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Como Eu Era Antes de Voce - Jojo Moyes

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— Acha que não sei me cuidar?<br />

— Você opera o içador <strong>de</strong> ca<strong>de</strong>ira? — perguntei, grosseiramente. — É capaz<br />

<strong>de</strong> me dizer exatamente o que eu preciso fazer?<br />

Ele cou me olhando no mesmo nível. Se estivera procurando briga, parecia<br />

que tinha mudado <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ia.<br />

— Você venceu. Sim, Nathan vai. Ele é um par extra <strong>de</strong> mãos bastante útil.<br />

Além disso, achei que você ficaria menos nervosa se ele fosse também.<br />

— Não estou nervosa — protestei.<br />

— É evi<strong>de</strong>nte que não. — Ele olhou para o próprio colo, que eu ainda<br />

esfregava com um pano. <strong>Eu</strong> conseguira tirar o molho <strong>de</strong> macarrão, mas Will<br />

estava encharcado. — Então, eu vou sair na rua parecendo sofrer <strong>de</strong> incontinência<br />

urinária?<br />

— Não terminei. — Liguei o secador <strong>de</strong> cabelos e direcionei o bocal para o<br />

meio das pernas <strong>de</strong>le.<br />

No momento em que o ar quente atingiu suas calças, suas sobrancelhas se<br />

ergueram.<br />

— Sim, bem… — falei. — Também não era o que eu planejava fazer numa<br />

tar<strong>de</strong> <strong>de</strong> sexta-feira.<br />

— Você está mesmo tensa, não é?<br />

<strong>Eu</strong> podia sentir que ele me observava.<br />

— Ah, anime-se, Clark. Sou eu que estou recebendo ar escaldante nos<br />

genitais.<br />

Não respondi. Ouvi a voz <strong>de</strong>le por cima do barulho do secador.<br />

— Vamos lá, qual é a pior coisa que po<strong>de</strong>ria me acontecer: acabar numa<br />

ca<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> rodas?<br />

Po<strong>de</strong> parecer idiota, mas não consegui não rir. <strong>Era</strong> o mais perto que Will<br />

chegara <strong>de</strong> realmente tentar fazer algo para me animar.<br />

* * *<br />

Do lado <strong>de</strong> fora, o carro parecia um veículo comum, mas quando se abria a porta<br />

traseira, uma rampa <strong>de</strong>scia pela lateral e se nivelava com o chão. Com Nathan<br />

acompanhando, guiei a ca<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> uso externo (Will tinha uma só para viagens)<br />

precisamente até em cima da rampa, conferi o freio elétrico e programei para<br />

que Will fosse içado <strong>de</strong>vagar para <strong>de</strong>ntro do carro. Nathan <strong>de</strong>slizou para o banco<br />

do passageiro, colocou o cinto em Will e vericou as rodas. Tentando fazer com<br />

que minhas mãos parassem <strong>de</strong> tremer, soltei o freio <strong>de</strong> mão do carro e dirigi<br />

<strong>de</strong>vagar pelo caminho até o hospital.<br />

Longe <strong>de</strong> casa, Will pareceu encolher um pouco. Fazia frio e Nathan e eu o<br />

enrolamos num cachecol e num casaco grosso, mas ele continuou calado, o<br />

maxilar endurecido, <strong>de</strong> certa forma oprimido pela vastidão ao seu redor. Toda vez

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