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Gestão Estratégica de Custos

‘‘ As companhias prestam muita atenção ao custo de fazer alguma coisa. Deviam preocupar-se mais com os custos de não fazer nada.’’ - Philip Kotler. Prezados Leitores: Este e-book digital de Gestão Estratégica de Custos, foi produzido a partir de muita experiência prática adquirida na gestão de empresas por longos 25 anos e, também, nas salas de aula por 20 anos contribuindo para a educação e formação de jovens universitários. Tive o privilégio de viver “Custos” em grandes empresas, na implantação de sistemas de ordens de produção e de acumulação por processos, o que permitiu-me lecionar esta disciplina de grande importância para a educação empresarial. Espero que este e-book seja de grande valia para consultas e aprendizado, e se torne uma excelente fonte de informações úteis de custos e preços para empresários e universitários. Muito Obrigado! icaredi@terra.com.br

‘‘ As companhias prestam muita atenção ao custo de fazer alguma coisa. Deviam preocupar-se mais com os custos de não fazer nada.’’ - Philip Kotler.

Prezados Leitores:

Este e-book digital de Gestão Estratégica de Custos, foi produzido a partir de muita experiência prática adquirida na gestão de empresas por longos 25 anos e, também, nas salas de aula por 20 anos contribuindo para a educação e formação de jovens universitários.
Tive o privilégio de viver “Custos” em grandes empresas, na implantação de sistemas de ordens de produção e de acumulação por processos, o que permitiu-me lecionar esta disciplina de grande importância para a educação empresarial.
Espero que este e-book seja de grande valia para consultas e aprendizado, e se torne uma excelente fonte de informações úteis de custos e preços para empresários e universitários.

Muito Obrigado!
icaredi@terra.com.br

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INOVAÇÃO NO ENSINO SUPERIOR<br />

E-mail: icaredi@terra.com.br<br />

Porto Alegre/RS<br />

<strong>Gestão</strong> <strong>Estratégica</strong> <strong>de</strong> <strong>Custos</strong><br />

por Prof. Dr. Renato Silva<br />

‘‘ As companhias prestam muita<br />

atenção ao custo <strong>de</strong> fazer alguma coisa.<br />

Deviam preocupar-se mais com os custos<br />

<strong>de</strong> não fazer nada.’’<br />

- Philip Kotler


Objetivos<br />

Conceitos e <strong>de</strong>finições <strong>de</strong> gastos, custos variáveis, fixos, diretios e<br />

indiretos, curva ABC dos estoques, <strong>de</strong>partamentalização, sistemas <strong>de</strong><br />

acumulação <strong>de</strong> custos e métodos <strong>de</strong> custeio, custo padrão, métodos <strong>de</strong><br />

avaliação dos estoques, ponto <strong>de</strong> equilíbrio, margem <strong>de</strong> contribuição e<br />

formação do preço <strong>de</strong> venda.<br />

Prezados Leitores:<br />

Este e-book digital <strong>de</strong> <strong>Gestão</strong> <strong>Estratégica</strong> <strong>de</strong> <strong>Custos</strong>, foi produzido a<br />

partir <strong>de</strong> muita experiência prática adquirida na gestão <strong>de</strong> empresas por<br />

longos 25 anos e, também, nas salas <strong>de</strong> aula por 20 anos contribuindo<br />

para a educação e formação <strong>de</strong> jovens universitários.<br />

Tive o privilégio <strong>de</strong> viver “<strong>Custos</strong>” em gran<strong>de</strong>s empresas, na<br />

implantação <strong>de</strong> sistemas <strong>de</strong> or<strong>de</strong>ns <strong>de</strong> produção e <strong>de</strong> acumulação por<br />

processos, o que permitiu-me lecionar esta disciplina <strong>de</strong> gran<strong>de</strong><br />

importância para a educação empresarial.<br />

Espero que este e-book seja <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> valia para consultas e<br />

aprendizado, e se torne uma excelente fonte <strong>de</strong> informações úteis <strong>de</strong><br />

custos e preços para empresários e universitários.<br />

Muito Obrigado!<br />

icaredi@terra.com.br<br />

MENSAGEM DO PROF DR RENATO SILVA<br />

INOVAÇÃO NO ENSINO SUPERIOR


1. Gastos<br />

Po<strong>de</strong>mos conceituar gastos como sendo todas as saídas <strong>de</strong> dinheiro da<br />

empresa. Nas empresas eles são divididos em custos, <strong>de</strong>spesas,<br />

investimentos e perdas, conforme ilustrado na figura 1.<br />

GASTOS<br />

{<br />

INVESTIMENTOS<br />

CUSTOS<br />

DESPESAS<br />

{<br />

QUANTO<br />

AO<br />

PRODUTO<br />

QUANTO AO<br />

VOLUME<br />

{ DIRETOS<br />

INDIRETOS<br />

{ FIXOS<br />

VARIÁVEIS<br />

PERDAS<br />

Figura 1- Classificação dos Gastos<br />

Tudo o que uma empresa gasta para levar o produto ou serviço a ponto<br />

<strong>de</strong> venda é um custo, exceto os gastos com venda.<br />

Ÿ Nas indústrias, são os gastos utilizados na produção.<br />

Ÿ No comércio, todos os gastos dizem respeito a compra, gestão,<br />

armazenamento e logística até que as mesmas sejam<br />

comercializadas.<br />

Ÿ Na prestação <strong>de</strong> serviço, todos os gastos relacionados ao que a<br />

empresa gasta para realizar o serviço.<br />

1.1. <strong>Custos</strong><br />

Os CUSTOS estão direta ou indiretamente relacionados com o ato <strong>de</strong><br />

produzir. Quanto ao produto são Diretos e Indiretos e, quanto ao volume<br />

são Fixos e Variáveis.<br />

Diretos: diretamente incluídos no cálculo dos produtos: materiais<br />

diretos e mão <strong>de</strong> obra direta; perfeitamente mensuráveis <strong>de</strong> maneira<br />

