Orion-2

armadura morre finalmente, mais um tiro e ele também.
Mas isso não acontece, o homem decide que ele está morto e PT0504 consegue
ouvi-lo a afastar-se, a arrumar os acentos, o chapéu-de-sol… levanta a cabeça olha a
sua volta e descobre a sua Blaster entre os destroços do seu Solodeslizador. Tira o
capacete e liga a desmontagem automática e as dezoito peças que constituía o resto
da sua armadura soltam-se imediatamente. PT sente pela primeira vez os dois sóis
sobre o rosto ensanguentado, e apesar de toda a dor, sente-se confortável e otimista.
Arrasta-se livre da armadura até à Blaster e sem sair do local faz pontaria e não falha
um disparo. A mão nem lhe tremeu um micro segundo. Era para isso que estava
treinado, foi para isso que foi feito, para matar sem consciência.
Ainda a recuperar, levanta-se a cambalear, os pés enfiados na areia a escaldar,
mas nem toma atenção a isso. E agora?
PT não sabe, nem quer saber, apanha um daqueles chapéus estilosos, tira a
capa e as joias do homem morto e entra dentro de um dos Solodeslizadores, uma
coisa sabia, não ia voltar.
As aves de rapina depois do repasto de metal juntam-se por cima dos cadáveres para
o festim de carne…
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