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Como Eu Era Antes de Voce - Jojo Moyes

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— Sinceramente?<br />

— Claro.<br />

— Sim. Uma vez, até peguei uma das espadas que cam na pare<strong>de</strong> do<br />

Gran<strong>de</strong> Salão. Pesava uma tonelada. Lembro que quei apavorado <strong>de</strong> não<br />

conseguir erguê-la para colocá-la <strong>de</strong> volta no suporte.<br />

Estávamos no alto da colina e, <strong>de</strong> lá, na frente do fosso, víamos a longa<br />

extensão do gramado até o muro em ruínas que <strong>de</strong>marcava o limite da<br />

proprieda<strong>de</strong>. Depois <strong>de</strong>le se estendia a cida<strong>de</strong>, os anúncios em néon e as las do<br />

trânsito, a agitação que caracterizava a hora do rush na pequena cida<strong>de</strong>. Ali no<br />

alto, havia silêncio, exceto pelos pássaros e o suave zumbido da ca<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> Will.<br />

Ele parou a ca<strong>de</strong>ira por um momento e girou-a para olharmos para o<br />

gramado.<br />

— Estranho nunca termos nos encontrado — disse ele. — Quando eu era<br />

menino, quero dizer. Nossos caminhos <strong>de</strong>vem ter se cruzado.<br />

— Por quê? Não frequentávamos os mesmos círculos. E eu <strong>de</strong>vo ter sido o<br />

bebê que passou no carrinho enquanto você empunhava a espada.<br />

— Ah, esqueci... eu sou <strong>de</strong>finitivamente um ancião se comparado a você.<br />

— Oito anos certamente o qualicam como alguém “mais velho” — respondi.<br />

— Mesmo quando eu era adolescente, meu pai jamais me <strong>de</strong>ixaria sair com um<br />

homem mais velho.<br />

— Nem se ele tivesse seu próprio castelo?<br />

— Bom, isso po<strong>de</strong>ria mudar as coisas, obviamente.<br />

O doce aroma da grama se erguia ao nosso redor à medida em que<br />

caminhávamos, a ca<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> Will sibilando pelas poças do caminho. Senti um<br />

alívio. Nossa conversa não era a mesma <strong>de</strong> sempre, mas talvez fosse <strong>de</strong> se<br />

esperar. A Sra. Traynor tinha razão — <strong>de</strong>via ser sempre difícil para Will ver as<br />

outras pessoas seguindo com sua vida. Fiz uma observação mental para me<br />

lembrar <strong>de</strong> pensar com mais cuidado sobre como minhas atitu<strong>de</strong>s po<strong>de</strong>riam<br />

impactar a vida <strong>de</strong>le. Não queria mais me irritar.<br />

— Vamos percorrer o labirinto. Não faço isso há séculos.<br />

Fui arrancada dos meus pensamentos.<br />

— Ah. Não, obrigada. — Dei uma olhada, notando <strong>de</strong> repente on<strong>de</strong><br />

estávamos.<br />

— Por quê? Tem medo <strong>de</strong> se per<strong>de</strong>r? Vamos lá, Clark. Será um <strong>de</strong>sao para<br />

você. Veja se consegue <strong>de</strong>corar o caminho <strong>de</strong> ida, então, <strong>de</strong>pois, é só fazer o<br />

caminho contrário para voltar. Vou cronometrar seu tempo. <strong>Eu</strong> sempre fazia isso.<br />

Lancei um olhar para trás, em direção à casa.<br />

— <strong>Eu</strong> realmente prero não ir. — Só <strong>de</strong> pensar naquilo, quei com um nó no<br />

estômago.<br />

— Ah. Mantendo-se na zona <strong>de</strong> conforto <strong>de</strong> novo.<br />

— Não é isso.

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