objetiva.<br />

Indiretos: necessitam <strong>de</strong> aproximações, rateio.<br />

INOVAÇÃO NO ENSINO SUPERIOR<br />

<strong>Gestão</strong> <strong>Estratégica</strong> <strong>de</strong> <strong>Custos</strong><br />

por Prof. Dr. Renato Silva


INFORMAÇÃO IMPORTANTE SOBRE RATEIOS:<br />

Rateio?<br />

O rateio <strong>de</strong> custos consite na divisão proporcional dos gastos conforme<br />

as informações passadas por setor. Ele é subjetivo e incerto, por melhor<br />

que seja o critério escolhido para distribuir custos aos<br />

produtos/serviços.<br />

Portanto, as Empresas <strong>de</strong>vem sempre que possível evitar o rateio <strong>de</strong><br />

custos aos produtos e serviços.<br />

O importante é que os gastos fixos (custos e <strong>de</strong>spesas), sejam<br />

distribuidos aos usuários <strong>de</strong> recursos, conforme o que cada um merece.<br />

IMPORTANTE: Os custos variáveis alteram com o volume <strong>de</strong> produção,<br />

enquanto que os fixos permanecem inalterados.<br />

Mas, qual a diferença entre Despesas e <strong>Custos</strong>, se ambos são gastos?<br />

1.2. <strong>Custos</strong><br />

<strong>Custos</strong> são os gastos incorridos na produção <strong>de</strong> bens ou na prestação <strong>de</strong><br />

serviços, <strong>de</strong> modo a colocá-los em condições <strong>de</strong> serem vendidos.<br />

Então, vejamos alguns exemplos <strong>de</strong> CUSTOS:<br />

Ÿ Fretes pagos na aquisição <strong>de</strong> materiais para a produção;<br />

Ÿ Salários (mão <strong>de</strong> obra direta e indireta) dos envolvidos na produção;<br />

Ÿ Encargos Sociais dos salários dos envolvidos na produção;<br />

Ÿ Energia elétrica consumida na produção e/ou prestação do serviço;<br />

Ÿ Manutenção, Limpeza e Segurança <strong>de</strong> produção;<br />

Entre outros...<br />

Outros Conceitos Importante <strong>de</strong> CUSTOS:<br />

Ÿ<br />

Ÿ<br />

Material Direto (MD): todo material que po<strong>de</strong> ser alocado<br />

diretamente à unida<strong>de</strong> do produto que está sendo fabricado e que sai<br />

da fábrica incorporado ao produto. Exemplo: matérias primas e<br />

embalagens.<br />

Mão <strong>de</strong> Obra Direta (MOD): todo o salário pago ao operário que<br />

trabalha diretamente no produto, cujo tempo po<strong>de</strong> ser i<strong>de</strong>ntificado<br />

com a unida<strong>de</strong> que está sendo produzida.<br />

<strong>Gestão</strong> <strong>Estratégica</strong> <strong>de</strong> <strong>Custos</strong><br />

por Prof. Dr. Renato Silva<br />

INOVAÇÃO NO ENSINO SUPERIOR


Ÿ<br />

Ÿ<br />

<strong>Custos</strong> Primários: apenas incluem a matéria prima e a mão-<strong>de</strong>-obra<br />

direta.<br />

De transformação: igualmente <strong>de</strong>nominados custos <strong>de</strong> conversão<br />

ou custos <strong>de</strong> agregação. Consistem no esforço agregado pela<br />

empresa na obtenção do produto. Exemplos: mão-<strong>de</strong>-obra direta e<br />

custos indiretos <strong>de</strong> fabricação.<br />

1.3. Despesas<br />

As <strong>de</strong>spesas são gastos que dizem respeito a administração da empresa<br />

e com o comercial, ou seja, são gastos que não estão ligados<br />

diretamente ao objetivo final do negócio, e, sim, para gerir e gerar<br />

receitas e resultado. Em razão disto, não possuem relação direta com a<br />

produção.<br />

Vejamos alguns exemplos <strong>de</strong> DESPESAS:<br />

Ÿ Honorários e Pró-labore da diretoria;<br />

Ÿ Gastos com marketing;<br />

Ÿ Salários do pessoal da administração e comercial;<br />

Ÿ Material <strong>de</strong> escritório, Limpeza, Segurança;<br />

Ÿ Aluguel das Instalações da administrativo/comercial;<br />

Ÿ Gastos com Telefone, Luz, Agua, etc;<br />

Entre outros...<br />

1.4. Investimentos<br />

Mas, se os gastos não tem relação com <strong>Custos</strong> e Despesas, então<br />

<strong>de</strong>vemos classifica-los como INVESTIMENTOS quando realizados com o<br />

objetivo <strong>de</strong> trazer mais receita ou melhorar a imagem da empresa.<br />

Vejamos alguns Exemplos:<br />

Ÿ Compra <strong>de</strong> equipamentos para a produção;<br />

Ÿ Compra <strong>de</strong> veículos para o comercial;<br />

Ÿ Entre outros.<br />

2. Curva ‘‘ABC’’ dos Estoques<br />

A Curva ABC é uma ferramenta gerencial que classifica os estoques<br />

separando-os em itens <strong>de</strong> maior ou menor importância. Ela auxilia na<br />

administração <strong>de</strong> custos.<br />

INOVAÇÃO NO ENSINO SUPERIOR<br />

<strong>Gestão</strong> <strong>Estratégica</strong> <strong>de</strong> <strong>Custos</strong><br />

por Prof. Dr. Renato Silva


Ela é também conhecida também como 80/20, pois é baseada em um<br />

teorema do economista Vilfredo Pareto, que em um estudo realizado no<br />

século XIX sobre renda e riqueza, observou que 20% da população<br />

<strong>de</strong>tinha 80% da riqueza.<br />

Dessa forma, os estoques na curva ABC seguem a seguinte orientação<br />

na sua classificação:<br />

Ÿ<br />

Ÿ<br />

Ÿ<br />

Itens A: <strong>de</strong> elevado valor relativo e que, portanto, merecem um<br />

controle mais rigoroso que os <strong>de</strong>mais.<br />

Itens B: valores não são tão representativos como os estoques dos<br />

itens A, mas representam, também, uma elevada aplicação <strong>de</strong><br />

recursos.<br />

Itens C: representam estoques numerosos em termos <strong>de</strong> itens,<br />

porém pouco representativos em termos <strong>de</strong> valor.<br />

3. Avaliação dos Estoques<br />

Os métodos <strong>de</strong> avaliação dos estoques são agrupados, basicamente, em<br />

