17.12.2012 Views

Avaliação clínica e microbiológica de um dentifrício contendo ...

Avaliação clínica e microbiológica de um dentifrício contendo ...

Avaliação clínica e microbiológica de um dentifrício contendo ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

<strong>Avaliação</strong> <strong>clínica</strong> e <strong>microbiológica</strong> <strong>de</strong> <strong>um</strong> <strong>de</strong>ntifrício<br />

<strong>contendo</strong> extrato hidroalcoólico da Eugenia Uniflora L.<br />

(pitangueira) sobre microrganismos cariogênicos<br />

Linha <strong>de</strong> pesquisa do orientador: Produtos naturais aplicados à odontologia<br />

Vanessa <strong>de</strong> Carvalho Jovito<br />

Orientador: Prof. Ms. Ricardo Dias <strong>de</strong> Castro<br />

João Pessoa - PB<br />

Agosto <strong>de</strong> 2009<br />

1


Vanessa <strong>de</strong> Carvalho Jovito<br />

<strong>Avaliação</strong> <strong>clínica</strong> e <strong>microbiológica</strong> <strong>de</strong> <strong>um</strong> <strong>de</strong>ntifrício <strong>contendo</strong> extrato<br />

hidroalcoólico da Eugenia uniflora L. (pitangueira) sobre microrganismos<br />

cariogênicos<br />

Trabalho <strong>de</strong> Conclusão do Curso <strong>de</strong><br />

Odontologia da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral da<br />

Paraíba – UFPB, em c<strong>um</strong>primento ás<br />

exigências para conclusão.<br />

Orientador: Professor Ms. Ricardo Dias <strong>de</strong><br />

Castro<br />

João Pessoa – PB / 2009<br />

2


Dados Internacionais <strong>de</strong> Catalogação na Publicaçao (CIP)<br />

Biblioteca Setorial <strong>de</strong> Odontologia - UFPB<br />

J86a Jovito, Vanessa <strong>de</strong> Carvalho.<br />

<strong>Avaliação</strong> <strong>clínica</strong> e <strong>microbiológica</strong> <strong>de</strong> <strong>um</strong> <strong>de</strong>ntifrício <strong>contendo</strong> extrato<br />

hidroalcoólico da Eugenia uniflora L. (pitangueira) sobre microorganismos<br />

cariogênicos / Vanessa <strong>de</strong> Carvalho Jovito. -- João Pessoa : [s.n.], 2009.<br />

65 f. : il. -<br />

Orientador: Ricardo Dias <strong>de</strong> Castro.<br />

Monografia (Graduação) – UFPB/CCS.<br />

1. Odontologia. 2. Dentifrícios. 3. Microbiologia. 4. Biofilme<br />

<strong>de</strong>ntário.<br />

3


“Dedico este trabalho aos meus Pais,<br />

Val<strong>de</strong>mar e Terezinha, as minhas<br />

irmãs Vaniclei<strong>de</strong> e Vaniquele e a todos<br />

os meus amigos que tanto me<br />

incentivaram, dando-me forças para<br />

nunca <strong>de</strong>sistir e sempre lutar para<br />

conquistar todos os meus sonhos”<br />

5


AGRADECIMENTOS:<br />

Agra<strong>de</strong>ço primeiramente a Deus, por ter-me proporcionado todas as conquistas, por ter<br />

me guiado sempre no <strong>de</strong>correr <strong>de</strong>sta caminhada, on<strong>de</strong> muitos <strong>de</strong>safios foram<br />

superados.<br />

Aos meus pais, Val<strong>de</strong>mar e Terezinha, que me <strong>de</strong>ram o alicerce <strong>de</strong> tudo o que sou,<br />

pela <strong>de</strong>dicação incondicional, e por todo apoio.<br />

As minhas irmãs Vaniclei<strong>de</strong> e Vaniquele que estão sempre perto, me apoiando em tudo<br />

que faço.<br />

Aos meus familiares que torcem sempre a cada conquista minha.<br />

Ao Grupo Amigos do Altar, <strong>um</strong>a família conquistada com muita fé e alegria, e amiza<strong>de</strong>s<br />

verda<strong>de</strong>iras.<br />

A minha amiga <strong>de</strong> sempre Priscilla Suassuna por ter sempre estado ao meu lado nestes<br />

5 anos <strong>de</strong> curso, por toda amiza<strong>de</strong> e companheirismo.<br />

Aos meus amigos <strong>de</strong> sala <strong>de</strong> aulas on<strong>de</strong> pu<strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r com cada <strong>um</strong> nestes 5 anos.<br />

Aos meus amigos do Núcleo <strong>de</strong> Estudos em Odontologia Preventiva NEOP a qual faço<br />

parte, pelo apoio e amiza<strong>de</strong>, e principalmente a Leopoldina e Danilo.<br />

Ao prof. Wilton Wilney Nascimento Padilha por ter me incentivado sempre na iniciação<br />

científica, por todo ensinamento e conquistas que me proporcionou.<br />

Ao Prof. Marçal <strong>de</strong> Queiroz Paulo do laboratório <strong>de</strong> Química <strong>de</strong> Produtos Naturais, que<br />

sempre correu atrás para que tudo que precisasse fosse feito.<br />

Ao aluno <strong>de</strong> Química Douglas Moura pela gran<strong>de</strong> ajuda no laboratório.<br />

Ao técnico do Laboratório <strong>de</strong> Análises Clinicas do Hospital Universitário Lauro<br />

Wan<strong>de</strong>rley HULW, Pedro por sempre estar disponível a ajudar.<br />

Ao Prof, Ricardo Dias <strong>de</strong> Castro mais que <strong>um</strong> professor, <strong>um</strong> amigo que em ensina a<br />

cada dia, incentivando e contribuindo sempre para o crescimento científico e pessoal.<br />

A todos os participantes <strong>de</strong>sta pesquisa, pois sem o consentimento <strong>de</strong>stes a pesquisa<br />

não teria sido realizada<br />

6


“Nunca <strong>de</strong>ixe que lhe digam:<br />

Que não vale a pena<br />

Acreditar no sonho que se tem<br />

Ou que seus planos<br />

Nunca vão dar certo<br />

Ou que você nunca<br />

Vai ser alguém...<br />

Confie em si mesmo<br />

Quem acredita<br />

Sempre alcança “<br />

( Renato Russo)<br />

“Não perca as forças e o sonho<br />

Não <strong>de</strong>ixe nunca <strong>de</strong> acreditar”<br />

( Rosa <strong>de</strong> Saron)<br />

7


RESUMO:<br />

Com o objetivo <strong>de</strong> avaliar a atuação <strong>clínica</strong> e <strong>microbiológica</strong> <strong>de</strong> <strong>um</strong> <strong>de</strong>ntifrício <strong>contendo</strong><br />

extrato hidroalcoólico da Eugenia uniflora L. (pitangueira) sobre microrganismos<br />

cariogênicos. Para tanto, a pesquisa foi realizada in vitro e in vivo. Na etapa in vitro, foi<br />

avaliado o potencial antibacteriano do <strong>de</strong>ntifrício a partir do método da difusão em meio<br />

<strong>de</strong> cultura sólido sobre bactérias: Streptococcus mutans (ATCC 25175), Streptococcus<br />

oralis (ATCC 10557), Lactobacillus casei (ATCC 7469). Na etapa in vivo, foram<br />

selecionados 100 universitários da UFPB, <strong>de</strong> ambos os sexos, na faixa etária <strong>de</strong> 20 a<br />

25 anos, divididos em 2 (dois) grupos: Experimental: 50 sujeitos que fizeram uso <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>ntifrício <strong>contendo</strong> extrato hidroalcoólico do fruto maduro da Eugenia uniflora L.<br />

(pitanga); Padrão: 50 sujeitos que fizeram uso do Colgate Total 12 ® . Antes e após 07<br />

dias consecutivos <strong>de</strong> escovação, foi realizado exame clínico, utilizando o Índice <strong>de</strong><br />

Sangramento Gengival (ISG) e Índice <strong>de</strong> Higiene Oral Simplificado IHO-S. Os dados<br />

foram analisados estatisticamente pelo testes <strong>de</strong> t pareado, Wilcoxon e Mann- Whitney.<br />

Os resultados mostraram efetiva ação antibacteriana do <strong>de</strong>ntifrício experimental, com<br />

CIM <strong>de</strong> 0,005g/mL para o S. oralis e L. casei e <strong>de</strong> 0,009g/mL para o S. mutans. No<br />

ensaio clinico foi observada redução do sangramento gengival (p0,05 - Mann-Whitney, respectivamente, para o ISG e IHO-S). Conclui-se que o<br />

<strong>de</strong>ntifrício experimental foi eficaz na redução do sangramento gengival e do biofilme<br />

<strong>de</strong>ntário, apresentando - se como <strong>um</strong> produto promissor para a odontologia curativa.<br />

Palavras-Chave: Dentifrícios; Microbiologia; Biofilme <strong>de</strong>ntário.<br />

8


ABSTRACT:<br />

The objective of this study it has been evaluated the clinical and microbiological acting<br />

of a <strong>de</strong>ntifrices containing extract of hydroalcoholic of Eugenia uniflora L. (Surinam<br />

cherry) on cariogenics microorganisms. For so much, the research was evaluated in<br />

vitro and in vivo. In the stage in vitro, the antibacterial potential of the <strong>de</strong>ntifrices was<br />

evaluated starting from the method of the diffusion in solid middle of culture on bacteria:<br />

Streptococcus mutans (ATCC 25175), Streptococcus oralis (ATCC 10557),<br />

Lactobacillus casei (ATCC 7469). In the stage in vivo, 100 aca<strong>de</strong>mical of UFPB, of both<br />

sexes, in the age group from 20 to 25 years,were selected and divi<strong>de</strong>d in 2 (two) groups:<br />

Experimental: 50 individuals that used <strong>de</strong>ntifrices containing extract hydroalcoholic of the<br />

ripe fruit of the Eugenia uniflora L. (Surinam cherry); Standard: 50 individuals that used<br />

Colgate Total 12®. Before and after 07 consecutive days of toothbrushing, clinical exam<br />

was accomplished, using gingival bleeding in<strong>de</strong>x(GBI) and simplified oral hygiene<br />

in<strong>de</strong>x(S-OHI). The data were analyzed estatisticaly by the tests of T pareado, Wilcoxon<br />

and Mann - Whitney. The results showed executes antibacterial action of the<br />

experimental <strong>de</strong>ntifrices, with 0,005g/mL MIC for the S. oralis and L. casei and of<br />

0,009g/mL for the S. mutans. In the clinical rehearsal was observed reduction of the<br />

gingival bleeding (p 0,05 - Mann-Whitney, respectively, for (GBI) and<br />

(S-OHI). It is En<strong>de</strong>d that the experimental <strong>de</strong>ntifrices was effective in the reduction of the<br />

gingival bleeding and <strong>de</strong>ntal plaques, presenting as a promising product for the healing<br />

<strong>de</strong>ntistry.<br />

Keys works: Dentifrices; Microbiology; Dental Plaque.<br />

9


LISTA DE ILUSTRAÇÕES:<br />

Figura 1.0. Concentração Inibitória Mínima (CIM) do Grupo Experimental sobre o<br />

Streptococcus mutans ATCC 25175...............................................................................39<br />

Figura 2.0. Concentração Inibitória Mínima (CIM) do Grupo Padrão sobre o<br />

Streptococcus mutans ATCC 25175. .............................................................................39<br />

Figura 3.0. Concentração Inibitória Mínima (CIM) do Grupo Experimental sobre o<br />

Streptococcus oralis ATCC 10557..................................................................................40<br />

Figura 4.0. Concentração Inibitória Mínima (CIM) do Grupo Padrão sobre o<br />

Streptococcus oralis ATCC 10557..................................................................................41<br />

Figura 5.0. Concentração Inibitória Mínima (CIM) do Grupo Experimental sobre o<br />

Lactobacillus casei ATCC 7469......................................................................................42<br />

Figura 6.0. Concentração Inibitória Mínima (CIM) do Grupo Padrão sobre o<br />

Lactobacillus casei ATCC 7469.......................................................................................42<br />

Figura 7.0. Média do Índice <strong>de</strong> Sangramento Gengival (ISG) entre os grupos<br />

Experimental e Padrão entre os tempos T1( antes do uso) e T2 (7 dias <strong>de</strong> uso) no<br />

mesmo grupo com (p0,05 -Teste t pareado) quando<br />

comparado entre os dois grupos.....................................................................................43<br />

Figura 8,0. Média do IHO-S entre os grupos Experimental e Padrão entre os tempos<br />

T1( antes do uso) e T2 (7 dias <strong>de</strong> uso) no mesmo grupo com (p0,05 –Teste Mann-Whitney) quando comparado entre os dois grupos.............44<br />

10


LISTA DE TABELAS:<br />

Tabela 1.0. Determinação da concentração inibitória mínima (g/mL), medida a partir do<br />

halo <strong>de</strong> inibição em milímetros (mm), dos <strong>de</strong>ntifrícios testados sobre o Streptococcus<br />

mutans ATCC 25175.......................................................................................................38<br />

Tabela 2.0. Determinação da concentração inibitória mínima (g/mL), medida a partir do<br />

halo <strong>de</strong> inibição e milímetros (mm), dos <strong>de</strong>ntifrícios testados sobre o Streptococcus<br />

oralis ATCC 10557..........................................................................................................40<br />

