de espetáculos<br />

com melhor conectividade wi-fi no mundo<br />

neste momento. A densidade de dispositivos no Web<br />

Summit é única no mundo. É este selo de qualidade que<br />

o nome Altice leva a estas salas. Não somos obcecados<br />

por levar mais Altices arenas ou fóruns ao país. Tem<br />

de ser com este princípio de apoiar a cultura de forma<br />

aberta, mas também com um selo de qualidade que é<br />

fundamental e dentro de limites de razoabilidade, porque<br />

não temos espaço no nosso país para ter muitas<br />

salas desta dimensão.<br />

experiências únicas de enriquecimento da comunidade<br />

educativa. O exemplo que temos tido deste projeto é<br />

um exemplo de como estamos a contribuir. Temos, na<br />

Madeira em particular, um conjunto de iniciativas muito<br />

vastas. Tudo o que tem que ver com o apoio à rede de<br />

bibliotecas escolares tem sido uma preocupação, estimular<br />

os hábitos de leitura… O balanço do projeto não<br />

podia ser mais positivo, inserido neste ecossistema de<br />

apoio à educação mais lato. O futuro é continuarmos a<br />

ter projetos como este, que estimulem os hábitos de<br />

leitura, por um lado, e a transformação do ambiente<br />

educacional. Não há uma métrica específica de quantos<br />

mais alunos queremos ter, há uma meta, sim, de<br />

Responsável sublinha a importância da Altice Arena para a cultura<br />

<strong>PME</strong> Mag. – Na educação, o projeto “Todos podem<br />

Ler” já beneficiou mais de 1400 estudantes na Madeira.<br />

Que balanço faz e quais as metas para <strong>2019</strong>?<br />

A. F. – O balanço é superpositivo, como disse, tudo o<br />

que tem que ver com educação é uma preocupação.<br />

Da mesma forma como falávamos em transformação<br />

digital da sociedade, entendemos que estamos num<br />

momento de viragem também do sistema e do modelo<br />

educacional nacional. O nosso objetivo é transformar<br />

as escolas, da mesma forma como hoje já levamos<br />

educação através da teleaula a alunos, seja por dificuldades<br />

de distância, seja por limitações do ponto de<br />

vista físico. É este tipo de transformação que queremos<br />

levar. Levarmos tablets e conseguirmos digitalizar os<br />

conteúdos pedagógicos para entregar aos alunos. É<br />

este modelo de levarmos a Khan Academy, uma plataforma<br />

da Fundação PT e futuramente Fundação Altice,<br />

de conseguirmos levar a maior plataforma online de<br />

ensino, neste caso de matemática, aos alunos e termos<br />

10<br />

continuarmos a contribuir e de estarmos ao lado, entre<br />

outras instituições, da Direção-Geral da Educação,<br />

que tem sido um parceiro extraordinário.<br />

<strong>PME</strong> Mag. – Como está a Altice Labs trabalhar ao<br />

serviço das <strong>PME</strong>?<br />

A. F. – Quando falávamos do grande desafio de as <strong>PME</strong><br />

se transformarem digitalmente, de automatizarem, digitalizarem<br />

processos, acho que é utópico pensar que<br />

o tecido das <strong>PME</strong> portuguesas tem uma estrutura de<br />

sistemas de informação, um diretor de sistemas de informação<br />

– não tem. Muitas vezes tem o sobrinho, o<br />

neto, curioso, que conhece umas coisas de informática<br />

e que vai dar uma ajuda. A Altice Labs tem vindo a<br />

trabalhar, desde projetos muito mais amplos e tecnólogos,<br />

até pequenas soluções que permitem digitalizar<br />

processos que podem ser aplicados a vários setores<br />

de atividade. A Altice Labs funciona como este quartel


JANEIRO <strong>2019</strong><br />

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<strong>PME</strong> Mag. – Quais os planos do grupo para os próximos<br />

anos?<br />

A. F. – Temos de pensar a duas velocidades: pensar<br />

naquilo que é o curto e o médio prazo, somos uma<br />

empresa que procura crescer e que procura endereçar<br />

rentabilidade para os acionistas, é isso que qualquer<br />

empresa deve sempre almejar no curto prazo. A boa<br />

notícia é que estamos a crescer, temos vindo a crescer<br />

quarter on quarter, temos vindo a crescer quotas de<br />

mercado e somos líderes em praticamente todos os setores<br />

em Portugal, só um subsetor em que ainda não<br />

somos líderes, mas vamos sê-lo com certeza. Estamos<br />

a trabalhar para esse mesmo crescimento e a nossa<br />

estratégia é a três anos, para alcançar já no segundo<br />

ano, que é <strong>2019</strong>. Dito isto, temos de ter uma visão de<br />

longo prazo, dentro daquilo que é a Altice Labs existe<br />

um conceito de smart living, que é o conceito de nós<br />

pensarmos qual é o next step, quais são os próximos<br />

passos da transformação. Acredito, profundamente,<br />

que uma das principais moedas de troca no futuro<br />

será o tempo, o tempo e a felicidade. Aquilo que procuramos<br />

enquanto cidadãos, empresários, membros<br />

de organizações, é termos mais tempo para nós, para<br />

a família, amigos, para os nossos hobbies e aquilo que<br />

procuramos é sermos mais felizes: sermos mais felizes<br />

na nossa vida pessoal, ou porque as nossas empresas<br />

e as nossas organizações crescem e prosperam. Este<br />

é o papel da tecnologia. O meu background é tecnológico,<br />

sou engenheiro de formação, mas acredito que<br />

a tecnologia não pode ser, de maneira nenhuma, um<br />

fim. Tem de ser um meio para atingirmos este fim. O<br />

smart living é exatamente isto. É pensarmos, tecnologicamente,<br />

como é que podemos melhorar a vida das<br />

pessoas, como é que automatizamos uma casa, porgeneral<br />

de inovação no sentido de desenvolver tecnologia,<br />

mas surge dentro do contexto da Altice, porque<br />

não é apenas desenvolver tecnologia para uma lógica<br />

de operador, mas também para uma lógica de soluções<br />

ao mercado. Hoje, aquilo que talvez no passado não<br />

funcionaria tão bem e aquilo que depois conseguimos<br />

colocar ao serviço é uma relação muito próxima entre<br />

a área empresarial, em particular da Altice Portugal, a<br />

trabalhar lado a lado com os quase 700 engenheiros da<br />

Altice Labs que temos a partir de Aveiro e, hoje, também<br />

espalhados no país. É deste cruzamento que somos<br />

capazes de, não apenas responder às necessidades<br />

específicas com software, mas também com hardware.<br />

A caixa que leva fibra ótica a casa dos portugueses no<br />

mercado residencial, que é made in Portugal, 100% desenvolvida,<br />

inventada e fabricada em Portugal, e que<br />

hoje está também nos Estados Unidos ou em França, a<br />

mesma caixa, produzida por engenheiros portugueses,<br />

de raiz e produzida em fábricas em Águeda, este é um<br />

exemplo claro da tecnologia made in Portugal, chega<br />

também às <strong>PME</strong>. Aquilo que fizemos com o projeto de<br />

fibra ótica foi democratizar o acesso à conectividade<br />

de banda larga a custos acessíveis. No passado, uma<br />

ligação ponto a ponto de fibra ótica podia custar vários<br />

milhares de euros por mês e uma <strong>PME</strong> não pode<br />

suportar estes custos. Esta lógica de GPON da fibra<br />

que temos em nossa casa, uma fibra splitada, como se<br />

costuma dizer, permitiu democratizar o acesso. Hoje,<br />

“A caixa que leva fibra ótica a casa<br />

dos portugueses no mercado<br />

residencial é made in Portugal,<br />

100% desenvolvida, inventada<br />

e fabricada em Portugal”<br />

um cabeleireiro, um gabinete de contabilidade, um escritório<br />

de advogados consegue ter conectividade na<br />

casa das poucas centenas de euros, ou nalguns casos<br />

até de dezenas de euros por mês e ter banda larga com<br />

qualidade e capaz de suprir as suas necessidades. Estas<br />

caixas desenvolvidas pela Altice Labs estão presentes<br />

em muitas das <strong>PME</strong> onde levamos conectividade.<br />

É uma forma de contributo. Por fim, a Altice Labs<br />

tem um papel que é o da inovação moderna. Não basta<br />

esperarmos que os nossos clientes saibam qual é a<br />

real necessidade do ponto de vista tecnológico, eles só<br />

sabem que têm um problema. O nosso trabalho é antecipar<br />

essas necessidades, é olhar para as dezenas,<br />

centenas de milhares de clientes que temos no mundo<br />

empresarial e podermos ser capazes de antecipar,<br />

fruto da experiência que temos noutros clientes, as<br />

necessidades de um determinado cliente e dizer-lhe:<br />

“Por que não ir por aqui? Por que é que não vamos automatizar<br />

este processo de negócio”. Muitas vezes, a<br />

gestão de uma microempresa não tem na sua prioridade<br />

olhar de forma crítica para estes processos e a Altice<br />

Labs aí ajuda pela experiência que tem. A Altice Labs,<br />

hoje, vende produtos e serviços para 35 países em<br />

quatro continentes e chega a 250 milhões de pessoas.<br />

Alexandre Fonseca é formado em Engenharia Eletrotécnica<br />

<strong>11</strong>


figura de destaque<br />

que permite dispensarmos mais tempo para não estarmos<br />

preocupados com alguns processos manuais que<br />

temos hoje. Como é que na nossa empresa eu posso<br />

melhorar a rentabilidade, ter mais tempo para refletir<br />

e para pensar enquanto gestor, sem ter de estar a<br />

fazer um conjunto de tarefas repetitivas. Aí, entram<br />

tecnologias como inteligência artificial, deep machine<br />

learning, realidade aumentada, estas são tecnologias<br />

que estamos de forma mais disruptiva a olhar. E outras,<br />

no futuro, como o 5G, que permitirão introduzir maior<br />

felicidade e mais tempo na vida das pessoas.<br />

<strong>PME</strong> Mag. – Como é que gere o seu dia e que conselhos<br />

pode partilhar com outros gestores?<br />

A. F. – Ser presidente executivo de uma das três maiores<br />

empresas nacionais obriga a ter um nível de envolvimento<br />

e de dedicação a este projeto que é grande.<br />

Tenho o gosto, o prazer de estar neste projeto e liderar<br />

esta empresa e ser algo, ao mesmo tempo, que me<br />

motiva, não só me orgulha, mas também me faz muito<br />

feliz. Obviamente, é fundamental balancear a nossa<br />

vida profissional com a vida familiar, procuro fazê-lo.<br />

Gosto imenso e o meu hobby favorito é estar com a minha<br />

família, com a minha esposa e o meu filho e termos<br />

tempo de qualidade para podermos disfrutar daquilo<br />

que esta sociedade digital nos pode oferecer. Tenho<br />

de fazer esse balanço, tenho características que vêm<br />

do tempo da consultoria, sou uma pessoa extraordinariamente<br />

metódica, organizada e tento sempre garantir<br />

um conjunto de rotinas que me permitem realizar<br />

as tarefas necessárias, mas também ter a disciplina de<br />

parar para pensar. Essa é uma recomendação que muitas<br />

vezes faço a jovens que acompanho. Muitas vezes,<br />

estamos tão embrenhados na nossa vida, nos nossos<br />

desafios profissionais, que nos esquecemos que existe<br />

a necessidade de, como qualquer máquina ou carro,<br />

reabastecer. O nosso reabastecimento tem de ser a<br />

nossa realização pessoal enquanto cidadãos, enquanto<br />

pessoas. É fundamental que tenhamos tempo para<br />

respirar, para desfrutar da nossa vida, no caso específico<br />

de Portugal, desfrutar deste nosso clima, da nossa<br />

tranquilidade que Portugal oferece e esse é um ponto<br />

fundamental. Quando tenho necessidade de parar uma<br />

ou duas horas, ou uma manhã, faço-o. Acho que é esse<br />

momento que nos inspira para as grandes decisões.<br />

Não conseguimos estar sempre sob pressão e decidir<br />

sempre bem sob pressão e isso só se faz sendo capaz<br />

de ter uma disciplina forte e impondo-nos a nós próprios<br />

a capacidade de pararmos um pouco, refletirmos<br />

e recomeçarmos.<br />

Alexandre Fonseca<br />

Alexandre Fonseca nasceu em Lisboa e tem 44 anos.<br />

Licenciado em Engenharia Eletrotécnica e de Computadores<br />

pela Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, tem<br />

uma pós-graduação em Gestão de Vendas e Marketing pelo<br />

Team View Institute, Lisboa.<br />

Com mais de 20 anos de experiência profissional, Alexandre<br />

Fonseca trabalha com o Grupo Altice desde 2012. Na<br />

Portugal Telecom é CEO desde novembro de 2017. É também<br />

o responsável executivo da Altice Labs Portugal, unidade de<br />

investigação e desenvolvimento para o Grupo Altice em todo<br />

o mundo baseada em Portugal.<br />

De junho de 2015 a novembro de 2017 foi CTO da Portugal<br />

Telecom. Anteriormente, foi CEO da ONI Portugal e<br />

ONI Moçambique, e foi CTO e membro do conselho de<br />

administração da Cabovisão. Entre 1995 e 2007, trabalhou<br />

em gestão estratégica e consultoria na indústria de sistemas<br />

de informação e telecomunicações, em Portugal e em<br />

projetos internacionais, com empresas como Coopers &<br />

Lybrant, PriceWaterhouseCoopers e IBM.<br />

Membro de diversas associações do setor de<br />

telecomunicações e IT, colabora com entidades, como<br />

consultor sénior, nas áreas de gestão de projetos, estratégia<br />

e comunicação. É orador/professor convidado em iniciativas<br />

privadas e académicas nestas áreas.<br />

12


JANEIRO <strong>2019</strong><br />

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13<br />

PT-BIO-03<br />

Agricultura Portugal


CASOS DE SUCESSO<br />

ENERGIA PORTUGUESA<br />

CADA VEZ MAIS VERDE<br />

Instalação fotovoltaica na Energia Simples na empresa Silvinhas, Oliveira de Azeméis<br />

Ana Rita Justo<br />

Energia Simples<br />

A Energia Simples nasceu em 2014. É 100% portuguesa e continua a ganhar escala no mercado liberalizado de<br />

comercialização de energia elétrica. A energia renovável é a sua imagem de marca.<br />