03(três) categorias que passamos a <strong>de</strong>screver:<br />

Ÿ UEP´S: Este método é utilizado o valor do último lote adquirido para<br />

calcular o preço <strong>de</strong> venda do produto e/ou valorização dos estoques;<br />

Ÿ PEP´s: O método prioriza a or<strong>de</strong>m cronológica <strong>de</strong> entrada dos<br />

produtos, privilegiando o uso do lote mais antigo <strong>de</strong> mercadorias até<br />

que as quantida<strong>de</strong>s sejam esgotadas;<br />

Ÿ Custo Médio: Este é um dos métodos <strong>de</strong> mais simples utilização. O<br />

custo médio das mercadorias em estoque é o resultado da divisão dos<br />

saldos financeiros pelos físicos. A maioria das empresas utilizam este<br />

método pela sua simplicida<strong>de</strong> e vantagem fiscal.<br />

A figura 2 a seguir esclarece essa vantagem empresarial na escolha do<br />

método.<br />

Método Estoque Lucro imposto <strong>de</strong> Renda<br />

UEPs Menos Estoque Menos Lucro Menos Imp. <strong>de</strong> Renda<br />

Custo Médio<br />

Equilíbrio entre<br />

UEPs e PEPS<br />

Equilíbrio entre<br />

UEPs e PEPS<br />

Equilíbrio entre<br />

UEPs e PEPS<br />

PEPS Mais Estoque Mais Lucro Mais Imp. <strong>de</strong> Renda<br />

Figura 2- Métodos <strong>de</strong> Avaliação do Estoques<br />

Então, po<strong>de</strong>mos assim resumir os métodos <strong>de</strong> avaliação dos estoques:<br />

INOVAÇÃO NO ENSINO SUPERIOR<br />

<strong>Gestão</strong> <strong>Estratégica</strong> <strong>de</strong> <strong>Custos</strong><br />

por Prof. Dr. Renato Silva


Ÿ<br />

Ÿ<br />

Ÿ<br />

UEPS: último a entrar, primeiro a sair ou, em inglês, Last In, First Out<br />

(LIFO). .<br />

IMPORTANTE: A legislação fiscal brasileira não permite a utilização<br />

<strong>de</strong>ste método.<br />

PEPS: primeiro a entrar, primeiro a sair ou, em inglês, First In, First<br />

Out (FIFO).<br />

Custo Médio Pon<strong>de</strong>rado: po<strong>de</strong> ser móvel ou fixo. O custo a ser<br />

contabilizado representa uma média dos custos <strong>de</strong> aquisições.<br />

4. Sistemas <strong>de</strong> Acumulação <strong>de</strong> <strong>Custos</strong><br />

Os sistemas <strong>de</strong> acumulação <strong>de</strong> custos é a forma como os custos <strong>de</strong><br />

produção são transferidos aos produtos e serviços em processo <strong>de</strong><br />

manufatura. Os mais conhecidos são:<br />

Ÿ<br />

Ÿ<br />

Or<strong>de</strong>m específica: Neste, são abertas or<strong>de</strong>ns <strong>de</strong> produção(OP´s) para<br />

acumulação dos custos <strong>de</strong>partamentais. É indicado para Empresas<br />

que produzem bens ou serviços sob encomenda com <strong>de</strong>manda<br />

intermitente ou fabricação <strong>de</strong> lotes com características próprias.Ex.:<br />

Fábrica <strong>de</strong> móveis, <strong>de</strong> aviões, <strong>de</strong> navios, entre outros...<br />

Processo: Este sistema é caracterizado por apresentar produção<br />

contínua, com produtos idênticos, produção em massa e <strong>de</strong>manda<br />

constante. Ex.: Indústria Quimica, Petroquímica, Fabrica <strong>de</strong> cimento,<br />

entre outras...<br />

LEMBRETE: A opção e escolha por este ou aquele sistema, muitas<br />

vezes, po<strong>de</strong> levar a empresa a optar por um sistema híbrido que conjuga<br />

estes dois ao mesmo tempo, em conformida<strong>de</strong> com seu processo <strong>de</strong><br />

produção e interesse <strong>de</strong> informações.<br />

5. Métodos <strong>de</strong> Custeio<br />

Os Métodos <strong>de</strong> custeio são a forma como as organizações calculam seus<br />

custos para a <strong>de</strong>finição do preço <strong>de</strong> venda. Ele tem como objetivo<br />

separar custos variáveis e custos fixos para verificar sua influência no<br />

preço <strong>de</strong> venda. A seguir <strong>de</strong>stacamos os principais métodos:<br />

INOVAÇÃO NO ENSINO SUPERIOR<br />

<strong>Gestão</strong> <strong>Estratégica</strong> <strong>de</strong> <strong>Custos</strong><br />

por Prof. Dr. Renato Silva


Ÿ<br />

Ÿ<br />

Ÿ<br />

Ÿ<br />

ABSORÇÃO: Neste método, os produtos, mercadorias e serviços<br />

absorvem todos os custos diretos envolvidos. Os custos indiretos são<br />

atribuídos através <strong>de</strong> rateio. Esse é o único método aceito pela<br />

Legislação do Imposto <strong>de</strong> Renda para empresas com tributação pelo<br />

