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Orion-2

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O homem passou pelos restos do<br />

deslizador ainda a arder ligeiramente até<br />

ao Stormtrooper estatelado no chão. Deulhe<br />

um pontapé nas pernas, outro em<br />

cima do capacete e dois disparos com a<br />

Blaster no peitoral.<br />

- Toma aqui o teu exército e o teu<br />

império!! – Cuspiu-lhe em cima e mais um<br />

pontapé. Voltou-se para os<br />

companheiros. – Está morto! – Decidiu<br />

finalmente.<br />

- Foi muito rápido, tens a certeza?<br />

Essas coisas são resistentes.<br />

- Sim, tenho. – E voltou a disparar.<br />

- Vamos embora antes que alguém<br />

venha à procura dele.<br />

Os homens apanharam as cadeiras,<br />

fecharam o chapéu-de-sol e dirigiram-se<br />

aos seus próprios Solodeslizadores. Ao<br />

longe as aves de rapina voltavam ao seu<br />

voo picado sobre os androides, agora<br />

inertes sobre as areias, já não davam<br />

luta. E num segundo aqueles homens<br />

juntavam-se aos androides, deitados no<br />

chão, com uma expressão de completa<br />

surpresa no rosto, sem compreenderem o<br />

que lhes tinha atingido, já não pareciam<br />

assim tão satisfeitos.<br />

Atras deles, um homem de pele<br />

muito branca ainda novo, vestido com um<br />

fato de macaco preto e com os pés<br />

descalços enfiados na areia, olhava para<br />

o que tinha feito, ainda confuso sobre o<br />

que ia acontecer de seguida.<br />

PT0504 ficou inconsciente apenas<br />

alguns segundos, o escudo salvou-o da<br />

explosão mas não salvou a maioria das<br />

aplicações da armadura que avariaram<br />

todas no momento. Ficou apenas o<br />

escudo.<br />

Recuperou a consciência no<br />

momento em que o homem lhe atira com<br />

uma bota pesada na viseira do capacete.<br />

PT0504 não consegue mexer-se ou emitir<br />

qualquer som. O Escudo não o permite,<br />

fica numa imobilização completa e sem<br />

conseguir gritar enquanto o nariz é<br />

partido com um crac sonoro e o maxilar é<br />

deslocado. Depois o peito começa a<br />

arder, provocado pelos disparos da<br />

Blaster no peitoral, e continua sem<br />

conseguir gritar ou mexer-se, como numa<br />

câmara de tortura.<br />

Não conseguia sentir raiva ou ódio,<br />

aceitou a proximidade da morte. Ia morrer<br />

e até sentia um certo alívio com essa<br />

ideia, como se isso o fosse libertar de<br />

todas as suas funções, como um<br />

androide que, ao chegar ao fim do seu<br />

tempo de autonomia é desligado<br />

permanentemente e vendido para peças.<br />

O seu torturador lança um último disparo<br />

e o escudo perde a sua função. A<br />

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