A energia renovável é, cada vez mais, uma tendência<br />

e o mercado liberalizado caminha nesse sentido. Foi<br />

assim que, em 2014, nasceu, no Porto, a Energia Simples,<br />

marca da PH Energia para a comercialização de<br />

energia.<br />

“A empresa tem sede no Porto e foi criada por um grupo<br />

de profissionais de renome da área de energia, engenharia<br />

e tecnologia, que tinham em comum um conjunto<br />

de preocupações, tais como a eficiência energética,<br />

a sustentabilidade ambiental e a ética empresarial”,<br />

começa por dizer o CEO, Manuel Azevedo.<br />

Entre os objetivos da empresa portuense estava o de<br />

“trazer para o mercado de comercialização novos modelos<br />

de negócio para a eletricidade e acompanhar as<br />

transformações tecnológicas” dos novos tempos.<br />

O crescimento tem sido exponencial e, só em 2017, a<br />

Energia Simples conseguiu um volume de negócios de<br />

101,4 milhões de euros, ocupando assim “a sétima posição<br />

entre as maiores empresas do mercado liberalizado<br />

na quota de consumo”.<br />

Tendo em conta as estimativas de resultados de 2018,<br />

o CEO adianta que a empresa já chega a 19.500 clientes,<br />

contando com 760 Gwh de energia vendida, 30<br />

Gwh de gás vendido e um “crescimento aproximadamente<br />

de 148%". Quanto ao volume de negócios, es-<br />

14<br />

pera-se que tenha atingido os 240 milhões de euros no<br />

ano que agora terminou.<br />

A ORIGEM INTERESSA<br />

Oferecer uma solução com um “mix energético diferenciado”<br />

é o objetivo da energética. Por ter acordos de<br />

compra de energia (PPA) com produtores independentes,<br />

a Energia Simples “produz cerca de 10% da eletricidade<br />

que o total dos seus clientes consome. Esta<br />

energia é adquirida a diferentes centrais de produção<br />

de fonte solar, eólica ou mini-hídrica, sendo um fator<br />

diferenciador para quem consome.<br />

“Quer no setor residencial, quer empresarial, há uma<br />

preocupação cada vez maior com a origem renovável”,<br />

diz, acrescentando que é uma “mudança cada vez mais<br />

global nessa procura pela sustentabilidade e partilha<br />

da responsabilidade”.<br />

“Quer no setor residencial, quer<br />

empresarial, há uma<br />

preocupação cada vez maior<br />

com a origem renovável”<br />

Manuel Azevedo adianta que, no mercado residencial,<br />

a energia é renovável já “por definição”: “Muitos clientes<br />

do tecido empresarial português também já op-


JANEIRO <strong>2019</strong><br />

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taram por aderir a planos que oferecem energia 100%<br />

renovável, demonstrando a sua procura por soluções<br />

amigas do ambiente, como compromisso com os seus<br />

clientes, fornecedores e meio em que se inserem.”<br />

As soluções de autoconsumo, com a instalação de painéis<br />

fotovoltaicos nas próprias empresas, é já uma realidade<br />

para alguns clientes da Energia Simples.<br />

ESPANHA PARA CONSOLIDAR<br />

Depois da consolidação no mercado português, Espanha<br />

foi o próximo destino, país esse onde a Energia<br />

Simples espera ter terminado o ano de 2018 com mil<br />

clientes e 100Gwh de energia comercializada, o equivalente<br />

“a uma faturação de cinco milhões de euros”,<br />

adianta o responsável.<br />

Além de querer agora consolidar o mercado espanhol,<br />

a Energia Simples tem ainda a ambição de “expandir e<br />

replicar o modelo de negócio por toda a Europa”.<br />

“Poderemos vir a expandir as nossas operações para<br />

outros países, nomeadamente para a Alemanha, embora<br />

ainda não tenhamos nada definido. Para já, pretendemos<br />

continuar a crescer em Portugal e consolidar<br />

o nosso posicionamento em Espanha.”<br />

Mas os projetos não se ficam por aqui: ainda em <strong>2019</strong>,<br />

a Energia Simples tem como objetivo lançar uma plataforma<br />

para a compra e venda de energia elétrica. A<br />

ECOENE fará com que os clientes possam “comprar<br />

energia diretamente a qualquer produtor de eletricidade<br />

em Portugal que disponibilize eletricidade a clientes<br />

finais na plataforma”.<br />

energética, diretamente e sem intermediários”, advoga<br />

Manuel Azevedo.<br />

Para o futuro, o CEO da Energia Simples aponta “desafios<br />

interessantes” para o mercado da energia, tendo<br />

em conta os avanços das novas tecnologias e de outras<br />

tendências, como a inteligência artificial, criando<br />

oportunidades diferentes para o setor.<br />

“A tecnologia existente neste momento está madura e<br />

tem a capacidade de criar redes energéticas de muito<br />

maior flexibilidade e eficiência, ultrapassando o tradicional<br />

dilema de produzir em continuidade para picos<br />

de utilização”, sublinha o responsável.<br />

“A Energia Simples sente que tem oportunidade de estar<br />

presente em todas essas transformações em Portugal<br />

e não só. É isso que pretendemos.”<br />

“Muitos clientes<br />

do tecido empresarial<br />

português também já<br />

optaram por aderir<br />

a planos que<br />

oferecem energia<br />

100% renovável”<br />

Manuel Azevedo<br />

CEO da Energia Simples<br />

“Dessa forma, todos ficam a ganhar, pois estes sabem<br />

a origem da sua energia, podendo especificar o centro<br />

de produção de energias de fonte renovável como eólica,<br />

mini-hídrica ou solar, apoiando e incentivando de<br />

forma direta a produção descentralizada de energias<br />

renováveis, a qualquer escala, por grandes e pequenos<br />

produtores. O consumidor de energia elétrica, particular<br />

ou empresarial, pode assim fazer parte da revolução<br />

15


INVESTIMENTO<br />

COESÃO TERRITORIAL COMO FATOR<br />

DE COMPETITIVIDADE PARA AS <strong>PME</strong><br />

Jesper Carvalho Andersen e Ricardo Moutinho, JR Partners<br />

JR Partners<br />

As políticas de centralização e polarização da economia<br />

portuguesa têm vindo a limitar o seu potencial de<br />

crescimento (i.e., o PIB potencial). A própria região de<br />

Lisboa e Vale do Tejo, apesar de contemplar cerca de<br />

2,81 milhões de habitantes, não consegue assumir-se<br />

como um verdadeiro centro económico à escala da Península<br />

Ibérica.<br />

A título de exemplo, uma empresa localizada em Madrid<br />

consegue oferecer aos fatores de produção tradicionais<br />

(Capital e Trabalho) uma remuneração 1,65<br />

vezes superior, comparativamente ao que oferece uma<br />

empresa semelhante, mas localizada em Lisboa. Esta<br />

situação traduz-se, inevitavelmente, na fuga desta<br />

região de capital humano, sobretudo o mais qualificado<br />

e produtivo, e no decréscimo do investimento,<br />

quer público, quer privado, nacional ou estrangeiro.<br />

Por outro lado, estamos perante um verdadeiro cenário<br />

de inverno demográfico, uma vez que os territórios<br />

de baixa densidade abrangem, aproximadamente, 82%<br />

de Portugal Continental, concentrando apenas 44% da<br />

respetiva população, da qual 21% é constituída por cidadãos<br />

com 65 e mais anos de idade.<br />

A par do envelhecimento, regista-se uma acentuada<br />

tendência para o agravamento do fenómeno de desertificação.<br />

Cerca de 63% dos jovens portugueses até<br />

aos 14 anos de idade residem em áreas rurais. Posteriormente,<br />

entre os 15 e os 24 anos, apenas 49% dos<br />

jovens permanecem na região de origem. Em média,<br />

entre os 25 anos e os 29 anos de idade apenas 22% da<br />

população permanece nos territórios rurais de onde é<br />

natural. Esta trajetória descendente de naturais que<br />

residem nas regiões predominantemente rurais, à medida<br />

que a idade vai aumentando, reflete a ausência<br />

“Estamos perante um inverno<br />

demográfico, uma vez que os<br />

territórios de baixa densidade<br />

abrangem 82% de Portugal<br />

Continental”<br />

de oportunidades de carreira capazes de fixarem a população<br />

jovem. Acresce que nos municípios inseridos<br />

em territórios rurais, o ganho médio mensal é cerca de<br />

25% inferior ao auferido nas áreas urbanas, o que demonstra<br />

a incapacidade do seu tecido económico em<br />

16<br />

Ricardo Moutinho e Jesper Carvalho Andersen<br />

absorver e remunerar condignamente a população ativa,<br />

bem como em captar fluxos de investimento direcionados<br />

para setores não transacionáveis.<br />

Este diferencial de rendimentos face aos principais<br />

centros económicos afeta, sobretudo, a capacidade<br />

de retenção dos quadros mais qualificados, na medida<br />

em que o prémio remuneratório em função do nível<br />

de formação académica é 33% inferior nas economias<br />

de base rural comparativamente às urbanas. Os elevados<br />

custos de contexto e a ausência de economias<br />

de escala reforçam a convicção de que o aumento da<br />

acessibilidade económica nos territórios periféricos de<br />

base rural e baixa densidade populacional só poderá<br />

ocorrer por intermédio da implementação de setores<br />

transacionáveis, dotados de elevado valor acrescentado<br />

e ancorados nas fileiras tradicionais.<br />

É neste contexto que emerge o conceito de Especialização<br />

Inteligente. As Estratégias Regionais de Especialização<br />

Inteligente baseiam-se num processo concertado<br />

de formulação dos “eixos estratégicos” que<br />

irão dinamizar o desenvolvimento económico de cada<br />

região e que consiste, essencialmente, no planeamento<br />

das apostas e intervenções de política pública. A<br />

elaboração de estratégias diferenciadas – em função<br />

das características específicas de cada região – constitui<br />

uma condição prévia (i.e., ex-ante) estabelecida<br />

na regulamentação comunitária para o atual período de<br />

programação. Este paradigma assenta no princípio basilar<br />

de que a inovação e a competitividade das regiões


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concertado entre a administração local e demais stakeholders<br />

da inovação, nomeadamente instituições de<br />

ensino superior, comunidade científica e tecnológica e<br />

tecido empresarial, com particular incidência nas <strong>PME</strong>.<br />

fundem-se nos recursos e ativos existentes no seu território,<br />

devendo-se concentrar recursos nos domínios<br />

e atividades económicas em que exista ou possa reunir-se<br />

massa crítica relevante.<br />

“As Estratégias Regionais<br />

de Especialização Inteligente<br />

destinam-se a fazer face<br />

aos desafios da globalização”<br />

Sublinha-se, assim, a necessidade de as regiões reavaliarem<br />

o seu posicionamento competitivo em função<br />

do mercado global e da sua capacidade de afirmação<br />

internacional, tendo subjacente o princípio de que não<br />

podem ser excelentes em tudo. As Estratégias Regionais<br />

de Especialização Inteligente destinam-se a fazer<br />

face aos desafios introduzidos pela globalização –<br />

materializados na terciarização da economia e no desvio<br />

dos capitais da economia real para ativos financeiros<br />

– por intermédio da implementação de estratégias<br />

de “coping” com os constrangimentos, recursos e potencialidades<br />

endógenas. Os instrumentos disponíveis<br />

visam fomentar um melhor ajustamento entre a capacidade<br />

instalada em termos científicos e tecnológicos<br />

e as necessidades do tecido empresarial. Esta abordagem<br />

permite, por outro lado, concretizar oportunidades<br />

de crescimento económico a nível regional e colmatar<br />

“falhas de mercado” à escala europeia. Por este<br />

motivo, a implementação das Estratégias Regionais de<br />

Especialização Inteligente deverá envolver um esforço<br />

Pretende-se que o processo de alinhamento estratégico<br />

– entre os atores existentes em cada região –<br />

assuma um papel decisivo na concretização da nova<br />

política de coesão, abrangendo, para esse efeito, uma<br />

parte significativa das medidas previstas no Horizonte<br />

2020. A definição de uma shortlist de intervenções de<br />

política pública é uma pré-condição para as regiões e<br />

respetivos Estados-membros acederem aos recursos<br />

provenientes do Fundo Europeu de Desenvolvimento<br />

Regional (FEDER), nomeadamente na vertente de alavancagem<br />

ao investimento público em investigação,<br />

inovação e desenvolvimento tecnológico.<br />

Numa conjuntura adversa, marcada pela imposição de<br />

políticas macroeconómicas transversais, a Comissão<br />

Europeia (CE) considera que a Europa necessita de<br />

políticas públicas capazes de responder eficazmente<br />

“A definição de uma shortlist de<br />

intervenções de política pública é<br />

uma pré-condição para as regiões<br />

acederem aos recursos do FEDER”<br />

às condições microeconómicas de cada região. Neste<br />

sentido, com o intuito de reforçar a coesão territorial<br />

nas regiões menos desenvolvidas, a CE irá disponibilizar<br />

um envelope financeiro de 240 mil milhões de euros<br />

por intermédio do Banco Europeu de Investimento<br />

(BEI). Este envelope financeiro será gerido pelas Comunidades<br />

Intermunicipais (CIM), destinando-se à<br />

constituição de Agências de Investimento para apoiar<br />

o tecido económico local, sendo peça fundamental no<br />

Quadro Comunitário de Apoio (QCA), pós-2020.<br />

17


INVESTIMENTO<br />

REVITALIZAÇÃO, FUSÃO<br />

E AQUISIÇÃO – BENEFÍCIOS FISCAIS<br />

António Fernando Ribeiro e Sandra Laranjeiro<br />

dos Santos, LS Advogados<br />

LS Advogados<br />

O mundo empresarial, enquanto motor da economia,<br />

está, hoje, sujeito a uma panóplia de situações que<br />

obrigam à adopção de medidas tendentes à manutenção<br />

do seu escopo. Tal dinâmica leva o legislador a<br />

consagrar diversos mecanismos de resposta adequada<br />

às necessidades particulares de cada entidade, incentivando<br />

e dinamizando o tecido empresarial, desta feita<br />

através de incentivos fiscais – vejamos os mesmos:<br />

O Código da Insolvência e da Recuperação de<br />

Empresas (CIRE) 1 prevê dois processos judiciais de recuperação<br />

de empresas;<br />

O processo insolvencial com plano de insolvência<br />

e o processo especial de revitalização.<br />

O primeiro é aplicável a devedores em situação de insolvência<br />

ou equiparada (insolvência iminente). O segundo<br />

destina-se a empresa que esteja em situação<br />

económica difícil ou em situação de insolvência meramente<br />

iminente. No primeiro, o plano de recuperação<br />

pode, designadamente, visar a adopção de medidas<br />

com incidência no passivo (v.g., o perdão e redução<br />

de créditos, a modificação dos prazos de vencimento,<br />

a constituição de garantias, a cessão de bens aos<br />

credores), a redução do capital social, nas sociedades<br />

comerciais, para cobertura de prejuízos, o aumento de<br />

capital social, a alteração do ato constituinte da sociedade,<br />

a transformação do tipo social, a alteração dos<br />

órgãos sociais, a exclusão de sócios, o saneamento por<br />

transmissão, i.e., a constituição de uma ou mais sociedades<br />

destinadas à exploração do(s) estabelecimento(s)<br />

adquirido(s) à massa insolvente. No segundo, o<br />

plano conducente à revitalização pode conter quaisquer<br />

providências não proibidas por lei, como as acabadas<br />

de referir. Sendo que a maior vantagem do PER<br />

é a possibilidade de a empresa obter um plano de recuperação<br />

sem ser declarada insolvente. O novo PER é<br />

marcado pela voluntariedade, informalidade, consensualidade,<br />

transparência, contraditório e celeridade.<br />

O CIRE prevê a aplicação de alguns benefícios fiscais,<br />

nomeadamente isenções no âmbito dos impostos sobre<br />

o rendimento, no IMT e no Imposto de Selo, visando-se<br />

a aceleração e o facilitar da satisfação dos interesses<br />

dos credores, bem como a efetiva recuperação<br />

das entidades sujeitas à sua disciplina.<br />

António Fernando Ribeiro e Sandra Laranjeiro dos Santos, LS Advogados<br />

Consagra, ainda, o legislador o Regime Extrajudicial<br />

de Recuperação de Empresas (RERE) 2 , o qual regula<br />

os termos e os efeitos das negociações e do acordo e<br />

reestruturação que seja alcançado entre um devedor e<br />

um ou mais dos seus credores, na medida em que os<br />

participantes manifestem, expressa e unanimemente,<br />

a vontade de submeter as negociações ou o acordo de<br />

reestruturação ao referido regime.<br />

Enquanto medidas complementares de recuperação de<br />

empresas, surgem, hoje, o Regime Simplificado de Aumento<br />

de Capital Social por Conversão de Suprimentos<br />

3 e o Regime Jurídico de Conversão de Créditos em<br />

Capital 4 .<br />

Além da reestruturação de passivos, com vista à dinamização<br />

do iter societário, os mecanismos da fusão e<br />

aquisição – operações de reestruturação empresarial<br />

que visam a criação de valor para os sócios e empresas<br />

envolvidas.<br />

Nestes casos e considerando que há a “unificação” de<br />

um ativo e passivo de duas ou mais entidades, o legislador<br />

promoveu a consagração de um regime especial,<br />

denominado de regime de neutralidade fiscal,<br />

que contém um conjunto de benesses tributárias em<br />

comparação com as regras gerais, mas cuja aplicação<br />

depende da observância de exigentes requisitos materiais,<br />

formais e contabilísticos. O qual visará o diferimento<br />

de tributação de mais-valias, ou mesmo a isenção<br />

de tributação de certas mais-valias, a transmissão<br />

de prejuízos fiscais, a transmissão de benefícios fiscais<br />

e dedutibilidade dos gastos de financiamento.<br />

São estes, em traços gerais, os benefícios fiscais, concedidos<br />

em caso de revitalização, fusão ou aquisição<br />

de empresas.<br />

1 Aprovado pelo D.L. n.º 53/2004, de 18 de Março;<br />

2 Aprovado pela Lei n.º 8/2018, de 2 de Março;<br />

3 V.arts. 87.º e ss. do Cód. das Sociedades Comerciais;<br />

4 Aprovado pela Lei n.º 7/2018, de 2 de Março.<br />

18


APRESENTAÇÃO DA <strong>11</strong>ª EDIÇÃO<br />

DA <strong>PME</strong> MAGAZINE COM A PALESTRA DE<br />

Alexandre<br />

23 DE janeiro | DAS 18H àS 21H<br />

FÓRUM TECNOLÓGICO | Lispolis<br />

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INTERNACIONAL<br />

"O ISQ É, JÁ HOJE, UMA EMPRESA GLOBAL"<br />

Ana Rita Justo<br />

ISQ<br />

O processo de internacionalização do ISQ conta agora<br />

com uma nova geografia: o Cazaquistão. Para o presidente,<br />

Pedro Matias, esta é uma oportunidade para o<br />

grupo português se afirmar num “país moderno e sofisticado”.<br />

PEDRO<br />

Matias<br />

<strong>PME</strong> <strong>Magazine</strong> – Como surgiu a oportunidade de internacionalizar<br />

