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Olimpicamente #10

Publicação mensal do Comité Olímpico Caboverdiano

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OLIMPICAMENTE<br />

www.coc.cv<br />

OUTUBRO 2018<br />

#010<br />

Imagem COC<br />

Esgrima<br />

A nova Federação de Esgrima.<br />

Apadrinhada pelo Comité Olímpico<br />

Cabo-verdiano.<br />

Com o inexcedível apoio da<br />

Associação Kriol-Itá.<br />

Projecto incubado nas Forças Armadas.<br />

Imagem Sul<br />

COC – Cuba<br />

Há muito que Cabo Verde e Cuba se<br />

entendem.<br />

No desporto existe uma regular troca<br />

de experiências.<br />

Em Havana, os Comités Olímpicos<br />

assinam protocolo.<br />

Apoio e Formação. Gestão Desportiva.<br />

Imagem FCG<br />

JOJ Buenos Aires<br />

Cabo Verde nos Jogos Olímpicos da<br />

Juventude.<br />

No Atletismo e no Taekwondo.<br />

Com três atletas.<br />

Experiência única marcada pelos contactos<br />

com a forte Comunidade residente<br />

na capital da Argentina<br />

Kriol-Itá<br />

A importância de ter amigos. Amici per<br />

sempre. Assim se vive a relação entre<br />

Cabo Verde e Itália.<br />

A Kriol-Itá incrementa relações e cria<br />

sinergias.<br />

O contributo para o Desporto e o<br />

desenvolvimento social.<br />

Ginástica Rítmica<br />

Imagem Sul<br />

Imagem COC<br />

20.ª edição do campeonato Nacional<br />

18 Ginastas de Santiago e de São<br />

Vicente.<br />

3 categorias. Pré-juniores, Juniores e<br />

Seniores.<br />

Competição e Espectáculo no Vává<br />

Duarte.<br />

<strong>Olimpicamente</strong> final.indd 1<br />

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2<br />

Outubro 2018<br />

O mais importante é competir<br />

por Carla Alfama<br />

Imagem COC<br />

Cabo Verde pela terceira vez chegava a uns Jogos<br />

Olímpicos da Juventude, em Buenos Aires,<br />

com três atletas e uma delegação formada por<br />

treinadores, dirigentes e jornalista para vivenciar<br />

e cultivar o que de melhor existe no mundo do<br />

desporto, num rol de cerca de 194 países.<br />

Os Jogos Olímpicos são com certeza um dos momentos<br />

máximos do Movimento Olímpico, quando<br />

nações inteiras se juntam em prol do desporto<br />

e dos valores tão prezados do respeito, da amizade<br />

e da excelência.<br />

Alguma vez já pensou que este é o evento onde<br />

o mundo inteiro se foca, durante e principalmente<br />

na cerimónia de abertura, onde a diversidade tem<br />

o palco principal e os picos de audiência se inserem?<br />

Neste contexto o Olimpismo, como uma<br />

filosofia de vida que coloca o desporto ao serviço<br />

do desenvolvimento humano, aparece como o<br />

principal elemento.<br />

Os Jogos Olímpicos da Juventude são uma introdução<br />

dos atletas entre os 14 e os 18 anos ao<br />

mundo do Olimpismo.<br />

No nosso caso Adriana Almeida e Marcelo<br />

Gomes, no atletismo e Nicalas Fernandes no<br />

Taekwondo, estiveram no centro deste princípio.<br />

Apesar dos resultados, que de alguma forma<br />

