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Como Eu Era Antes de Voce - Jojo Moyes

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A gran<strong>de</strong> questão era que <strong>de</strong>via ser ele ali.<br />

Ele piscou várias vezes.<br />

— Estou ótimo — disse. Deu um pequeno suspiro, como se estivesse<br />

pren<strong>de</strong>ndo o ar no peito. Então olhou para mim. — Vamos tomar um drinque.<br />

A tenda da recepção cava num jardim cercado, com portão <strong>de</strong> ferro<br />

<strong>de</strong>corado com guirlandas <strong>de</strong> ores rosa-claras. O bar, no fundo, já estava lotado,<br />

por isso sugeri que Will aguardasse do lado <strong>de</strong> fora enquanto eu ia pegar uma<br />

bebida. Abri caminho pelas mesas cobertas com toalhas <strong>de</strong> linho branco, talheres<br />

e cristais, numa quantida<strong>de</strong> que eu nunca tinha visto antes. As ca<strong>de</strong>iras tinham<br />

encosto dourado como aquelas que vemos em <strong>de</strong>sles <strong>de</strong> moda e lanternas<br />

brancas penduradas sobre cada centro <strong>de</strong> mesa <strong>de</strong> frésias e lírios. O ambiente<br />

estava dominado pelo perfume das flores a ponto <strong>de</strong> me fazer sentir sufocada.<br />

— Coquetel <strong>de</strong> frutas? — perguntou o barman, quando chegou minha vez. —<br />

Hum... — olhei ao redor, e <strong>de</strong>scobri que essa era a única opção <strong>de</strong> bebida. — Ah,<br />

sim. Dois, por favor.<br />

Ele sorriu para mim.<br />

— As outras bebidas serão servidas mais tar<strong>de</strong>. A Srta. Dewar quer que todos<br />

comecem pelo coquetel. — Ele me olhou <strong>de</strong> um jeito meio conspiratório. A<br />

sobrancelha levemente erguida <strong>de</strong>nunciou o que ele achava disso.<br />

Olhei para aquele drink cor-<strong>de</strong>-rosa. Meu pai dizia que os ricos eram mais<br />

resistentes, por isso quei pasma por não começarem a festa servindo bebida<br />

alcoólica.<br />

— Acho que isso vai ter que servir, então — eu disse ao barman, quando ele<br />

me entregou as taças.<br />

Encontrei Will conversando com um homem. Jovem, <strong>de</strong> óculos, estava meio<br />

agachado, apoiando um braço na ca<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> Will. O sol estava a pino e apertei os<br />

olhos para vê-los direito. De repente, compreendi por que tantas pessoas estavam<br />

com chapéus <strong>de</strong> abas largas ali.<br />

— Que ótimo reencontrar você, Will — dizia o homem. — O escritório não é<br />

o mesmo sem você. <strong>Eu</strong> não <strong>de</strong>via dizer isso... mas não é mais a mesma coisa.<br />

Não mesmo.<br />

Parecia um jovem contador, o tipo <strong>de</strong> homem que só se sente bem <strong>de</strong> terno.<br />

— Gentileza sua.<br />

— Foi tão estranho. <strong>Como</strong> se você caísse num precipício. Um dia você estava<br />

lá, coor<strong>de</strong>nando tudo, no dia seguinte você estava...<br />

Ele olhou para cima, notando minha presença ali.<br />

— Ah — disse, e senti seus olhos pousarem nos meus peitos. — Olá.<br />

— Louisa Clark, quero lhe apresentar Freddie Derwent.<br />

Coloquei a taça <strong>de</strong> Will no suporte <strong>de</strong> copo da ca<strong>de</strong>ira e apertei a mão do<br />

rapaz.<br />

Ele endireitou os óculos.

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