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Como Eu Era Antes de Voce - Jojo Moyes

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Ele olhou para a mesa, franzindo o cenho, <strong>de</strong>pois virou-se para ela.<br />

— Não tenho certeza se superei — murmurou.<br />

Ela encarou-o por um instante, <strong>de</strong>pois olhou para mim.<br />

Não sei se minha expressão mostrou realmente o que eu pensava.<br />

— Tudo leva tempo, Will — disse ela, tocando <strong>de</strong> leve no braço <strong>de</strong>le. — E a<br />

sua geração tem muito mais diculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> aceitar coisas assim. Vocês<br />

cresceram esperando que as coisas acontecessem imediatamente. Esperando<br />

viver da forma que escolheram. Principalmente um jovem bem-sucedido como<br />

você. Mas isso leva tempo.<br />

— Sra. Rawlinson, Mary, não tenho esperança <strong>de</strong> me recuperar.<br />

— Não me rero à recuperação física — disse ela. — Rero-me a aceitar<br />

uma nova maneira <strong>de</strong> viver.<br />

Então, enquanto eu esperava a resposta <strong>de</strong> Will, alguém sinalizou batendo um<br />

talher numa taça e todos fizeram silêncio para ouvir os discursos.<br />

Mal ouvi o que disseram. Tenho a impressão que um homem <strong>de</strong> smoking<br />

atrás do outro citou pessoas e lugares que eu ignorava, provocando risadas<br />

educadas. Continuei sentada ali e comi uma das trufas <strong>de</strong> chocolate amargo, que<br />

eram servidas em cestas <strong>de</strong> prata na mesa, e tomei três xícaras <strong>de</strong> café seguidas,<br />

o que me fez sentir, além <strong>de</strong> tonta, trêmula e ligada. Já Will era o retrato da<br />

calma. Ficou observando as pessoas aplaudirem sua ex-namorada e ouviu Rupert<br />

elogiar a mulher maravilhosa que ela era. Ninguém mencionou Will. Não sei se<br />

para poupá-lo, ou porque a presença <strong>de</strong>le era meio constrangedora. De vez em<br />

quando, Mary Rawlinson se inclinava sobre ele, cochichava alguma coisa e ele<br />

concordava com a cabeça.<br />

Quando, nalmente, os discursos terminaram, um exército <strong>de</strong> empregados<br />

surgiu e começou a retirar as mesas e ca<strong>de</strong>iras para o baile. Will se inclinou para<br />

mim e disse:<br />

— Mary me disse que há um hotel muito bom na estrada. Ligue para eles e<br />

veja se po<strong>de</strong>mos ficar lá.<br />

— O quê?<br />

Mary me entregou um guardanapo com um nome e um telefone rabiscados.<br />

— Sem problema, Clark — disse ele, baixinho, para Mary não ouvir. — <strong>Eu</strong><br />

pago. An<strong>de</strong>, assim não precisa continuar se preocupando por ter bebido. Pegue o<br />

meu cartão <strong>de</strong> crédito na bolsa. Eles provavelmente vão pedir o número.<br />

Peguei o cartão e meu celular e fui para o fundo do jardim. O hotel tinha dois<br />

quartos disponíveis: um para solteiro e um para casal no térreo. Sim, era adaptado<br />

para <strong>de</strong>ficientes.<br />

— Ótimo — concor<strong>de</strong>i e tive <strong>de</strong> conter uma exclamação quando informaram<br />

o preço. Passei o número do cartão <strong>de</strong> Will, sentindo um leve enjoo ao ler os<br />

números.<br />

— E aí? — perguntou ele, quando voltei.

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