para o Cazaquistão?<br />

Pedro Matias – A nossa aproximação ao mercado do<br />

Cazaquistão data de 2013, altura em que o Grupo ISQ<br />

explorava o mercado da região na área de energia e Oil<br />

& Gas. Depois, fomos também convidados para integrar<br />

as 12 entidades que avaliaram as mais de 50 propostas<br />

para o conceito e arquitetura da exposição Universal<br />

Expo Astana 2017, onde se mostraram as mais modernas<br />

tecnologias e inovações sobre a temática da “Energia<br />

do Futuro”. O ISQ foi convidado na sequência da sua<br />

experiência em eventos como a Expo98, o Euro 2004<br />

ou o Euro 2008, na área da construção sustentável.<br />

Desde então, o ISQ operou associado a empresas de<br />

engenharia na área do petróleo e do gás, tendo prestado<br />

serviços na região do Mar Cáspio. Com o tempo,<br />

temos vindo a aperceber-nos das enormes potencialidades<br />

que o Cazaquistão pode proporcionar em diversas<br />

áreas onde o ISQ é muito forte e competitivo: Oil<br />

& Gas, centrais termoelétricas, infraestruturas, minas.<br />

Daí termos agora decido começar a operar diretamente<br />

no Cazaquistão através da abertura de uma empresa lá.<br />

<strong>PME</strong> <strong>Magazine</strong> – Porquê este país?<br />

P. M. – O Cazaquistão é um país moderno e sofisticado<br />

e tem mostrado uma pujança económica muito interessante.<br />

Há vários projetos de investimento a decorrerem<br />

no país e para os quais podemos ser parceiros nas nossas<br />

áreas de competência. O que já fazemos em muitas<br />

regiões do globo podemos também fazer com mais<br />

permanência no Cazaquistão.<br />

<strong>PME</strong> <strong>Magazine</strong> – Em que moldes vai dar-se a internacionalização?<br />

P. M. – Queremos ter presença nas nossas áreas core e,<br />

do ponto de vista de abordagem do mercado, julgamos<br />

que o que faz mais sentido é fazê-lo através da criação<br />

de uma empresa em parceria com um sócio local. Após<br />

vários meses de estudo de mercado e de diversas reuniões<br />

chegámos a acordo com o nosso sócio.<br />

<strong>PME</strong> <strong>Magazine</strong> – Que atividades esperam desenvolver<br />

no Cazaquistão?<br />

P. M. – Há vários investimentos a serem desenvolvidos<br />

no Cazaquistão em áreas como infraestruturas,<br />

pipelines, Oil & Gas, refinarias, redes de energia, ener-<br />

20<br />

Pedro Matias, presidente do ISQ


JANEIRO <strong>2019</strong><br />

WWW.<strong>PME</strong>MAGAZINE.COM<br />

gias renováveis, mineração, indústrias de processo…<br />

O ISQ pode colocar as suas competências ao serviço<br />

destas indústrias. No setor aeronáutico, por exemplo,<br />

e na área aeroespacial, tendo em conta a experiência<br />

do Grupo ISQ no Centro Espacial Europeu (ESA), na<br />

Guiana Francesa, poderemos até abordar também este<br />

setor para eventuais serviços no Porto Aeroespacial de<br />

Baikonur. Este é o centro de lançamento espacial mais<br />

antigo do mundo: é daqui que são feitos os lançamentos<br />

da maioria das naves espaciais russas. Esta área<br />

não é a prioridade imediata, mas, no futuro, poderão<br />

também surgir oportunidades.<br />

“O Cazaquistão é um país moderno<br />

e sofisticado e tem mostrado<br />

uma pujança económica muito<br />

interessante”<br />

<strong>PME</strong> <strong>Magazine</strong> – Têm algum projeto mais imediato<br />

em vista?<br />

P. M. – Estudámos já o mercado do Cazaquistão e sabemos<br />

onde vamos fazer algumas apostas, mas estamos<br />

ainda na fase de criação da empresa e qualificação<br />

da mesma para poder concorrer aos vários concursos e<br />

depois apresentar propostas.<br />

<strong>PME</strong> <strong>Magazine</strong> – Como se insere a operação no Cazaquistão<br />

dentro do Grupo ISQ?<br />

P. M. – O ADN do ISQ sempre foi a internacionalização.<br />

O que fazemos, e bem, em Portugal podemos fazê-lo<br />

em qualquer lado do mundo. É essa a nossa ambição e<br />

desafio. Nesse sentido, encaramos a operação no Cazaquistão<br />

como mais uma daquelas que temos feito ao<br />

longo de 50 anos em muitos países.<br />

<strong>PME</strong> <strong>Magazine</strong> – Em que cidade vão instalar-se e<br />

para quando está prevista a abertura?<br />

P. M. – A empresa estará sediada em Astana e poderá<br />

vir a ter delegações em várias regiões do Cazaquistão.<br />

Aliás, o objetivo desta empresa não é unicamente<br />

o mercado do Cazaquistão, mas também daqui poder<br />

operar para outros mercados. Daí o próprio nome da<br />

empresa ser ISQ-Eurásia.<br />

<strong>PME</strong> <strong>Magazine</strong> – Têm mais geografias em vista para<br />

<strong>2019</strong>?<br />

P. M. – O Grupo ISQ está presente em diversas geografias,<br />

como Espanha, Noruega, Angola, Guiana Francesa,<br />

Macau, Timor-Leste, Brasil, Emirados Árabes<br />

Unidos, Argélia e Turquia. No âmbito da nossa estratégia<br />

de internacionalização, sempre que detetarmos<br />

oportunidades que se coadunem com a nossa expertise<br />

nos vários setores de atividade em que atuamos, o ISQ<br />

pode estar presente diretamente ou através de parceria<br />

com empresas locais. O ISQ é, já hoje, uma empresa<br />

global, a operar em várias geografias e para grandes<br />

multinacionais. Temos 1400 Colaboradores, 800 em<br />

Portugal e 600 espalhados por todo o mundo. O que<br />

fazemos em Portugal e no mundo, e que é reconhecido<br />

como de excelência, podemos fazer também noutras<br />

geografias.<br />

CONHECER A ECONOMIA CAZAQUE<br />

O Cazaquistão tem uma das mais fortes economias<br />

da Ásia Central. Apoiada pelo aumento da produção<br />

e dos preços do petróleo, a economia cresceu<br />

durante vários anos a uma média de 8% ao ano. O<br />

país foi a primeira ex-república soviética a pagar<br />

toda a sua dívida para o Fundo Monetário Internacional,<br />

sete anos antes do programado.<br />

Astana é a capital do Cazaquistão<br />

Outras grandes exportações do Cazaquistão incluem trigo, produtos têxteis e pecuária.<br />

O Cazaquistão atingiu o seu objetivo de ser um dos 50 países mais competitivos em 2013 e tem mantido<br />

uma posição competitiva no Relatório de Competitividade do Fórum Económico Mundial.<br />

Tem uma oferta abundante de recursos minerais e de reservas de combustíveis fósseis acessíveis. O desenvolvimento<br />

da extração de petróleo, gás natural e minerais, como potássio, tem atraído a maior parte<br />

dos mais de 40 bilhões de dólares de investimentos estrangeiros feitos no país nos últimos anos.<br />

O Cazaquistão conta com um Porto Aeroespacial, o Cosmódromo de Baikonur. Este foi o primeiro e a<br />

maior base de lançamentos de foguetes do mundo. Está em operação desde a década de 1950 e foi de lá<br />

que foram lançadas diversas missões espaciais importantes e históricas, como o primeiro satélite artificial,<br />

o Sputnik 1, e o voo orbital de Yuri Gagarin, assim como as missões Soyuz.<br />

Apesar da dissolução da União Soviética, o Cosmódromo de Baikonur continuou a ser usado pela Rússia.<br />

21


AMBIENTE<br />

NEYA LISBOA HOTEL:<br />

SUSTENTABILIDADE PASSO A PASSO<br />

Denisse Sousa<br />

Neya Lisboa Hotel<br />

Criado com o intuito de ser um projeto sustentável, o Neya Lisboa Hotel é um exemplo de como a sustentabilidade<br />

pode ser trabalhada e mantida desde a sua ideia inicial. Conversámos com Pedro Teixeira, responsável<br />

de Qualidade, Ambiente e Segurança do Neya Lisboa Hotel sobre o que é preciso para manter e gerir um projeto<br />

turístico 100% amigo do ambiente.<br />

O Neya Lisboa Hotels abriu em setembro<br />

de 20<strong>11</strong> e, desde início, foi<br />

pensado pelos seus responsáveis<br />

como um hotel 100% sustentável. A<br />

ideia partiu da administração, que por<br />

razões culturais e pessoais, quis abrir<br />

um hotel minimizando o seu impacto<br />

ambiental.<br />

“O hotel foi construído para ser sustentável.<br />

Ou seja, é um hotel que tem<br />

reduzidos consumos energéticos,<br />

água e separação de resíduos e uma<br />

forte ação social. E, desde o início,<br />

quer funcionar integrado na sociedade<br />

envolvente, ou seja, na rua e<br />

na cidade onde está”, explica Pedro<br />

Teixeira, responsável de Qualidade,<br />

Ambiente e Segurança do Neya Lisboa<br />

Hotel.<br />

Com 76 quartos, empregando 40 colaboradores<br />

em todas as suas áreas,<br />

a unidade inclui alojamento com pequeno-almoço,<br />

o restaurante Viva<br />

Lisboa, um spa e quatro salas para<br />

eventos.<br />

Recentemente, recebeu a certificação<br />

Carbono Zero, o que quer<br />

dizer que sabe objetivamente<br />

quantas emissões de dióxido de<br />

carbono (CO2) emite e que tem de<br />

compensar.<br />

“Além de já termos emissões reduzidas<br />

de carbono, porque as<br />

emissões estão associadas ao<br />

consumo energético e outros,<br />

calculámos as nossas emissões<br />

e compensámo-las. Desta forma,<br />

estamos a contribuir para a mitigação<br />

das alterações do clima e<br />

do aquecimento global”, adianta<br />

Pedro Teixeira.<br />

Neya Lisboa Hotel foi inaugurado em setembro de 20<strong>11</strong><br />

De forma simbólica, em novembro,<br />

foram também plantados 50 castanheiros<br />

bravos pela administração<br />

do Neya, no mesmo parque.<br />

Além disso, o hotel possui sistema<br />

de gestão de qualidade, ambiente<br />

e segurança certificado segundo as<br />

normas ISO 14001, ISO 9000 e OH-<br />

SAS 18001 desde dezembro 2014.<br />

Bem como, a certificação Green Key<br />

(maio de 2014), os selos de responsabilidade<br />

social e ambiental da<br />

Associação de Hotelaria em Portugal<br />

(outubro 2015) e a certificação<br />

Green Leaders to Trip Advisor (setembro<br />

2014).<br />

Aqui, sustentabilidade é a palavra de<br />

ordem e a mesma espelha-se em vários<br />

setores. Ao nível ambiental, desde<br />

a sua abertura que o hotel aposta<br />

na eficiência energética, do consumo<br />

de água e separação dos resíduos.<br />

Com todas estas medidas, o Neya<br />

Lisboa conseguiu, em 2017, uma taxa<br />

de separação de resíduos de 69,7%,<br />

o que fez com que a Câmara Municipal<br />

de Lisboa convidasse o hotel para<br />

parceiro no projeto europeu Urban<br />

Waste, para redução dos resíduos em<br />

destinos turísticos.<br />

22<br />

Esta certificação obtém-se calculando<br />

as emissões de CO2 associadas<br />

ao consumo energético,<br />

de água, à produção de resíduos<br />

e às deslocações. Em 2017, o hotel<br />

gerou cerca de 280,7 toneladas<br />

de carbono, o que equivale à compensação<br />

da plantação de 0,580<br />

hectares. Isto levou a que fossem<br />

plantados 700 pinheiros mansos,<br />

no Parque Natural da Serra de São<br />

Mamede.<br />

Pedro Teixeira, responsável de Qualidade,<br />

Ambiente e Segurança do Neya Lisboa Hotel


JANEIRO <strong>2019</strong><br />

WWW.<strong>PME</strong>MAGAZINE.COM<br />

OS DESAFIOS DA SUSTENTABILIDADE<br />

O investimento necessário para soluções técnicas que<br />

possibilitem a redução do impacto ambiental e uma<br />

gestão no dia-a-dia de todos estes impactos ambientais<br />

apresentam alguns custos, desde gestão dos resíduos,<br />

análises à água, análises ao ar, mas há um retorno.<br />

“Se consumirmos menos água, menos eletricidade,<br />

menos gás, menos químicos, evitarmos erros e multas,<br />

tudo é redução de custos e há um retorno. Outro desafio<br />

é o pessoal, os resultados dependem dos utilizadores.<br />

Por isso, outro desafio é sensibilizar os hóspedes e<br />

colaboradores a atingir este objetivo.”<br />

Aos colaboradores esta informação chega através de<br />

ações de formação e cursos para gestão de energia. Já<br />

aos hóspedes, quer seja através do website, do Facebook<br />

ou na brochura nos quartos, há informação sobre<br />

os baixos consumos energéticos, que resumem toda a<br />

informação sustentável do edifício e apelam à participação<br />

dos hóspedes. No entanto, o papel dos hóspedes<br />

não fica só por aqui.<br />

“Fazemos uma monitorização de duas situações em<br />

que tentamos perceber o comportamento dos hóspedes:<br />

a separação de resíduos onde efetuamos uma<br />

verificação nos quartos para saber qual a quantidade<br />

de quartos em que as pessoas separam os resíduos;<br />

20 painéis solares<br />

Sistema de climatização<br />

Sistema de VRV – Variable Refrigerant Volume<br />

Desliga automaticamente<br />

quando as janelas do quarto são abertas<br />

Luzes LED<br />

Redutores de caudal nos bidés,<br />

lavatórios e chuveiros<br />

Utilização de água da torneira<br />

em garrafas de vidro<br />

Utilização de contentores que<br />

permitem separação de resíduos<br />

Alojamento amigo das bicicletas<br />

O único hotel em Portugal a receber,<br />

em 2018, a certificação Portugal Bike<br />

Friendly da Federação Portuguesa<br />

de Cicloturismo e Utilização de Bicicletas.<br />

UM HOTEL VERDE<br />

O hotel tem um projeto da redução de plástico “Plastic Free”<br />

e pedidos para não se lavar a roupa da casa de banho<br />

e do quarto. Temos a opção lógica de dar ao hóspede<br />

a possibilidade de pedir que não se mude a roupa da<br />

cama e da casa de banho, por forma a evitar consumos<br />

energéticos de água e químicos.”<br />

ATÉ OS EVENTOS SÃO ‘GREEN’<br />

No Neya Lisboa Hotel, as empresas também podem<br />

participar neste movimento sustentável, onde há uma<br />

reduzida pegada ecológica.<br />

“À partida, ao usarem as nossas salas têm logo uma<br />

redução no consumo de recursos – energia, água, gás<br />

e separação de resíduos – do que se fosse noutro hotel.<br />

Além disso, por cada evento green meeting no nosso<br />

hotel compensamos com a plantação de árvores“,<br />

adianta o responsável.<br />

Por agora, o Neya apenas está em Lisboa, no entanto,<br />

já está previsto mais um hotel, desta vez no Porto que<br />

abrirá no primeiro trimestre de <strong>2019</strong>. O Neya Porto Hotel<br />

que terá o mesmo conceito, será o upgrade do de<br />

Lisboa com mais soluções e melhores objetivos a nível<br />

da sustentabilidade.<br />

23


RESPONSABILIDADE SOCIAL<br />

LEVAR AS EMPRESAS A CONTRIBUIR<br />

PARA CAUSAS SOCIAIS<br />

Ana Rita Justo<br />

eSolidar<br />

Nasceu em 2014 como um mercado social no Facebook. Hoje, é uma plataforma de leilões solidários que,<br />

inclusivamente, ajuda empresas no seu trabalho mais solidário. Conheça a eSolidar através do CEO, Marco<br />