mostram o investimento que pode e deve ser feito<br />

no desenvolvimento dos atletas, há que se ter em<br />

conta o processo cultural e entrosamento numa<br />

realidade totalmente diferente do seu dia-a-dia.<br />

Este processo mostra a realidade do que é ser<br />

realmente um desportista e que mais tarde o formará<br />

como um todo. Há que se pensar a longo<br />

prazo.<br />

O desporto é a luz fulcral para a maioria que vê de<br />

longe, contudo pode-se com toda a certeza dizer<br />

que competições desportivas nem sempre são o<br />

ponto alto de cada edição dos Jogos Olímpicos.<br />

Quando se pergunta a um atleta, o que foi mais<br />

marcante na tua participação, a resposta vem<br />

quase em automático, a convivência, o intercâmbio<br />

e o patriotismo.<br />

A prova disso está exatamente na Vila Olímpica,<br />

onde cores e bandeiras se misturam, são<br />

também um espaço para que todos joguem de<br />

um lado apenas. O da amizade, não obstante,<br />

serem ou não competidores nas provas.<br />

O importante é sim competir com dignidade e<br />

levar o país consigo em cada conversa e em cada<br />

prova.<br />

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Outubro 2018<br />

3<br />

Peace and Sports Awards<br />

Apostar em “Campeões pela Paz”!<br />

6 de Abril marca o Dia Internacional do Desporto para o Desenvolvimento e para a Paz.<br />

É, como não poderia ser de outra forma, uma data simbólica. Já que a luta, o combate pela causa de<br />

um mundo pacífico, sem conflitos, uma ideia global de igualdade e de inclusão, não se esgota num dia.<br />

Queremos sobretudo apelar para a mudança. Dizer ao mundo, que a ideia está num pensamento<br />

positivo.<br />

Por cá, em Cabo Verde, a data foi assinalada com um país inteiro, centenas de crianças e jovens,<br />

sentindo o desporto e a sua prática, como algo que contribui decisivamente para um crescimento saudável,<br />

e para uma comunidade desenvolvida de forma sustentável. Numa acção conjunta dos Clubes<br />

Olímpicos, a Fundação Olympafrica, o Programa MexiMexé do Governo de Cabo Verde, e sobre a<br />

égide do Comité Olímpico Cabo-verdiano.<br />

Imagem Peace and Sports<br />

Entre 180 países, o nosso foi escolhido pela “Peace and Sport” para o pódio.<br />

O nosso “6 de Abril”, foi um dos três mais importantes como “Iniciativa do Ano”. A 18 de Outubro na Ilha<br />

de Rhodes, evento em que Filomena Fortes esteve presente, durante o Forum Regional Peace and<br />

Sport, o vencedor do prémio principal foi o Ministério dos Desportos do Bahrain.<br />

Uma coisa é certa. Cabo Verde e o seu Movimento Olímpico, estiveram mais uma vez na linha da<br />

frente, na promoção da Paz e do Desenvolvimento Social.<br />

Como na ocasião, relevou Joel Bizou, fundador e presidente da Peace and Sport, assiste-se a uma<br />

“nova maneira de pensar e de agir”. A construção de novos e fortes laços entre os países, com vista à<br />

transformação das sociedades, e os olhos postos nas novas gerações. Cabo Verde está lá.<br />

