10.12.2018 Views

Como Eu Era Antes de Voce - Jojo Moyes

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

— Não po<strong>de</strong> ir agora? Talvez tentar conseguir um voo?<br />

— É tar<strong>de</strong> <strong>de</strong>mais — disse ela. E então fechou os olhos. — Não chegaria a<br />

tempo. Faltam apenas duas horas para... a clínica fechar. <strong>Eu</strong> pesquisei. Na<br />

internet.<br />

Esperei.<br />

— Eles não... fazem... isso... <strong>de</strong>pois das cinco e meia. — Ela balançou a<br />

cabeça, perplexa. — Alguma coisa a ver com os funcionários do governo suíço<br />

que precisam estar presentes. Eles não gostam... <strong>de</strong> vericar... coisas <strong>de</strong>pois do<br />

horário oficial.<br />

Quase ri. Mas não sabia o que dizer. Não conseguia imaginar precisar<br />

esperar por uma coisa que aconteceria num lugar distante. Jamais gostei <strong>de</strong><br />

homem algum como ela parecia gostar <strong>de</strong> Will. Claro que gostei <strong>de</strong> alguns, quis<br />

dormir com eles, mas às vezes me perguntava se me faltava algum chip <strong>de</strong><br />

sensibilida<strong>de</strong>. Não conseguia me ver chorando por ninguém com quem já tivesse<br />

estado. A única coisa equivalente era pensar em Thomas à espera da morte em<br />

algum país estranho e, assim que esse pensamento surgiu, alguma coisa <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong><br />

mim se revirou, era horrível <strong>de</strong>mais. Então eu também coloquei essa i<strong>de</strong>ia no<br />

fundo do arquivo mental, com a etiqueta: Impensável.<br />

Sentei-me ao lado <strong>de</strong> minha irmã no sofá e olhamos em silêncio a Corrida dos<br />

Potros das três e meia, <strong>de</strong>pois o páreo das quatro horas e os quatro que vieram a<br />

seguir, com a preocupação intensa <strong>de</strong> quem tinha realmente apostado todo o<br />

dinheiro do mundo no vencedor.<br />

Então, a campainha <strong>de</strong> casa tocou.<br />

Em segundos, Louisa saiu do sofá e foi para o corredor. Abriu a porta <strong>de</strong> uma<br />

forma tão violenta que fez meu coração parar.<br />

Mas não era Will que estava na soleira. <strong>Era</strong> uma jovem, <strong>de</strong> maquilagem<br />

pesada e muito bem-feita, os cabelos bem-cortados na altura do queixo. Ela<br />

fechou o guarda-chuva e sorriu, alcançando a gran<strong>de</strong> bolsa que tinha pendurada<br />

no ombro. Pensei por um instante que fosse a irmã <strong>de</strong> Will Traynor.<br />

— Você é Louisa Clark?<br />

— Sim?<br />

— Sou do The Globe. Será que po<strong>de</strong>ria nos dar uma palavrinha?<br />

— The Globe?<br />

<strong>Eu</strong> podia ouvir a confusão na voz <strong>de</strong> Louisa.<br />

— Do jornal? — perguntei, atrás <strong>de</strong> minha irmã. Vi o bloco <strong>de</strong> anotações na<br />

mão da moça.<br />

— Posso entrar? Gostaria <strong>de</strong> conversar um pouquinho sobre William Traynor.<br />

Você trabalha para ele, não?<br />

— Sem comentários — respondi. E antes que a mulher pu<strong>de</strong>sse dizer mais<br />

alguma coisa, bati a porta na cara <strong>de</strong>la.<br />

Minha irmã cou pasma no corredor. Vacilou quando a campainha tocou

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!