Barbosa.<br />

Em 2014 nascia em Portugal a eSolidar,<br />

uma plataforma que tem como<br />

objetivo ajudar as instituições de<br />

solidariedade social a angariarem<br />

fundos para os seus projetos. Mas<br />

desengane-se quem pensa que as<br />

empresas também não podem participar.<br />

A eSolidar, conta-nos o CEO, Marco<br />

Barbosa, nasceu na sequência do<br />

projeto Bewarket, um mercado social<br />

que funcionava através do Facebook.<br />

O crescimento fez com que<br />

este mercado precisasse de mais do<br />

que uma rede social para se desenvolver<br />

e assim surge este novo projeto<br />

de empreendedorismo social.<br />

Segundo o fundador, “a eSolidar é<br />

um mercado online que junta as causas<br />

sociais às comunidades, permitindo<br />

angariar fundos de forma mais<br />

rápida e eficaz”.<br />

Estas angariações são feitas através<br />

de “leilões solidários, compras solidárias,<br />

colocando produtos à venda<br />

em que uma percentagem do valor<br />

reverte para a instituição, ou fazendo<br />

um donativo”.<br />

“A eSolidar é um<br />

mercado online que<br />

junta as causas sociais<br />

às comunidades,<br />

permitindo angariar<br />

fundos de forma<br />

mais rápida e eficaz”<br />

Funciona através do pagamento de<br />

uma “pequena comissão nos fundos”<br />

e com uma “subscrição para as<br />

empresas que queiram ter uma so-<br />

24<br />

lução de envolvimento dos colaboradores<br />

e de gestão de responsabilidade<br />

social”.<br />

Ao todo, a eSolidar já fez mais de<br />

1000 leilões solidários, com mais de<br />

100 celebridades ou marcas diferentes.<br />

E é aí que surge a responsabilidade<br />

social das empresas.<br />

AJUDAR EMPRESAS<br />

A AJUDAR<br />

São já várias as empresas que utilizam<br />

esta plataforma para realizar<br />

leilões solidários em benefício de<br />

instituições sociais.<br />

O festival Rock in Rio é um exemplo,<br />

tendo já realizado 60 leilões e angariado,<br />

segundo Marco Barbosa, “64<br />

mil euros para a reflorestação da<br />

Amazónia e da floresta portuguesa”.<br />

“Já com a TAP Air Portugal realizámos<br />

mais de 400 leilões de material<br />

de aviação usado proveniente do retrofit<br />

dos seus aviões e angariámos<br />

mais de 60 mil euros para apoiar<br />

a Associação Salvador, a CASA, a<br />

Cáritas Portugal, a Casa Mimar, os<br />

Marco Barbosa criou a eSolidar em 2014<br />

Albergues Noturnos de Lisboa e a<br />

Sociedade São Vicente de Paulo”,<br />

destaca. Recentemente, terminou<br />

um outro leilão também da companhia<br />

aérea portuguesa, cujo valor final<br />

reverterá a favor da UNICEF.<br />

Outras entidades, como a Liga Portuguesa<br />

de Futebol e a Delta Cafés<br />

também já aderiram a esta plataforma<br />

para realizarem ações de responsabilidade<br />

social.<br />

O sucesso foi tal que, há um ano,<br />

a eSolidar decidiu então criar uma<br />

plataforma exclusivamente para<br />

empresas, permitindo envolver, capacitar<br />

e conectar os funcionários,<br />

ampliando as suas estratégias de<br />

impacto e responsabilidade social<br />

para criar uma cultura de colaboração<br />

e de comunidade dentro de<br />

qualquer organização.<br />

O objetivo é maximizar as possibilidades<br />

da empresa no que toca à<br />

responsabilidade social e, ao mesmo<br />

tempo, aumentar a envolvência<br />

de todos os colaboradores num<br />

projeto que faça a diferença. Marco<br />

Barbosa faz um balanço positivo.


JANEIRO <strong>2019</strong><br />

WWW.<strong>PME</strong>MAGAZINE.COM<br />

“Temos recebido um feedback fantástico<br />

das empresas portuguesas,<br />

tanto em relação à tecnologia que<br />

a plataforma disponibiliza, como na<br />

forma como esta lhes permite alavancar<br />

a sua responsabilidade social<br />

corporativa”, sublinha.<br />

“Temos recebido um<br />

feedback fantástico<br />

das empresas<br />

portuguesas”<br />

O registo de todas as organizações<br />

na plataforma é condição obrigatória<br />

para que as operações decorram<br />

conforme o previsto, nomeadamente<br />

para que não haja problemas na<br />

distribuição das doações.<br />

“Todos os valores angariados são<br />

transmitidos do doador diretamente<br />

para a instituição, não passando por<br />

contas intermediárias. A instituição<br />

tem, ainda, de nos enviar provas sobre<br />

o destino desses valores e a forma<br />

como foram usados”, acrescenta<br />

o CEO.<br />

IMPACTMARKET A CAMINHO<br />

Em cima da mesa está agora o lançamento<br />

do ImpactMarket, “uma<br />

infraestrutura descentralizada em<br />

blockchain para potenciar o impacto<br />

social, permitindo um grau muito<br />

superior de transparência e eficiência<br />

na angariação de fundos e validação<br />

do impacto causado”, explica<br />

Marco Barbosa.<br />

O ImpactMarket irá permitir, adianta<br />

o responsável, “a qualquer projeto<br />

aceder a crédito (sem necessidade<br />

de colateral) e mecanismos de angariação<br />

de fundos automáticos e<br />

sustentados em provas de impacto”.<br />

Uma forma de assegurar “confiança,<br />

eficiência e transparência de todas<br />

as operações”, refere.<br />

Com uma equipa de nove colaboradores,<br />

a eSolidar ambiciona tornar-se<br />

num projeto “sustentável no<br />

curto prazo” e ser “uma das principais<br />

instituições financeiras a nível<br />

mundial para o impacto social no<br />

longo prazo”.<br />

1000<br />

Só em três anos, a eSolidar<br />

levou a cabo mais de 1000 leilões<br />

solidários com mais de 100<br />

celebridades ou marcas.<br />

TAP fez mais de 400 leilões solidários<br />

Diogo Piçarra, Carolina Deslandes e Agir em ação solidária do Rock in Rio<br />

Rock in Rio angariou mais de 64 mil euros<br />

25


empreendedorismo<br />

TURISMO E GASTRONOMIA PORTUGUESA<br />

A ACELERAR<br />

Mafalda Marques<br />

Territórios Criativos<br />

A Câmara Municipal de Loures foi a anfitriã da grande final dos programas de aceleração de turismo promovidos<br />

pelo Turismo de Portugal e a Territórios Criativos. CityCheck e TinyCrops foram os grandes vencedores<br />

da grande final do Tourism Up e Taste Up, respetivamente, que decorreu no dia 12 de dezembro, no Palácio<br />

Marqueses da Praia e Monforte.<br />

Chegaram ao fim o Tourism Up e o Taste Up, os dois<br />

programas de aceleração em turismo e turismo gastronómico<br />

respetivamente, promovidos pelo Turismo<br />

de Portugal e a Territórios Criativos. A CityCheck, jogo<br />

interativo para as famílias conhecerem melhor as cidades,<br />

venceu o Tourism Up, enquanto a TinyCrops, empresa<br />

de produção de microvegetais com benefícios<br />

nutritivos variados, venceu o Taste Up.<br />

Estes dois programas pioneiros tiveram como objetivo<br />

premiar e incentivar as startups do tecido empresarial<br />

nacional, mas também o setor do turismo nacional.<br />

Após vários meses de roadshow nacional, que passou<br />

por mais de 40 municípios, e nos quais participaram<br />

mais de 250 projetos e mais de 400 empreendedores,<br />

chegaram à final 35 projetos do Tourism Up e <strong>11</strong> do<br />

Taste Up.<br />

A grande final, na qual estiveram presentes cerca de<br />

200 pessoas, começou com uma inspirational talk, moderada<br />

por Fernando Alvim, que contou com a presença<br />

de Chakall, chef de cozinha e empresário, e de Octávio<br />

Teixeira, da empresa Nómadas – Turismo de Aventura,<br />

vencedor da primeira edição do Tourism Up. Seguiu-se<br />

um momento de debate sobre as atuais tendências do<br />

turismo em Portugal.<br />

Dos 46 projetos a concurso foram apurados nove na<br />

meia-final, seis do Tourism Up e três do Taste Up.<br />

Os nove finalistas apresentaram os seus projetos a um<br />

júri, composto por Ana Soeiro, da Qualifica Portugal;<br />

António Pombinho da Câmara Municipal de Loures; o<br />

chef e empresário Chakall; Isabel Neves, do Clube Business<br />

Angels de Lisboa; João Borga, da Rede Nacional<br />

de Incubadoras; José Vale, do IA<strong>PME</strong>I; Luís Rosado,<br />

da Ernest & Young; Mário Cerdeira, da APTECE; Miguel<br />

Barbosa, da Portugal Ventures; Rui Almeida, da Moneris;<br />

Teresa Ferreira do Turismo de Portugal e Tim Vieira,<br />

da Brave Generation.<br />

Prémios tiveram como objetivo<br />

incentivar as starups<br />

de gastronomia e turismo<br />

Para Tomás Caeiro, fundador da CityCheck, a aplicação<br />

móvel de um jogo interativo e educativo que interage<br />

com a localização das famílias, vencer o Tourism<br />

Up foi o resultado de um “longo percurso”.<br />

"São já dois anos a trabalhar neste projeto e a fazer as<br />

modificações certas para que isto dê resultado. Estamos<br />

muito contentes, mas há ainda muitos objetivos<br />

por alcançar", explica.<br />

Já Janine Apolinário, da TinyCrops, empresa vencedora<br />

do Taste Up que produz microvegetais, pequenas<br />

folhas multicoloridas com sabor intenso e benefícios<br />

nutricionais variados, refere que o objetivo agora é<br />

“crescer”.<br />

"Este programa, os contactos que fizemos e a ajuda<br />

dos mentores permitiu-nos desenvolver mais a nossa<br />

ideia e termos um caminho delineado. Estamos focados<br />

e queremos crescer. Estamos muito contentes pela<br />

oportunidade e pelo resultado", adianta.<br />

TinyCrops foi a vencedora do TasteUp<br />

26<br />

CityCheck venceu TourismUp


JANEIRO <strong>2019</strong><br />

WWW.<strong>PME</strong>MAGAZINE.COM<br />

Fernando Alvim moderou a talk inicial do evento<br />

Os segundo e terceiro classificados do Tourism Up foram<br />

a Portugal Farm Experiences, uma plataforma que<br />

agrega produtores de todas as áreas da agricultura,<br />

proporcionando experiências variadas, e a Black Pig,<br />

que produz gin, medronho e porco alentejano.<br />

Já os segundo e terceiro classificados do Taste Up<br />

foram a Compadre Cooking School, que proporciona<br />

workshops de cozinha tradicional portuguesa, e a Eat<br />

Drink Discover, uma empresa que alia a oferta de pacotes<br />

turísticos à pesquisa e partilha de práticas e conhecimentos<br />

gastronómicos.<br />

Já Luís Matos Martins, administrador da Territórios<br />

Criativos, disse acreditar que “esta foi uma experiência<br />

muito enriquecedora para todos os intervenientes.”<br />

Ambos os vencedores receberam<br />

prémio de quatro mil euros<br />

“O empreendedorismo nacional e o turismo continuam<br />

a desenvolver-se e a crescer, e desejamos, em conjunto<br />

com o Turismo de Portugal, continuar a impulsionar<br />

este sector tão importante para a economia nacional”,<br />

acrescentou.<br />

Além dos prémios monetários – 4000 euros para os<br />

projetos vencedores e 500 euros para os segundo e<br />

terceiro classificados – esta foi mais uma oportunidade<br />

de ouro para os empreendedores concorrentes,<br />

e não só, pois os candidatos vitoriosos adquirem um<br />

novo feedback e know-how com os convidados de honra,<br />

palestrantes e membros do júri.<br />

“RENASCER DAS CINZAS”<br />

"O Tourism Up foi algo inesperado, e no qual tive um<br />

percurso muito atribulado. Todo o meu projeto inicial<br />

ardeu nos incêndios em Vouzela, e quis desistir, mas<br />

a equipa da Territórios Criativos insistiu que fosse ao<br />

segundo Bootcamp e que apresentasse o que tinha. Eu<br />

estruturei ali um projeto, que já tinha idealizado antes,<br />

com foco em Vouzela e em trazer turistas para a região,<br />

e acabei por ganhar. Foi importante pois deu-me força<br />

para literalmente renascer das cinzas e ajudar a região<br />

a florescer. O projeto é de Turismo de Aventura e muitas<br />

das atividades que proporcionamos passam-se no<br />

topo de uns eucaliptos que não arderam nesse incêndio",<br />

recordou Octávio Teixeira, vencedor da primeira<br />

edição do Tourism UP.<br />

Final decorreu no Palácio Marqueses da Praia e Monforte<br />

27


empreendedorismo<br />

INVESTIGADORES PORTUGUESES<br />

CONTRA O CONTEÚDO MALICIOSO ONLINE<br />

Denisse Sousa<br />

Universidade de Aveiro<br />

Os investigadores Daniel Canedo, Ricardo Ribeiro, Alina Trifan e António Neves são os autores da solução<br />

vencedora da Strategic Communications Centre of Excellence 2018, o concurso da NATO na segurança às<br />

populações da Aliança Atlântica. Em conversa com os investigadores da Universidade de Aveiro percebemos<br />

quais as vantagens desta solução e como pode a ciência aliar-se ao combate ao conteúdo malicioso online.<br />

Os investigadores Daniel Canedo, Ricardo Ribeiro, Alina Trifan e António Neves, vencedores do prémio StratCom 2018<br />

A modernização dos grupos extremistas<br />

é algo cada vez mais presente<br />

na sociedade moderna. Seja através<br />

de websites ou redes sociais, a<br />

população mundial está cada vez<br />

mais vulnerável ao conteúdo extremista<br />

e malicioso. Aqui, além da intervenção<br />

dos meios de segurança,<br />

a ciência também pode ter um papel<br />

fundamental na criação de ferramentas<br />

e soluções para rastreio e<br />

dissuasão deste tipo de informação.<br />

É com este mote que o Strategic<br />

Communications Centre of<br />

Excellence, mais conhecido como<br />

StratCom, programa multinacional<br />

ativo desde 2014 constituído e<br />

acreditado pela NATO, lançou em<br />

2018 a competição virtual “Como<br />

detetar uso de vídeo ou fotografia<br />

de cariz malicioso online”. Este<br />

concurso deu a oportunidade<br />

a equipas cheias de talento de<br />

apresentarem conceitos inovadores<br />

e protótipos direcionados para<br />

combater atividade maliciosa online.<br />

28<br />

Com base em Riga, na Letónia, este<br />

programa contribui para melhorar<br />

as capacidades das comunicações<br />

estratégicas dentro das nações da<br />

Aliança. Foram, assim, selecionados<br />

três projetos para serem apresentados<br />

ao júri em dezembro.<br />

“Programa da NATO<br />

lançou desafio para<br />

detetar conteúdo<br />

malicioso online”<br />

A participação portuguesa veio por<br />

parte da Universidade de Aveiro<br />

(UA), composta por uma equipa<br />

multidisciplinar de investigadores do<br />

Departamento de Eletrónica, Telecomunicações<br />

e Informática (DETI).<br />

A equipa formada pelos investigadores<br />

Daniel Canedo, Ricardo<br />

Ribeiro, Alina Trifan e António Neves<br />

ficou em primeiro lugar, à frente<br />

de um projeto apresentado pela<br />

Universidade de Torino e de outro<br />

apresentado por uma startup da Lituânia.<br />

O grupo de investigadores<br />

portugueses recebeu um prémio no<br />

valor de 5000 euros, oferecido pelo<br />

parceiro Latvijas Mobilais Telefons.<br />

“Em julho, tomámos conhecimento<br />

do desafio e, desde então, dedicámos<br />

algum tempo ao teste de algoritmos<br />

estado da arte que pudessem<br />

ser usados no contexto deste problema<br />

tão atual: detetar conteúdo<br />

malicioso na internet e redes sociais”,<br />

afirma António Neves, um dos<br />

investigadores no projeto.<br />

Esta solução propõe-se a avaliar a<br />

veracidade de uma imagem, extrai<br />

informação sobre o seu conteúdo e,<br />

com base no eventual texto de suporte<br />

às imagens em publicações,<br />

avalia o conteúdo e determina a<br />

existência de conteúdo malicioso.<br />

A solução permite prevenir e analisar<br />

conteúdo malicioso na Internet,<br />

desde propaganda extremista a notícias<br />

falsas.


