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Revista SF - Edição 06

Produzida pela equipe de Comunicação e Marketing do Grupo São Francisco, a Revista São Francisco traz assuntos que interessam todos os tipos de público. Nela você vai ter acesso a notícias, dicas e muito entretenimento.

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Brasil é o país com maior taxa<br />

de Transtorno de Ansiedade<br />

Generalizada no mundo<br />

As histórias de Larissa e da jovem<br />

que não quis se identificar<br />

fazem parte dos mais de 18,6<br />

milhões de casos de TAG registrados<br />

apenas no Brasil - país<br />

com a maior taxa de pessoas<br />

diagnosticadas no mundo e o<br />

quinto em casos de depressão.<br />

Segundo estimativas da<br />

Organização Mundial da Saúde<br />

(OMS), 9,3% dos brasileiros<br />

têm algum transtorno de ansiedade,<br />

sendo que a depressão<br />

afeta 5,8% da população.<br />

Os principais gatilhos são fatores<br />

socioeconômicos, como<br />

pobreza e desemprego, e ambientais,<br />

como o estilo de vida<br />

em grandes cidades.<br />

A psicóloga do Hospital<br />

São Francisco de Ribeirão Preto<br />

(SP), Natália Gallo, respondeu<br />

as principais perguntas<br />

sobre o transtorno. Confira<br />

abaixo:<br />

Quais são as causas do<br />

Transtorno de Ansiedade<br />

Generalizada (TAG)?<br />

Ninguém nasce com isso, embora<br />

a ansiedade em si nos<br />

acompanhe desde o início de<br />

nossas vidas. Traços da personalidade<br />

do indivíduo podem<br />

favorecer o desenvolvimento<br />

da ansiedade patológica, mas o<br />

início do transtorno geralmente<br />

se segue a um evento de vida<br />

significativo, como perdas,<br />

problemas familiares, pessoais<br />

e profissionais, doença física,<br />

uso ou abuso de substâncias,<br />

ou mesmo uma experiência<br />

traumática.<br />

A ansiedade patológica interfere<br />

no funcionamento normal<br />

da pessoa,<br />

atrapalhando<br />

sua vida e sua<br />

rotina, com<br />

prejuízo nas<br />

atividades que<br />

desenvolve, na socialização,<br />

na autoestima, ocasionando<br />

maior vulnerabilidade emocional<br />

e até mesmo nas defesas<br />

do organismo.<br />

Existe alguma técnica<br />

que possa aliviar a crise<br />

ou evitá-la?<br />

No momento da crise, podem<br />

ser utilizadas táticas como intelectualização,<br />

teste de realidade,<br />

validação das emoções,<br />

relaxamento, técnicas de respiração.<br />

Porém, dificilmente se<br />

antecipa uma crise de ansiedade<br />

aguda, visto que seu aparecimento<br />

é súbito. Para tentar<br />

evitar, o melhor é contar com a<br />

ajuda de profissionais de saúde<br />

mental como psiquiatras e<br />

psicólogos, em um tratamento<br />

ao longo do tempo que favoreça<br />

o controle dos sintomas e,<br />

assim, a prevenção.<br />

O TAG tem cura?<br />

Em saúde mental não costumamos<br />

utilizar o termo “cura”,<br />

dada a condição extremamente<br />

mutável dos fenômenos<br />

psíquicos, bem como das condições<br />

de realidade da pessoa<br />

ao longo de seu ciclo vital. Costumamos<br />

falar em desenvolvimento<br />

de recursos internos<br />

para manejo e enfrentamento<br />

situacional, instrumentalizando<br />

o indivíduo a lidar de forma<br />

mais adaptativa com as situações<br />

adversas e com menor<br />

prejuízo para suas funções.<br />

Como se dá o tratamento?<br />

A abordagem mais indicada<br />

costuma ser a associação de<br />

tratamento medicamentoso<br />

com a psicoterapia. O primeiro<br />

deve ser prescrito e acompanhado<br />

por um psiquiatra, enquanto<br />

a psicoterapia pode ser<br />

realizada por este ou por um<br />

psicólogo. Existem também<br />

técnicas de autoindução de relaxamento<br />

que podem ser eficazes<br />

no controle emocional e<br />

somático, mas desde que associadas<br />

(e não em substituição)<br />

aos tratamentos anteriormente<br />

citados, que são primordiais<br />

para o desenvolvimento dos<br />

recursos do paciente e controle<br />

a longo prazo.<br />

Qual é a orientação para<br />

quem sofre disso?<br />

Sofrer de ansiedade (ou qualquer<br />

outro problema emocional)<br />

não deve ser motivo de<br />

vergonha, e tampouco é sinal<br />

de fraqueza. Muitas vezes, fica<br />

difícil para as pessoas compreenderem<br />

algo que não é<br />

palpável e concreto. No caso<br />

das doenças físicas, exames<br />

laboratoriais e de imagem<br />

“comprovam” as alterações.<br />

Mas, isto não é possível no sofrimento<br />

emocional, levando<br />

muitos ao descrédito destas<br />

condições que devem ser levadas<br />

tão a sério quanto o adoecimento<br />

físico – e inclusive<br />

podem até predispor ao mesmo.<br />

É necessário pedir ajuda,<br />

conversar com alguém sobre o<br />

problema e procurar profissionais<br />

especializados.<br />

A ansiedade é sempre<br />

algo negativo?<br />

A ansiedade faz parte da vida,<br />

e o medo é um recurso de defesa<br />

do ser humano diante de<br />

algo que possa representar perigo.<br />

São, portanto, protetores<br />

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