Lucro real.<br />

VARIÁVEL: Esse método não elabora rateios. Trabalha apenas com<br />

os gastos Variáveis (custos e <strong>de</strong>spesas). O custeio variável(direto), é<br />

muito utilizado na forma gerencial para a tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão, pois<br />

diferente do absorção exigido pela legislação fiscal, ele não consi<strong>de</strong>ra<br />

os custos fixos para a <strong>de</strong>finição do Resultado Bruto (Margem Bruta).<br />

ABC: No custeio baseado em ativida<strong>de</strong>s, os produtos, mercadorias e<br />

serviços recebem os custos na medida em que <strong>de</strong>mandam as<br />

ativida<strong>de</strong>s. Neste método é valorizado a criação <strong>de</strong> direcionadores <strong>de</strong><br />

custos que orientam para a correta alicação dos gastos.<br />

RKW: O método <strong>de</strong> custeio RKW é uma metodologia que visa<br />

proporcionar informações mais fi<strong>de</strong>dignas sobre a composição do<br />

custo do produto, atribuindo uma maior responsabilização aos<br />

diversos centros <strong>de</strong> custos da empresa. Ela consi<strong>de</strong>ra atribuir os<br />

gastos com custos variáveis, custos fixos e, também, todas as<br />

<strong>de</strong>spesas.<br />

A figura 3 abaixo ilustra os métodos <strong>de</strong> custeio.<br />

M. Primas, Mat. Diretos, Embalagens<br />

Despesas Variáveis<br />

Mão-<strong>de</strong>-obra Direta<br />

Mão-<strong>de</strong>-obra Indireta<br />

Gastos gerais <strong>de</strong> fabricação - GGF<br />

Despesas com Vendas<br />

Váriavel<br />

Absorção<br />

ABC<br />

RKW<br />

Despesas Administrativas<br />

Outras Despesas Operacionais<br />

Despesas Financeiras<br />

Figura 3 – Métodos <strong>de</strong> Custeio<br />

<strong>Gestão</strong> <strong>Estratégica</strong> <strong>de</strong> <strong>Custos</strong><br />

por Prof. Dr. Renato Silva<br />

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{<br />

6. Departamentalização<br />

A <strong>de</strong>partamentalização é o processo <strong>de</strong> agrupar ativida<strong>de</strong>s em centros<br />

<strong>de</strong> custos, reunindo ativida<strong>de</strong>s em unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> custos administrativos e<br />

<strong>de</strong> produção (produtivos e auxiliates). Tem por objetivo.reduzir<br />

arbitrarieda<strong>de</strong> dos rateios, e aumentar níveis <strong>de</strong> controle e <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão.<br />

A figura 4 abaixo ilustra a <strong>de</strong>partamentalização <strong>de</strong> produção, on<strong>de</strong> os<br />

custos diretos e indiretos são apropriados aos centros <strong>de</strong> custos.<br />

Produtos<br />

A<br />

B<br />

C<br />

Antes dos <strong>de</strong>partamentos<br />

Fábrica<br />

{<br />

A<br />

B<br />

C<br />

Depois dos <strong>de</strong>partamentos<br />

Fábrica<br />

Figura 4 – Departamentalização Fabril<br />

Os custos diretos são alocados diretamente aos centros <strong>de</strong> custos<br />

produtivos. Já os custos indiretos <strong>de</strong> todos os centros auxiliares <strong>de</strong><br />

produção(apoio), são levados aos centros produtivos e apropriados aos<br />

produtos, por meio da utilização <strong>de</strong> diversos critérios <strong>de</strong> rateio, on<strong>de</strong> a<br />

relação causa/efeito se faz presente e necessária.<br />

7. Custo Padrão (Standard)<br />

O custo–padrão consiste em técnica <strong>de</strong> fixar previamente preços para<br />

cada produto que a empresa fabrica, consi<strong>de</strong>rando o custo i<strong>de</strong>al para<br />

uma unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produto. Uma das principais razões <strong>de</strong> se utilizar o<br />

custo-padrão consistem no uso gerencial das informações. Como<br />

também, permite agilizar os processos <strong>de</strong> encerramentos mensais.<br />

Embora essa forma <strong>de</strong> custeio não seja aceita para avaliação <strong>de</strong><br />

estoques na data <strong>de</strong> balanço, é muito útil para a gestão <strong>de</strong> preços e<br />

resultados <strong>de</strong> forma planejada.<br />

A Figura 5 a seguir ilustra sua <strong>de</strong>finição:<br />

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<strong>Gestão</strong> <strong>Estratégica</strong> <strong>de</strong> <strong>Custos</strong><br />

por Prof. Dr. Renato Silva


Materiais<br />

Diretos<br />

Áreas<br />

técnicas<br />

Compras e<br />

Controladoria<br />

Quantida<strong>de</strong>s<br />

Materiais<br />

Diretos<br />

Controladoria<br />

Mão-<strong>de</strong>-obra<br />

Direta<br />

<strong>Custos</strong><br />

Indiretos <strong>de</strong><br />

Fabricação<br />

Áreas<br />

técnicas<br />

Departamento<br />

<strong>de</strong> Pessoal<br />

Planejamento<br />

Controladoria<br />

Horas<br />

Taxas<br />

Horarias<br />

Volumes <strong>de</strong><br />

Produção<br />

Taxas <strong>de</strong><br />

CIF<br />

Ficha <strong>de</strong><br />

Custo<br />

Padrão<br />

Figura 5- Definição do Custo Padrão<br />

O Custo padrão permite a análise das variações <strong>de</strong> custos previsto x<br />

realizado. É possível verificar as variações <strong>de</strong> quantida<strong>de</strong> e preço,<br />

i<strong>de</strong>ntificando as favoráveis: (realprevisto), para que sejam responsabilizados os gestores para a<br />

melhoria dos processos e resultados. A figura 6 ilustra as variações do<br />

custo padrão.<br />

LEMBRETE: Você po<strong>de</strong>rá se aprofundar a utilização das fórmulas <strong>de</strong><br />

variações do custo padrão no Livro: “Contabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Custos</strong>” do Prof<br />