JANEIRO <strong>2019</strong><br />

WWW.<strong>PME</strong>MAGAZINE.COM<br />

A solução portuguesa “destacou-se por ser objetiva e<br />

pelo conhecimento do estado da arte nos vários aspetos<br />

técnico-científicos”, adianta o investigador, mas também<br />

por ir diretamente à procura daquilo que a NATO<br />

procurava neste concurso.<br />

A NATO lançou este desafio às universidades e empresas<br />

de software na procura de novas soluções para um<br />

problema atual, ao mesmo tempo que tentou recolher<br />

junto dos "gigantes" da Internet quais as soluções que<br />

estão a ser usadas de momento.<br />

“Teoricamente, nunca será a NATO a aplicar diretamente<br />

este tipo de procedimentos, mas sim colaborar no desenvolvimento<br />

de soluções, tecnológicas e legais, que<br />

possam ser utilizadas pelas empresas que fornecem os<br />

serviços, como a Google, Facebook, Twiter, etecetera”,<br />

conclui.<br />

OS DESAFIOS NA INVESTIGAÇÃO<br />

Um projeto desta magnitude para uma entidade internacional<br />

como a NATO não vem sem os seus desafios. Para<br />

o grupo de investigadores, o facto de nenhum deles estar<br />

envolvido a tempo inteiro no projetou revelou-se um<br />

dos grandes obstáculos.<br />

“Toda a equipa está envolvida noutros projetos financiados<br />

da UA e fomos trabalhando em paralelo neste<br />

desafio. Em termos técnicos, o maior desafio foi, inicial-<br />

mente, encontrar a melhor abordagem para solucionar o<br />

problema proposto pela NATO StratCom.”<br />

Apesar do desafio, o feedback dado pelo programa foi<br />

positivo para a candidatura. Num evento de alto perfil,<br />

com um júri composto por personalidades de altos cargos,<br />

esta experiência foi verdadeiramente enriquecedora<br />

para este grupo de investigadores portugueses.<br />

“Estamos agora a trabalhar para conseguir o financiamento<br />

necessário para dar continuidade a esta ideia e,<br />

sem dúvida, o prestígio de termos ganho este desafio<br />

proposto pela NATO StratCom irá de certeza abrir novas<br />

portas e criar novas oportunidades de colaboração e de<br />

financiamento.”<br />

A CIÊNCIA CONTRA OS EXTREMISMOS<br />

O papel da ciência é procurar respostas para os problemas<br />

da humanidade. Os extremismos e conteúdo malicioso,<br />

que cada vez mais se difundem na internet, são<br />

das mais recentes lutas e tarefas da ciência.<br />

“A ciência procura sempre responder a todos os problemas<br />

da humanidade, e o extremismo não é exceção.<br />

Falando do nosso caso em específico, a ciência procura<br />

fornecer e desenvolver ferramentas para análise e prevenção<br />

de conteúdo malicioso e extremista que possa<br />

ser difundido na internet e redes sociais.”<br />

Grupo de investigadores procura agora financiamento para prosseguir com o projeto<br />

29


empreendedorismo<br />

O ‘DOUTOR’ DAS MÁQUINAS INDUSTRIAIS<br />

É PORTUGUÊS<br />

Ana Rita Justo<br />

Enging<br />

Há um algoritmo 100% português que permite prevenir problemas em equipamentos industriais. Uma operação<br />

delicada, mas que pode ser determinante no sucesso dos negócios.<br />

Fundada em 20<strong>11</strong> em Oliveira de<br />

Azeméis, a Enging assume-se como<br />

uma startup portuguesa inovadora.<br />

Desenvolveu um algoritmo próprio<br />

que agora ajuda a prever e prevenir<br />

problemas em máquinas industriais,<br />

melhorando a produtividade das<br />

empresas.<br />

Tudo começou com o projeto da<br />

tese de mestrado do fundador e<br />

CEO, Marco Ferreira, desenvolvida<br />

na Universidade de Coimbra. Com o<br />

apoio da EDP Distribuição, a ideia foi<br />

testada durante dois anos em ambiente<br />

real e, dado o sucesso dessa<br />

prova, o negócio avançou.<br />

“Disponibilizamos soluções não invasivas,<br />

que detetam a maioria das<br />

avarias em motores e transformadores<br />

através de uma nova técnica<br />

de manutenção preditiva baseada<br />

apenas em variáveis elétricas.<br />

Esta tecnologia é pioneira no mercado<br />

– usando um algoritmo que<br />

foi totalmente desenvolvido por<br />

nós – e destaca-se pelos resultados<br />

obtidos e pelos baixos custos”,<br />

refere Gualter Sampaio, business<br />

development manager da Enging, à<br />

<strong>PME</strong> <strong>Magazine</strong>.<br />

Como funciona, então, esse algoritmo?<br />

Gualter dá um exemplo concreto:<br />

“Imaginemos um pacemaker no<br />

coração a monitorizar os seus batimentos<br />

em tempo real, 24 horas por<br />

dia, sendo que, quando é descoberto<br />

um problema, é emitido um alerta<br />

para o seu médico, podendo desde<br />

logo ser tomada uma ação médica. É<br />

exatamente isso que fazemos, mas<br />

em transformadores e motores”.<br />

O algoritmo da Enging “analisa as<br />

30<br />

Gualter Sampaio é business development manager da Enging<br />

variáveis elétricas dos equipamentos<br />

e realiza o diagnóstico do seu<br />

estado de operação”. A vantagem,<br />

advoga o responsável, é que “utiliza<br />

variáveis e trabalha-as de forma<br />

distinta dos demais”, uma vez que “a<br />

maior parte das soluções tradicionais<br />

existentes são feitas offline e há<br />

necessidade de parar as máquinas<br />

para fazer a análise”.<br />

“Imaginemos um<br />

pacemaker no coração<br />

a monitorizar<br />

os seus batimentos<br />

em tempo real"<br />

“Nós facilitamos o trabalho, oferecendo<br />

soluções acessíveis, disponíveis<br />

a qualquer hora e em qualquer<br />

lugar, já que estão online.”<br />

GANHOS REAIS<br />

Apesar de não ser fácil quantificar<br />

em todos os casos quais os ganhos<br />

da implementação deste algoritmo<br />

para as empresas, “as poupanças<br />

são reais”, assegura Gualter Sampaio.<br />

Entre as razões que fazem com que<br />

esta poupança não seja sempre<br />

quantificável está o facto de a mesma<br />

estar “dependente do cliente”.<br />

“O equipamento deteta uma falha e<br />

avisa o cliente, mas é o cliente que<br />

escolhe se quer ou não reparar essa<br />

falha. Se reparar de imediato, poderá,<br />

de facto, poupar na substituição<br />

do equipamento, se deixar que a situação<br />

se arraste até um ponto que<br />

prejudica todo o equipamento, terá<br />

mesmo de substituir o equipamento<br />

e reparar os danos que possa ter<br />

causado”, explica, dando mais um<br />

exemplo.<br />

“Numa ETAR com um milhão de litros<br />

de água, se o motor falhar e contaminar<br />

a água, é um milhão de litros<br />

de água desperdiçados, é um rombo<br />

muito significativo e que poderia ser<br />

evitado.”


JANEIRO <strong>2019</strong><br />

WWW.<strong>PME</strong>MAGAZINE.COM<br />

Além das poupanças com a produtividade, reduz-se a<br />

probabilidade de falha inesperada, maximiza-se a performance<br />

dos equipamentos, diminuindo, desde logo,<br />

as perdas, bem como os custos com perdas e manutenção.<br />

“Além disso, indiretamente vai aumentar a satisfação do<br />

cliente e diminuir o risco de uma exposição negativa e o<br />

valor destes aspetos é incalculável.”<br />

A TRABALHAR PARA O MUNDO<br />

Só em Portugal, são já 100 as referências que trabalham<br />

com este algoritmo. O negócio também está a destacar-<br />

-se em Espanha, onde três centrais nucleares já usam<br />

esta nova tecnologia.<br />

“O equipamento deteta um falha<br />

e avisa o cliente, mas<br />

é o cliente que decide se quer<br />

ou não reparar essa falha"<br />

Itália, Reino Unido e Brasil são outras das geografias<br />

onde a Enging está presente. Atualmente a percentagem<br />

de vendas para o exterior ronda os 30%, mas, segundo<br />

Gualter Sampaio, a tendência inverteu-se em<br />

2018, esperando-se uma faturação no estrangeiro superior<br />

a 50%.<br />

50<br />

A Enging espera ter terminado o ano de<br />

2018 com 50% de faturação no exterior<br />

Apesar de querer continuar a crescer em Portugal, a Enging<br />

tem a ambição de “chegar a um patamar em que<br />

90% das vendas sejam para mercados externos”.<br />

Atualmente com 13 colaboradores, a empresa espera ter<br />

fechado o ano de 2018 com uma faturação “superior a<br />

700 mil euros” e chegar ao milhão de euros ainda durante<br />

este ano.<br />

“Somos uma startup com uma viabilidade muito boa, o<br />

que se deve não só às nossas soluções, que são, de facto,<br />

distintas das oferecidas no mercado, mas também<br />

porque existem muito poucas empresas no mundo a fazer<br />

este trabalho.”<br />

No futuro, a empresa continuará a marcar presença em<br />

feiras e congressos internacionais, de olho nos mercados<br />

alemão, austríaco, turco e indiano.<br />

Enging emprega, atualmente, 13 pessoas<br />

31


RH<br />

SETE RAZÕES PARA PROMOVER O TRABALHO<br />

FLEXÍVEL NA SUA EMPRESA<br />

Ana Rita Justo<br />

Sage<br />

A consultora Sage elaborou um estudo com 3500 trabalhadores dos Estados Unidos, Canadá e Reino Unido e<br />

concluiu que há sete motivos pelos quais as empresas devem promover o trabalho flexível. A <strong>PME</strong> <strong>Magazine</strong><br />

apresenta as razões com a ajuda de Josep Maria Raventós, country manager da Sage.<br />

1<br />

O<br />

mundo laboral mudou<br />

A linha que separa a vida laboral e a vida pessoal está mais indefinida e a tecnologia teve, aqui, um<br />

papel importante, sublinha o country manager da Sage. “É cada vez mais fácil e seguro trabalhar remotamente,<br />

os colaboradores dispõem de tudo o que necessitam nos telemóveis ou nos tablets e até<br />

nos seus próprios computadores, permitindo que trabalhem em qualquer lugar e a qualquer hora”,<br />

diz.<br />

2<br />

Há<br />

uma disputa por talentos<br />

Cada vez mais as empresas lutam por manter os seus talentos, da mesma forma que é cada vez mais<br />

fácil a mobilidade entre trabalhos. Isto pode significar um problema para as empresas. Na Sage,<br />

por exemplo, o facto de haver flexibilidade no trabalho funciona como “fator de grande peso no<br />

momento do recrutamento”, refere Josep Maria Raventós. “É como um salário emocional, algo a que<br />

os nossos colaboradores dão cada vez mais valor e que temos a certeza que contribui para a sua<br />

fidelização à empresa.”<br />

3<br />

O trabalho flexível estimula a produtividade<br />

32<br />

Mais de um terço dos colaboradores inquiridos admite ser produtivo durante menos de 30 horas por<br />

semana. A motivação, diz o responsável, é chave: “Pessoas satisfeitas com o seu dia-a-dia, com o<br />

seu local de trabalho e com a flexibilidade que o mesmo permita são pessoas mais produtivas, mais<br />

felizes e apresentam resultados muito fortes”.