Ajudando a abrir o caminho para o futuro.<br />

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4<br />

Outubro 2018<br />

Buenos Aires<br />

Cabo-verdianos na Argentina<br />

Imagem COC<br />

Foi sem dúvida um dos pontos mais altos da<br />

presença de Cabo Verde, nos Jogos Olímpicos<br />

da Juventude.<br />

Buenos Aires é uma cidade calorosa, “quente”,<br />

não é de estranhar que os nossos emigrantes se<br />

sintam em casa.<br />

A visita da delegação olímpica à comunidade<br />

residente na capital argentina, constituiu um momento<br />

bastante emotivo.<br />

Os atletas e dirigentes sentiram-se em casa, muito<br />

por “culpa” da música e da cachupa.<br />

No encontro, mataram-se saudades, tendo o<br />

secretário geral do COC, Nelson de Jesus, agradecido<br />

o convite para a festa.<br />

Há uns milhares de descendentes, os cabo-verdianos<br />

começaram a emigrar para aquele país<br />

da América Latina ainda na primeira metade do<br />

século passado, mas cidadãos de origem, não<br />

chegam ao milhar.<br />

Ao longo dos anos, as relações entre os dois<br />

países têm-se estreitado, como ficou bem patente<br />

em Agosto último, quando os dois governos<br />

rubricaram um acordo que visa tornar mais ágil,<br />

a mobilidade dos seus cidadãos.<br />

E assim parece ser. Os cabo-verdianos parecem<br />

embalados pelo tango, e gostam dos bons ares<br />

da monumental cidade.<br />

A atmosfera não foi suficiente para cativar os três<br />

atletas que representaram o país, no programa<br />

olímpico.<br />

No taekwondo, Nicalas Fernandes que vive e<br />

treina nos Estados Unidos, acabou por não competir,<br />

devido a um problema de saúde, e no atletismo,<br />

as performances dos velocistas Adriana<br />

Almeida e Marcelo Gomes, não atingiram o desiderato<br />

proposto inicialmente.<br />

Imagem COC<br />

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Outubro 2018<br />

5<br />

A difícil missão de ser chefe<br />

Max Stipanov<br />

Imagem COC<br />

A delegação de Cabo Verde foi chefiada por Max Stipanov. Foi a este dirigente que foi confiada a<br />

missão de levar a bom porto, neste caso no Mar del Plata, o nome do desporto olímpico cabo-verdiano.<br />

E é uma tarefa que começa muito cedo. Seis meses antes.<br />

Com o conhecimento das infra-estruturas. Desportivas, de alojamento e de apoio e logística.<br />

Organizar um evento desta dimensão, é um processo muito complexo, até um pouco burocrático, mas<br />

segundo o chefe da missão, a forma como durante os Jogos tudo se desenrolou foi uma demonstração<br />

de competência e disciplina.<br />

Os briefings diários, colocavam uma supressão quase imediata, dos problemas que surgiam.<br />

Mais de 200 países. Uma profusão de movimentos culturais, e um sem fim de questões. Uma inimaginável<br />

diversidade. Uma multiculturalidade tocada pelos valores do olimpismo, e focada no abrangente<br />

movimento olímpico. Pelo desporto. Tudo às mil maravilhas.<br />

Alojamento, alimentação, transportes. E o convívio entre os diversos representantes. Não é sem dúvida<br />

pela falta de condições, que os resultados muitas vezes não aparecem.<br />

Do ponto de vista pessoal, e apesar de outras experiências a nível do continente africano, para Max,<br />

esta organização foi modelar. Quanto aos resultados desportivos, ficaram manifestamente aquém das<br />

expectativas criadas. Seguramente indexados à inexperiência competitiva.<br />

Os níveis de rigor e de exigência neste tipo de eventos, cresce exponencialmente. Para Max Stipanov,<br />

os Jogos da Juventude, acrescentaram muito na aprendizagem de organização de eventos, em especial<br />

no que toca à coordenação de equipas multidisciplinares.<br />

Cabo Verde está lançado para os primeiros Jogos Africanos de Praia, que terão lugar no Sal, no<br />