Tabela 3.0. Determinação da concentração inibitória mínima (g/mL), medida a partir do<br />

halo <strong>de</strong> inibição em milímetros (mm), dos <strong>de</strong>ntifrícios testados sobre o Lactobacillus<br />

casei ATCC 7469............................................................................................................41<br />

Tabela 4.0. Valores <strong>de</strong> ISG e IHO-S antes (T1) e após (T2) o uso dos <strong>de</strong>ntifrícios<br />

avaliados, João Pessoa – PB, 2009................................................................................43<br />

11


SUMÁRIO:<br />

1 INTRODUÇÃO.............................................................................................................12<br />

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA..................................................................................15<br />

2.1 EPIDEMIOLOGIA DA CÁRIE ........................................................................16<br />

2.2 BIOFILME DENTÁRIO...................................................................................18<br />

2.2.1 Prevenção e controle do Biofilme <strong>de</strong>ntário..................................19<br />

2.3 DENTIFRÍCIOS...............................................................................................21<br />

2.4 PLANTAS MEDICINAIS..................................................................................24<br />

2.4.1 Plantas medicinais na odontologia...............................................25<br />

2.4.2 Eugenia uniflora L ..........................................................................27<br />

3 OBJETIVO ..................................................................................................................30<br />

4 METODOLOGIA .........................................................................................................32<br />

4.1 Etapa 1 – PRODUÇÃO DO EXTRATO HIDROALCOÓLICO DO FRUTO<br />

MADURO DA Eugenia uniflora L. (PITANGA)...........................................................33<br />

4.2 Etapa 2 – FORMULAÇÃO DOS DENTIFRÍCIOS DA Eugenia uniflora L. ....34<br />

4.3 Etapa 3: DETERMINAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIMICROBIANA IN VITRO .34<br />

4.4 Etapa 4 – ENSAIO CLÍNICO..........................................................................35<br />

4.5 UNIVERSO E AMOSTRA...............................................................................35<br />

4.6 INSTRUMENTOS UTILIZADOS ....................................................................36<br />

4.7 COLETA DE DADOS......................................................................................36<br />

4.8 ANÁLISE DOS DADOS..................................................................................36<br />

5 RESULTADOS.............................................................................................................37<br />

5.1 ATIVIDADE ANTIMICROBIANA IN VITRO....................................................38<br />

5.2 ENSAIO CLÍNICO...........................................................................................43<br />

6 DISCUSSÃO ...............................................................................................................45<br />

7 CONCLUSOES............................................................................................................51<br />

REFERÊNCIAS...............................................................................................................53<br />

APÊNDICE A Termo <strong>de</strong> Consentimento Livre e Esclarecido.........................................61<br />

APÊNDICE B Ficha Clinica............................................................................................63<br />

ANEXO. Certidão............................................................................................................64<br />

12


1 INTRODUÇÃO:<br />

A cárie <strong>de</strong>ntária é <strong>um</strong>a doença <strong>de</strong> caráter multifatorial que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da interação<br />

<strong>de</strong> alguns fatores como: Dieta, hospe<strong>de</strong>iro e microbiota, estando estes relacionados ao<br />

fator tempo. O principal fator etiológico é o acúmulo <strong>de</strong> biofilme <strong>de</strong>ntário, sendo sua<br />

remoção, muitas vezes, dificultada <strong>de</strong>vido a hábitos ina<strong>de</strong>quados <strong>de</strong> higiene oral.<br />

O método <strong>de</strong> remoção do biofilme <strong>de</strong>ntário mais utilizado se dá por intermédio da<br />

escovação <strong>de</strong>ntária, apontada como o meio mais simples e eficaz para o controle e<br />

prevenção da cárie <strong>de</strong>ntária e doenças periodontais, tendo em vista que a mesma<br />

proporciona redução efetiva do biofilme <strong>de</strong>ntário, além <strong>de</strong> diminuir o número <strong>de</strong><br />

bactérias patogênicas, restabelecendo, assim, o equilíbrio da microbiota da cavida<strong>de</strong><br />

oral e, conseqüentemente, o padrão <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.<br />

Diante do exposto, pesquisadores (PEREIRA et al., 2005; JOVITO et al., 2008,<br />

ALMEIDA et al., 2006) baseados no conhecimento popular vêm <strong>de</strong>senvolvendo<br />

pesquisas nas quais se utilizam <strong>de</strong> plantas medicinais para resolverem as necessida<strong>de</strong>s<br />

e alg<strong>um</strong>as patologias da população. Na odontologia não é diferente, diversos produtos<br />

a base <strong>de</strong> substâncias naturais estão sendo analisados, seja no combate aos<br />

microrganismos cariogênicos, problemas periodontais, estomatites e outras patologias.<br />

A odontologia vem procurando, cada vez mais, métodos e materiais que<br />

associados a medidas <strong>de</strong> prevenção e promoção <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> consigam proporcionar <strong>um</strong><br />

estado <strong>de</strong> equilíbrio, on<strong>de</strong> os níveis <strong>de</strong> microrganismos presentes na cavida<strong>de</strong> oral não<br />

sejam capazes <strong>de</strong> <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ar o aparecimento <strong>de</strong> patologias.<br />

Em março do presente ano, o Ministério da Saú<strong>de</strong> divulgou <strong>um</strong>a lista <strong>contendo</strong><br />

71 plantas medicinais que po<strong>de</strong>m ser utilizadas pelo Sistema Único <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (SUS)<br />

(ANVISA, 2009). O objetivo é fazer com que estas plantas possam orientar e direcionar<br />

as pesquisas que as utilizam como princípio ativo, po<strong>de</strong>ndo, <strong>de</strong>sta forma, serem<br />

<strong>de</strong>senvolvidos produtos que possam ser disponibilizados a população. Tal lista aponta a<br />

Eugenia uniflora L. (Pitangueira), que é <strong>um</strong>a planta nativa do Brasil, e que possui<br />

proprieda<strong>de</strong>s farmacológicas relevantes (AURICCHIO; TIRICO, 2001; SOARES et al.,<br />

2007; JOVITO et al., 2008).<br />

14


Portanto, o propósito <strong>de</strong>ste estudo foi avaliar a ativida<strong>de</strong> <strong>microbiológica</strong> e clinica<br />

<strong>de</strong> <strong>um</strong> <strong>de</strong>ntifrício <strong>contendo</strong> extrato da Eugenia uniflora L. (Pitangueira) sobre<br />

microrganismos cariogênicos.<br />

15


2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA:<br />

2.1 EPIDEMIOLOGIA DA CÁRIE:<br />

A cárie <strong>de</strong>ntária é consi<strong>de</strong>rada <strong>um</strong>a doença infecto-contagiosa resultante <strong>de</strong> <strong>um</strong>a<br />

perda localizada <strong>de</strong> minerais dos <strong>de</strong>ntes afetados, causada por ácidos orgânicos<br />

provenientes da fermentação microbiana dos carboidratos da dieta. É <strong>um</strong>a doença<br />

multifatorial e <strong>de</strong> alta morbida<strong>de</strong> no mundo. O seu aparecimento <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da<br />

interação <strong>de</strong> três fatores essenciais: o hospe<strong>de</strong>iro, a microbiota e a dieta (CORRENTE;<br />

MOIMAZ; SALIBA, 2001; MALTZ, 1996).<br />

Mobley (2003) ainda <strong>de</strong>staca que além dos fatores locais como biofilme, saliva,<br />

minerais e alimentos, outras variáveis inerentes ao hospe<strong>de</strong>iro (genética, ida<strong>de</strong>,<br />

escolarida<strong>de</strong> e cuidados com a higiene bucal) estão relacionadas a este processo.<br />

Através da interação <strong>de</strong> todos estes fatores é que po<strong>de</strong> ou não <strong>de</strong>terminar a presença<br />

da doença.<br />

A Organização Mundial <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (OMS), em 2003, i<strong>de</strong>ntificou a cárie <strong>de</strong>ntária<br />

como o maior problema <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal na maioria dos países industrializados,<br />

afetando <strong>de</strong> 60 a 90% dos escolares e estando esta relacionada a diversos fatores. A<br />

OMS utiliza o índice CPO (cariado, perdido ou obturado) aos 12 (doze) anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong><br />

como indicador básico <strong>de</strong> comparação ao estado <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal entre as populações<br />

diversas.<br />

Des<strong>de</strong> o final da década <strong>de</strong> 1930, a epi<strong>de</strong>miologia tem sido aplicada no processo<br />

<strong>de</strong> diagnóstico e planejamento coletivo das doenças bucais. O primeiro estudo<br />

epi<strong>de</strong>miológico no Brasil foi realizado em 1986 pelo Ministério da Saú<strong>de</strong>, on<strong>de</strong> se<br />

<strong>de</strong>tectou que a cárie <strong>de</strong>ntária atingiu <strong>um</strong> índice CPO-D <strong>de</strong> 6,7 aos 12 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>.<br />

Em 1993, outro estudo epi<strong>de</strong>miológico foi realizado cujo índice encontrado foi <strong>de</strong> 4,84.<br />

O terceiro levantamento epi<strong>de</strong>miológico foi feito em 1996 cujo índice <strong>de</strong> CPO-D obtido<br />

foi <strong>de</strong> 3,06, aproximando-se da meta estabelecida pela OMS <strong>de</strong> menor ou igual a 3<br />

(BRASIL, 2004).<br />

O Projeto SBBrasil realizado em 2003, foi bastante inovador em relação às<br />

experiências anteriores, pois <strong>um</strong>a prática pouco com<strong>um</strong> na pesquisa epi<strong>de</strong>miológica em<br />

17


saú<strong>de</strong> bucal foi implantada, que são as visitas domiciliares em populações<br />

adolescentes, adultas e idosas. Além da incorporação <strong>de</strong> outras faixas etárias, outros<br />

agravos foram avaliados, alguns dos quais nunca haviam sido objetos <strong>de</strong> pesquisas <strong>de</strong><br />

caráter nacional, como a fluorose e a oclusopatias ( BRASIL, 2004).<br />

Uma outra questão é a imensa <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong> expressa nas condições <strong>de</strong> saú<strong>de</strong><br />

bucal dos brasileiros em todas as ida<strong>de</strong>s. Enquanto municípios <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte como<br />

os da região Su<strong>de</strong>ste e Sul, possuem níveis <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal semelhante a países<br />

<strong>de</strong>senvolvidos, em pequenos municípios das regiões Nor<strong>de</strong>ste e Norte os indicadores<br />

ainda são bastante precários. Além disso, mesmo consi<strong>de</strong>rando as disparida<strong>de</strong>s<br />

regionais, as condições socioeconômicas aparecem como fatores <strong>de</strong>terminantes das<br />

condições <strong>de</strong> vida e <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. O valor médio do índice <strong>de</strong> experiência <strong>de</strong> cárie <strong>de</strong>ntária<br />

alcançado foi <strong>de</strong> 2,78, atingindo a meta estabelecida pela OMS, porém a região<br />

Nor<strong>de</strong>ste apresentou o maior índice entre as regiões, com <strong>um</strong>a média 3,19 ainda acima<br />

do índice estabelecido. Ressalta-se que o componente cariado foi o mais prevalente<br />

indicando baixo acesso aos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> (BRASIL, 2004). Dados recentes do<br />

levantamento epi<strong>de</strong>miológico das condições <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal da população brasileira<br />

mostraram que 55,09% das pessoas com 15 a 19 anos já per<strong>de</strong>ram alg<strong>um</strong> <strong>de</strong>nte,<br />

<strong>de</strong>corrente, principalmente, da cárie <strong>de</strong>ntária (BRASIL, 2004).<br />

Na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> João Pessoa - PB, Moreira, Rosenblat e Passos (2007)<br />

encontraram <strong>um</strong>a prevalência em quase 50% <strong>de</strong> cárie <strong>de</strong>ntária entre crianças <strong>de</strong> 12 a<br />

15 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> <strong>de</strong> escolas públicas. Especificamente para a ida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 12 anos, foi<br />

i<strong>de</strong>ntificado <strong>um</strong> CPO-D médio <strong>de</strong> 3,37, valor semelhante à média da região Nor<strong>de</strong>ste<br />

(CPO-D=3,19), porém sendo mais alta em relação à média nacional (CPO-D=2,78) e ao<br />

achado por Moura, Cavalcanti e Bezerra, (2008) no município <strong>de</strong> Campina Gran<strong>de</strong>-PB<br />

(CPO-D=2,09) como também superior ao encontrado neste estudo on<strong>de</strong> as crianças <strong>de</strong><br />

escolas públicas tiveram (CPO-D = 3,15).<br />

No ano <strong>de</strong> 2008, em João Pessoa, foi realizado <strong>um</strong> levantamento epi<strong>de</strong>miológico<br />

<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> bucal, o objetivo do estudo foi avaliar e produzir informações sobre a saú<strong>de</strong><br />

bucal da cida<strong>de</strong> em várias faixas etária, para que possam subsidiar o planejamento e a<br />

avaliação dos serviços a nível municipal. Aos 12 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> foram examinadas 286<br />

crianças que obtiveram <strong>um</strong>a média <strong>de</strong> CPO-D <strong>de</strong> 3,62, sendo o índice cariado o que se<br />

18


apresentou mais elevado indicando que o índice estabelecido pela OMS como meta<br />

para o ano 2000 ainda não foi atingido. Daí a importância <strong>de</strong> estudos como este que<br />

nos orientam sobre as condições <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal <strong>de</strong> nosso município, para que possa<br />

haver <strong>um</strong> melhor planejamento das ações <strong>de</strong>senvolvidas e fornecidas a população.<br />