JANEIRO <strong>2019</strong><br />

WWW.<strong>PME</strong>MAGAZINE.COM<br />

Josep Maria Raventós, country manager da Sage<br />

4<br />

5<br />

Melhora<br />

Capacita os colaboradores e mostra confiança da empresa<br />

Segundo o estudo da Sage, mais de 66% dos entrevistados considera que ser valorizado e reconhecido<br />

é o aspeto mais importante do seu dia de trabalho. Josep Maria Raventós defende que “há compensações<br />

que não trazem prejuízo para a empresa e que representam bastante na confiança que<br />

os colaboradores depositam na empresa e vice-versa”. “Trabalhar num regime de confiança mútua<br />

motiva-as ainda mais.”<br />

o bem-estar dos colaboradores<br />

Uma experiência laboral positiva tem um grande impacto na produtividade, de acordo com 78% dos<br />

inquiridos. O que ressalta para 92% da geração millennial, uma demografia que irá incluir 50% da força<br />

de trabalho até 2020. Para o country manager da Sage, “a qualidade de vida e o bem-estar dos colaboradores<br />

é e deve ser um fator cada vez mais essencial para as empresas”.<br />

6<br />

Os<br />

7<br />

colaboradores exigem flexibilidade<br />

O estudo acrescenta que 50% dos colaboradores inquiridos nunca foram questionados em relação ao<br />

que iria melhorar a sua experiência no local de trabalho, e apenas 12% das pessoas foram questionadas<br />

regularmente sobre esse assunto. “Trabalhar remotamente, ou ter um horário mais flexível para<br />

poder acompanhar a família são condições que, por norma, ouvimos os nossos colaboradores referir<br />

como essenciais para o seu bem-estar no local de trabalho”, exemplifica.<br />

A tecnologia mudou<br />

A tecnologia é o grande motor de todas estas mudanças. O trabalho em regime cloud veio permitir<br />

acesso à informação de forma segura em qualquer lugar, permitindo maior flexibilidade na forma<br />

como o trabalho é feito. Além disso, o country manager da Sage elege outros três fatores essenciais<br />

para o futuro das relações laborais: a velocidade, a transformação digital e a importância dos dados,<br />

“pela enorme quantidade de informação que é produzida e pela necessidade que as empresas e os<br />

sistemas têm de ter para as conseguir gerir”.<br />

33


BI<br />

Denisse Sousa<br />

Divulgação<br />

Marco Santos<br />

nomeado administrador<br />

executivo da EAD<br />

A EAD – Empresa de Arquivo de Documentação, pioneira<br />

e líder de mercado em soluções de gestão documental,<br />

nomeou Marco Santos como novo administrador executivo,<br />

cargo que ocupa em simultâneo com o de Chief Information<br />

Officer (CIO) da companhia.<br />

Depois de 12 anos ao serviço da EAD como CIO, Marco Daniel<br />

Santos foi nomeado administrador executivo, funções que<br />

ocupa em simultâneo com as de general manager da Fin-<br />

Prisma, detida pelo Grupo EAD.<br />

Marco Santos é ainda CIO da EAD e general manager da Fin-Prisma<br />

Teresa Archaga é a nova diretora<br />

de Bancassurance da MetLife<br />

A MetLife anunciou Teresa Archaga<br />

como a nova diretora de bancassurance<br />

para Portugal e Espanha. A responsável,<br />

que fará parte da comissão de gestão da<br />

empresa, tem uma sólida experiência<br />

nos canais de agência e bancário.<br />

Cofidis tem<br />

novo diretor-geral<br />

No grupo Cofidis Participations desde<br />

1998, Sébastien Haquette foi nomeado<br />

diretor-geral da Cofidis Portugal.<br />

A financeira pretende continuar a sua<br />

estratégia de desenvolvimento do negócio<br />

no país.<br />

Susana Costa<br />

reforça ActionCOACH<br />

Formada em Economia e Marketing,<br />

Susana Costa passa a integrar a filial<br />

de Lisboa, depois de ter participado<br />

na formação dinamizada pela<br />

ActionCOACH em Las Vegas.<br />

34


JANEIRO <strong>2019</strong><br />

WWW.<strong>PME</strong>MAGAZINE.COM<br />

Sage<br />

nomeia novo CEO<br />

A Sage, empresa de soluções de<br />

gestão empresarial na cloud, anunciou<br />

Steve Hare como novo CEO.<br />

Desde 2014 na empresa como CFO,<br />

foi nomeado, em agosto, CEO interino,<br />

após a saída de Stephen Kelly.<br />

Raquel da Silva é a nova CEO<br />

da Your Business<br />

Raquel da Silva e Costa é a nova CEO<br />

da Your Business, produto do Grupo<br />

Your centrado em serviços de apoio<br />

à gestão. A nova CEO conta com experiência<br />

de 16 anos no setor financeiro,<br />

com passagem pela KPMG,<br />

Vista Alegre ou Renault Nissan.<br />

Vasco Salgueiro<br />

nomeado executive manager<br />

da Michael Page<br />

Vasco Salgueiro é o mais recente<br />

executive manager da Michael Page.<br />

O novo gestor será, ainda, o responsável<br />

pela nova equipa dedicada ao<br />

recrutamento de pessoas com deficiência.<br />

Air Liquide tem nova diretora<br />

de atividades industriais<br />

Depois de 13 anos no grupo Air<br />

Liquide, Bénédicte Levinson foi nomeada<br />

diretora-geral das atividades<br />

industriais para Portugal e Espanha.<br />

A responsável irá trabalhar no âmbito<br />

da estratégia global do grupo,<br />

centrada no cliente, na inovação e<br />

na sustentabilidade.<br />

José Diogo Araújo é o novo CFO<br />

do Grupo MDS<br />

José Diogo Araújo e Silva é o novo<br />

chief financial officer (CFO) do grupo<br />

MDS e membro da Comissão Executiva<br />

da multinacional portuguesa. É<br />

licenciado em Gestão de Empresas<br />

cum laude pela Universidade Católica<br />

Portuguesa e passou pela JP<br />

Morgan, em Londres e Madrid, BPI e<br />

Magnum Capital.<br />

Rita Cadillon assume<br />

RH da Primavera BSS<br />

A PRIMAVERA BSS contratou Rita<br />

Cadillon para o cargo de Human<br />

Resources Head Manager do grupo.<br />

A profissional será responsável por<br />

fazer evoluir as políticas de gestão<br />

do capital humano da empresa, com<br />

enfoque nas boas práticas que para<br />

o desenvolvimento de carreiras e a<br />

preparação de futuros líderes.<br />

35


MEDIR PARA GERIR<br />

LISBOA RECEBE CONGRESSO EUROPEU<br />

DA QUALIDADE<br />

Francisco Frazão Guerreiro, presidente da APQ - Associação<br />

Portuguesa para a Qualidade<br />

APQ<br />

O Congresso Europeu da Qualidade é um evento anual<br />

da EOQ – Organização Europeia para a Qualidade,<br />

realizado em parceria com as associações nacionais<br />

da Qualidade dos diferentes países membros, tendo<br />

sido iniciado em 1957. Em <strong>2019</strong> decorre em Lisboa.<br />

Profissionais da Europa e de todo o mundo participam<br />

no próximo Congresso Europeu da Qualidade para conhecer,<br />

aprender e trocar experiências sobre os aspetos<br />

mais relevantes em torno da temática da Qualidade,<br />

dinamizados por oradores de alto nível, durante os dias<br />

23 e 24 de outubro, em Lisboa.<br />

25 anos após a última edição em Portugal, este evento<br />

regressa em <strong>2019</strong> pela terceira vez ao nosso país, sob<br />

o tema: Redescobrindo a Qualidade.<br />

Dadas as mudanças que todos estamos a enfrentar,<br />

este é o momento para profissionais da Qualidade redescobrirem<br />

o que a Qualidade hoje significa em diferentes<br />

partes do mundo, tipos de organizações e<br />

setores de atividade, pelo que este evento será uma<br />

oportunidade única de aprendizagem e networking.<br />

Fundada em 1969, a APQ é uma organização sem fins<br />

lucrativos, reconhecida como instituição de utilidade<br />

pública, cuja missão é acrescentar valor aos seus associados<br />

e contribuir para o desenvolvimento sustentado<br />

da sociedade portuguesa, através da criação e<br />

disseminação de conhecimento e promoção de práticas<br />

inovadoras nos domínios da Qualidade e da excelência<br />

organizacional.<br />

A Organização Europeia para a Qualidade (EOQ) é uma<br />

associação autónoma, sem fins lucrativos, ao abrigo da<br />

lei belga. A EOQ é a organização interdisciplinar europeia<br />

que procura a melhoria efetiva na esfera da Qualidade<br />

no seu sentido mais amplo, atuando como órgão<br />

coordenador e catalisador das suas Organizações<br />

Nacionais de Representantes. Dentro da rede EOQ de<br />

organizações, de países europeus e de todo o mundo<br />

estão ligados centenas de milhares de especialistas e<br />

empresas no campo da Qualidade.<br />

Com base no sucesso dos congressos anteriores, esperamos<br />

alcançar mais de 400 participantes representando<br />

empresas privadas e públicas, universidades,<br />

grupos profissionais e agências governamentais de<br />

todo o mundo. O local da conferência incluirá um amplo<br />

espaço para sessões técnicas, bem como uma área de<br />

36<br />

Francisco Frazão Guerreiro, presidente da APQ<br />

exposição onde os patrocinadores do evento poderão<br />

apresentar os seus serviços e produtos.<br />

A estrutura do programa do Congresso já está definida<br />

e as submissões de abstratos podem ser feitas mediante<br />

subcategorias.<br />

Relativamente às edições anteriores, o Congresso de<br />

<strong>2019</strong> traz um conjunto de inovações. Por um lado, a estrutura<br />

técnica do evento, com abordagens setoriais e<br />

sessões organizadas pelos principais blocos à escala<br />

mundial (Europa, Estados Unidos, China e Índia). Por<br />

outro, o facto de contar com um conjunto de concursos.<br />

A Qualidade é hoje um fator indissociável da competitividade<br />

empresarial, em especial das <strong>PME</strong>, dado o<br />

enfoque na melhoria do desempenho organizacional e,<br />

por consequência, nos ganhos de eficiência que proporciona,<br />

não só na utilização de recursos, mas também<br />

no aumento de produtividade e de satisfação dos<br />

clientes.<br />

É por todas estas razões que não poderá perder este<br />

evento, assim como a oportunidade para celebrar o 50º<br />

aniversário da Associação Portuguesa para a Qualidade<br />

(APQ), participando na definição do Futuro da Qualidade,<br />

redescobrindo-a em Lisboa.<br />

CONGRESSO EUROPEU DA QUALIDADE<br />

São também aceites inscrições para os seguintes<br />

concursos:<br />

Apresentações de estudantes de mestrado<br />

e doutoramento no campo da Qualidade;<br />

Projetos de melhoria de processos;<br />

Projetos de novos produtos/serviços.<br />

Saiba mais em www.eoqcongress<strong>2019</strong>.apq.pt


JANEIRO <strong>2019</strong><br />

WWW.<strong>PME</strong>MAGAZINE.COM<br />

37


MEDIR PARA GERIR<br />

DESCUBRA COMO AUMENTAR A PERFORMANCE<br />

DA SUA EMPRESA<br />

José Oliveira, CEO da BI4ALL<br />

BI4ALL<br />

Nos dias de hoje, a digitalização é um pilar fundamental<br />

para uma economia competitiva e inclusiva. A conversão<br />

para o digital representa um novo espaço em que<br />

todos os intervenientes económicos se podem relacionar,<br />

com vantagens evidentes de redução de barreiras<br />

geográficas, minimização do tempo essencial para a<br />

execução de cada processo e na criação de um mercado<br />

verdadeiramente global para as empresas que nele<br />

participam de forma mais ativa. Mas, como podemos<br />

transformar a digitalização de processos numa vantagem<br />

competitiva?<br />

Se, por um lado, existe já um enorme número de organizações<br />

que dispõe de serviços digitais sofisticados,<br />

por outro, existem empresas que ainda estão bastante<br />

atrás no que diz respeito à transformação digital.<br />

De acordo com a IDC, apenas 37% das organizações<br />

nacionais têm uma estratégia de transformação digital<br />

alinhada com a estratégia de negócio. E, neste sentido,<br />

é urgente que se ajuste o modelo de negócio beneficiando<br />

dos avanços tecnológicos, em prol da maximização<br />

de dados úteis para que, finalmente, se possa<br />

prestar uma melhor experiência ao cliente. A tecnologia,<br />

atualmente, já não afeta apenas os produtos ou<br />

serviços que a empresa comercializa ou a forma como<br />

os comercializa, afeta também todos os processos internos<br />

de uma organização. Desta forma, a digitalização<br />

de processos é hoje um tema que representa, para<br />

as empresas, novos desafios e novas oportunidades,<br />

seja qual for o seu setor de atividade.<br />

Contudo, segundo a Nova SBE, 60% das empresas nacionais<br />

considera que tem falta de conhecimento para<br />

enfrentar esta transformação digital. E, neste contexto,<br />

é importante que se tenha em consideração que<br />

existem algumas limitações para as organizações que<br />

as impedem de conseguir fazer uma transição rápida<br />

para o digital. Apesar desta situação, o governo português<br />

anunciou, recentemente, um novo conjunto de<br />

medidas e incentivos para que as empresas possam<br />

digitalizar os seus processos. O grande objetivo desta<br />

iniciativa é que as organizações acompanhem a transformação<br />

digital, tornando-a uma vantagem competitiva,<br />

pois nenhuma empresa sobrevive, atualmente, se<br />

não der uma resposta rápida e eficaz a um mercado que<br />

se apresenta global, num mundo digital.<br />

No entanto, importa ter consciência de que existem ritmos<br />

diferentes de adaptação à digitalização. Em primeiro,<br />

estão as empresas que lideram a transformação<br />

digital, que tiram partido das mais recentes tendências<br />

e que têm uma forte presença digital. A estas, seguem-<br />

38<br />

José Oliveira, CEO da BI4ALL<br />

-se as empresas que já se aperceberam da necessidade<br />

de existir uma presença online e que, consequentemente,<br />

começam a dar os primeiros passos na sua<br />

digitalização. E, em último, estão as empresas que perante<br />

a mudança permanecem estáticas nos meios tradicionais<br />

à espera de avançar para o novo mundo.<br />

Assim, as organizações têm obrigatoriamente de se<br />

adaptar a uma economia em mudança, digital e onde<br />

lhes são exigidas novas formas de trabalhar e de se<br />

posicionar face a clientes e fornecedores, cada vez<br />

mais exigentes quanto ao tempo de resposta. Através<br />

da digitalização, os processos tornam-se mais rápidos<br />

e eficazes, não só na altura de armazenar, mas também<br />

quando é necessário partilhar informações, exemplos<br />

esses que podem ser documentos escritos, relatórios,<br />

como também fotografia, áudio ou vídeo.<br />

Vivemos, hoje em dia, num modelo de sociedade em<br />

que tudo gira em torno de dados, sendo que entre o<br />

ponto de partida, os dados e o ponto de chegada, o conhecimento,<br />

estão as ferramentas de Big Data e Analytics.<br />

De acordo com a PWC, 73% das organizações perdem,<br />

ou perderam, oportunidades de negócio, porque<br />

não acedem à informação de forma eficiente.<br />

Neste sentido, há cada vez mais um maior reconhecimento<br />

para as plataformas de Analytics, pois permitem<br />

a sincronização e a integração da informação recolhida<br />

de vários sistemas, e transformar essa mesma informação<br />

em insights valiosos para a empresa.<br />

Assim, se pensarmos que tempo é dinheiro, um sistema<br />

que agilize os procedimentos, rentabilize o tempo e<br />

aumente a produtividade é, sem dúvida, essencial para<br />

que uma empresa obtenha uma boa performance.


marketing<br />

JANEIRO <strong>2019</strong><br />

WWW.<strong>PME</strong>MAGAZINE.COM<br />

INFLUENCERS: UMA COMUNICAÇÃO CADA<br />

VEZ MAIS ESTRUTURADA<br />

Marta Pereira e Marcos Rocha, Ellephant Comunicação<br />

Ellephant Comunicação<br />

Quando começámos a trabalhar esta<br />

área estávamos longe de imaginar o<br />

potencial e, simultaneamente, o desafio<br />

que é trabalhar com influencers<br />

– um segmento que significa uma<br />

atualização das novidades de mercado<br />

constante.<br />

Quando pensamos que a tendência<br />

são os posts no Facebook, chegam<br />

os do Instagram e, de repente, aparecem<br />

as Insta Stories, os swipe-ups<br />

e, quando está tudo alinhado, o Instagram<br />

altera o seu algoritmo e cria<br />

outra dinâmica para comunicarmos<br />

com os seguidores.<br />

Marcos Rocha, digital account manager, e Marta Pereira, CEO da Ellephant Comunicação<br />