próximo verão.<br />

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6<br />

Outubro 2018<br />

Novas armas<br />

Federação Esgrima<br />

Imagem Sul<br />

A Esgrima pode escrever-se,<br />

nasceu de uma forma casual.<br />

Quem o diz é Maria Silva,<br />

cabo-verdiana, há muito residente<br />

em Itália, presidente<br />

da Kriol-Itá, associação de a-<br />

mizade entre os dois países, e<br />

alguém que esteve na linha da<br />

frente para o fomento e prática<br />

da Esgrima em Cabo Verde.<br />

Tudo começou em Roma,<br />

através do contacto informal<br />

com o presidente da federação<br />

italiana.<br />

-” porque não, levar a esgrima<br />

para Cabo Verde “? Perguntaram-se.<br />

E assim foi.<br />

A resposta foi um rotundo “sim”.<br />

Maria Silva, pôs-se em contacto<br />

com Filomena Fortes, não<br />

se conheciam, hoje são boas<br />

amigas, a quem explicou a ideia.<br />

Que foi adorada.<br />

Entre contactos na Praia e em<br />

Roma, foram desenvolvendo o<br />

projecto que, achou-se, deveria<br />

ser incubado no âmbito das<br />

Forças Armadas que se armaram<br />

de novas armas. Ideia<br />

acarinhada, projecto lançado, e<br />

eis que a Espada, o Florete, e o<br />

Sabre ganharam o seu espaço.<br />

O rigor e a disciplina, apanágio<br />

dos valores militares, encaixam<br />

neste desporto que foi beber a<br />

uma ancestral forma de combate.<br />

Alguns militares cabo-verdianos<br />

receberam formação em<br />

Itália, que é bem-sabido, trata-se<br />

de um país, viveiro de<br />

grandes praticantes, e os dados<br />

estavam lançados. Faltava a or-<br />

ganização.<br />

Que encontrou porto, na criação<br />

de uma Federação Nacional.<br />

Mais uma vez com o apoio da<br />

Esgrima Italiana que se prestou<br />

a doar alguns equipamentos.<br />

Tomou posse, a 22 de Outubro<br />

na cidade da Praia.<br />

a equipa liderada pelo capitão<br />

Isaías Brito, foi apresentada no<br />

auditório do Estado Maior das<br />

Forças Armadas, e contou com<br />

a presença do Comité Olímpico,<br />

parceiro da iniciativa desde<br />

a primeira hora.<br />

A assembleia agora constituída<br />

formalmente, já tem na manga<br />

vários projetos para pôr em<br />

prática nos próximos anos de<br />

mandato, que passam primeiramente<br />

pela formação e implementação<br />

de fundo da modalidade.<br />

Imagem SUL<br />

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Outubro 2018<br />

7<br />

Kriol -Itá<br />

A amizade está na “massa”.<br />

Itália e Cabo Verde, estão ligados para sempre.<br />

Desde os primórdios. Desde António da Noli, o<br />

genovês a quem se atribui o descobrimento da<br />

ilha de Santiago, e a chegada a Ribeira Grande.<br />

António, é para todos os efeitos, cidadão da Cidade<br />

Velha, hoje geminada com a sua Noli natal.<br />

Amici per sempre!<br />

Dir-se-á entre os que admiram e promovem esta<br />

ligação. Que Cabo Verde tem sido, ao longo da<br />

história, um porto italiano... como na história do<br />

Marco.<br />

E o que também é certo, é que os cabo-verdianos<br />

têm emigrado para Itália. Como Maria Silva. Sem<br />

dúvida a mais reconhecida cidadã do arquipélago<br />

a juntar as peças do puzzle desta união... a ligar<br />

os pontos de uma longa história de amizade entre<br />

as duas nações.<br />

Nasceu a Associazione de Amicizia Italia-Capo<br />

Verde. Que incrementa relações, que se mune<br />

dos conhecimentos profissionais dos seus associados,<br />

para criar sinergias em três sectores vitais<br />

para o desenvolvimento. O Desporto, a Saúde e<br />

a Área Social.<br />

O exemplo mais forte desta vontade, está no relacionamento<br />

com o Comité Olímpico<br />

Cabo-verdiano. A criação da Federação de Esgrima<br />

é um fruto viçoso, mas há outras sementes a<br />

germinar no âmbito do desporto e do desenvolvimento<br />

social.<br />

E a base, é um diálogo permanente. De registar<br />

igualmente a importante parceria com a Federação<br />

de Voleibol. Há um contributo efectivo da<br />

Kriol – Itá, para o crescimento deste desporto, tão<br />

acarinhado em Itália.<br />

Como sublinha a presidente da associação, “nós<br />

conseguimos fazer muita coisa, porque a nossa<br />

força está nas relações”. Nascem ideias, que se<br />

tornam projectos para execução.<br />

Imagem Sul<br />

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8<br />

Outubro 2018<br />

CAN 2024 – Cabo Verde<br />

Imagem FCA<br />

O ministro foi a Abidjan. Em Côte d´Ivoire. Onde se realizou o Conselho da Confederação Africana de<br />

Andebol, e que escolheu Cabo Verde para organizar o CAN 2024 em Séniores Femininos.<br />