(BRASIL, 2008).<br />

2.2 BIOFILME DENTÁRIO:<br />

O biofilme <strong>de</strong>ntário po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>finido como <strong>um</strong>a comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> microrganismos<br />

ligados à <strong>um</strong>a superfície que são espacialmente organizados em <strong>um</strong>a estrutura<br />

tridimensional e incluídos em <strong>um</strong>a matriz <strong>de</strong> material extracelular <strong>de</strong>rivada <strong>de</strong><br />

metabolismo das células e do meio ambiente (MARSH; MARTIN, 2005). Mo<strong>de</strong>sto, Lima<br />

e Uzeda (2001) complementaram conceituando-o como sendo <strong>um</strong> aglomerado <strong>de</strong><br />

microrganismos, contido em <strong>um</strong>a matriz orgânica formada por substâncias da saliva,<br />

dieta do hospe<strong>de</strong>iro e por polímeros bacterianos. Este mesmo biofilme faz parte da<br />

<strong>de</strong>fesa do hospe<strong>de</strong>iro, portanto po<strong>de</strong> acontecer o acúmulo <strong>de</strong> espécies exógenas<br />

(patogênicas) além dos níveis compatíveis com a saú<strong>de</strong> oral e isto po<strong>de</strong> levar a<br />

mudanças na composição da microflora e predispor a doença em alguns locais<br />

(MARSH; MARTIN, 2005).<br />

O habitat da cavida<strong>de</strong> oral é formado pelo epitélio bucal, dorso da língua,<br />

superfície supragengival e subgengival e epitélio do sulco gengival. Este ecossistema<br />

abriga cerca <strong>de</strong> 400 a 500 diferentes espécies <strong>de</strong> microrganismos. A quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

bactérias é <strong>de</strong> 1.011 em 1g <strong>de</strong> biofilme <strong>de</strong>ntal, incluindo microrganismos anaeróbios,<br />

aeróbios, anaeróbios facultativos e microaerofilos (ULIANA; BRIQUES, 2003).<br />

A partir do momento que <strong>um</strong> microrganismo se aproxima <strong>de</strong> <strong>um</strong>a superfície,<br />

várias interações entre substrato e a célula irão ocorrer, sejam elas específicas ou não.<br />

Estas vão <strong>de</strong>terminar se as ligações e a colonização vão acontecer ou não. A formação<br />

<strong>de</strong>ste biofilme po<strong>de</strong> ser dividida em estágios que incluem a adsorção das moléculas<br />

bacterianas e do hospe<strong>de</strong>iro para formar a película adquirida do esmalte, transporte <strong>de</strong><br />

bactérias para as superfícies dos <strong>de</strong>ntes cobertos pela película, <strong>um</strong>a fase reversível<br />

19


envolvendo as forças <strong>de</strong> atração e repulsão eletrostática <strong>de</strong> van <strong>de</strong>r Walls, <strong>um</strong>a fase<br />

irreversível envolvendo interações intermoleculares específicas entre a<strong>de</strong>sinas<br />

bacterianas e receptores do hospe<strong>de</strong>iro, co- agregação das bactérias já ligadas a<br />

microrganismos e divisão celular levando a <strong>um</strong> crescimento confluente e a formação do<br />

biofilme <strong>de</strong>ntário (MARSH; MARTIN, 2005).<br />

As primeiras bactérias colonizadoras <strong>de</strong>ste biofilme são os cocos gram positivos.<br />

Posteriormente os bastonetes gram positivos, que antes apresentavam em menor<br />

quantida<strong>de</strong> vão se multiplicando e superam em número os cocos. As gram - positivas<br />

estão associadas ao processo inflamatório nas gengivites. A partir daí os receptores<br />

dos cocos e bastonetes permitem a a<strong>de</strong>são <strong>de</strong> microrganismos gram negativo que não<br />

possuem a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> a<strong>de</strong>são direta ao <strong>de</strong>nte. Diante <strong>de</strong>sta multiplicação no<br />

número <strong>de</strong> bactérias ocorre <strong>um</strong> espessamento do biofilme <strong>de</strong>ntário, surgindo nas<br />

camadas internas <strong>um</strong> gradiente <strong>de</strong> oxigênio, ajudando a proliferação dos<br />

microrganismos anaeróbios estritos (HAAKE, 1997; LANG; MOMBELLI;<br />

ATTSTROM,1999).<br />

O Streptococcus mutans tem sido consi<strong>de</strong>rado a principal espécie bacteriana<br />

envolvida no processo <strong>de</strong> formação do biofilme <strong>de</strong>ntário. O único habitat natural<br />

conhecido <strong>de</strong> S. mutans é a superfície <strong>de</strong>ntária. Os glucanos produzidos por essas<br />

bactérias facilitam a a<strong>de</strong>rência e o acúmulo <strong>de</strong> microrganismos, estabelecendo <strong>um</strong>a<br />

matriz extracelular resistente às forças mecânicas normais <strong>de</strong> remoção presentes no<br />

hospe<strong>de</strong>iro, e proporcionando alg<strong>um</strong>a proteção contra os sistemas <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesas<br />

específico e não-específico (CANETTIERI et al., 2006; SOUZA et al., 2001).<br />

O biofilme <strong>de</strong>ntário é consi<strong>de</strong>rado o principal fator etiológico da cárie <strong>de</strong>ntária,<br />

sendo por este motivo a sua remoção e o seu controle tão importantes para a<br />

manutenção da saú<strong>de</strong> bucal dos indivíduos (MARSH; MARTIN, 2005).<br />

2.2.1 Prevenção e controle do Biofilme <strong>de</strong>ntário:<br />

E obrigação do cirurgião-<strong>de</strong>ntista orientar seus pacientes em relação aos<br />

agentes etiológicos da cárie e da doença periodontal além <strong>de</strong> informar sobre os meios e<br />

métodos para o seu controle. O controle <strong>de</strong>ste biofilme é básico para a prática<br />

20


odontológica, pois sem este, a higiene bucal nem mesmo a terapêutica odontológica<br />

po<strong>de</strong>m ser alcançados (CANETTIERI et al., 2006).<br />

A presença <strong>de</strong> métodos <strong>de</strong> prevenção e controle do biofilme <strong>de</strong>ntário se faz<br />

necessário para a <strong>de</strong>sestruturação <strong>de</strong>ste biofilme, no qual o método mais com<strong>um</strong> é<br />

através da remoção mecânica obtida pela escovação, porém este método po<strong>de</strong> ter<br />

alg<strong>um</strong>as limitações se não realizado <strong>de</strong> forma correta. O método químico através <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>ntifrícios e colutórios surge como coadjuvante <strong>de</strong>ste processo (MARINHO; ARAÚJO,<br />

2007).<br />

Não é <strong>um</strong>a tarefa muito fácil fazer com que se tenha <strong>um</strong> controle aceitável do<br />

biofilme na maioria dos pacientes, para isso exige tempo, motivação e <strong>de</strong>streza manual,<br />

<strong>de</strong>vido a isso é que os métodos químicos como os colutórios bucais po<strong>de</strong>m<br />

<strong>de</strong>sempenhar <strong>um</strong> papel chave e <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> valor como coadjuvante ao método<br />

mecânico para a prevenção e tratamento da cárie e doenças periodontais (ROJAS,<br />

SANTOS-ALEMANY, 2005).<br />

No mercado existem atualmente diversos tipos <strong>de</strong> instr<strong>um</strong>entos que auxiliam na<br />

remoção e controle <strong>de</strong>ste biofilme <strong>de</strong>ntário <strong>de</strong>ntre estes encontramos: as escovas, os<br />

fios e fitas <strong>de</strong>ntárias. Estes instr<strong>um</strong>entos estão distribuídos em diversas formas <strong>de</strong><br />

apresentação e se enquadram <strong>de</strong> acordo com a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cada paciente, a<br />

exemplo das escovas <strong>de</strong> <strong>de</strong>nte que se diferenciam na dureza, altura das cerdas,<br />

número e distribuição <strong>de</strong> seus tufos, formas das cabeças, angulação dos cabos, entre<br />

outros (GEBRAN; GERBET, 2002).<br />

Portanto cabe aos cirurgiões <strong>de</strong>ntistas orientar seus pacientes sobre o melhor<br />

instr<strong>um</strong>ento a ser utilizado, assim como <strong>de</strong>monstrar a técnica correta <strong>de</strong> escovação,<br />

sempre levando em consi<strong>de</strong>ração as condições <strong>de</strong> cada indivíduo, e nunca esquecer <strong>de</strong><br />

motivá-lo para a realização da higiene bucal que é <strong>de</strong> estrema importância para a<br />

saú<strong>de</strong> das estruturas <strong>de</strong>ntárias (MARINHO; ARAÚJO, 2007).<br />

21


2.3 DENTIFRÍCIOS:<br />

Os Dentifrícios são substâncias utilizadas como coadjuvante na escovação<br />

<strong>de</strong>ntária. Em sua composição po<strong>de</strong> estar presentes <strong>um</strong>a varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> substâncias que<br />

po<strong>de</strong>m atuar <strong>de</strong> forma eficaz contra os microrganismos bucais (DITTERICH et al.,<br />

2007). Além do mais, os <strong>de</strong>ntifrícios são utilizados como veículo para a adição <strong>de</strong><br />

substâncias antimicrobianas, contribuindo para o equilíbrio ecológico da cavida<strong>de</strong> oral,<br />

e são bem aceitos pela população (TORRES et al., 2000).<br />

Antes <strong>de</strong> se avaliar o papel <strong>de</strong> <strong>um</strong> <strong>de</strong>ntifrício sobre o biofilme bacteriano, é <strong>de</strong><br />

fundamental importância que se tenha em mente o conceito atual sobre esse <strong>de</strong>pósito<br />

que se a<strong>de</strong>re às superfícies <strong>de</strong>ntárias e que apresenta <strong>um</strong>a série <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong>s que o<br />

protegem <strong>de</strong> sistemas antimicrobianos do organismo e externos a esse, com canais <strong>de</strong><br />

comunicação internos, que guarda, na sua estrutura, espaços <strong>de</strong>stinados a cada <strong>um</strong><br />

dos seus componentes. Por estar a<strong>de</strong>rido a <strong>um</strong>a superfície não renovável (o <strong>de</strong>nte), o<br />

biofilme fica mais protegido ainda. Esses fatos fazem com que a ruptura mecânica da<br />

estrutura do biofilme seja mandatória para o seu controle, razão pela qual o <strong>de</strong>ntifrício é<br />

<strong>um</strong> recurso muito interessante, na medida em que ele é <strong>de</strong>stinado ao uso com <strong>um</strong>a<br />

escova <strong>de</strong> <strong>de</strong>nte, que vai fazer a ruptura mecânica do biofilme, ao mesmo tempo em<br />

que será <strong>um</strong> agente <strong>de</strong> aplicação do medicamento. Levando-se isso em consi<strong>de</strong>ração,<br />

o creme <strong>de</strong>ntal ass<strong>um</strong>e papel <strong>de</strong> maior <strong>de</strong>staque ainda no contexto do controle <strong>de</strong><br />

placa, pois alia recursos mecânicos e químicos. (RÖSING, 2008).<br />

A composição dos <strong>de</strong>ntifrícios evolui progressivamente junta com a civilização,<br />

em <strong>de</strong>corrência da gran<strong>de</strong> necessida<strong>de</strong> e busca <strong>de</strong> <strong>um</strong> hálito agradável e <strong>um</strong>a maior<br />

preocupação com a higiene oral. Os principais componentes dos <strong>de</strong>ntifrícios são:<br />

abrasivos, <strong>um</strong>ectantes, água, ligante, <strong>de</strong>tergente, flavorizante, conservantes e alguns<br />

componentes preventivos/ terapêuticos. Cada <strong>um</strong> <strong>de</strong>stes componentes apresenta suas<br />

22


funções a fim <strong>de</strong> garantir efeitos cosméticos ou preventivos e terapêuticos (CURY,<br />

2002).<br />

Os abrasivos são substâncias indispensáveis para garantir a limpeza e polimento<br />

<strong>de</strong>ntário, já que este é responsável pela remoção da película adquirida que se forma<br />

continuamente na superfície <strong>de</strong>ntária. Portanto a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ste no <strong>de</strong>ntifrício <strong>de</strong>ve<br />

ser limitada (CURY, 2002).<br />

Dentre os abrasivos mais utilizados estão os carbonatos, fosfatos, sílicas e<br />

al<strong>um</strong>inas. A característica <strong>de</strong> abrasivida<strong>de</strong> dos <strong>de</strong>ntifrícios varia mundialmente e estão<br />

somadas a vários fatores como: tipo <strong>de</strong> escova <strong>de</strong>ntária, técnica <strong>de</strong> escovação e<br />

pressão aplicada pelo paciente durante a escovação. A intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aplicação<br />

<strong>de</strong>ssas variáveis po<strong>de</strong> <strong>de</strong>terminar perda da estrutura mineral <strong>de</strong>ntária e agravar alguns<br />

casos <strong>de</strong> abrasão cervical que po<strong>de</strong> gerar hipersensibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ntária. Devido a isto é<br />

que os profissionais <strong>de</strong> odontologia <strong>de</strong>vem estar familiarizados com os princípios <strong>de</strong><br />

cada componente presente nos <strong>de</strong>ntifrício <strong>de</strong> modo a agir <strong>de</strong> acordo com cada<br />

particularida<strong>de</strong> do paciente (BARBAKOW; LUTZ; IMFELD, 1987).<br />