Tudo isto obriga a uma pesquisa<br />

diária. Trabalhar com influencers não<br />

é só tirar uma boa fotografia com<br />

produto. Implica uma prévia análise<br />

de dados, uma estratégia e campanha<br />

pensadas de acordo com o target<br />

a atingir, relatórios e orientações<br />

para diferentes budgets, tabelas e<br />

cálculos de engagement, CPM, interação,<br />

alcance e impressões, métricas<br />

cada vez mais complexas. E, à<br />

medida que a taxa de sucesso aumenta,<br />

há cada vez mais agências,<br />

ferramentas e métodos de report, o<br />

que facilita, claro, mas também torna<br />

o mercado mais exigente e competitivo.<br />

“Trabalhar com<br />

influencers não é só<br />

tirar uma boa fotografia<br />

com produto”<br />

De acordo com um estudo da World<br />

Federation of Advertisers, 65% das<br />

marcas prevê gastar mais em conteúdos<br />

e parcerias com influencers<br />

no próximo ano, das quais 86% têm<br />

como objetivo o fortalecimento da<br />

notoriedade. Desta forma, o rigor na<br />

hora de escolher um influencer começa<br />

a ser maior e os critérios como<br />

39


Marketing<br />

muitas vezes de nicho, tornando-os mais interessantes<br />

para as marcas e para determinadas campanhas. Atualmente,<br />

o número de seguidores não é o principal critério<br />

de decisão, mas sim o engagement de cada influencer.<br />

“Os micro-influencers têm<br />

vindo a ser apontados<br />

como a nova tendência”<br />

Sara Cecilia, Royal Canin<br />

a credibilidade, transparência, reputação e a qualidade<br />

dos seguidores são os principais a ter em conta por parte<br />

das marcas.<br />

Um influencer é quem opina, direciona e gera um determinado<br />

valor que uma marca pretende transmitir. As<br />

redes sociais são o caminho mais direto para conseguir<br />

chegar às pessoas e fazer com que falem sobre um assunto,<br />

seja um novo produto ou um serviço. Assim, uma<br />

marca procura um influencer para aumentar a visibilidade<br />

do seu produto junto dos seguidores, a notoriedade,<br />

criar novas audiências e melhorar os seus níveis de<br />

apoio junto do público.<br />

Na Ellephant, ao fazermos a gestão das redes sociais,<br />

a comunicação de marcas e gerirmos influencers, acabamos<br />

por desenvolver campanhas com uma perceção<br />

do que a marca pretende, onde quer chegar, e daquilo<br />

que resulta para os seguidores; e, ao mesmo tempo,<br />

daquilo que vai ao encontro da imagem e da identidade<br />

de um influencer. É um match perfeito para propostas<br />

orientadas com macro e micro-influencers, pois estamos<br />

a entrar numa fase em que as pessoas começam a ter<br />

conhecimento de que as marcas recorrem aos mesmos<br />

para transmitir a sua mensagem. Neste sentido, pretendemos<br />

mostrar o caminho mais natural de como passar a<br />

mensagem sem que pareça forçada ou remunerada.<br />

“Influencer é quem opina, direciona e<br />

gera um determinado valor que uma<br />

marca pretende transmitir”<br />

Com o crescimento da popularidade do Instagram em<br />

Portugal, e com o seu papel já bem identificado pelas<br />

marcas, os micro-influencers têm vindo a ser apontados<br />

como a nova tendência. São pessoas que, em vez de terem<br />

mais de 100 mil seguidores, têm 10, 20 ou 30 mil,<br />

onde os perfis têm uma taxa de engagement – número<br />

de gostos e comentários em comparação com o número<br />

de seguidores – de mais de 50% (superior ao dos<br />

macro-influencers). Além disso, os seus seguidores são<br />

mais segmentados e os seus perfis têm uma orientação<br />

40<br />

O que é mais importante para uma marca: um influencer<br />

com mais de 100 mil seguidores publicar uma fotografia<br />

e ter dois mil “gostos” e 10 comentários ou um influencer<br />

com 60 mil seguidores publicar uma fotografia, ter seis<br />

mil “gostos” e mais de 50 comentários? No segundo<br />

caso, a mensagem vai chegar a menos pessoas, no<br />

entanto, a probabilidade de estas serem alcançadas é<br />

superior.<br />

De acordo com os estudos Globais da Nielsen de Confiança<br />

em Publicidade, a maioria das pessoas confiam<br />

em recomendações e reviews online de acordo com a<br />

relevância e autenticidade de quem as dá. Daí que um<br />

“bom” influencer seja um critério cada vez mais importante.<br />

Ao longo de 2018, também as stories ganharam um lugar<br />

de destaque no Instagram. Com o número de utilizadores<br />

ativos a aumentar diariamente, estas começaram a<br />

ter mais interação, em comparação com as publicações<br />

em feed. Desta forma, em <strong>2019</strong>, as stories deverão ser a<br />

grande aposta das marcas, uma vez que são um conteúdo<br />

mais direto e eficaz de passar a mensagem.<br />

Ana Varela, Garnier


JANEIRO <strong>2019</strong><br />

WWW.<strong>PME</strong>MAGAZINE.COM<br />

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41


tecnologia<br />

WEB SUMMIT: POR ONDE ANDARAM AS <strong>PME</strong>?<br />

Mafalda Marques<br />

Web Summit<br />

Pelo terceiro ano consecutivo a <strong>PME</strong> <strong>Magazine</strong> imergiu no maior encontro de tecnologia do Mundo com a mesma<br />

missão: o que fazem as <strong>PME</strong> na Web Summit?<br />

A edição de 2018 da Web Summit esteve focada em promover<br />

temas que afetam a comunicação mundial, como<br />

a ciber-diplomacia ou as fake news, sempre com o foco<br />

nas startup mundiais. No entanto, na visita que fizemos<br />

deparámo-nos com muitas multinacionais a promoverem<br />

soluções para startup e pequenas e médias empresas.<br />

Afinal, por onde andaram as nossas <strong>PME</strong>?<br />

BRISA COM SOLUÇÕES DE MOBILIDADE<br />

A Brisa regressou à Web Summit focada nos parceiros e<br />

clientes, nacionais e internacionais. O objetivo foi maximizar<br />

oportunidades de negócio e dar a conhecer as<br />

novas soluções de mobilidade, quer ao nível de serviços,<br />

com a marca Via Verde, quer através de soluções<br />

tecnológicas, com a marca A-to-Be, integrando o júri do<br />

concurso de Pitch 2, para startups.<br />

funcionalidade que foi lançada especificamente para os<br />

dias em que decorreu a Web Summit, permitindo a partilha<br />

de viagens de táxi até dois utilizadores distintos (no<br />

máximo quatro passageiros) que tivessem como origem<br />

ou destino o Parque das Nações. Além disso, dentro<br />

do município de Lisboa esta viagem partilhada teve um<br />

preço máximo de cinco euros por utilizador.<br />

Novo serviço permitiu partilha de viagens de táxi<br />

Marca Via Verde em destaque no stand da Brisa<br />

VITACRESS SERVIU SALADAS E SNACKS<br />

A Vitacress – empresa de capital 100% nacional, propriedade<br />

do Grupo RAR e com sede em Odemira – esteve<br />

presente com a sua ‘saladaria’ e várias opções frescas<br />

e saudáveis.<br />

Na Saladaria Vitacress, os participantes do evento encontraram<br />

quatro variedades de saladas completas e<br />

prontas a consumir. A empresa é um dos líderes europeus<br />

na produção e comercialização de agrião de água,<br />

folhas para saladas e ervas aromáticas frescas. Está<br />

presente no Reino Unido, Portugal, Espanha e Benelux,<br />

cultivando ao ar livre cerca de 686 hectares e 12 hectares<br />

de estufas de vidro. Com um volume de negócios de<br />

123 milhões de euros (109 milhões de libras), emprega<br />

1.284 pessoas.<br />

MYTAXI E CARRIS NOVAMENTE JUNTAS<br />

O “mytaximatch CARRIS” esteve de volta num projeto<br />

de transporte público flexível na cidade de Lisboa. Este<br />

projeto voltou a concretizar-se nos mesmos moldes do<br />

piloto realizado durante o Rock in Rio Lisboa. O serviço<br />

esteve disponível via plataforma mytaxi, através da<br />

42<br />

DHL COM EXPERIÊNCIAS VIRTUAIS<br />

Atuando no serviço expresso internacional, a DHL Express<br />

Portugal marcou presença, oferecendo vantagens<br />

às startups e novos negócios que procurassem um parceiro<br />

especialista em transporte expresso internacional.<br />

A transportadora internacional esteve presente com um<br />

stand, realizando uma visita virtual ao processo logístico<br />

que assegura, diariamente, o serviço de excelência da<br />

DHL Express.<br />

Para a DHL Express a Web Summit foi o palco ideal para<br />

fazer networking, sendo uma verdadeira incubadora de<br />

apresentação de novos negócios.<br />

Transportadora 'ofereceu' viagem virtual ao processo logístico


JANEIRO <strong>2019</strong><br />

WWW.<strong>PME</strong>MAGAZINE.COM<br />

Web Summit voltou a encher a Altice Arena<br />

OPENSOFT APRESENTOU NOVIDADES<br />

Especializada no desenvolvimento de software, a Opensoft<br />

lançou a mais recente versão da Lightweightform (LF), uma<br />

plataforma open source, disponibilizada de forma gratuita<br />

para o desenvolvimento de aplicações de recolha de<br />

informação através formulários com centenas de campos,<br />

múltiplas validações e regras de negócio complexas.<br />

A nova versão introduz alterações nas tecnologias utilizadas<br />

e também nas bibliotecas e componentes disponibilizadas<br />

com o objetivo de melhorar a sua usabilidade<br />

e facilitar o desenvolvimento aos programadores. Estas<br />

inovações foram estudadas em parceria com uma universidade,<br />

que efetuou um estudo profundo sobre usabilidade<br />

em formulários.<br />

CISCO INVESTIU EM NETWORKING<br />

A empresa apresentou o seu compromisso para um<br />

ecossistema de inovação aberto através de diversas<br />

atividades, incluindo conferências, palestras, acompanhamento,<br />

labs e demos.<br />

Partilhou com os participantes as possibilidades do<br />

DevNet, uma plataforma que permite aos engenheiros<br />

e programadores aprenderem e codificarem, relacionarem-se<br />

com outros criadores, e testarem as aplicações<br />

criadas por eles. O Cisco DevNet ofereceu instrumentos<br />

gratuitos, recursos de aprendizagem, bem como a possibilidade<br />

de acederem a API e SDK livres para criarem<br />

soluções de rede inovadoras na infraestrutura programável<br />

da Cisco.<br />

IMPRESSÕES POR VOZ<br />

Pelo terceiro ano consecutivo, a Beltrão Coelho, em<br />

parceria com a Xerox, foi o fornecedor oficial de managed<br />

print services (MPS) da Web Summit.<br />

Novo sotfware permitiu imprimir a pessoas com deficiência visual<br />

Em estreia mundial e em parceria com a Xerox, a Beltrão<br />

Coelho disponibilizou o serviço Gabi Voice, que permitiu<br />

aos utilizadores, de forma gratuita, fazer impressões<br />

nos equipamentos multifunções espalhados pelo recinto<br />

com comandos inteligentes de voz, utilizando linguagem<br />

natural e sem conhecimento prévio de comandos<br />

dos dispositivos.<br />

Esta solução permitiu a qualquer utilizador, incluindo<br />

pessoas cegas ou com deficiência visual, operar impressoras<br />

e fotocopiadoras de forma autónoma, utilizando<br />

apenas linguagem natural.<br />

Cisco proporcionou momentos de aprendizagem gratuitos a quem se deslocou ao ao seu stand<br />

43


tecnologia<br />

Ecokart desenvolveu, com o Instituto Politécnico de Leiria, o primeiro kart elétrico 100% português<br />

STARTUP PORTUGUESA COM CERTEZA<br />

Conhecemos, ainda, a Ecokart Portugal, pela voz do<br />

mentor e fundador António Gonçalves Pereira, que nos<br />

explicou que o projeto já existia em embrião há cerca<br />

de 10 anos, mas que nasceu em 2015. Assume-se como<br />

uma plataforma de promoção da sustentabilidade nas<br />

áreas da mobilidade e dos desportos motorizados, por<br />

enquanto, a única no Mundo.<br />

Juntam três áreas distintas: a sensibilização, a solidariedade<br />

e o desenvolvimento de soluções práticas. Começaram<br />

por desenvolver, com o Intituto Politécnico de<br />

Leiria, um primeiro kart elétrico, 100% português, sendo<br />

o primeiro kart no mundo a participar numa prova de 24<br />

horas.<br />

mostrar aos kartódromos como podem eletrificar a sua<br />

frota inteira, tornando-os mais sustentáveis e rentáveis",<br />

sublinha António Gonçalves Pereira.<br />

Converter um kart a gasolina em elétrico custa cerca de<br />

7.000 euros, valor que pode variar em função da potência<br />

e autonomia de baterias, comparativamente a um<br />

kart novo elétrico que custa 13.000 euros, investimento<br />

com retorno ao final de um ano.<br />

Os ecokarts podem ser usados em qualquer kartódromo<br />

nacional, desde que contactados diretamente, usando o<br />

elemento diversão das corridas para sensibilizar as pessoas<br />

e empresas para IPSS locais.<br />

Depois passaram esse sistema elétrico para o ecokart<br />

twin, de dois lugares, com o qual organizam eco-voltas<br />

solidárias pelo país inteiro, em pista, com a participação<br />

de mais de 7.500 pessoas, ajudando instituições locais<br />

em cada iniciativa, como por exemplo, a Liga de Bombeiros,<br />

a Associação Abraço, entre outras.<br />

"Com o novo protótipo G2 ISEL, desenvolvido com o<br />

Instituto Superior de Engenharia de Lisboa, queremos<br />

MAIS DE OITO MIL NOTÍCIAS SOBRE LISBOA<br />

A Web Summit 2018 colocou a<br />

capital portuguesa no centro das<br />

atenções dos órgãos de comunicação<br />

social de todo o mundo. Em<br />

pouco mais de um mês, Lisboa foi<br />

citada em 8.195 notícias em meios<br />

online de mais de <strong>11</strong>0 países.<br />

Mas esta startup está a dar largos passos para a fase<br />

seguinte: a conversão de automóveis em elétricos. Imagine<br />

um carro novo, com condução semiautónoma, tecnologicamente<br />

avançado, mas turbo diesel, que daqui a<br />

poucos anos não circulará em cidades europeias. A alternativa<br />

viável à venda da viatura será a conversão em<br />

elétrico, reutilizando a viatura comprada, agindo de forma<br />

sustentável.<br />

Segundo um estudo da Cision, os<br />

Estados Unidos foram o país que<br />

mais destaque deu ao evento organizado<br />

por Paddy Cosgrave.<br />

Web Summit fica em Portugal por mais dez anos<br />

Entre 1 de outubro e 9 de novembro, foram publicados 2.769 artigos em meios norte-americanos, cerca<br />

de um terço do total.<br />

Em Portugal, houve mais de seis mil notícias desde 1 de outubro: 4.312 na internet, 520 em meios impressos,<br />

936 em televisão e 287 na rádio. Nas televisões nacionais, a Web Summit ocupou cerca de 53 horas<br />

de tempo de antena, a que se somam mais de 12 horas e meia de emissão na rádio.<br />

Estiveram em Lisboa cerca de 70 mil pessoas de 170 países, 2.500 jornalistas portugueses e estrangeiros.<br />

O Governo estima em 300 milhões de euros a atividade económica gerada pela Web Summit.<br />

