| ENTREVISTA | Foto: Divulgação Com intérprete virtual, aplicativo traduz textos para linguagem dos sinais e aproxima ouvintes de deficientes auditivos 8 |
Estudos da Federação Mundial de Surdos mostram que 80% da população deficiente auditiva têm dificuldades de alfabetização, habilidades verbais mais baixas e, principalmente, condições de vida caóticas por não compreenderem completamente o idioma falado no país em que vivem. De acordo com a pesquisa, essa lacuna ocorre por causa das inúmeras diferenças gramaticais entre o idioma nativo e a linguagem de sinais. Pessoas surdas podem ser fluentes em Libras (Linguagem Brasileira de Sinais) ao mesmo tempo em que enfrentam sérias dificuldades de dominar a língua do seu país, comprometendo até mesmo a capacidade de aprender a ler. Limitações como essas causam uma distância significativa entre ouvintes e não ouvintes, impossibilitando deficientes auditivos de realizarem atividades banais do cotidiano, como fazer um pedido em restaurantes ou assistir a um filme. Até mesmo acessar os conteúdos da internet pode ser um desafio, já que ainda são raros os sites que possuem a opção de tradução em Libras. Com o objetivo de mudar este cenário, os sócios Ronaldo Tenório, Carlos Wanderlan e Thadeu Luz deram vida à plataforma Hand Talk e seu líder Hugo, um intérprete virtual que traduz texto e voz para a linguagem dos sinais. A plataforma coleciona prêmios desde sua fundação, tendo sido até mesmo eleita pela ONU como o Melhor app Social do Mundo, em 2013. Em um bate papo com a <strong>Revista</strong> São Francisco, o coordenador de marketing da Hand Talk, João Vitor Bogas contou sobre a criação do projeto, desafios e novas metas. Confira! Qual o maior objetivo da Hand Talk? Em 2008, nosso CEO Ronaldo Tenório teve a ideia que mudaria não só a sua vida, mas a vida de milhões de surdos pelo país. Durante um projeto de faculdade, o empreendedor percebeu que poderia unir duas de suas paixões, a tecnologia e a comunicação, para resolver um problema global e ajudar milhões de pessoas. O projeto ficou guardado por quatro anos, até que ganhou cara (e corpo!) em 2012, quando Ronaldo e mais dois amigos, hoje seus sócios, Carlos Wanderlan (Analista de sistemas) e Thadeu Luz (Arquiteto especialista em 3D), se juntaram para colocar a mão na massa, apresentando a solução em um desafio de startups do qual saíram vitoriosos. Ali nasciam a Hand Talk e o seu líder, o Hugo. A missão da Hand Talk é quebrar a barreira entre surdos e ouvintes por meio da tecnologia. Como ela funciona? O aplicativo é gratuito e funciona como um dicionário de bolso, traduzindo texto e voz em português para Libras, a Língua Brasileira de Sinais. O aplicativo também conta com a seção educativa Hugo Ensina - uma série de vídeos em que o personagem ensina sinais e expressões em Libras para os interessados. O app está disponível para tablets e smartphones, nos sistemas Android (na Play Store) e iOS (na App Store). Hugo, intérprete virtual da Hand Talk. | 9