10.12.2018 Views

Como Eu Era Antes de Voce - Jojo Moyes

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

outra vez.<br />

— Não atenda — sibilei.<br />

— Mas como...?<br />

Comecei a empurrar Louisa escada acima. Céus, ela estava incrivelmente<br />

lenta. <strong>Era</strong> como se estivesse meio dormindo.<br />

— Vovô, não atenda a porta! — gritei. — Para quem você contou? —<br />

perguntei, quando chegamos no andar <strong>de</strong> cima. — Alguém <strong>de</strong>ve ter dito a eles.<br />

Quem sabe disso?<br />

— Srta. Clark — a voz da mulher entrou pela caixa do correio. — Se me <strong>de</strong>r<br />

apenas <strong>de</strong>z minutos... compreen<strong>de</strong>mos que é um assunto muito <strong>de</strong>licado.<br />

Gostaríamos que <strong>de</strong>sse a sua versão do fato...<br />

— Isso quer dizer que ele está morto? — Os olhos <strong>de</strong>la se encheram <strong>de</strong><br />

lágrimas.<br />

— Não, quer dizer que algum idiota está querendo faturar. — Pensei por um<br />

instante.<br />

— Quem era, meninas? — A voz <strong>de</strong> mamãe subiu pela escada.<br />

— Ninguém, mamãe. Apenas não abra a porta.<br />

Olhei por cima do corrimão da escada. Mamãe estava segurando um pano <strong>de</strong><br />

prato e olhando para o vulto sombreado nos vidros da porta da frente.<br />

— Não é para aten<strong>de</strong>r a porta?<br />

Segurei o cotovelo da minha irmã.<br />

— Lou... você não contou nada para Patrick, contou?<br />

Ela não precisou respon<strong>de</strong>r. A cara assustada disse tudo.<br />

— Certo. Não precisa ter um troço. Apenas não chegue perto da porta. Não<br />

atenda o telefone. Não fale nada a ninguém, certo?<br />

* * *<br />

Mamãe não gostou. Gostou menos ainda quando o telefone começou a tocar.<br />

Após o quinto telefonema, <strong>de</strong>ixamos todas as ligações serem atendidas pela<br />

secretária eletrônica, mas continuamos a ouvir aquelas vozes invadindo o nosso<br />

pequeno corredor. <strong>Era</strong>m quatro ou cinco, todas iguais. Todas oferecendo a Lou a<br />

chance <strong>de</strong> dar a “versão <strong>de</strong>la”, como diziam. <strong>Como</strong> se Will Traynor tivesse se<br />

transformado numa apólice que todos queriam. O telefone e a campainha<br />

tocavam. Mantivemos as cortinas fechadas, ouvindo os repórteres na calçada do<br />

lado <strong>de</strong> fora do nosso portão, conversando uns com os outros e falando nos<br />

celulares.<br />

<strong>Era</strong> como estar sitiado. Mamãe torceu as mãos e berrou pela caixa do correio<br />

para eles saírem da porra do nosso jardim, sempre que um <strong>de</strong>les ultrapassava o<br />

portão. Thomas olhou pela janela do banheiro <strong>de</strong> cima e perguntou por que tinha<br />

gente no nosso jardim. Quatro vizinhos ligaram querendo saber o que estava

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!