Segundo a Federação Cabo-Verdiana de Andebol, a participação de Fernando Elísio Freire, terá sido<br />

determinante para a vitória da candidatura de Cabo Verde.<br />

Para Nelson de Jesus, presidente federativo, o facto de a nossa delegação se ter feito acompanhar da<br />

tutela, terá tido um contributo decisivo. E faz sentido. Afinal, é revelador do empenho do governo em<br />

aproximar o país de outras nações de África, mais habituadas a este tipo de organizações.<br />

Como é óbvio, esta aparente “pressão” não desmerece, bem pelo contrário, a qualidade do dossier<br />

de candidatura apresentado pela Federação Cabo-verdiana, que mais uma vez tem o COC, como<br />

parceiro privilegiado.<br />

Convém recordar, que no espaço de praticamente um mês, Cabo Verde ganhou o direito a preparar<br />

duas grandes competições do andebol africano. Já no próximo ano, em Outubro, a ilha de Santiago<br />

receberá a fase final da Taça dos Cubes Campeões Africanos.<br />

Já lá vão 20 anos. O campeonato nacional, voltou<br />

a levar ao Vává Duarte, toda a emoção, graciosidade<br />

e espectáculo da ginástica rítmica.<br />

18 ginastas de Santiago e São Vicente competiram<br />

nos escalões de pré-junior, júnior e sénior.<br />

E claro revelaram três novas campeãs nacionais.<br />

Absolutamente Márcia Lopes da Associação de<br />

Ginástica de São Vicente, voltou a demonstrar<br />

todo o seu potencial, a ginasta da Praia Noa dos<br />

Ginástica Rítmica.<br />

Reis, sagrou-se campeã nacional de juniores, e<br />

nas mais pequenas, o lugar mais alto do pódio,<br />

foi conquistado pela mindelense Márcia da Cruz.<br />

A ginástica rítmica vai granjeando entusiasmo,<br />

bem patente no muito público que assistiu às<br />

competições, e que teve ainda oportunidade para<br />

presenciar uma gala de ginástica acrobática,<br />

em que participaram ginastas da recém-criada<br />

Associação de São Nicolau.<br />

Imagem FCG<br />

Imagem Sul<br />

<strong>Olimpicamente</strong> final.indd 8<br />

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Outubro 2018<br />

9<br />

Cuba<br />

O “Fruto” Desejado<br />

Imagem COC<br />

O entendimento com Cuba vem<br />

de longe. Há muitos anos que<br />

os governos de Cabo Verde e<br />

Cuba, assinam protocolos de<br />

cooperação a vários níveis. O<br />

desporto não foge à regra.<br />

Ainda há pouco três técnicos<br />

cubanos estiveram, ao abrigo<br />

de um acordo, na ilha de Santiago,<br />

a colaborar com a Direcção<br />

Geral de Desportos.<br />

Neste sentido, e seguindo o<br />

mesmo caminho, os respectivos<br />

Comités Olímpicos resolveram<br />

estreitar relações, e promover<br />

uma colaboração mais efectiva.<br />

Filomena Fortes, deslocou-se a<br />

Havana, e com o seu homólogo<br />

cubano, tratou de acordar<br />

novas formas de parcerias, nomeadamente<br />

no que à troca de<br />

experiências diz respeito.<br />

É bem conhecido o “know-how”<br />

cubano na formação de técni-<br />

cos, no acompanhamento de<br />

atletas e na gestão desportiva.<br />

Cabo Verde, tem tudo a ganhar<br />

com esta experiência e conhecimento,<br />

e o Comité Olímpico<br />

posiciona-se para recolher as<br />

mais valias.<br />

Uma panóplia de rubricas que<br />

visam contribuir para a mudança.<br />

A vinda de especialistas<br />

cubanos em vários departamentos,<br />

como a ida de técnicos<br />

cabo-verdianos para a participação<br />

em acções de formação<br />

para formadores.<br />

Durante a visita que efectuou<br />

à capital cubana, a presidente<br />

do COC teve ocasião de estabelecer<br />

contactos com vários<br />