Os flavorizantes aparecem como outro componente dos <strong>de</strong>ntifrícios, sendo<br />

utilizados <strong>de</strong> forma adicional para promover <strong>um</strong> gosto agradável, <strong>de</strong>ixando <strong>um</strong> hálito<br />

bom durante <strong>um</strong> período <strong>de</strong> tempo após a escovação. Geralmente, são constituídos por<br />

óleos aromatizantes (CURY, 2002).<br />

Os <strong>de</strong>tergentes são usados para facilitar a limpeza mecânica dos <strong>de</strong>ntes, pois<br />

promovem a ressuspenção dos resíduos que foram removidos da superfície <strong>de</strong>ntária,<br />

sendo o Lauril Sulfato <strong>de</strong> Sódio (LSS) o mais utilizado no mundo (CURY, 2002).<br />

Os ligantes, assim como as substâncias já <strong>de</strong>scritas, têm importância<br />

fundamental em aspectos relacionados à farmacotécnica dos <strong>de</strong>ntifrícios. Assim, esses<br />

são usados para dar homogeneida<strong>de</strong>; os <strong>um</strong>ectantes para impedir a <strong>de</strong>sidratação e<br />

endurecimento do <strong>de</strong>ntifrício <strong>de</strong>ntro da embalagem e os conservantes para preservar a<br />

formulação, principalmente, <strong>de</strong> crescimento <strong>de</strong> microrganismos (CURY, 2002).<br />

Adicionalmente às substâncias supracitadas, agentes terapêuticos são<br />

acrescentados com intuito <strong>de</strong> promover <strong>um</strong>a maior saú<strong>de</strong> bucal ao indivíduo, reduzindo<br />

e/ou paralisando o processo <strong>de</strong> cárie <strong>de</strong>ntária, combatendo a gengivite, periodontite,<br />

23


eduzindo o cálculo <strong>de</strong>ntário, a hipersensibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ntinária e o mau hálito (CURY,<br />

2002).<br />

A presença do flúor nos <strong>de</strong>ntifrícios tem sido <strong>de</strong> fundamental importância para a<br />

obtenção e a manutenção da saú<strong>de</strong> bucal. Atualmente <strong>um</strong> dos maiores responsáveis<br />

pelo <strong>de</strong>clínio da prevalência <strong>de</strong> cárie no mundo é a disseminação do uso <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntifrício<br />

fluoretado. É importante ressaltar que, no Brasil, a presença <strong>de</strong> flúor nos <strong>de</strong>ntifrícios é<br />

objeto <strong>de</strong> lei, contribuindo assim para o processo <strong>de</strong> manejo da doença cárie (ROSING;<br />

ROMITO, 2009).<br />

Nesse sentido, o íon flúor tem sido o agente mais utilizando, sendo incorporado<br />

aos <strong>de</strong>ntifrícios por possuir <strong>um</strong>a função importantíssima no processo <strong>de</strong><br />

remineralização da superfície <strong>de</strong>ntária. Quando em solução e submetido a situação <strong>de</strong><br />

baixo pH, o íon flúor, que normalmente apresenta-se associado a outras substâncias,<br />

formando fluoretos, geralmente sob a forma <strong>de</strong> fluoretos <strong>de</strong> cálcio, sofre dissociação e é<br />

capaz <strong>de</strong> reagir com elementos que constituem as estruturas <strong>de</strong>ntárias, formando<br />

fluorapatita ou fluorhidroxiapatita, minerais reconhecidamente mais resistentes aos<br />

ataques ácidos, quando comparados à hidroxiapatita (CURY, 1992; MARSH E MARTIN,<br />

2005).<br />

Em 1989, o Ministério da Saú<strong>de</strong>, através da Secretaria Nacional <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Vigilância Sanitária publicou no diário oficial a Portaria n° 22 em 20 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro on<strong>de</strong><br />

regulamentou a utilização <strong>de</strong> fluoretos nos <strong>de</strong>ntifrícios no Brasil a <strong>um</strong>a concentração<br />

mínima <strong>de</strong> 1000ppm e a máxima <strong>de</strong> 1500ppm <strong>de</strong> íon flúor, os rótulos <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntifrícios<br />

<strong>de</strong>vem indicar o nome composto <strong>de</strong> flúor utilizado e sua concentração em ppm , as<br />

respectivas indicações, modo <strong>de</strong> usar, data <strong>de</strong> fabricação e o prazo <strong>de</strong> valida<strong>de</strong><br />

(BRASIL, 1989).<br />

Entretanto, convém <strong>de</strong>stacar que a simples presença <strong>de</strong> flúor, embora seja do<br />

ponto <strong>de</strong> vista <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> pública muito significativa, não consegue por si só controlar a<br />

doença cárie em todos os indivíduos. É inegável o papel do controle <strong>de</strong> placa supra<br />

gengival sobre os índices <strong>de</strong> cárie, especialmente em indivíduos com alta ativida<strong>de</strong><br />

cariosa. Nesses indivíduos, o uso <strong>de</strong> cremes <strong>de</strong>ntais com potencial antiplaca ass<strong>um</strong>e<br />

papel interessante (ROSING; ROMITO, 2009).<br />

24


Outra substância reconhecida como agente terapêutico é o triclosan (2,4,4’-<br />

tricloro-2’-hidroxidifenil éter), que tem ativida<strong>de</strong> antimicrobiana por agir alterando a<br />

permeabilida<strong>de</strong> da membrana citoplasmática das bactérias, promovendo <strong>um</strong><br />

extravasamento do conteúdo citoplasmático, levando, conseqüentemente, à morte<br />

celular (FOTINOS et al, 2005). Alguns estudos têm elucidado sua eficácia contra<br />

bactérias gram positivas e negativas, bem como sua segurida<strong>de</strong> no uso em <strong>de</strong>ntifrícios<br />

e colutórios (DE SALVA; KONG , LIN, 1989; JONES et al., 2000; MORAN et al., 2001).<br />

2.4 PLANTAS MEDICINAIS:<br />

A biodiversida<strong>de</strong> brasileira é tão complexa que sua magnitu<strong>de</strong> ainda não é<br />

conhecida com precisão. Estima-se a existência <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 2 milhões <strong>de</strong> espécies<br />

diferentes <strong>de</strong> plantas, animais e microrganismos. O Brasil é o país com a maior<br />

diversida<strong>de</strong> genética vegetal do mundo com mais <strong>de</strong> 55.000 espécies catalogadas<br />

(DIAS, 1996).<br />

Devido a varieda<strong>de</strong>s da flora brasileira, diversas substâncias naturais são<br />

utilizadas com finalida<strong>de</strong>s terapêuticas. Existindo, assim, <strong>um</strong>a enorme gama <strong>de</strong><br />

conhecimentos que partiram do conhecimento popular, que as utilizavam como forma<br />

<strong>de</strong> resolver as suas necessida<strong>de</strong>s, como os próprios recursos existentes no local on<strong>de</strong><br />

viviam. Voltando na própria história do Brasil quando a chegada dos médicos<br />

portugueses, estes se <strong>de</strong>pararam com a falta <strong>de</strong> medicamentos na colônia, sendo<br />

obrigados a perceberem a importância das plantas medicinais usadas pelos indígenas<br />

(VEIGA; PINTO, 2002).<br />

Foram, também, a partir do conhecimento da população amazônica sobre o<br />

uso das plantas com finalida<strong>de</strong> terapêutica, sistematizados por suas diversas<br />

populações <strong>de</strong>: indígenas, caboclos, seringueiros, ma<strong>de</strong>ireiros, pescadores, colonos,<br />

garimpeiros etc., que se consolidaram através <strong>de</strong> suas práticas, <strong>de</strong>stacando-se o uso<br />

<strong>de</strong> plantas medicinais como <strong>um</strong> <strong>de</strong> seus traços culturais mais marcantes (SANTOS,<br />

2000).<br />

25


Em âmbito nacional, estima-se que 20% da população brasileira é responsável<br />

por 63% do cons<strong>um</strong>o <strong>de</strong> medicamentos sintéticos disponíveis, e que o restante da<br />

população utiliza-se <strong>de</strong> produtos naturais, principalmente os <strong>de</strong> origem vegetal como<br />

fonte terapêutica. Ressalta-se que 60 milhões <strong>de</strong> pessoas não têm acesso a maior<br />

parte dos medicamentos no país, utilizando assim como alternativa os produtos<br />

naturais, por serem eficazes, <strong>de</strong> baixo custo e culturalmente apropriados (SIMÕES et<br />

al., 2007).<br />

2.4.1 Plantas medicinais na odontologia<br />

O uso das plantas medicinais na odontologia vem crescendo a cada ano.<br />

Alg<strong>um</strong>as espécies vegetais têm <strong>de</strong>monstrado ativida<strong>de</strong> antimicrobiana frente a<br />

microrganismos da cavida<strong>de</strong> bucal como: Alecrim (Rosmarinus officinalis); Goiaba<br />

(Psidi<strong>um</strong> guajava); Pitanga (Eugenia uniflora L.); Abacate (Persea americana C. Bauh);<br />

Romã (Punica grant<strong>um</strong> Linn); Jambolão (Syzygi<strong>um</strong> jambolan<strong>um</strong>), Aroeira (Chinus<br />

terebinthifolius Raddi); Própolis, <strong>de</strong>ntre diversas outras espécies vegetais. Alguns<br />

produtos odontológicos estão surgindo a partir <strong>de</strong>stas <strong>de</strong>scobertas a fim <strong>de</strong> obter<br />

métodos alternativos <strong>de</strong> baixo custo para a população, <strong>de</strong> fácil obtenção e com<br />

resultados bem significativos (DITTERICH et al., 2007; JOVITO et al., 2008; AGUIAR,<br />

2002; PEREIRA et al., 2005).<br />

Existem, atualmente disponíveis na literatura, vários estudos (FARIAS,<br />

CASIMIRO e LIMA, 2000; DRUMMOND et al., 2004; AQUINO et al., 2004) que<br />

abordam a ativida<strong>de</strong> antimicrobiana <strong>de</strong> alg<strong>um</strong>as plantas frente a bactérias e fungos da<br />

cavida<strong>de</strong> oral.<br />

A Punica granat<strong>um</strong>, conhecida como romã, no estudo realizado por Pereira et al,<br />

(2005) apresentou ativida<strong>de</strong> bactericida e bacteriostática sobre bactérias gram positivas<br />

e gram negativas formadoras do biofilme <strong>de</strong>ntário, utilizou-se o extrato hidroalcoólico da<br />

casca da romã, evi<strong>de</strong>nciando ativida<strong>de</strong> bacteriana em todas as cepas analisadas.<br />

Almeida et al, (2006) avaliaram a ativida<strong>de</strong> antibacteriana <strong>de</strong> <strong>um</strong>a solução <strong>de</strong><br />

própolis na concentração <strong>de</strong> 6,25%. Os autores pu<strong>de</strong>ram observar <strong>de</strong>stacada ativida<strong>de</strong><br />

26


in vitro do produto sobre o Streptococcus mutans, além <strong>de</strong> eficácia <strong>clínica</strong>, quando da<br />

utilização, sob a forma <strong>de</strong> <strong>um</strong> bochecho, em crianças por <strong>um</strong> período <strong>de</strong> 15 dias<br />

consecutivos. Foi verificada redução significativa (p


Diversos <strong>de</strong>ntifrícios apresentam em sua composição substâncias naturais,<br />

Ditterich et al. (2007) avaliaram a ativida<strong>de</strong> antimicrobiana <strong>de</strong> 7 <strong>de</strong>ntifrícios que<br />

possuíam em sua composição plantas medicinais, como: Gessy® ( extrato do Juá),<br />

Sorriso Herbal® ( Própolis), Colgate Herbal ® (camomila), Sorriso® (Juá e Própolis),<br />

Malvatricin® anti- placa e anti- tártaro ( Tintura da malva), Paradontax® ( Tintura <strong>de</strong><br />

Mira e Camomila). Em seus resultados foram observados que o Stafilococcus aureus e<br />

Escherichia coli apresentaram-se sensíveis aos <strong>de</strong>ntifrícios avaliados e <strong>de</strong>monstraram<br />

possuir ação inibitória semelhantes a microrganismos gram positivos e negativos.<br />

Aguiar (2002) avaliou <strong>um</strong> <strong>de</strong>ntifrício experimental em 80 adolescentes <strong>de</strong> 18<br />

anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, sendo que 40 utilizaram <strong>de</strong>ntifrício com óleo <strong>de</strong> amêndoa (Titoil) e 40 o<br />

<strong>de</strong>ntifrício controle já usados no mercado, durante 28 dias. Os autores observaram<br />

redução significativa <strong>de</strong> UFC/ml <strong>de</strong> Streptococcus mutans.<br />

2.4.2 Eugenia Uniflora L. (Pitangueira):<br />

A Eugenia uniflora L. é <strong>um</strong>a planta que pertence à família das mirtáceas, e é<br />

popularmente conhecida como pitanga com<strong>um</strong>, pitanga verda<strong>de</strong>ira, ubipitanga,<br />

ibipitanga, pitanga vermelha, pitangueira do jardim, pitanga-cuba. Ela é <strong>um</strong>a espécie<br />

nativa do Brasil (MATOS, 1997; CORRÊA , PENNA, 1984; FARIAS, CASIMIRO , LIMA,<br />