Eliseu Martins-Editora Atlas.<br />

Preço<br />

Variação <strong>de</strong> Preço<br />

Pr<br />

Variação Conjunta<br />

Pp<br />

Variação <strong>de</strong> Quantida<strong>de</strong><br />

0<br />

Qp Qr<br />

Quantida<strong>de</strong><br />

Figura 6 – Análise do Custo Padrão: Variações<br />

<strong>Gestão</strong> <strong>Estratégica</strong> <strong>de</strong> <strong>Custos</strong><br />

por Prof. Dr. Renato Silva<br />

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8. Margem <strong>de</strong> Contribuição<br />

A margem <strong>de</strong> contribuição é <strong>de</strong>finida como sendo a diferença da Receita<br />

Líquida(RL), menos os custos e <strong>de</strong>spesas diretas com a venda <strong>de</strong><br />

produtos e serviços. Importante salientar que na <strong>de</strong>finição da Margem<br />

Bruta <strong>de</strong> Contribuição, os custos e <strong>de</strong>spesas fixas não são consi<strong>de</strong>rados.<br />

A figura 7 clarifica melhor esta <strong>de</strong>finição.<br />

MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO<br />

- É a diferença entre o preço <strong>de</strong> venda e os gastos<br />

variáveis (custos e <strong>de</strong>spesas).<br />

-Fórmula: MC = Preço <strong>de</strong> venda - (Cv + Dv)<br />

Cv = Custo variável unitário<br />

Dv = Despesa variável unitária<br />

- Representa quanto cada prproduto/serviço, contribui para<br />

cobrir as <strong>de</strong>spesas fixas e formar o lucro da empresa.<br />

- Pon<strong>de</strong>rada no caso <strong>de</strong> vários itens como margens diferentes<br />

- Margem x participação nas vendas (peso)<br />

Figura 7 – Margem <strong>de</strong> Contribuição<br />

A figura 8 a seguir, exemplifica o cálculo da margem <strong>de</strong> contribuição<br />

consi<strong>de</strong>rando 02(dois) produtos. Embora tenhamos um produto com<br />

participação nas vendas <strong>de</strong> 75% e o outro com margem <strong>de</strong> 25%, com<br />

margens <strong>de</strong> 35% e 53%, respectivamente, a margem média situou-se<br />

em 39,5%. Percebam que o produto A mesmo com margem unitária<br />

inferior ao produto B, contribui mais para a cobertura <strong>de</strong> gastos fixos.<br />

Produtos<br />

CÁLCULO DA MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO<br />

+ Preço <strong>de</strong> Venda<br />

( - ) Despesa Variável (7%)<br />

( - ) Custo Variável<br />

= Margem Contribuição<br />

A<br />

17,24 100%<br />

1,21 7%<br />

10,00 58%<br />

6,03 35%<br />

- Exemplo<br />

B<br />

30,00 100%<br />

2,10 7%<br />

12,00 58%<br />

15,90 35%<br />

Participação nas Vendas 75% 25%<br />

Margem % X Participação (35% x75%) 26,25% (53% x25%) 13,25%<br />

Margem Média % Pon<strong>de</strong>rada = 26,25% + 13,25% = 39,50%<br />

* Em função da participação nas vendas, o produto A contribui<br />

mais para cobrir <strong>de</strong>spesas fixas, apesar <strong>de</strong> apresentar menor<br />

margem unitária.<br />

INOVAÇÃO NO ENSINO SUPERIOR<br />

Figura 8 – Cálculo da Margem <strong>de</strong> Contribuição<br />

<strong>Gestão</strong> <strong>Estratégica</strong> <strong>de</strong> <strong>Custos</strong><br />

por Prof. Dr. Renato Silva


Se atribuímos ao exemplo um custo fixo total <strong>de</strong> R$ 2.500,00, o<br />

Mix(total) da margem <strong>de</strong> contribuição dos dois produtos paga o total <strong>de</strong><br />

custos fixo e ainda <strong>de</strong>ixa um resultado <strong>de</strong> 10% sobre as vendas.<br />

DEMONSTRATIVO DE RESULTADOS<br />

_______ A ______ B<br />

_______ Total _____ %<br />

+ Vendas R$ 6.326 R$ 2.130 R$ 8.492 100%<br />

(-) <strong>Custos</strong>* R$ 3.690 R$ 852 R$ 4.542 53,5%<br />

(-) D. Variáveis _______ R$ 445 ________ R$ 148 _______ R$ 593 _____ 7,0%<br />

= M. Contrib. R$ 2.227 R$ 1.130 R$ 3.357 39,5%<br />

(-) D Fixas _______<br />

R$ 2.500 ______ 29,5%<br />

= Lucro R$ 857 10,0%<br />

A 369 u. x 10,00 = 3.690<br />

*Valor do Custo<br />

B 71 u. x 12,00 = 852<br />

Figura 9 – Cálculo da Margem <strong>de</strong> Contribuição<br />

9. Ponto <strong>de</strong> Equilíbrio (break-even-point)<br />

O ponto <strong>de</strong> equilíbrio é uma importante ferramenta <strong>de</strong> gestão<br />

financeira que permite a i<strong>de</strong>ntificação do volume(quantida<strong>de</strong>) mínimo<br />

que a empresa precisa ven<strong>de</strong>r para não ter prejuízos.Quanto menor for<br />

essa necessida<strong>de</strong>, significa que os custos da empresa (variáveis e fixos),<br />

permite que ela esteja mais competitiva e com melhor rentabilida<strong>de</strong><br />

frente aos seus concorrentes.<br />

Fórmula <strong>de</strong> cálculo do ponto <strong>de</strong> equilíbrio:<br />

Ponto <strong>de</strong> Equilíbrio = (Custo Fixo / (Receita – Custo Variável)) x 100<br />

LEMBRETE 1: A Margem <strong>de</strong> Contribuição é = (Receita – Custo Variável).<br />