projectos que se desenvolvem<br />

naquela ilha do Mar do Caribe.<br />

Por exemplo na área da Medicina<br />

Desportiva, que é uma das<br />

bases dos novos processos de<br />

cooperação, na detecção de talentos<br />

entre os jovens, e claro na<br />

investigação.<br />

Há em Cuba, uma enorme preocupação<br />

em formar atletas de<br />

nível superior, e seres humanos<br />

de inquestionável valia.<br />

Há por parte dos dirigentes<br />

desportivos cabo-verdianos,<br />

uma assumpção da importância<br />

da ajuda cubana.<br />

Aliás, Filomena Fortes que se<br />

diz “fruto” de Cuba, em virtude<br />

da sua licenciatura<br />

naquele país da América Central,<br />

é da opinião de que “é muito<br />

importante se nós conseguirmos<br />

beber tudo aquilo que no<br />

desporto, eles têm de bom”.<br />

É querer. E poder. Existe uma<br />

abertura total, para que discutindo<br />

caso a caso, se encontrem<br />

as melhores soluções para<br />

os dois países.<br />

<strong>Olimpicamente</strong> final.indd 9<br />

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10<br />

Outubro 2018<br />

Tokyo 2020<br />

Medalha - rumo a um futuro inovador<br />

O projeto destaca o compromisso de Tóquio 2020<br />

em envolver activamente o público em geral e<br />

oferecer a todos a oportunidade de desempenhar<br />

um papel nos preparativos e na entrega dos<br />

Jogos de Tóquio 2020.<br />

O Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos<br />

e Paraolímpicos de Tóquio, está conduzindo o<br />

Projeto da Medalha Tokyo 2020 para fabricar as<br />

medalhas com base na reciclagem de produtos<br />

eletrônicos de consumo, como os telemóveis<br />

usados.<br />

Através deste projecto, o Comitê Organizador de<br />

Tóquio 2020 fabricará aproximadamente 5.000<br />

medalhas de ouro, prata e bronze para os Jogos<br />

Olímpicos e Paralímpicos.<br />

As primeiras remessas de ouro, prata e bronze<br />

foram entregues ao Comitê Organizador.<br />

Foi a primeira entrega desde o início deste projecto,<br />

que chama a sociedade civil a desempenhar<br />

um papel fundamental na preparação dos<br />

jogos, ao mesmo tempo que coloca a tónica na<br />

importância da sustentabilidade.<br />

Há um ano e meio, uma colecta nacional de dispositivos<br />

eletrônicos descartados e obsoletos<br />

incluindo smartphones, câmaras digitais, jogos<br />

portáteis e laptops - foi lançada, com o objetivo<br />

de usar os metais preciosos que eles contêm<br />

na produção das medalhas que serão entregues<br />

aos atletas, premiando os seus feitos nos Jogos<br />

Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio 2020.<br />

A organização dos Jogos Olímpicos recebeu<br />

todo o metal reciclado extraído de dispositivos<br />

eletrônicos coletados até junho deste ano.<br />

Com essa entrega, a meta para o bronze (2.700kg)<br />

já foi atingida, enquanto 16,5kg de ouro (54,5%<br />

do valor pretendido) e 1.800 kg de prata (43,9%<br />

da meta) foram recuperados.<br />

Tóquio 2020 estima que será capaz de obter os<br />

valores almejados remanescentes dos dispositivos<br />

que podem ser doados entre julho de 2018<br />

e o final de março de 2019. “Estamos muito a<br />

tempo “, acreditam os japoneses, que confiam na<br />

capacidade do seu povo.<br />

Isso se baseia no sucesso do projecto até o momento<br />

e no facto de as taxas de coleta terem<br />

aumentado todos os meses.<br />

Uma parte fundamental dos programas de sustentabilidade<br />

e engajamento aposta nas preocupações<br />

ambientais as organizações da cidade e<br />

do governo do país, com parceiros de marketing e<br />

