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Como Eu Era Antes de Voce - Jojo Moyes

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abatida que só entrar no quarto já parecia invasivo.<br />

— Melhorou um pouco. Deram uns antibióticos bem fortes para ele.<br />

— Tem... alguma coisa que eu possa fazer?<br />

— Acho que não. Nós... nós só temos <strong>de</strong> esperar. O médico <strong>de</strong>ve voltar daqui<br />

a mais ou menos uma hora. Espero que possa nos dar mais informações.<br />

O mundo parecia ter parado. Fiquei ali mais um pouco, com o bip contínuo<br />

das máquinas gerando um ritmo na minha cabeça.<br />

— Quer que eu fique um pouco com ele? Para a senhora <strong>de</strong>scansar?<br />

— Não. Acho que vou ficar mais um pouco.<br />

Parte <strong>de</strong> mim esperava que Will ouvisse minha voz. Parte <strong>de</strong> mim esperava<br />

que ele abrisse os olhos por cima daquela máscara transparente <strong>de</strong> plástico e<br />

dissesse:<br />

— Clark. Sente-se, pelo amor <strong>de</strong> Deus. Você está bagunçando o quarto.<br />

Mas ele continuou <strong>de</strong>itado imóvel lá.<br />

Passei a mão pelo rosto.<br />

— Quer... quer que eu traga algo para beber?<br />

A Sra. Traynor me olhou.<br />

— Que horas são?<br />

— Quinze para as <strong>de</strong>z.<br />

— É mesmo? — Ela balançou a cabeça, como se fosse difícil acreditar. —<br />

Obrigada, Louisa. Seria... Seria muita gentileza. Tenho a impressão <strong>de</strong> estar aqui<br />

há muito tempo.<br />

<strong>Eu</strong> tive folga na sexta-feira, em parte porque os Traynor insistiram que eu<br />

merecia um <strong>de</strong>scanso, mas o principal motivo foi que eu só podia conseguir um<br />

passaporte indo a Londres <strong>de</strong> trem e entrando na la em Petty France. Na sexta à<br />

noite, quando voltei, passei no anexo para mostrar a Will o que tinha conseguido e<br />

conferir se o passaporte <strong>de</strong>le ainda estava válido. Achei-o um pouco calado, mas<br />

nada muito fora do comum. Em alguns dias ele se sentia mais <strong>de</strong>sconfortável do<br />

que em outros. Concluí que aquele era um <strong>de</strong>sses dias. Na verda<strong>de</strong>, minha<br />

cabeça estava tão cheia com nossos planos <strong>de</strong> viagem que eu só conseguia pensar<br />

nisso.<br />

Passei a manhã <strong>de</strong> sábado pegando minhas coisas na casa <strong>de</strong> Patrick com a<br />

ajuda <strong>de</strong> papai, à tar<strong>de</strong> fui até a avenida principal fazer compras com mamãe,<br />

pois precisava <strong>de</strong> um maiô e <strong>de</strong> algumas outras coisas para a viagem. Dormi na<br />

casa <strong>de</strong> meus pais no sábado e no domingo; cou bem apertado, com Treena e<br />

Thomas lá também. Na segunda <strong>de</strong> manhã, levantei-me às sete para estar na<br />

casa dos Traynor às oito. Quando cheguei, estava tudo fechado, as portas da frente<br />

e dos fundos trancadas. Não <strong>de</strong>ixaram nenhum bilhete. Parei no portão da frente e<br />

liguei para Nathan três vezes, mas ninguém aten<strong>de</strong>u. O telefone da Sra. Traynor<br />

caiu na caixa-postal. Fiquei sentada na escada quarenta e cinco minutos até<br />

receber a mensagem <strong>de</strong> texto <strong>de</strong> Nathan.

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