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Como Eu Era Antes de Voce - Jojo Moyes

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neutras, sapatos baixos <strong>de</strong> sola <strong>de</strong> borracha e dirigiam empoeirados carros<br />

corporativos, cheios <strong>de</strong> pastas e caixas <strong>de</strong> equipamentos. Mas o Sr. Lawler tinha<br />

uma BMW azul-marinho. Seu reluzente mo<strong>de</strong>lo executivo não era o tipo <strong>de</strong> carro<br />

que uma autorida<strong>de</strong> local usaria.<br />

Por m, o Sr. Lawler apareceu. Fechou a pasta e seu paletó pendia do braço.<br />

Tinha <strong>de</strong>ixado <strong>de</strong> parecer esquisito.<br />

Segundos <strong>de</strong>pois, eu estava no corredor.<br />

— Ah, po<strong>de</strong>ria me mostrar on<strong>de</strong> fica o banheiro?<br />

Mostrei o caminho, muda, e fiquei ali, inquieta, até ele aparecer.<br />

— Bom, é só isso.<br />

— Obrigado, Michael— disse Will, sem olhar para mim. — Espero notícias.<br />

— Devo entrar em contato no final <strong>de</strong>sta semana — disse o Sr. Lawler.<br />

— Por e-mail será melhor que por carta. Ao menos por ora.<br />

— Sim. Claro.<br />

Abri a porta dos fundos para ele sair. Então, quando Will sumiu na sala, segui<br />

o homem pelo quintal e disse, alegremente:<br />

— Então... o senhor tem um longo caminho <strong>de</strong> volta?<br />

O terno <strong>de</strong>le era muito bem cortado, com um estilo urbano e um tecido <strong>de</strong><br />

aparência cara.<br />

— Venho <strong>de</strong> Londres, infelizmente. Espero que o tráfego não esteja muito<br />

ruim a esta hora da tar<strong>de</strong>.<br />

Saí atrás <strong>de</strong>le. O sol estava alto no céu e precisei estreitar os olhos para vê-lo.<br />

— Então... hum... on<strong>de</strong> o senhor fica, em Londres?<br />

— Regent Street.<br />

— A Regente Street? Ótimo.<br />

— É. Não é ruim. Certo. Obrigado pelo café, senhorita...<br />

— Clark. Louisa Clark.<br />

Ele parou e me olhou um instante, e quei pensando se ele tinha percebido<br />

minhas tentativas impróprias <strong>de</strong> saber quem ele po<strong>de</strong>ria ser.<br />

— Ah. Srta. Clark — disse ele, seu sorriso profissional suavemente reinstalado.<br />

— Obrigado <strong>de</strong> todo modo.<br />

Ele pousou a pasta com cuidado no assento <strong>de</strong> trás do carro, entrou e foi<br />

embora.<br />

Naquela noite, quando ia para a casa <strong>de</strong> Patrick, <strong>de</strong>i uma parada na<br />

biblioteca. <strong>Eu</strong> po<strong>de</strong>ria ter usado o computador <strong>de</strong>le, mas ainda me sentia como se<br />

precisasse pedir, e ir à biblioteca apenas parecia mais fácil. Sentei-me no<br />

terminal e digitei “Michael Lawler” e “Regent Street, Londres” no site <strong>de</strong> buscas.<br />

Informação é po<strong>de</strong>r,Will, disse eu, silenciosamente.<br />

Foram 3.290 resultados, sendo que os três primeiros mostraram “Michael<br />

Lawler, advogado, especialista em testamentos, certidões e procurações<br />

judiciais”, que cava naquela mesma rua. Olhei para a tela durante alguns

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