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Como Eu Era Antes de Voce - Jojo Moyes

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sugestões e soube que nenhuma era a<strong>de</strong>quada.<br />

Foi Ritchie, aquele assíduo membro do bate-papo, que acabou me ajudando.<br />

Na tar<strong>de</strong> em que Will saiu do hospital, ele enviou uma mensagem:<br />

Man<strong>de</strong> o seu e-mail. Meu primo é agente <strong>de</strong> viagens. Contei o caso para<br />

ele.<br />

Liguei para o número que ele me <strong>de</strong>u e falei com um homem <strong>de</strong> meia-ida<strong>de</strong>,<br />

com forte sotaque <strong>de</strong> Yorkshire. Quando ele me disse o que tinha em mente, um<br />

sininho <strong>de</strong> reconhecimento soou em alguma parte das profun<strong>de</strong>zas da minha<br />

memória. Duas horas <strong>de</strong>pois, tínhamos tudo arranjado. Fiquei tão grata a ele que<br />

po<strong>de</strong>ria ter chorado.<br />

— Não tem <strong>de</strong> quê, garota — disse ele. — Apenas garanta que o seu amigo se<br />

divirta.<br />

Dito isso, quando partimos, eu estava quase tão cansada quanto Will. Tinha<br />

passado dias numa batalha contra os menores requisitos para viagem <strong>de</strong><br />

tetraplégicos, e até a manhã da viagem, ainda não estava convencida <strong>de</strong> que Will<br />

estava bem o suciente para ir. Agora, sentada com a bagagem, olhava para ele,<br />

<strong>de</strong>sanimado e pálido no aeroporto movimentado e me perguntava <strong>de</strong> novo se tinha<br />

me enganado. Por um breve momento senti pânico. E se ele adoecesse outra vez?<br />

E se <strong>de</strong>testasse cada minuto, como aconteceu na corrida <strong>de</strong> cavalos? E se eu<br />

tivesse entendido tudo errado e ele precisasse não <strong>de</strong> uma viagem épica, mas <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>z dias em casa, na própria cama?<br />

Mas não dispúnhamos <strong>de</strong> <strong>de</strong>z dias sobrando. <strong>Era</strong> isso. Aquela era a minha<br />

única chance.<br />

— Estão chamando o nosso voo — avisou Nathan, ao voltar do Duty Free.<br />

Olhou para mim, levantou uma sobrancelha e respirou fundo.<br />

— Certo — respondi. — Vamos lá.<br />

* * *<br />

O voo em si, apesar das longas doze horas <strong>de</strong> duração, não foi a provação que eu<br />

temia. Nathan provou ser muito eciente em fazer as rotinas <strong>de</strong> troca <strong>de</strong> Will<br />

escondido sob um cobertor. A equipe <strong>de</strong> bordo foi solícita, discreta e cuidadosa<br />

com a ca<strong>de</strong>ira. Will, conforme o prometido, embarcou primeiro, foi transferido<br />

para sua poltrona sem se machucar e ficou entre mim e Nathan.<br />

Depois <strong>de</strong> uma hora <strong>de</strong> voo, percebi que, estranhamente, acima das nuvens,<br />

uma vez amarrado o suciente para car estável em sua poltrona posta na<br />

posição inclinada, Will era igual a todo mundo no avião. Preso na frente <strong>de</strong> uma<br />

tela, sem ter para on<strong>de</strong> ir e nada para fazer a <strong>de</strong>z mil metros <strong>de</strong> altura, ele pouco

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