10.12.2018 Views

Como Eu Era Antes de Voce - Jojo Moyes

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Ele abriu um olho.<br />

— Quer saber como fiquei assim?<br />

Concor<strong>de</strong>i com a cabeça e ele fechou os olhos outra vez.<br />

— Aci<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> moto. Não por culpa minha, eu era um inocente pe<strong>de</strong>stre.<br />

— Pensei que tivesse sido esquiando, ou fazendo bungee jumping, ou algo<br />

assim.<br />

— Todo mundo pensa. Foi uma piadinha <strong>de</strong> Deus. <strong>Eu</strong> estava atravessando a<br />

rua em frente à minha casa. Não aqui, em frente à minha casa em Londres.<br />

Olhei os livros na estante. Entre os livros <strong>de</strong> bolso bastante manuseados da<br />

Penguin, havia títulos da área <strong>de</strong> negócios: Direito Corporativo, Administração,<br />

anuários sobre assuntos que eu ignorava.<br />

— E você não podia continuar no trabalho?<br />

— Não. Nem com o apartamento, as férias, a vida… acho que você conheceu<br />

minha ex-namorada. — A mudança na voz não disfarçou a amargura. — Mas<br />

aparentemente eu <strong>de</strong>via ser grato, pois chegaram a pensar que eu fosse morrer.<br />

— Você <strong>de</strong>testa isso? Morar aqui, quero dizer?<br />

— Detesto.<br />

— Não tem como voltar a morar em Londres?<br />

— Desse jeito, não.<br />

— Mas você po<strong>de</strong> melhorar. Nathan disse que há muitos avanços no<br />

tratamento <strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong> lesão.<br />

Will fechou os olhos <strong>de</strong> novo.<br />

Aguar<strong>de</strong>i, e então arrumei o travesseiro atrás da sua cabeça e estiquei o<br />

edredom sobre ele.<br />

— Desculpe se faço muitas perguntas — pedi, sentando reta na cama. —<br />

Quer que eu saia?<br />

— Não, que um pouco. Converse comigo. — Engoliu em seco. Seus olhos se<br />

abriram outra vez e seu olhar encontrou o meu. Parecia insuportavelmente<br />

cansado. — Conte uma coisa boa.<br />

Hesitei por um instante, <strong>de</strong>pois recostei-me nos travesseiros ao lado <strong>de</strong>le.<br />

Ficamos ali no lusco-fusco, olhando os ocos <strong>de</strong> neve mal-iluminados<br />

<strong>de</strong>saparecerem na escuridão da noite.<br />

— Sabe… eu costumava pedir isso ao meu pai — disse, por m. — Mas se eu<br />

lhe contar a resposta que ele me dava, você vai achar que sou louca.<br />

— Mais louca do que já acho?<br />

— Quando eu tinha um pesa<strong>de</strong>lo, estava triste ou assustada por algum motivo,<br />

ele cantava para mim … — Comecei a rir. — Ah… não posso contar.<br />

— Continue.<br />

— Ele cantava para mim a Canção Molahonkey.<br />

— Canção o quê?<br />

— Canção Molahonkey. <strong>Eu</strong> achava que todo mundo conhecia.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!