2000).<br />

A ativida<strong>de</strong> antibacteriana in vitro do óleo essencial da Eugenia uniflora L foi<br />

avaliada por Dr<strong>um</strong>ond et al. (2004) sobre microrganismos envolvidos no processo <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>senvolvimento da cárie <strong>de</strong>ntária. Os resultados mostraram que houve inibição do<br />

crescimento <strong>de</strong> Streptococcus mitis, Streptococcus mutans, Streptococcus sanguis,<br />

Streptococcus sobrinus e Lactobacillus casei.<br />

Soares et al. (2007) avaliaram in vivo <strong>um</strong> colutório <strong>contendo</strong> o extrato<br />

hidroalcoólico do fruto maduro da pitanga em pacientes portadores <strong>de</strong> aparelhos<br />

ortodônticos, sendo observada <strong>um</strong>a redução nos índices <strong>de</strong> sangramento gengival<br />

28


(p


administradas em camundongos, por via oral. A DL50, por via intraperitoneal, foi <strong>de</strong> 220<br />

mg/kg em camundongos.<br />

Foi realizado por Auricchio e Tirico (2001) <strong>um</strong> estudo <strong>de</strong> toxicida<strong>de</strong> oral aguda<br />

em camundongos da linhagem SWISS, empregando extratos hidroalcoólico <strong>de</strong> folhas<br />

<strong>de</strong> Eugenia uniflora L. Os autores verificaram <strong>um</strong>a DL50 <strong>de</strong> 5,93 g/kg <strong>de</strong> peso do animal.<br />

Estes estudos revelam que a Eugenia uniflora L. é <strong>um</strong>a planta segura para ser utilizada<br />

em uso oral.<br />

30


3 OBJETIVO:<br />

Avaliar a atuação <strong>clínica</strong> e <strong>microbiológica</strong> <strong>de</strong> <strong>um</strong> <strong>de</strong>ntifrício <strong>contendo</strong> extrato<br />

hidroalcoólico da Eugenia uniflora L. (pitangueira) sobre microrganismos cariogênicos.<br />

32


4 METODOLOGIA:<br />

Foi utilizada <strong>um</strong>a abordagem indutiva com procedimento estatístico e<br />

comparativo e técnica <strong>de</strong> pesquisa a observação direta intensiva, conforme<br />

classificação proposta por Lakatos e Marconi (2006).<br />

O <strong>de</strong>lineamento escolhido foi <strong>um</strong> ensaio clinico duplo-cego e in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte.<br />

Estudo aprovado pelo Comitê <strong>de</strong> Ética em Pesquisa do CCS/ UFPB.<br />

4.1 Etapa 1 – PRODUÇÃO DO EXTRATO HIDROALCOÓLICO DO FRUTO MADURO<br />

DA Eugenia uniflora L. (Pitanga)<br />

Os procedimentos para extração e confecção dos <strong>de</strong>ntifrícios, <strong>contendo</strong> o extrato<br />

hidroalcoólico do fruto maduros <strong>de</strong> pitanga, foram realizados no Laboratório <strong>de</strong><br />

Produtos Químicos Naturais (LQPN) do Departamento <strong>de</strong> Química do Centro <strong>de</strong><br />

Ciências Exatas e da Natureza da UFPB, <strong>de</strong> acordo com o protocolo do próprio LQPN.<br />

Os frutos da Eugenia uniflora L. foram coletados no município <strong>de</strong> João Pessoa –<br />

Paraíba, durante os meses <strong>de</strong> janeiro e fevereiro <strong>de</strong> 2009. A partir <strong>de</strong>stes materiais<br />

vegetais, três exsicatas do material vegetal florido e/ou frutificado foram <strong>de</strong>vidamente<br />

confeccionadas e <strong>de</strong>positada no Herbário Lauro Pires Xavier do DSE / CCEN / UFPB,<br />

para sua correta i<strong>de</strong>ntificação botânica.<br />

As secagens dos materiais vegetais foram realizadas em estufa em temperatura<br />

<strong>de</strong> 60 0 C com tiragem forçada <strong>de</strong> ar. Os extratos hidroalcoólicos dos frutos moídos <strong>de</strong> E.<br />

uniflora L . extraídos através <strong>de</strong> extratores Soxhlet, pelo período <strong>de</strong> 72 horas<br />

consecutivas. Partes dos extratos foram submetidas a <strong>um</strong>a marcha sistemática para<br />

eliminação <strong>de</strong> corantes, graxas e substâncias apolares. Os extratos isentos <strong>de</strong> corantes<br />

e <strong>de</strong>sengordurados passaram por <strong>um</strong>a avaliação quanto às ativida<strong>de</strong>s <strong>microbiológica</strong>s<br />

(antibacterianas), conforme técnicas apresentadas a seguir:<br />

<strong>de</strong>ntifrício.<br />

A partir do extrato hidroalcoólico do fruto <strong>de</strong> Eugenia uniflora L. foi produzido o<br />

34


4.2 Etapa 2 – FORMULAÇÃO DOS DENTIFRÍCIOS DA Eugenia uniflora L.<br />

Baseado em Jovito et al, 2008, cada 10 mL <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntifrício <strong>de</strong> Eugenia uniflora L.<br />

apresentaram a seguinte composição:<br />

Extrato hidroalcoólico do fruto maduro da Eugenia uniflora L............. 3%<br />

Conservantes (parabenos) ............................................................ 0,02g<br />

Base <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntifrício.......................................................................... qsp<br />

4.3 Etapa 3: DETERMINAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIMICROBIANA IN VITRO<br />

Para realização da <strong>de</strong>terminação da ativida<strong>de</strong> antimicrobiana in vitro dos<br />

<strong>de</strong>ntifrícios, foi utilizada a técnica <strong>de</strong> difusão em meio sólido <strong>de</strong>scrita por Pereira et al,<br />

(2005). Foram preparadas diluições seriadas do <strong>de</strong>ntrifício do extrato hidroalcóolico do<br />

fruto maduro da Eugenia uniflora L. (Pitangueira) e do controle positivo o <strong>de</strong>ntrifício<br />

Colgate Total 12 ® para análises in vitro da Concentração Inibitória Mínima (CIM). As<br />

linhagens bacterianas <strong>de</strong> Streptococcus mutans (ATCC 25175), Streptococcus oralis<br />

(ATCC 10557) e Lactobacillus casei (ATCC 7469) reativadas em meio líquido BHI<br />

(Brain Heart Infusion) (DIFCO ® ) foram semeadas em meio <strong>de</strong> cultura ÁGAR SANGUE<br />

(Agar Miller Hunton com 5% <strong>de</strong> sangue <strong>de</strong> carneiro <strong>de</strong>sfibrinado) (DIFCO ® ) pela técnica<br />

<strong>de</strong> inundação. Foram realizadas perfurações em forma <strong>de</strong> poços <strong>de</strong> 6 mm <strong>de</strong> diâmetro<br />

no meio <strong>de</strong> cultura. Nos orifícios inseriu-se 50�L dos sobrenadantes dos <strong>de</strong>ntrifícios do<br />

fruto maduro da Eugenia uniflora L. Para a obtenção do sobrenadante <strong>um</strong>a solução<br />

com 3g <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntifrício em 10mL <strong>de</strong> água <strong>de</strong>stilada esterilizada foi centrifugada a 5000<br />

rpm por 10 minutos para precipitar as partículas sólidas. Após a centrifugação, foi<br />

gerado <strong>um</strong> sobrenadante <strong>de</strong> cada <strong>de</strong>ntifrício, a partir <strong>de</strong>ste foram feitas diluições<br />

seriadas <strong>de</strong> 0,3g/mL até 0,005g/mL.<br />

35


As placas foram incubadas em estufa bacteriológica a 37ºC por <strong>um</strong> período <strong>de</strong><br />

24 horas em microaerofilia. Foi consi<strong>de</strong>rada como CIM a menor concentração do<br />

produto a inibir o crescimento bacteriano.<br />

4.4 Etapa 4: ENSAIO CLÍNICO:<br />

Após confirmação da ativida<strong>de</strong> antibacteriana in vitro, foi realizada a quarta e<br />

última fase <strong>de</strong>ssa pesquisa, que foi caracterizada por apresentar <strong>um</strong> <strong>de</strong>lineamento <strong>de</strong><br />

ensaio clínico duplo-cego.<br />

O exame clinico foi realizado em dois tempos:<br />

T(1): Exame inicial antes da utilização dos <strong>de</strong>ntifrícios;<br />

T(2): Após 07 dias <strong>de</strong> uso dos <strong>de</strong>ntifrícios. Aescolha pelo tempo <strong>de</strong> 7 dias <strong>de</strong>ve-<br />

se aos resultados obtidos em outro estudo <strong>de</strong> Jovito et al. (2008) na qual respostas<br />

satisfatórias foram observadas após 7 dias <strong>de</strong> uso do creme <strong>de</strong>ntal.<br />

4.5 UNIVERSO E AMOSTRA:<br />

Do universo <strong>de</strong> 123 universitários que preencheram o termo <strong>de</strong> consentimento Livre<br />

esclarecido, foram incuídos na amostra apenas 100. Os <strong>de</strong>mais ou <strong>de</strong>sistiram no<br />

<strong>de</strong>correr do estudo ou foram eliminados pelos critérios <strong>de</strong> inclusão.<br />

Foram selecionados 100 universitários da UFPB, <strong>de</strong> ambos os sexos, na faixa etária<br />

<strong>de</strong> 20 a 25 anos, que preencheram os critérios <strong>de</strong> seleção propostos abaixo.<br />

Os critérios <strong>de</strong> inclusão na amostra são:<br />

- Apresentar termo <strong>de</strong> consentimento livre e esclarecido assinado (APÊNDICE A);<br />

- Não fizeram uso <strong>de</strong> antimicrobiano nos últimos 2 meses, incluindo a utilização <strong>de</strong><br />

fluoretos.<br />

- Não fazer uso <strong>de</strong> aparelhos ortodônticos.<br />

36


Os participantes da pesquisa foram divididos em 2 (dois) grupos, aleatoriamente:<br />

Grupo Experimental: 50 sujeitos que fizeram uso diário <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntifrício <strong>contendo</strong><br />

extrato hidroalcoólico do fruto maduro da Eugenia uniflora L. durante 07 dias<br />

consecutivos.<br />

Grupo Padrão: 50 sujeitos que fizeram uso diário <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntifrício controle (Colgate<br />

Total 12®), durante 07 dias consecutivos.<br />

As embalagens utilizadas foram padronizadas para não haver diferenciação<br />

entre os produtos.<br />

As sondas utilizadas para o exame foi a preconizada pela OMS (Sonda WHO).<br />

O evi<strong>de</strong>nciador <strong>de</strong> placa utilizado foi EVIPLAC. ®<br />

4.6 INSTRUMENTOS UTILIZADOS:<br />

placa.<br />

Em <strong>um</strong>a ficha <strong>clínica</strong>, os dados do exame clínico foram anotados.<br />

O exame clínico foi realizado com auxílio <strong>de</strong> sonda WHO e evi<strong>de</strong>nciador <strong>de</strong><br />

4.7 COLETA DE DADOS:<br />

Os dados foram coletados por <strong>um</strong> único examinador previamente calibrado<br />

(Kappa: 9,1) na Clínica Integrada da UFPB utilizando <strong>de</strong> todos os princípios <strong>de</strong><br />

biosegurança. A partir dos seguintes índices clínicos:<br />

- Índice <strong>de</strong> Higiene Oral Simplificado (IHO-S) <strong>de</strong> Greene e Vermilion (1964);<br />

- Índice <strong>de</strong> Sangramento Gengival (ISG), proposto por Ainamo e Bay (1975);<br />

Os dados, registrados em ficha <strong>clínica</strong> específica (APÊNDICE B).<br />

Foi realizada <strong>um</strong>a padronização nos índices (ISG, IHO-S) utilizados, para que os<br />

participantes da pesquisa possuíssem condições <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal semelhantes.<br />

4.8 ANÁLISE DOS DADOS:<br />

Whitney.<br />

Os dados foram tratados pelos testes estatísticos T pareado, Wilcoxon e Mann-<br />

37


5 RESULTADOS:<br />

5.1 ATIVIDADE ANTIMICROBIANA IN VITRO:<br />

O <strong>de</strong>ntifrício experimental (<strong>contendo</strong> extrato do fruto maduro da Eugenia uniflora<br />

L.) apresentou CIM <strong>de</strong> 0,005g/mL para as linhagens Streptococcus oralis e<br />

Lactobacillus casei e <strong>de</strong> 0,009g/mL para Streptococcus mutans.<br />

Já o <strong>de</strong>ntifrício padrão, Colgate Total 12 ® , foi capaz inibir crescimento bacteriano<br />

em todas as concentrações avaliadas, apresentando <strong>um</strong>a CIM <strong>de</strong> 0,005mg/mL .<br />

Tabela 1.0. Determinação da concentração inibitória mínima (g/mL), medida a<br />

partir do halo <strong>de</strong> inibição em milímetros (mm), dos <strong>de</strong>ntifrícios testados sobre o<br />

Streptococcus mutans ATCC 25175.<br />

CIM<br />

Grupo Experimental Grupo Padrão<br />

g/mL<br />

Halo <strong>de</strong> inibição em mm<br />

Halo <strong>de</strong> inibição em mm<br />

0,3 14,0 18,0<br />

0,15 12,0 14,0<br />

0,075 11,0 12,0<br />

0,0375 10,0 11,0<br />

0,01875 7,0 10,0<br />

0,009375 7,0 9,5<br />

0,005 - 9,0<br />

39


Figura 1.0. Concentração Inibitória Mínima (CIM) do Grupo Experimental sobre o<br />