LEMBRETE 2: Os <strong>Custos</strong> Variáveis acompanham as variações das<br />

vendas.<br />

INOVAÇÃO NO ENSINO SUPERIOR<br />

<strong>Gestão</strong> <strong>Estratégica</strong> <strong>de</strong> <strong>Custos</strong><br />

por Prof. Dr. Renato Silva


Por exemplo: Receita <strong>de</strong> R$ 100.000,00, custos fixos <strong>de</strong> R$ 30.000,00<br />

e <strong>Custos</strong> Variáveis <strong>de</strong> R$ 60.000,00. Isso indica que a margem bruta <strong>de</strong><br />

contribuição é R$ 40.000,00 (40%).<br />

Ponto <strong>de</strong> Equilíbrio = (30.000 / 40.000) x 100 = 75,00%<br />

Calculado o ponto <strong>de</strong> equilíbrio sobre o faturamento projetado, teremos<br />

o seguinte resultado: R$ 100.000,00 x 75,00% = R$ 75.000,00.<br />

Portanto, R$ 75.000,00, seria o valor mínimo que a empresa teria que<br />

ven<strong>de</strong>r no ano para ter lucro ZERO, isto é, nem lucro, nem prejuízo. As<br />

figuras 10 e 11 a seguir ilustra o ponto <strong>de</strong> equilíbrio.<br />

PONTO DE EQUILÍBRIO<br />

A empresa atinge o Ponto <strong>de</strong> Equilíbrio quando as Vendas<br />

igualam-se ao total dos custos e <strong>de</strong>spesas.<br />

Quando <strong>de</strong>ve se apurar o Ponto <strong>de</strong> Equilíbrio?<br />

- Antes = Previsão<br />

- Durante = Acompanhamento<br />

- Após = Avaliação<br />

No Ponto <strong>de</strong> Equilíbrio, a empresa não tem lucro e nem prejuízo.<br />

Figura 10 – Ponto <strong>de</strong> Equilíbrio<br />

Custo<br />

Despesa<br />

Receita<br />

$<br />

PONTO DE EQUILÍBRIO<br />

Receita<br />

C+D Totais<br />

C+D Variáveis<br />

Volumee Vendas<br />

Unida<strong>de</strong>s<br />

Ponto <strong>de</strong><br />

Equilíbrio<br />

C+D Fixo<br />

Limite da<br />

Capacida<strong>de</strong><br />

Instalada<br />

C+D Totais = CDF +<br />

CDV<br />

Figura 11 – Gráfico do Ponto <strong>de</strong> Equilíbrio<br />

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A utilização do Ponto <strong>de</strong> Equilíbrio além <strong>de</strong> favorecer o controle das<br />

operações, também contribui para a tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão ao i<strong>de</strong>ntificar a<br />

receita i<strong>de</strong>al (em quantida<strong>de</strong> e valores) para pagamento dos custos e<br />

<strong>de</strong>spesas diretas e fixas, pois permite:<br />

Ÿ<br />

Ÿ<br />

Ÿ<br />

i<strong>de</strong>ntificar o volume <strong>de</strong> vendas (em quantida<strong>de</strong>s e valor monetário)<br />

necessário para evitar um prejuízo;<br />

i<strong>de</strong>ntificar o volume mínimo <strong>de</strong> produção e vendas necessário;<br />

fornecer dados para ajudar a <strong>de</strong>cidir sobre um aumento ou diminuição<br />

<strong>de</strong> preços, bem como revisão dos custos envolvidos.<br />

10. Alavancagem Operacional<br />

Na alavancagem operacional os lucros da empresa variam <strong>de</strong> acordo<br />

com o volume <strong>de</strong> vendas. Para enten<strong>de</strong>rmos melhor esse conceito,<br />

partimos do seguinte raciocínio simples:<br />

Por exemplo, numa empresa <strong>de</strong> varejo há <strong>de</strong>terminados custos fixos,<br />

como:aluguel da loja, salário dos ven<strong>de</strong>dores não comissionados, água,<br />

luz, entre outros. Se as vendas da loja aumentam em um <strong>de</strong>terminado<br />

período, e esses custos fixos citados não se alteram, e o lucro aumenta<br />

proporcionalmente ao número <strong>de</strong> vendas a mais em relação a períodos<br />

anteriores, então dizemos que há “Alavancagem Operacional” pois<br />

houve incremento <strong>de</strong> vendas com a utilização do mesmo custo marginal<br />

instalado.<br />

A figura 5 abaixo ilustra esse fato. Por exemplo, se houve um aumento<br />

<strong>de</strong> 20% nos lucros <strong>de</strong> uma organização e um aumento das vendas <strong>de</strong><br />

5%, o “Grau <strong>de</strong> Alavancagem Operacional” <strong>de</strong>ssa empresa foi 4.<br />

Variação<br />

20%<br />

}<br />

Variação<br />

das Vendas<br />

5%<br />

Gastos Fixos<br />

<strong>Custos</strong> Fixos do Ativo<br />

ou Operacionais<br />

{<br />

Ativo<br />

Passivo<br />

PL<br />

}<br />

<strong>Custos</strong><br />

fixos do Passivo<br />

ou Financeiros<br />

Figura 12 – Alavancagem Operacional<br />

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A seguir apresentamos as fórmulas da alavancagem:<br />