44


JANEIRO <strong>2019</strong><br />

WWW.<strong>PME</strong>MAGAZINE.COM<br />

45


tecnologia<br />

2018 FOI O ANO DA MUDANÇA DO LISPOLIS<br />

Cíntia Costa e Pedro Rebordão, LISPOLIS<br />

LISPOLIS<br />

Em 2018, o posicionamento do LISPOLIS alterou-se de forma a estar alinhado com o trabalho que tem vindo a<br />

ser desenvolvido interna e externamente, com o papel de incubadora e de apoio ao empreendedorismo nacional<br />

e internacional a sobressair.<br />

A mudança já havia começado há vários anos, mesmo<br />

antes do boom do empreendedorismo surgir em Portugal<br />

e, em especial, em Lisboa, por volta de 20<strong>11</strong>. O<br />

LISPOLIS sempre apoiara as empresas através do trabalho<br />

em rede e da cooperação entre empresas, que<br />

acreditamos ser o segredo para quem quer levar o seu<br />

negócio mais além.<br />

Em 2017, foi dado o primeiro grande passo para o nosso<br />

novo posicionamento enquanto entidade de apoio<br />

na fase nascente das empresas, com uma aproximação<br />

ao mercado de startups através da criação de um concurso<br />

de ideias, o StartupIN Lisboa, e com a participação<br />

ativa na estratégia Startup Portugal, nomeadamente<br />

através dos programas Startup Voucher e Vale<br />

Incubação. Contudo, foi em 2018 que consolidámos<br />

definitivamente esta nova postura do LISPOLIS, com o<br />

lançamento de um programa de aceleração focado no<br />

retalho online, o E-Commerce Experience.<br />

O início de 2018 fica marcado pela organização de vários<br />

eventos sobre o tema RGPD e o seu impacto para<br />

as empresas, com o intuito de ajudar startups e <strong>PME</strong> a<br />

adaptarem-se. Realizámos, ainda, a segunda edição<br />

do concurso de ideias StartupIN Lisboa, que contou<br />

com uma enorme participação de pessoas que pretendiam<br />

transformar a sua ideia numa app.<br />

O ano de 2018 fica na história do LISPOLIS pela primeira<br />

edição do programa de aceleração E-Commerce<br />

Experience, que é também o primeiro em Portugal focado<br />

no retalho. Esta iniciativa tem a duração de seis<br />

meses e é destinada a um total de 20 empresas, sendo<br />

que 10 são grandes empresas já estabelecidas no<br />

mercado, como a Worten, o Boticário, o OLX e a Delta<br />

Cafés, e as outras 10 são pequenas e médias empresas<br />

que estão a criar o seu negócio online ou que querem<br />

melhorar a sua plataforma de e-commerce e o contacto<br />

com os seus clientes.<br />

Estamos também a criar as condições ideais para sermos<br />

a ‘casa’ dos eventos da área do digital: acolhemos,<br />

a <strong>11</strong> e 12 de outubro, o CLICKSUMMIT 2018, evento<br />

de marketing digital e vendas online em Portugal, que<br />

contou com mais de 500 participantes e 40 oradores, e<br />

iremos acolher novamente este evento em <strong>2019</strong>, para a<br />

sua 6.ª edição.<br />

Cíntia Costa e Pedro Rebordão, LISPOLIS<br />

Vamos receber igualmente o Expo Fórum Digitalks, nos<br />

dias 20 e 21 de março, considerado o principal evento<br />

de negócios digitais do Brasil. Em Portugal, esta primeira<br />

edição da conferência será composta por dois<br />

dias intensos de conteúdo sobre Marketing e Negócios,<br />

com mais de 500 participantes, 30 oradores, 13<br />

expositores e uma área focada em startups, consultoria<br />

e mentoria.<br />

“Estamos a criar as condições ideais<br />

para sermos a 'casa' dos eventos<br />

da área do digital”<br />

Por fim, continuamos empenhados em oferecer às empresas<br />

instaladas as melhores condições possíveis,<br />

também espaço, mas sobretudo apoio ao desenvolvimento<br />

da sua atividade, seja na procura de investimento,<br />

uma vez que o LISPOLIS é Ignition Partner da Portugal<br />

Ventures e tem contactos com outros investidores,<br />

seja no estabelecimento de contactos.<br />

A mobilidade é uma preocupação de todos e o final de<br />

2018 fica marcado pelo acolhimento de um projeto piloto<br />

de trotinetes, o Z-Floating, desenvolvido no âmbito<br />

do programa Smart Open Innovation 3.0 – Vertical<br />

Mobility, promovido pela Câmara Municipal de Lisboa,<br />

com patrocínio da FERROVIAL e participação da Universidade<br />

Europeia. Este piloto envolve 30 trotinetes<br />

elétricas que serão de utilização gratuita e limitada exclusivamente<br />

à comunidade LISPOLIS.<br />

A expectativa para este novo ano é a de continuarmos<br />

a trabalhar para a ajudar as ideias, startups e empresas<br />

de várias dimensões (desde micro a multinacionais) a<br />

crescer.<br />

46


JANEIRO <strong>2019</strong><br />

WWW.<strong>PME</strong>MAGAZINE.COM<br />

DESFIBRILHADOR INOVADOR ENVIA COORDENADAS GPS<br />

Mafalda Marques<br />

Almas Industries<br />

Com a proposta de lei de obrigatoriedade do uso<br />

de desfibrilhadores em recintos públicos, surgiu<br />

uma oportunidade de negócio. Conheça a Almas<br />

Industries, <strong>PME</strong> portuguesa que inova pela segurança<br />

da parceria feita com a Cruz Vermelha Portuguesa.<br />

<strong>PME</strong> <strong>Magazine</strong> – Como surgiu a ideia deste desfibrilhador?<br />

Paulo Barros – Fruto da principal identidade da empresa,<br />

a segurança, e de constatarmos que as doenças<br />

cardiovasculares eram e iriam continuar a ser a principal<br />

causa de morte em Portugal e no mundo, decidimos<br />

implementar em Portugal a solução de cardioproteção<br />

conectada, desenvolvida e patenteada pelo nosso grupo,<br />

diversificando o nosso portefólio de soluções de<br />

segurança. O desfibrilhador DOC incorpora um módulo<br />

capaz de realizar comunicações e de enviar coordenadas<br />

GPS. Com esta evolução tecnológica tornou-se no<br />

único desfibrilhador inteligente, conectado a uma central<br />

de teleassistência, incorporando no próprio equipamento<br />

um intercomunicador por onde um operacional<br />

treinado irá comunicar com o utilizador no momento<br />

de socorro para o auxiliar e, em simultâneo, emitir as<br />

coordenadas exatas do local da vítima aos serviços de<br />

emergência médica. O DOC realiza também, de forma<br />

bidiária, testes de monitorização remota do equipamento,<br />

assegurando o seu correto funcionamento.<br />

<strong>PME</strong> <strong>Magazine</strong> – Como surgiu a parceria com a Cruz<br />

Vermelha?<br />

P. B. – Quando decidimos lançar o desfibrilhador DOC<br />

em Portugal, sabíamos desde o início que o parceiro<br />

que queríamos para o serviço de teleassistência<br />

era a Cruz Vermelha Portuguesa (CVP). A preferência<br />

pela CVP deve-se à sua vasta experiência na realização<br />

de serviços de teleassistência, à sua missão nobre<br />

enquanto instituição, pois está no ADN da empresa a<br />

preocupação constante com projetos sociais, e à notoriedade<br />

que a mesma representa junto da população.<br />

A parceria é ainda mais abrangente, pois também são<br />

o nosso parceiro para as formações em suporte básico<br />

de vida com DAE [n. d. r. Desfibrilhação Automática<br />

Externa], através da Escola Superior de Saúde da Cruz<br />

Vermelha Portuguesa.<br />

<strong>PME</strong> <strong>Magazine</strong> – Que entidades o usam?<br />

P. B. – Em Portugal a nossa carteira de clientes é bastante<br />

abrangente nos diversos setores de atividade.<br />

No desporto contamos com a Faculdade de Desporto<br />

de Rio Maior e a Federação Portuguesa de Badminton,<br />

no comércio com o Amoreiras Plaza e o Tivoli Fórum,<br />

na educação com o Agrupamento de Escolas de Elvas<br />

e da Chamusca e o Colégio Anjos do Saber, no setor<br />

social com a Santa Casa da Misericórdia da Guarda e a<br />

Paulo Barros, diretor-geral da Almas Industries<br />

APPACDM da Covilhã, na hotelaria com o hotel Vasco<br />

da Gama e no setor empresarial por exemplo, a Boston<br />

Consulting Group e o Grupo Bernardo da Costa.<br />

<strong>PME</strong> <strong>Magazine</strong> – Como podem as empresas tirar<br />

partido deste equipamento?<br />

P. B. – O objetivo do Desfibrilhador DOC sempre foi<br />

proporcionar aos seus clientes um serviço completo<br />

de cardioproteção em todas as suas vertentes. Nesse<br />

sentido, disponibilizamos uma solução chave na mão,<br />

garantindo aos clientes uma tranquilidade e comodidade<br />

do serviço prestado, pois engloba todas as vertentes<br />

necessárias para a cardioproteção. O desfibrilhador<br />

DOC inclui o desfibrilhador, a manutenção, a<br />

instalação do equipamento, as formações em Suporte<br />

Básico de Vida e DAE e o licenciamento junto do INEM.<br />

<strong>PME</strong> <strong>Magazine</strong> – Tem estatísticas sobre reversão de<br />

paragens cardíacas?<br />

P. B. – Num curto período de tempo, já foi possível<br />

reverter duas paragens cardíacas, o que só comprova<br />

que a maneira mais eficaz no combate às paragens<br />

cardíacas é a cardioproteção fora dos meios hospitalares.<br />

É crucial atuar antes dos primeiros cinco minutos<br />

para obtermos uma boa probabilidade de salvamento e<br />

sem mazelas para a vítima, o que, na maioria dos casos,<br />

os serviços de emergência não conseguem cumprir.<br />

Desfibrilhador inteligente já reverteu duas paragens cardíacas<br />

47


Agenda<br />

Denisse Sousa<br />

30 A 31<br />

JANEIRO<br />

E-COMMERCE CONNECT<br />

Pestana Sintra Golf, Sintra<br />

A segunda edição do<br />

E-Commerce Connect está de<br />

volta com as melhores soluções<br />

para o comércio online. Serão<br />

apresentados casos de sucesso<br />

e haverá, ainda, espaço para reuniões<br />

1 para 1 e networking.<br />

Saiba mais no site oficial.<br />

9 A 16<br />

FEVEREIRO<br />

GESTÃO DE EQUIPAS COMERCIAIS<br />

ANJE Núcleo Centro, Coimbra<br />

29 A 30<br />

JANEIRO<br />

BUILDING THE<br />

FUTURE RECEBE<br />

GERD LEONHARD<br />

Pavilhão Carlos Lopes, Lisboa<br />

O reconhecido futurista Gerd<br />

Leonhard confirmou presença no<br />

evento Building the Future: Ativar<br />

Portugal, que se vai realizar nos<br />

dias 29 e 30 de janeiro de <strong>2019</strong>,<br />

no Pavilhão Carlos Lopes, em<br />

Lisboa, para discutir o papel da<br />

transformação digital no futuro<br />

do país. O tema que o traz ao<br />

evento é a polémica discussão<br />

“Technology Vs Humanity”.<br />

Mais informações no site oficial<br />

deste evento.<br />

25 A 1<br />

FEVEREIRO | MARÇO<br />

MISSÃO EMPRESARIAL<br />

MULTISETORIAL À POLÓNIA<br />

Polónia<br />

A Câmara de Comércio e Indústria<br />

organiza uma missão empresarial<br />

multissetorial à Polónia, entre 25 de<br />

fevereiro e 1 de março de <strong>2019</strong>.<br />

Saiba como inscrever-se no site.<br />

A gestão de equipas de vendas é<br />

uma ação essencial para dinamizar a<br />

competitividade das organizações e<br />

o tema em foco no curso "Gestão de<br />

Equipas Comerciais".<br />

Mais informações no site oficial deste<br />

evento.<br />

48


JANEIRO <strong>2019</strong><br />

WWW.<strong>PME</strong>MAGAZINE.COM<br />

28 A 3<br />

QUALIFICA<br />

Exponor, Matosinhos<br />

FEVEIREIRO | MARÇO<br />

A Exponor, Matosinhos, acolhe, no próximo<br />

dia 28 de fevereiro, a 12.ª edição da Qualifica<br />

– Feira de Educação, Formação, Juventude e<br />

Emprego.<br />

Mais informações no site oficial deste evento.<br />

BTL <strong>2019</strong><br />

13 A 17<br />

MARÇO<br />

FIL, Lisboa<br />

A principal feira do turismo nacional está de volta à<br />

capital portuguesa. Desta vez, será Lisboa o destino<br />

convidado, sucedendo assim ao Centro de Portugal,<br />

à Madeira e ao Algarve.<br />

Mais informações no site.<br />

21 A 22<br />

QSP SUMMIT<br />

MARÇO<br />

Exponor, Matosinhos<br />

O QSP Summit <strong>2019</strong> vai realizar-se a 21 e 22 de<br />

março na Exponor, com 46 oradores nacionais<br />

e internacionais. Sob o tema “Convergence”, os<br />

oradores irão abordar temas como a Convergência<br />

online-offline e Voz-Dados.<br />

Mais informações no site oficial.<br />

PAPERGIFT<br />

FIL, Lisboa<br />

24 A 26<br />

MARÇO<br />

A Papergift, o maior evento nacional dedicado<br />

aos setores profissionais do aprovisionamento<br />

e serviços de papelaria, escritório, escolar, brinquedo,<br />

brinde profissional e gifts, regressa à FIL<br />

em março<br />

Saiba mais no site oficial deste evento.<br />

49


OPINIÃO<br />

APOSTAR NA IGUALDADE DE GÉNERO<br />

Joana Gíria, presidente da CITE – Comissão para a Igualdade no Trabalho e Emprego<br />

CITE<br />

O iGen – Fórum organizações para a Igualdade é uma<br />

manifestação de cidadania de entidades empregadoras<br />

em Portugal, única na sua forma na Europa e no mundo.<br />

Uma demonstração do forte empenhamento de quem as<br />

gere e orienta para o futuro sem se resignarem ao status<br />

quo que, apesar de todos os esforços, ainda persiste em<br />

considerar desigual o trabalho de homens e mulheres.<br />

O Fórum iGen é um conjunto cada vez maior de organizações<br />

que se foram associando à visão da CITE e, ao<br />

longo de seis anos, vêm irrompendo por um caminho<br />

novo e pleno de desafios em direção a desígnios superiores,<br />

reconhecendo e pugnando pela defesa intransigente<br />

dos direitos humanos e legitimando-os como pedra<br />

basilar do seu sucesso.<br />

Este Fórum integra um leque diversificado de organizações<br />

cujo elemento comum é representarem a vanguarda<br />

em Portugal de práticas organizacionais que promovem<br />

o direito à igualdade entre homens e mulheres<br />

como condição essencial ao trabalho digno e alicerce<br />

fundamental na construção sólida de cada área de negócio.<br />

O Fórum reúne, atualmente, mais de seis dezenas de<br />

organizações, cujas atividades a nível interno e externo<br />

visam o progresso social e económico associado a práticas<br />

igualitárias e não discriminatórias, cujo efeito multiplicador<br />

se sente na sociedade.<br />

"O Fórum reúne, atualmente, mais de<br />

seis dezenas de organizações,<br />

cujas atividades visam o progresso<br />

social e económico"<br />

As atividades desenvolvidas durante os cinco anos de<br />

existência do Fórum são demonstrativas do ambiente<br />

favorável e de constante progresso no âmbito da implementação<br />

e consolidação das nove dimensões que se<br />

constituem como os alicerces das práticas da igualdade<br />

de género e que são o desafio comum às organizações<br />

iGen desde a sua adesão ao Fórum.<br />

Todas estas organizações incorporam nas suas estratégias<br />

de gestão os princípios de igualdade entre mulheres<br />

e homens, num compromisso claro com a promoção<br />

da igualdade profissional e com o combate a todas as<br />

formas de discriminação de género no trabalho e no emprego.<br />

50<br />

Joana Gíria, presidente da CITE<br />

Os dados relativos à implementação destas medidas<br />

incitam à continuidade desta trajetória de modernidade<br />

iniciada em cada organização, no Fórum como um todo<br />

e que espalha a toda a sociedade, no respeito pela dignidade<br />

de todas as mulheres e de todos os homens no<br />

mercado de trabalho.<br />

<strong>2019</strong> representa, para a CITE, 40 anos de existência<br />

ao serviço das pessoas trabalhadoras e entidades empregadoras<br />

e seis anos de Fórum iGen. Como tal, pretendemos<br />

alargar mais ainda este Fórum, envolvendo<br />

mais organizações e mais setores, como forma de dar<br />

a conhecer as boas ideias e medidas concretizadas, e ir<br />

mais longe, superando desafios implementando medidas<br />

inovadoras, enfim contribuindo para a mudança da<br />

sociedade.<br />

É absolutamente necessário que deixemos de andar a<br />

passo lento porquanto, como referiu o Secretário-Geral<br />

da ONU, António Guterres, em 8 de março de 2018: “Ao<br />

construirmos igualdade, damos às mulheres a chance<br />

de realizarem o seu potencial. E também construímos<br />

sociedades mais estáveis. A participação das mulheres<br />

na tomada de decisões torna os acordos de paz mais<br />

fortes, as sociedades mais resilientes e as economias<br />

mais vigorosas (…). A igualdade de género é uma tarefa<br />

pendente. Agora é o momento". A velocidade no mercado<br />

será mais importante do que o ser perfeito, o que<br />

ainda é uma grande luta para a maioria das empresas.

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