Streptococcus mutans ATCC 25175.<br />

Figura 2.0. Concentração Inibitória Mínima (CIM) do Grupo Padrão sobre o Streptococcus<br />

mutans ATCC 25175.<br />

Tabela 2.0. Determinação da concentração inibitória mínima (g/mL), medida a<br />

partir do halo <strong>de</strong> inibição e milímetros (mm), dos <strong>de</strong>ntifrícios testados sobre o<br />

40


Streptococcus oralis ATCC 10557.<br />

CIM<br />

Grupo Experimental<br />

g/mL<br />

Halo <strong>de</strong> inibição em mm<br />

Grupo Padrão<br />

Halo <strong>de</strong> inibição em mm<br />

0,3 23 30<br />

0,15 19 29<br />

0,075 15 25<br />

0,0375 15 24<br />

0,01875 15 15<br />

0,009375 14 14<br />

0,005 14 13<br />

Figura 3.0 Concentração Inibitória Mínima (CIM) do Grupo Experimental sobre o Streptococcus<br />

oralis ATCC 10557.<br />

Figura 4.0 Concentração Inibitória Mínima (CIM) do Grupo Padrão sobre o Streptococcus oralis<br />

ATCC 105<br />

41


Tabela 3.0. Determinação da concentração inibitória mínima (g/mL), medida a<br />

partir do halo <strong>de</strong> inibição em milímetros (mm), dos <strong>de</strong>ntifrícios testados sobre o<br />

Lactobacillus casei ATCC 7469.<br />

CIM<br />

Grupo Experimental Grupo Padrão<br />

g/mL<br />

Halo <strong>de</strong> inibição em mm<br />

Halo <strong>de</strong> inibição em mm<br />

0,3 26 20<br />

0,15 25 19<br />

0,075 19 15<br />

0,0375 18 13<br />

0,01875 18 12<br />

0,009375 18 12<br />

0,005 18 11<br />

Figura 5.0 Concentração Inibitória Mínima (CIM) do Grupo Experimental sobre o Lactobacillus<br />

casei ATCC 7469.<br />

42


Figura 6.0 Concentração Inibitória Mínima (CIM) do Grupo Padrão sobre o Lactobacillus casei<br />

ATCC 7469.<br />

5.2 ENSAIO CLÍNICO:<br />

43


No ensaio clinico foi observada redução do sangramento gengival (p0,05 - Mann-Whitney, respectivamente, para o ISG e IHO-S).<br />

Tabela 4.0 Valores <strong>de</strong> ISG e IHO-S antes (T1) e após (T2) o uso dos <strong>de</strong>ntifrícios avaliados,<br />

João Pessoa – PB, 2009.<br />

Dentifrícios Tempo T1 T2<br />

Grupo Experimental ISG 2,21% 1,32%<br />

IHO-S 0,83 0,65<br />

Grupo Padrão ISG 2,05% 1,46%<br />

IHO-S 0,72 0,53<br />

Figura 7.0 Média do Índice <strong>de</strong> Sangramento Gengival (ISG) entre os grupos Experimental e<br />

Padrão entre os tempos T1( antes do uso) e T2 (7 dias <strong>de</strong> uso) no mesmo grupo com<br />

(p0,05 -Teste t pareado) quando comparado entre os dois<br />

grupos.<br />

2,5<br />

2<br />

1,5<br />

1<br />

0,5<br />

0<br />

T1( antes do uso) T2( 7 dias após)<br />

Grupo<br />

Experimental<br />

Grupo Padrão<br />

44


Figura 8,0 Média do IHO-S entre os grupos Experimental e Padrão entre os tempos T1( antes<br />

do uso) e T2 (7 dias <strong>de</strong> uso) no mesmo grupo com (p0,05 –Teste<br />

Mann-Whitney) quando comparado entre os dois grupos.<br />

0,9<br />

0,8<br />

0,7<br />

0,6<br />

0,5<br />

0,4<br />

0,3<br />

0,2<br />

0,1<br />

0<br />

T1 T2<br />

Grupo<br />

Experimental<br />

Grupo Padrão<br />

45


6 DISCUSSÃO:<br />

Na odontologia, cresce cada vez mais os estudos das plantas medicinais e com<br />

isso diversos produtos naturais estão sendo confeccionados. Estes produtos são<br />

elaborados utilizando como base plantas medicinais que possuem ação terapêutica,<br />

cosméticas ou ambas como o caso dos <strong>de</strong>ntifrícios. Produtos estes que possuam<br />

proprieda<strong>de</strong>s farmacológicas e que sejam, acima <strong>de</strong> tudo, métodos alternativos <strong>de</strong><br />

baixo custo para a população.<br />

A realização <strong>de</strong> pesquisa científicas com o objetivo <strong>de</strong> encontrar novos agentes<br />

antimicrobianos se faz necessária <strong>de</strong>vido ao surgimento <strong>de</strong> microrganismos cada vez<br />

mais resistentes e <strong>de</strong> infecções oportunistas, associadas a doenças como a AIDS,<br />

quimioterapias antineoplásicas e transplantes O estudo <strong>de</strong> agentes antimicrobianos tem<br />

gran<strong>de</strong> abrangência, sendo <strong>um</strong> tema crucial em vários setores do campo farmacêutico e<br />

cosmético (PENNA et al., 2001).<br />

Inúmeras plantas foram utilizadas como antimicrobianos seja em estudos in vitro<br />

ou testados em ensaios clínicos através <strong>de</strong> soluções <strong>de</strong> bochecho ou <strong>de</strong>ntifrícios.<br />

Recentemente, o Ministério da Saú<strong>de</strong> divulgou <strong>um</strong>a lista <strong>contendo</strong> alg<strong>um</strong>as plantas<br />

medicinais, com o objetivo <strong>de</strong> direcionar os estudos para que estas plantas fossem<br />

implementadas como <strong>um</strong>a forma terapêutica alternativa para a população do Sistema<br />

Único <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> ( SUS). (ANVISA, 2009).<br />

A Eugenia uniflora L. por ser <strong>um</strong>a planta nativa da América do Sul e bastante<br />

encontrada em alg<strong>um</strong>as regiões e no nor<strong>de</strong>ste brasileiro apresenta alguns estudos que<br />

<strong>de</strong>monstram alg<strong>um</strong>as proprieda<strong>de</strong>s relevantes, <strong>de</strong>vido a isto <strong>de</strong>sperta interesse nos<br />

pesquisadores. A ativida<strong>de</strong> antimicrobiana da (pitangueira) Eugenia uniflora L. frente<br />

aos microrganismos formadores do biofilme <strong>de</strong>ntário, responsáveis pela cárie <strong>de</strong>ntária e<br />

doenças periodontais, tem sido verificada em estudos (DRUMOND et al., 2004;<br />

SOARES et al., 2007; JOVITO et al., 2008).<br />

A escolha pelas linhagens bacterianas <strong>de</strong> Streptococcus mutans, Streptococcus<br />

oralis e Lactobacillus casei ocorreu pelo fato <strong>de</strong>stas estarem presentes na microbiota<br />

normal do biofilme <strong>de</strong>ntário, participando do processo inicial (S. oralis e S. mutans) ou<br />

47


mais avançado (L. casei) <strong>de</strong> colonização <strong>de</strong>ssa comunida<strong>de</strong> microbiana, on<strong>de</strong> se faz<br />

necessário sua <strong>de</strong>sorganização, a fim <strong>de</strong> evitar o processo <strong>de</strong> sucessão microbiana e<br />

instalação <strong>de</strong> bactérias periodontopatogênicas, responsáveis por estágios mais<br />

avançados da doença periodontal (MARSH; MARTIN, 2005).<br />

O uso do <strong>de</strong>ntifrício Colgate Total 12 ® foi escolhido pelo seu potencial<br />

antimicrobiano e por auxiliarem na <strong>de</strong>sorganização do biofilme <strong>de</strong>ntário comprovados<br />

em pesquisas e pela possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> comparação entre os resultados <strong>de</strong>ste estudo<br />

com estudos anteriores, on<strong>de</strong> <strong>um</strong> <strong>de</strong>ntifrício <strong>contendo</strong> a Eugenia uniflora L. foi utilizado<br />

e confrontado ao controle positivo, o <strong>de</strong>ntifrício Colgate Total 12 ® (JOVITO et al., 2008) .<br />

A ação antimicrobiana dos vegetais é avaliada por intermédio da Concentração<br />

Inibitória Mínima (CIM) on<strong>de</strong> ocorre a <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> <strong>um</strong>a pequena quantida<strong>de</strong> da<br />

substância necessária para inibir o crescimento do microrganismo-teste. Um aspecto<br />

bastante importante na <strong>de</strong>terminação da CIM <strong>de</strong> extratos vegetais é a preocupação em<br />

relação aos aspectos toxicológicos, microbiológicos e legais pertinentes aos compostos<br />

naturais ou suas combinações (PINTO, KANEKO, OHARA, 2003).<br />

Atualmente, existem vários métodos que possam avaliar a ativida<strong>de</strong><br />

antimicrobiana dos extratos vegetais. Os mais conhecidos incluem método <strong>de</strong> difusão<br />

em ágar, método <strong>de</strong> macrodiluição e microdiluição. A técnica <strong>de</strong> difusão em meio sólido<br />

através da Concentração Inibitória Mínima (CIM) é <strong>um</strong>a das técnicas mais utilizadas<br />

para se avaliar em primeiro momento a ativida<strong>de</strong> antimicrobiana <strong>de</strong> substâncias. Apesar<br />

<strong>de</strong> ser <strong>um</strong>a técnica simples e fácil <strong>de</strong> ser realizada, apresenta alguns pontos os quais<br />

dificultam a comparação dos dados como: a escolha do meio <strong>de</strong> cultura utilizado, quais<br />

linhagens bacterianas, a parte da planta foi utilizada para a análise, a concentração<br />

utilizada, entre outros (NASCIMENTO et al., 2007).<br />

A ativida<strong>de</strong> antimicrobiana in vitro do <strong>de</strong>ntifrício <strong>contendo</strong> o extrato hidroalcoólico<br />

da pitanga foi realizada através da Concentração Inibitória Mínima (CIM) on<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>terminaram-se halos <strong>de</strong> inibição sobre a linhagem <strong>de</strong> Streptococcus mutans (ATCC<br />

25175) até á concentração <strong>de</strong> 0,0375g/mL como mostra a tabela 1.0. Corroborando<br />

com o encontrado por Soares et al,(2007) on<strong>de</strong> também se verificou <strong>um</strong>a CIM do<br />

extrato hidroalcoólico da Eugenia uniflora L. até a diluição <strong>de</strong> 0,625% sobre S. mutans.<br />

48


Oliveira et al. (2007) verificou ativida<strong>de</strong> antimicrobiana da folha e fruto da<br />

Eugenia uniflora L. sobre o Streptococcus mutans (ATCC 25175), Streptococcus<br />

sanguis (ATCC 15300), Streptococcus salivarius (ATCC 7073), Streptococcus mitis<br />

(ATCC 903), Streptococcus oralis (ATCC 10557). O melhores resultados foram<br />

observados frente às linhagens <strong>de</strong> Streptococcus oralis, que apresentaram CIM <strong>de</strong><br />

0,15625%. O Streptococcus sanguis apresentou CIM <strong>de</strong> 0,3125% e os Streptococcus<br />

mutans e Streptococcus salivarius apresentaram semelhante susceptibilida<strong>de</strong>, com CIM<br />

<strong>de</strong> 2,5%. Resultados menos satisfatórios foram obtidos sobre a linhagem <strong>de</strong><br />

Streptococcus mitis, on<strong>de</strong> apenas a primeira diluição do extrato (10%) inibiu esse<br />

microrganismo. Em nosso estudo a ativida<strong>de</strong> sobre o Streptococcus oralis e<br />

Lactobacillus casei formaram halos <strong>de</strong> inibição até a última concentração <strong>de</strong> 0,05g/mL.<br />

O <strong>de</strong>ntifrício sobre o Lactobacillus casei foi o que apresentou os maiores halos <strong>de</strong><br />

inibição mostrando –se até superiores ao comparado com o grupo Padrão ( Colgate<br />

Total 12 ® ).<br />

A ação antimicrobiana também foi estudada em 2008 por Jovito et al, que<br />

usaram o <strong>de</strong>ntifrício da Pitangueira, frente ao Streptococcus mutans e nas mesmas<br />

concentrações <strong>de</strong> extrato hidroalcoólico do fruto maduro da Eugenia uniflora L ( á 3%),<br />

os resultados mostraram- se iguais ao apresentado por este estudo.<br />

Os ensaios clínicos que fazem uso <strong>de</strong> produtos naturais a fim <strong>de</strong> confirmar sua<br />

eficácia vêm crescendo muito na odontologia, nos últimos anos alguns produtos a base<br />

<strong>de</strong> plantas medicinais surgiram, ë o que mostra os estudos <strong>de</strong> (PEREIRA et al., 2005;<br />

AGUIAR, 2002; SOARES et al., 2007; JOVITO et al., 2008).<br />

Na literatura, poucos estudos utilizam - se <strong>de</strong> produtos odontológicos <strong>contendo</strong><br />