Fórmulas <strong>de</strong> Alavancagem<br />

Grau <strong>de</strong><br />

Alavacagem<br />

Operacional (GAO)<br />

Financeiro (GAF)<br />

Combinada (CAC)<br />

Fórmula<br />

%ᐄ Lucro Operac/ %ᐄ Vendas<br />

%ᐄ Lucro Liq/ %ᐄ Lucro Operac<br />

%ᐄ Lucro Liq/ %ᐄ Vendas<br />

ou<br />

GAOxGAF<br />

O que expressa<br />

Relação entre variações no lucro<br />

operacional em <strong>de</strong>corrência <strong>de</strong> variações<br />

nas vendas. Decorre da existência <strong>de</strong><br />

custos fixos operacionais<br />

Relação entre variações no lucro liquido<br />

em <strong>de</strong>corrência <strong>de</strong> variações no lucro<br />

operacional. Decorre da existência <strong>de</strong><br />

custos fixos financeiros.<br />

Relação entre variações no lucro liquido<br />

em <strong>de</strong>corrência <strong>de</strong> variações nas Vendas.<br />

Decorre da existência <strong>de</strong> custos fixos<br />

financeiros. e financeiros.<br />

11. Formação do Preço <strong>de</strong> Venda<br />

Figura 13 – Fórmulas da Alavancagem<br />

As empresas, industrial, comercial ou <strong>de</strong> serviços, <strong>de</strong>terminam seus<br />

preços <strong>de</strong> venda, no propósito <strong>de</strong> gerar resultado positivo (lucro). A<br />

formação básica do preço <strong>de</strong> venda po<strong>de</strong> ser simplificada pela seguinte<br />

equação: Custo + Lucro + Despesas Variáveis = Preço <strong>de</strong> Venda.<br />

LEMBRE-SE: O mercado é quem <strong>de</strong>termina o preço que preten<strong>de</strong> pagar<br />

por <strong>de</strong>terminado produto ou serviço. Nesse conceito, o custo é o<br />

alvo(target), a ser perseguido pela empresa.<br />

Os custos são apurados pela contabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> custos da empresa, tendo<br />

como fontes um conjunto <strong>de</strong> registros específicos, oriundos da<br />

escrituração contábil, apoiado por planilhas, rateios, cálculos, controles,<br />

etc, no intuito <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar, mensurar e informar os custos das vendas<br />

<strong>de</strong> produtos, mercadorias e serviços. A seguir na figura 14,<br />

apresentamos o posicionamento <strong>de</strong> preços proposto por ASSEF(2005).<br />

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POSICIONAMENTO MARGEM CARACTERÍSTICAS<br />

BÁSICAS<br />

OBJETIVO<br />

PRINCIPAL<br />

VANTAGENS<br />

DESVANTAGENS<br />

Sobrevivência<br />

Baixas e<br />

negativas<br />

Preços baixos para<br />

manter a<br />

competitivida<strong>de</strong> do<br />

produto.<br />

Gerar caixa.<br />

Permite a<br />

sustentabilida<strong>de</strong><br />

do produto em<br />

curto prazo.<br />

Preço <strong>de</strong><br />

referência baixo,<br />

com risco <strong>de</strong><br />

inviabilizar o<br />

produto em<br />

médio prazo.<br />

Maximização <strong>de</strong><br />

lucros<br />

Elevada<br />

Estratégia <strong>de</strong> curto<br />

prazo ou para<br />

produtos <strong>de</strong> curta<br />

duração.<br />

Oportunida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> ganhos<br />

altos.<br />

Margens<br />

elevadas.<br />

Ten<strong>de</strong> a criar<br />

imagem <strong>de</strong> preço<br />

alto em produtos<br />

<strong>de</strong> ciclo <strong>de</strong> vida<br />

mais longo.<br />

Li<strong>de</strong>rança <strong>de</strong><br />

market-share<br />

Baixas<br />

Preço baixo para<br />

conquista <strong>de</strong><br />

mercado em médio e<br />

longo prazo.<br />

Ganho <strong>de</strong><br />

participação<br />

e bons lucros<br />

em longo<br />

prazo.<br />

Estratégia<br />

a<strong>de</strong>quada para<br />

mercados muito<br />

concorrentes<br />

em preço.<br />

Não fi<strong>de</strong>liza<br />

clientes, risco <strong>de</strong><br />

concorrência <strong>de</strong><br />

produtos mais<br />

baratos. Risco<br />

<strong>de</strong> gerar guerra<br />

<strong>de</strong> preços.<br />

Li<strong>de</strong>rança <strong>de</strong><br />

qualida<strong>de</strong><br />

Elevadas<br />

Preços altos para<br />

realçar qualida<strong>de</strong><br />

Premium<br />

Margens<br />

elevadas<br />

Alta<br />

fi<strong>de</strong>lização<br />

Risco <strong>de</strong> não ter<br />

o valor<br />

percebido na<br />

proporção do<br />

preço praticado.<br />

FONTE: ASSEF, Roberto. Gerência <strong>de</strong> preços: posicionamento <strong>de</strong> preços. 2005, p.27. (adaptado).<br />

Na formação do preço <strong>de</strong> venda, além das características <strong>de</strong><br />

posicionamento <strong>de</strong> preços <strong>de</strong>scritas por ASSEF(2005) acima, alguns<br />

fatores secundários se fazem importantes o seu pleno conhecimento,<br />

para que o preço seja ajustado aos níveis <strong>de</strong> mercado em que o cliente<br />

está disposto a pagar. Neste contexto, po<strong>de</strong>mos citar como importante a<br />

análise da concorrência, a percepção <strong>de</strong> valor dos clientes e a estratégia<br />

adotada pelo negócio.<br />

Para acompanhamento dos resultados a partir da <strong>de</strong>finição do preço,<br />

algumas métricas (indicadores), são essenciais para avaliar o<br />

<strong>de</strong>sempenho do preço na maximização dos resultados. Dentre estes,<br />

<strong>de</strong>staca-se o percentual <strong>de</strong> lucrativida<strong>de</strong> que po<strong>de</strong> ser obtido pela<br />

seguinte fórmula:<br />

Lucro (%) = Lucro líquido / receita total x 100<br />

(Quanto maior for este percentual <strong>de</strong> lucro líquido, melhor será para<br />

empresa).<br />

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No entanto, há outros indicadores importantes que po<strong>de</strong>m ser<br />

consi<strong>de</strong>rados. Então vejamos alguns e suas fórmulas:<br />

Nível <strong>de</strong> liqui<strong>de</strong>z do negócio<br />

Liqui<strong>de</strong>z = ativos <strong>de</strong> curto prazo / passivos <strong>de</strong> curto prazo<br />

