10.12.2018 Views

Como Eu Era Antes de Voce - Jojo Moyes

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

uma mão nos meus cabelos, outra boca na minha, insistente, invasiva e então...<br />

— Will...<br />

<strong>Eu</strong> estava soluçando agora, encolhida.<br />

— Will— <strong>Eu</strong> estava dizendo seu nome várias vezes, minha voz falhava, vindo<br />

<strong>de</strong> algum lugar do meu peito. Ouvi-o num lugar distante, do outro lado da cerca.<br />

— Louisa? Louisa, on<strong>de</strong> você está? Qual o problema?<br />

<strong>Eu</strong> estava no canto, o mais embaixo da sebe que consegui. As lágrimas<br />

nublavam meus olhos, eu apertava os braços rmemente ao meu redor. Não<br />

conseguia sair. Ficaria presa ali para sempre. Ninguém iria me achar.<br />

— Will...<br />

— On<strong>de</strong> você...?<br />

E ali estava ele, na minha frente.<br />

— Desculpe. — Olhei para ele com o rosto contraído. — Desculpe. Não<br />

consigo... fazer isso...<br />

Will moveu seu braço alguns centímetros, o máximo que conseguia.<br />

— Ah, meu Deus, o quê...? Venha cá, Clark. — Ele se adiantou, <strong>de</strong>pois olhou<br />

para o braço, frustrado. — Porcaria inútil... Está tudo bem. Apenas respire. Venha<br />

cá. Apenas respire. Devagar.<br />

Sequei os olhos. Ao vê-lo, o pânico começou a diminuir. Levantei-me,<br />

insegura, tentei recompor meu rosto.<br />

— Desculpe... não sei o que houve.<br />

— Você tem claustrofobia? — O rosto <strong>de</strong>le, a centímetros do meu, estava<br />

cheio <strong>de</strong> preocupação. — Vi que você não queria. <strong>Eu</strong> só... eu só pensei que você<br />

estava sendo...<br />

Fechei os olhos.<br />

— <strong>Eu</strong> só quero ir embora agora.<br />

— Segure a minha mão. Vamos sair.<br />

Ele me tirou <strong>de</strong> lá em minutos. Conhecia o labirinto pelo avesso, ele disse<br />

enquanto caminhávamos, sua voz calma, conante. Fora um <strong>de</strong>sao para ele,<br />

quando era menino, apren<strong>de</strong>r a sair dali. Entrelacei meus <strong>de</strong>dos nos <strong>de</strong>le e senti o<br />

calor <strong>de</strong> sua mão como algo reconfortante. <strong>Eu</strong> me senti idiota quando percebi<br />

que, o tempo todo, estava muito perto da entrada.<br />

Paramos num banco do lado <strong>de</strong> fora e procurei por um lenço na parte <strong>de</strong> trás<br />

da ca<strong>de</strong>ira. Ficamos lá em silêncio, eu na ponta do banco ao lado <strong>de</strong>le, nós dois<br />

esperando que os meus soluços diminuíssem.<br />

Ele ficou ali, lançando olhares <strong>de</strong> soslaio para mim.<br />

— Então...? — perguntou, por m, quando pareceu que eu po<strong>de</strong>ria falar sem<br />

<strong>de</strong>smoronar outra vez. — Po<strong>de</strong> me dizer o que houve?<br />

Torci o lenço nas mãos.<br />

— Não consigo.<br />

Ele fechou a boca.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!