Eugenia uniflora L. em sua composição.<br />

Em 2007, Soares et al. confeccionaram <strong>um</strong> colutório <strong>contendo</strong> o extrato<br />

hidroalcoólico do fruto maduro da pitanga como principio ativo do produto. Foram<br />

realizados exames clínicos em 19 pacientes <strong>de</strong> 11 a 22 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ambos os<br />

gêneros que freqüentavam o Centro Odontológico Cruz das Armas na Cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> João<br />

Pessoa/PB portadores <strong>de</strong> aparelhos ortodônticos, os mesmos utilizaram o produto<br />

durante 30 dias consecutivos e foi coletada a saliva dos participantes para contagem <strong>de</strong><br />

UFC/mL <strong>de</strong> Streptococcus mutans além do ISG e IHO-S nos tempos antes do uso e 30<br />

49


dias após o uso <strong>de</strong> cada produto, on<strong>de</strong> apresentou <strong>um</strong>a redução nos índices: ISG<br />

(p


Quando em nosso estudo foi comparado os tempos iniciais e finais entre os<br />

grupos estes não apresentou diferenças estatísticas mostrando a semelhante atuação<br />

do <strong>de</strong>ntifrício experimental em relação ao padrão. p>0,05 (Teste T).<br />

No trabalho <strong>de</strong> Pereira et al. (2005) as médias entre o IHO-S do <strong>de</strong>ntifrício da<br />

romã e o utilizado como controle não foi observado diferença estatística. Contrário<br />

também, mostrou o estudo <strong>de</strong> Soares (2007) que utilizaram outro produto natural on<strong>de</strong><br />

não observou estatística entre o IHO-S do tempo T1( antes do uso) e T2 ( 15 dias <strong>de</strong><br />

uso do colutório <strong>contendo</strong> extrato hidroalcoólico da Eugenia uniflora L.).<br />

O estudo <strong>de</strong> Jovito et al. (2008) corroborou com o nosso estudo pois o acúmulo<br />

<strong>de</strong> biofilme <strong>de</strong>ntário não apresentou diferença estatística, entre o grupo do <strong>de</strong>ntifrício da<br />

pitanga e o do grupo controle, porém <strong>de</strong> acordo com Pereira et al. (2005) apenas as<br />

médias entre o IHO-S do <strong>de</strong>ntifrício da romã e o utilizado como controle não houve<br />

diferença estatística. Contrário também, mostrou o estudo <strong>de</strong> Soares et al. (2007) que<br />

não observou estatística entre o IHO-S do tempo T1 ( antes do uso) e T2 (15 dias <strong>de</strong><br />

uso do colutório <strong>contendo</strong> extrato hidroalcoólico da Eugenia uniflora L.).<br />

Jovito et al. (2008) ao compara o (grupo do <strong>de</strong>ntifrício da pitanga) e (grupo<br />

controle: Colgate Total 12®) , constatou-se diferença estatística apenas para o ISG<br />

(p


7 CONCLUSÕES:<br />

A partir dos resultados obtidos, comprova-se o potencial antimicrobiano do<br />

<strong>de</strong>ntifrício <strong>contendo</strong> extrato hidroalcoólico do fruto maduro da pitanga (Eugenia uniflora<br />

L.) , assim como o sua eficácia na redução do sangramento gengival e do acúmulo <strong>de</strong><br />

biofilme <strong>de</strong>ntário, o que sugere <strong>um</strong> provável produto eficaz e seguro que po<strong>de</strong> se<br />

constituir em <strong>um</strong> gran<strong>de</strong> aliado às práticas da odontologia preventiva/ terapêutica..<br />

53


REFERÊNCIAS:<br />

� AGUIAR, A. A. A. A utilizaçäo do óleo vegetal na escovaçäo <strong>de</strong>ntária. 2002.<br />

214 f. (Dissertação <strong>de</strong> Doutorado). Universida<strong>de</strong> Estadual Paulista. Faculda<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> Odontologia <strong>de</strong> Araçatuba. Araçatuba, 2002.<br />

� AINAMO J, BAY I. Problems and proposals for recording gingivitis and plaque.<br />

Int. Dent. J. v. 25, n.4, p. 229-35 . <strong>de</strong>c. 1975.<br />

� ALMEIDA, R. V. D. et al. Efeito clínico <strong>de</strong> solução anti-séptica a base <strong>de</strong><br />

própolis em crianças cárie ativas. Pesq. Bras. Odontoped. Clin. Integr., João<br />

Pessoa, V. 6, n. 1, p. 87-92, jan/abr. 2006.<br />

� ALVES, P. M. et al. Ativida<strong>de</strong> antimicrobiana, antia<strong>de</strong>rente e antifúngica in vitro<br />

<strong>de</strong> plantas medicinais brasileiras sobre microrganismos do biofilme <strong>de</strong>ntal e cepas do<br />

gênero Cândida. Rev. Soc. Bras. Med. Trop, Uberaba, v..42, n.2, Mar./Apr. 2009.<br />

� ANVISA- Agência Nacional <strong>de</strong> Vigilância Sanitária. Ministério da Saú<strong>de</strong>.<br />

Disponível em: http://g1.globo.com/Noticias/Brasil/ acessado em 16 <strong>de</strong> março<br />

<strong>de</strong> 2009.<br />

� AQUINO, P. M. L. P. et al. Ativida<strong>de</strong> Antifúngica <strong>de</strong> Óleos Essenciais Sobre<br />

Dermatófitos, LAES & HAES,São Paulo, ed. 150, agosto / setembro. 2004.<br />

� AURICCHIO, M.T.; TIRICO M. Estudo farmacognóstico <strong>de</strong> folhas <strong>de</strong><br />

Eugenia uniflora L. 2001. Dissertação (Mestrado em Odontologia) -<br />

Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo, São Paulo, 2001.<br />

� BARBAKOW, F.; LUTZ, F.; IMFELD, T. Abrasives in <strong>de</strong>ntifrices and prophylaxis<br />

pastes. Quintessence Int. Germany v. 18:,p. 29-34, jan/ mar. 1987.<br />

54


� BRASIL. Secretária Nacional <strong>de</strong> Vigilância Sanitária. Ministério da Saú<strong>de</strong>.<br />

Portaria n°22. Diário Oficial da União. Brasília 22 <strong>de</strong>z.. p. 241. 1989.<br />

� BRASIL, PROJETO SB JOÃO PESSOA. Levantamento das condições <strong>de</strong><br />

Saú<strong>de</strong> Bucal da população <strong>de</strong> cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> João Pessoa / PB. Secretaria<br />

Municipal <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>. 2008.<br />

� BRASIL. Ministério da Saú<strong>de</strong>. Secretaria <strong>de</strong> Atenção á saú<strong>de</strong>. Departamento<br />

<strong>de</strong> atenção Básica. Condições da Saú<strong>de</strong> Bucal da População Brasileira 2002-<br />

2003. Resultados Principais. Brasília: Ministério da Saú<strong>de</strong>, 68p. 2004.<br />

� CANETTIERI A. C. V. et al. Efeito do anticorpo monoclonal 56G sobre o<br />

crescimento <strong>de</strong> Streptococcus mutans em caldo e no acúmulo <strong>de</strong> placa<br />

bacteriana in vitro. Cienc Odontol Bras. São Paulo, v. 9, n.4, p. 67-75. Out/<strong>de</strong>z.<br />

2006.<br />

� CORREA, M.P.; PENNA, L.A. Dicionário das Plantas Úteis do Brasil.<br />

Ministério da Agricultura, Rio <strong>de</strong> Janeiro, Brasil - Vol. 5, p.512, 1984.<br />

� CORRENTE, J.E.; MOIMAZ, S.A.S.; SALIBA, N.A. <strong>Avaliação</strong> <strong>de</strong> Quadro Índice<br />

<strong>de</strong> Higiene Oral: Aspectos da Reprodutibilida<strong>de</strong>. Revista <strong>de</strong> Pós Graduação,<br />

São Paulo, v.8, n.1, p. 46-54, jan./mar. 2001.<br />

� COSTA, S.G.C. et al. Potencial antibacteriano in vitro do óleo essencial <strong>de</strong><br />

Alecrim <strong>de</strong> Serrote sobre bactérias formadoras do biofilme <strong>de</strong>ntal. Braz Oral<br />

Res. São Paulo. Supplement (Proceedings of the 22nd Annual SBPqO Meeting<br />

v. 19) p-74. 2005.<br />

55


� CURY, J. A. Dentifrícios: como escolher e como indicar. In: Cardoso RJC,<br />

Gonçalves EAN. Odontologia- odontopediatria e prevenção. São Paulo:<br />

Artes Médicas, v. 4, p. 281-95. 2002.<br />

� CURY, J. A. Flúor: dos 8 aos 80?, In Bottino M. A, Feller C (org.). Atualização<br />

na <strong>clínica</strong> odontológica. Artes Médicas, São Paulo. p. 375-82. 1992.<br />

� DESALVA, S. J.; KONG, B. M.; LIN Y. J: Triclosan: A safety profile. Am J Dent<br />

v.2, p.185–196 sep, 1989.<br />

� DIAS; B.F.S. A implementação da convenção sobre diversida<strong>de</strong> biológica no<br />

Brasil: <strong>de</strong>safios e oportunida<strong>de</strong>s. Campinas, Ed. André Tosello,10p.1996.<br />

� DITTERICH; R. G. et al. “In vitro” antimicrobial activity of natural substances in<br />

toothpastes. Odontologia. Clín.-Científ., Recife,v. 6, n. 4, p. 303-307, out/<strong>de</strong>z.,<br />

2007.<br />

� DRUMOND, M.R.S.et al. Estudo da ativida<strong>de</strong> antibacteriana da Eugenia uniflora<br />

L. (Pitanga) in vitro sobre a microflora cariogênica e sua utilização na<br />

<strong>de</strong>scontaminação <strong>de</strong> escovas <strong>de</strong>ntárias. Relatório Parcial do PIBIC. Programa<br />

PIBIC/CNPq/UFPB. 2004.<br />

� FARIAS, N. M. P.; CASIMIRO, G. S.; LIMA, E. O. Ativida<strong>de</strong> antifúngica <strong>de</strong><br />

extratos e óleos essenciais obtidos <strong>de</strong> plantas medicinais contra leveduras do<br />

gênero Cândida - Determinação da Concentração Inibitória Mínima (CIM). In:<br />

Encontro <strong>de</strong> Iniciação científica, 8.,João Pessoa:2000. Res<strong>um</strong>os...UFPB:<br />

p.5..2000.<br />

56


� FREITAS, A. G, et al. Ativida<strong>de</strong> antiestafilocócica do Plantago major L. Rev.<br />

Bras. Farmacogn; v.12, p. 64-65. 2002.<br />

� FOTINOS S. et al. Tecnologia Antimicrobiana/ Antiinflamatória Bucal<br />

Avançada:Uma Revisão Abrangente dos Benefícios Clínicos <strong>de</strong> <strong>um</strong> Creme<br />

Dental Fluoretado Contendo Triclosan/Copolímero. Journal of Clincal<br />

Dentistry. Suplem. São Paulo. P. 01-21. 2005.<br />

� GEBRAN, M. P; GERBET, A. P. O. Controle químico e mecânico <strong>de</strong> placa<br />

bacteriana. Ciência e Cultura, Curitiba, n. 26, p. 45-58, jan. 2002.<br />

� GREENE, J. C.; VERMILLION, J. R. The simplified oral hygiene in<strong>de</strong>x. J. Amer.<br />

Dent. Ass., Chicago, v. 68, n.1, p. 7-13, jan. 1964.<br />

� HAAKE, S. K. Microbiologia Periodontal. In: Carranza, AF; Newmam MG.<br />

Periodontia Clínica. Rio <strong>de</strong> Janeiro. Quanabara KOOGAN, p. 82-107. 1997.<br />

� JONES R. D. et al. Triclosan: a review of effectiveness and safety in health care<br />

settings. Am J Infect Control. v.28,n.2, p.184-96. Apr . 2000.<br />

� JOVITO, V.C. <strong>Avaliação</strong> in vivo <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntifrício <strong>contendo</strong> extrato hidroalcoólico da<br />

Eugenia uniflora L.(pitanga) sobre indicadores <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal. 2008. Relatório<br />

final PIBIC/CNPQ/UFPB. 2008.<br />

� LAKATOS; MARCONI, M. Fundamentos da Metodologia Científica. 6ª<br />

edição, São Paulo: Atlas, 2006.<br />

� LANG, N. E.; MOMBELLI, A. ; ATTSTROM, R. Placa e cálculo <strong>de</strong>ntais in:<br />

Lindle J. Tratado <strong>de</strong> Periodontia Clinica e Implanrtodontia Oral. Rio <strong>de</strong> Janeiro:<br />

Koogan; p.66-91. 1999.<br />

57


� LIMA, V. L. A. G.; MELO, E. A.; LIMA, D. E. S. Fenólicos e carotenói<strong>de</strong>s totais<br />

em pitanga. Scientia Agrícola, Piracicaba, v. 59, n.3, p. 447-450. jul/set., 2002.<br />

� MALTZ, M. Cariologia. In: Toledo, AO. Odontopediatria: Fundamentos para a<br />

prática <strong>clínica</strong>. Ed: Premier. São Paulo. p.105-133, 1996.<br />

� MARINHO, B. V. S,; ARAÚJO, A. C. S. Uso dos enxaguatórios bucais sobre a<br />

gengivite e biofilme <strong>de</strong>ntal. International Journal Of Dentistry, Recife.<br />

n.6,n.4,p. 124-131. out / <strong>de</strong>z . 2007.<br />

� MARSH, P., MARTIN, M.V. Microbiologia oral, 4. ed. São Paulo: Editora Santos.<br />