(Quando o resultado for inferior a um ponto, significa que a empresa não<br />

possui liqui<strong>de</strong>z)<br />

% <strong>de</strong> crescimento anual da Receita<br />

Crescimento (%) = (receita do ano atual – receita do ano<br />

anterior) / receita do ano anterior x 100<br />

Na otimização do preço <strong>de</strong> venda, faz-se importante levar em<br />

consi<strong>de</strong>ração a concorrência, os clientes e a estratégia da adotada pela<br />

empresa, para alavancar seu crescimento <strong>de</strong> vendas.<br />

Participação no mercado (Market Share)<br />

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Market Share (%) = faturamento da empresa /<br />

faturamento do mercado x 100<br />

(Quanto maior for este percentual maior será a participação <strong>de</strong> mercado<br />

da empresa).<br />

A técnica do mark-up na <strong>de</strong>finição do preço<br />

O mark-up é uma técnica simples na <strong>de</strong>finição do preço final <strong>de</strong> venda.<br />

Ele é dividido em duas categorias: o mark-up divisor e o mark-up<br />

multiplicador e ambos tem o mesmo efeito. Então vejamos cada um:<br />

Markup divisor (MD)<br />

Tem o objetivo <strong>de</strong> gerar um índice pelo qual o custo <strong>de</strong> aquisição do<br />

produto possa ser dividido para chegar ao preço <strong>de</strong> venda.<br />

Para facilitar o entendimento partimos direto para a exemplificação:<br />

A Comercial <strong>de</strong> Vestuários XY adquiriu um vestido feminino do seu<br />

fornecedor <strong>de</strong> confecções pelo valor <strong>de</strong> R$35,00, e este é o custo <strong>de</strong><br />

aquisição. Na comercialização inci<strong>de</strong>m impostos <strong>de</strong>: ICMS 18%, PIS e<br />

COFINS 9%, <strong>de</strong>spesas fixas <strong>de</strong> 8%, e, ainda, a empresa <strong>de</strong>seja ter um<br />

lucro <strong>de</strong> 30%. Percebam que o total <strong>de</strong> impostos e lucro a ser pago pelo<br />

PV é <strong>de</strong> 65%.<br />

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Se consi<strong>de</strong>ramos que o PV (preço <strong>de</strong> Venda) é 100% que precisa pagar<br />

65%, então temos:<br />

Ÿ MD = (100 – 65) /100;<br />

Ÿ MD = 35/100;<br />

Ÿ MD = 0,35 (Este é o mark-up divisor)<br />

Então, se dividimos o custo <strong>de</strong> aquisição com o vestido pelo MD=Markup<br />

divisor, temos:<br />

Ÿ PV = R$35,00/0,35<br />

Ÿ PV = R$100,00.<br />

Como se po<strong>de</strong> observar, o preço <strong>de</strong> venda é <strong>de</strong> R$100,00. Nele, estão<br />

embutidos todos os custos, impostos e <strong>de</strong>spesas necessárias, além do<br />

lucro almejado pela empresa.<br />

Markup multiplicador (MM)<br />

A outra forma <strong>de</strong> aplicação do mark-up é encontrar o índice<br />

multiplicador. Nessa caso, o intuito é i<strong>de</strong>ntificar um índice que,<br />

multiplicado pelo preço <strong>de</strong> aquisição do produto, indique o preço <strong>de</strong><br />

venda mais a<strong>de</strong>quado.<br />

Para i<strong>de</strong>ntificar o markup multiplicados (MM), basta dividir o número<br />

1 pelo markup divisor (no exemplo anterior: 0,35). Confira a<br />

fórmula:<br />

Ÿ MM = 1/MD<br />

Ÿ MM = 1/0,35<br />

Ÿ MM = 2,85715 (índice do mark-up multiplicador)<br />

Então, se multiplicarmos o índice <strong>de</strong> 2,85715 pelo custo <strong>de</strong> aquisição <strong>de</strong><br />

R$35,00, então temos:<br />

Ÿ PV = 2,85715 x 35,00<br />

Ÿ PV = R$100,00<br />

O mark-up divisor e o multiplicador oferecem sempre o mesmo<br />

resultado, pois são apenas caminhos diferentes para chegar ao mesmo<br />

preço <strong>de</strong> venda.<br />

Importante neste exemplo <strong>de</strong>stacar a margem bruta da venda (valor<br />

antes dos impostos e <strong>de</strong>spesas), assim <strong>de</strong>monstrado:<br />

Ÿ Margem bruta = lucro bruto / preço <strong>de</strong> venda x 100<br />

Ÿ Margem bruta = 65/100 x 100<br />

Ÿ Margem bruta = 65%<br />

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Para a <strong>de</strong>finição da margem líquida, basta que seja dividido o lucro<br />

líquido pelo preço <strong>de</strong> venda do produto, conforme abaixo:<br />

Ÿ Margem líquida = lucro líquido / preço <strong>de</strong> venda x 100<br />

Ÿ Margem líquida = 30/100 x 100<br />

Ÿ Margem líquida = 30%<br />

Referências<br />

ASSEF, Roberto. Manual <strong>de</strong> gerência <strong>de</strong> preços: do valor percebido pelo<br />

consumidor aos lucros da empresa. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Campus, 2005.<br />

BERNARDI, Luiz Antonio. Manual <strong>de</strong> formação <strong>de</strong> preços: políticas,<br />

estratégias e fundamentos. 3ª ed. São Paulo: Atlas, 2007.<br />

BRUNI, Adriano Leal; FAMÁ, Rubens. <strong>Gestão</strong> <strong>de</strong> custos e formação <strong>de</strong><br />

preços: com aplicação na calculadora HP 12C. 2ª ed. São Paulo: Atlas,<br />

2003.<br />

MARTINS, Eliseu. Contabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Custos</strong>. 9ª ed. São Paulo: Atlas,<br />

2008.<br />

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