192p.2005.<br />

� MATOS, F.J.A. O Formulário Fitoterápico do Professor Dias <strong>de</strong> Rocha. UFC<br />

edições, 2ª edição, 1997.<br />

� MOBLEY, C.C. Nutrition and <strong>de</strong>ntal caries. Dent clin. North Am. Oxford<br />

v.47, n. 2, p.319-36. nov. 2003.<br />

� MODESTO A.; LIMA, K. C.; UZEDA, M. A. Ativida<strong>de</strong> antimicrobiana <strong>de</strong> três<br />

<strong>de</strong>ntifrícios utilizados na higiene oral <strong>de</strong> bebês: estudo in vitro. Revista da APCD<br />

São Paulo. v. 55, n.1, p.:43-8.jan/fev. 2001.<br />

� MORAN, J. et al. A study to assess the plaque inhibitory action of a newly<br />

formulated triclosan toothpaste. J Clin Periodontol; Bristol. v.28n.1:p. 86-9. .<br />

Jan. 2001.<br />

� MOREIRA, P. V.; ROSENBLATT, A. ; PASSOS, I. A. Prevalência <strong>de</strong> cárie<br />

<strong>de</strong>ntária em adolescentes <strong>de</strong> escolas públicas e privadas da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> João<br />

Pessoa, Paraíba, Brasil. Cienc Saú<strong>de</strong> Colet; v. 12, p. 1229-1236. set/ out. 2007.<br />

58


� MOURA, C.; CAVALCANTI, A.L.; BEZERRA, P.K.M. Prevalência <strong>de</strong> cárie<br />

<strong>de</strong>ntária em escolares <strong>de</strong> 12 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, Campina Gran<strong>de</strong>, Paraíba, Brasil:<br />

enfoque socioeconômico. Rev. odonto ciênc;. V.23n.3, p.:256-262.Jun. 2008.<br />

NASCIMENTO, P. F.C. et al. Ativida<strong>de</strong> antimicrobiana dos óleos essenciais: <strong>um</strong>a<br />

abordagem multifatorial dos métodos. Rev. bras. farmacogn. João Pessoa<br />

v.17, n.1, p. 108-113. Jan/mar. 2007.<br />

� OLIVEIRA, C. B. et al. Ativida<strong>de</strong> antimicrobiana in vitro da Eugenia uniflora<br />

L. (pitanga) sobre bactérias cariogênicas. 2007. 60f. Dissertação (Trabalho<br />

<strong>de</strong> conclusão <strong>de</strong> curso) - Centro <strong>de</strong> Ciências da Saú<strong>de</strong>, Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral<br />

da Paraíba, João Pessoa, 2007.<br />

� PEREIRA, J. V. et al. . Estudos com o extrato da Punica granat<strong>um</strong> Linn. (romã):<br />

efeito antimicrobiano in vitro e avaliação <strong>clínica</strong> <strong>de</strong> <strong>um</strong> <strong>de</strong>ntifrício sobre<br />

microrganismos do biofilme <strong>de</strong>ntal. Revista Odonto Ciência – Fac.<br />

Odonto/PUCRS, v. 20, n. 49, jul./set. 2005.<br />

� PENNA, C. et al.. Antimicrobial activity of Argentine plants used in the treatment<br />

of infectious diseases. Isolation of active compounds from Sebastiania<br />

brasiliensis. J Ethnopharmacol . Argentina. v.77, p. 37-40. September.2001.<br />

� PINTO, T. J. A, KANEKO, T. M, OHARA, M.T. Controle Biológico <strong>de</strong><br />

Qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Produtos Farmacêuticos, Correlatos e Cosméticos. 2.ed. São<br />

Paulo: Atheneu Editora, 325 p. 2003<br />

� ROJAS, F.J.E.; SANTOS-ALEMANY, A. Colutorios para El control <strong>de</strong> placa y<br />

gingivitis basados en la evi<strong>de</strong>ncia científica. RCOE.Espana. v.10, n.4, p.445-<br />

452. Jul/ago. 2005.<br />

59


� RÖSING, C. K. Halitose: <strong>um</strong> problema odontológica <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e estética.<br />

Clinica. Int J Braz Dent.São Paulo. v. 4: p. 314-315. 2008.<br />

� ROSING, C.K.; ROMITO, G.A. Odontologia baseada em evidências. Colgate-<br />

palmolive. São Paulo. Ano 2. n. 3 jan. 2009.<br />

� SANTOS, F. S. D. Tradições populares <strong>de</strong> uso <strong>de</strong> plantas medicinais na<br />

Amazônia. Hist. cienc. sau<strong>de</strong>-Manguinhos., Rio <strong>de</strong> Janeiro, v. 6. p.919-939.<br />

2000.<br />

� SCHMEDA-HIRSCHMANN, G. et al, Preliminary pharmacological studies on<br />

Eugenia uniflora leaves: xanthine oxidase inhibitory activity. J.<br />

Ethnopharmacol.Paraguay, v.21, p.183-186, 1987.<br />

� SILVA, N. B. et al. <strong>Avaliação</strong> da Ativida<strong>de</strong> Antimicrobiana <strong>de</strong> Tinturas<br />

Fitoterápicas. Pesq Brás Odontoped Clin Integr; v. 6, n.2, p. 167-171.maio/<br />

ago. 2006.<br />

� SILVA, M.S.A.. et al. Ativida<strong>de</strong> antimicrobiana e antia<strong>de</strong>rente in vitro do extrato<br />

<strong>de</strong> Rosmarinus officinalis Linn. sobre bactérias orais planctônicas. Rev. bras.<br />

farmacogn. v.18 n.2 João Pessoa Apr./June 2008.<br />

� SIMÕES, C.M.O. et al. Farmacognosia da planta ao medicamento. 6°<br />

edição. Editora UFRGS e UFSC. Porto Alegre. 2007.<br />

� SOARES, D.G.S.et al. <strong>Avaliação</strong> in vivo <strong>de</strong> colutório <strong>contendo</strong> extrato<br />

hidroalcoólico da Eugenia uniflora L.(pitanga) sobre indicadores <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal.<br />

2007. Relatório final PIBIC/CNPQ/UFPB. 2007.<br />

� SOUZA, G. F. M. et al. Abordagem imunológica da cárie <strong>de</strong>ntal. PGR-<br />

Pos Grad. Rev. Fac. Odontol. São José dos Campos, v. 4, n. 2, maio/ago.<br />

2001.<br />

60


� SOUZA, L. K. H. et al. Antifungical properties of brazilian cerrado plants.<br />

Brazilian Journal of Microbiology. São Paulo, v. 33, p. 247-249, Jul/sept.<br />

2002.<br />

� TORRES, C. R. G. et al. Agentes antimicrobianos e seu potencial <strong>de</strong> uso na<br />

Odontologia. Pós-Grad Rev Fac Odontol São José dos Campos. São Paulo .<br />

v. 3, n. 2, p. 43-52. jul./<strong>de</strong>z. 2000.<br />

� ULIANA, R. M. B.; BRIQUES, W. Halitose: conceitos básicos sobre,<br />

diagnóstico, microbiologia, causas, tratamento. Anais do 15° Conclave<br />

Odontológico Internacional <strong>de</strong> Campinas - n.104 - mar/abr - 2003.<br />

� VEIGA Jr., V. F.; PINTO, A. C. Plantas Medicinais: A Necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Estudos<br />

Multidisciplinares. Quim. Nova, São Paulo. v. 25, n. 3, p. 273. May. 2002.<br />

� WORLD HEALTH ORGANIZATION. The world oral health report 2003:<br />

continuous improvement of oral health in the 21st century — the aproach of the<br />

WHO Global Oral Health Programme. Geneva: World Health Organization; 2003.<br />

61


APÊNDICE A<br />

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO<br />

TÍTULO: <strong>Avaliação</strong> <strong>clínica</strong> e <strong>microbiológica</strong> <strong>de</strong> <strong>um</strong> <strong>de</strong>ntifrício <strong>contendo</strong> extrato<br />

hidroalcoólico da Eugenia uniflora L. (pitangueira) sobre microrganismos cariogênicos.<br />

PESQUISADOR RESPONSÁVEL:<br />

Ricardo Dias <strong>de</strong> Castro<br />

1. INTRODUÇÃO<br />

As informações a seguir <strong>de</strong>screverão esta pesquisa e a contribuição que V. Sa.<br />

po<strong>de</strong>rá representar. O pesquisador responsável respon<strong>de</strong>rá quaisquer dúvidas<br />

referentes a este termo e sobre o estudo. Por gentileza, leia cuidadosamente.<br />

2. PROPÓSITO DA PESQUISA<br />

Você está sendo convidado a participar <strong>de</strong> <strong>um</strong>a pesquisa cujo objetivo<br />

geral é avaliar a atuação <strong>clínica</strong> e <strong>microbiológica</strong> <strong>de</strong> <strong>um</strong> <strong>de</strong>ntifrício <strong>contendo</strong> extrato<br />

hidroalcoólico da Eugenia uniflora L. (pitangueira) sobre bactérias que causam a cárie.<br />

Para <strong>de</strong>cidir se <strong>de</strong>seja ou não participar <strong>de</strong>ste estudo V. Sa. <strong>de</strong>ve estar consciente da<br />

importância <strong>de</strong>sse trabalho.<br />

3. DESCRIÇÃO DO ESTUDO<br />

Serão feitos exames iniciais <strong>de</strong> sua saú<strong>de</strong> bucal, para avaliar a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

placa e <strong>de</strong> inflamação da gengiva, antes e após o uso do produto. Cada participante<br />

receberá os produtos (pasta <strong>de</strong>ntal e escova <strong>de</strong>ntária) que será orientado pelo<br />

pesquisador a respeito dos procedimentos corretos <strong>de</strong> sua utilização. A pasta <strong>de</strong>ntal<br />

será utilizada diariamente por <strong>um</strong>a semana. Você terá liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> escolha sobre a sua<br />

participação, po<strong>de</strong>ndo recusar a participação ou mesmo sair em qualquer fase da<br />

pesquisa. Será possível através <strong>de</strong>sta pesquisa orientar melhor a população a respeito<br />

dos métodos <strong>de</strong> prevenção da cárie e das doenças periodontais, bem como beneficialos<br />

com a possível melhora das condições bucais. Não haverá qualquer forma <strong>de</strong><br />

discriminação dos participantes do estudo. Todos passarão por todas as etapas do<br />

estudo.<br />

4. CONFIDENCIALIDADE DO REGISTRO<br />

Todas as informações obtidas em relação a este estudo permanecerão em sigilo,<br />

assegurando proteção <strong>de</strong> sua imagem e respeitando valores morais, culturais,<br />

religiosos, sociais e éticos. Como condição para sua participação na pesquisa V. Sa.<br />

permitirá ao pesquisador e membros da equipe a realização <strong>de</strong> <strong>um</strong> exame das suas<br />

condições bucal e o uso <strong>de</strong> <strong>um</strong>a pasta <strong>de</strong>ntal. Os resultados <strong>de</strong>sta pesquisa po<strong>de</strong>rão<br />

ser apresentados em congresso ou publicações científicas, sem i<strong>de</strong>ntificação dos<br />

62


participantes. Não serão obtidas quaisquer imagens ou informações que permitam a<br />

i<strong>de</strong>ntificação dos participantes.<br />

5. CONTATO<br />

Se houver qualquer dúvida sobre o estudo você receberá maiores<br />

esclarecimentos com o pesquisador responsável pela pesquisa: Prof. Ricardo Dias <strong>de</strong><br />

Castro , telefones (83) 88400109 ou por e-mail: ricardodias<strong>de</strong>castro@yahoo.com.br<br />

6. TERMO DE CONSENTIMENTO<br />

Eu ................................................................................................................,<br />

RG n° ..........................................., li a <strong>de</strong>scrição do estudo e, não havendo qualquer<br />

dúvida, concordo em participar dste estudo. Confirmo que recebi cópia do termo <strong>de</strong><br />

esclarecimento para participação na pesquisa. Compreendo que a participação é<br />

voluntária e que posso <strong>de</strong>sistir <strong>de</strong> continuar o estudo. Autorizo a liberação dos dados<br />

obtidos para apresentação em eventos científicos e publicações, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que minha<br />

i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> seja protegida.<br />

63<br />

João Pessoa,........... <strong>de</strong> ......................... <strong>de</strong> 2009.<br />

______________________________________________________________________<br />

Assinatura do participante


APÊNDICE B<br />

Ficha Clinica<br />

ISG - Antes<br />

55 54 53 52 51 61 62 63 64 65<br />

18 17 16 15 14 13 12 11 21 22 23 24 25 26 27 28<br />

48 47 46 45 44 43 42 41 31 32 33 34 35 36 37 38<br />

85 84 83 82 81 71 72 73 74 75<br />

ISG – 07 dias <strong>de</strong>pois do uso<br />

55 54 53 52 51 61 62 63 64 65<br />

18 17 16 15 14 13 12 11 21 22 23 24 25 26 27 28<br />

48 47 46 45 44 43 42 41 31 32 33 34 35 36 37 38<br />

IHO-S - Antes<br />

V 16 V 11 V 26<br />

L 46 V 31 L 36<br />

85 84 83 82 81 71 72 73 74 75<br />

=<br />

IHO-S – 07 dias após do uso<br />

V 16 V 11 V 26<br />

L 46 V 31 L 36<br />

64


ANEXO:<br />

65

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!