outras organizações promovendo mais de 11.000<br />

instalações e eventos.<br />

Muitos atletas nacionais e internacionais e membros<br />

do público em todo o Japão também têm<br />

apoiado o projeto, recolhendo e doando dispositivos.<br />

Imagem Tokyo 2020<br />

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Outubro 2018<br />

11<br />

Os parceiros do Tokyo 2020 também prestaram<br />

apoio ao promover o Projeto da Medalha e a necessidade<br />

de estilos de vida mais sustentáveis.<br />

A NTT DOCOMO, por exemplo, organizou aulas<br />

em escolas de ensino fundamental em Tóquio,<br />

enfatizando a importância da reciclagem e explicando<br />

como os telefones doados estão sendo<br />

reciclados.<br />

Com o número de desportos e eventos já confirmados<br />

no programa olímpico, o Comitê Organizador<br />

anunciou que pretende coletar 30,3 kg<br />

de ouro, 4.100 kg de prata e 2.700 kg de bronze<br />

- o suficiente para produzir todas as medalhas<br />

olímpicas e paralímpicas a ser entregues após<br />

as competições.<br />

Os desenhos das medalhas Olímpicas e<br />

Paralímpicas de Tóquio 2020 serão revelados no<br />

próximo ano.<br />

O Comité Olímpico Cabo-verdiano (COC) recebeu<br />

a visita de um destacado dirigente da Federação<br />

Internacional de Remo (FISA).<br />

Fayçal Soula, reuniu-se com a Presidente do COC<br />

Filomena Fortes, e também do Comité Paralímpico,<br />

Rodrigo Berjarano.<br />

Em cima da mesa, a criação de novos projetos<br />

para o desenvolvimento do remo no nosso país,<br />

e a viabilidade da participação de Cabo Verde<br />

na primeira edição dos Jogos Africanos de Praia,<br />

que terão lugar nos mares de Santa Maria do Sal,<br />

no verão do próximo ano.<br />

Soula que é director técnico nacional da federação<br />

tunisina de remo, esteve em Cabo Verde<br />

para participar na reunião técnica de preparação<br />

do programa da modalidade para SAL 2019.<br />

Remo - Sal 2019<br />

<strong>Olimpicamente</strong> final.indd 11<br />

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OLIMPICAMENTE<br />

www.coc.cv<br />

Publicação mensal. Propriedade do Comité Olímpico Caboverdiano.<br />

Todos os direitos reservados.<br />

“A melhor forma de haver mudanças é apostando em<br />

formar e informar pessoas...<br />

E esta cartilha vem nesse sentido. Acordar as pessoas<br />

para o quão importante é a ética, não somente no seio<br />

do desporto, mas para a vida em geral.<br />

Não conseguimos dar o melhor de nós, se não tivermos<br />

objectivos e crescer com eles; não conseguimos ser<br />

amigos de todos, se dermos importância às diferenças<br />

(religiosas, raciais, de género, sociais, entre outras); não<br />

podemos ter êxito no que fazemos se não tivermos respeito<br />

por nós mesmos e pelos outros...<br />

É por isso que temos que formar de forma verdadeira e<br />

eficiente as nossas crianças e jovens.<br />

O desporto é um veículo para a inclusão, para a igualdade<br />

e a capacitação de jovens.<br />

Claro... se houver a cultura dos valores positivos.<br />

Ética e Desporto<br />

A Cartilha chegou a Santo Antão<br />

Porque o desporto também pode fomentar aspectos<br />

negativos, como a violência, a droga, etc.”<br />

Em forma de recado, Isaura Maocha, ao apresentar no<br />

seu Porto Novo, a “Cartilha de Ética e do Desporto”, o<br />

primeiro documento produzido pela Comissão de Ética<br />

do Comité Olímpico Cabo-verdiano.<br />

Este pequeno manual de boas práticas foi concebido<br />

pela doutora Zelinda Cohen e pretende contribuir para<br />

a discussão, para o debate, para as intervenções sobre<br />

o tema. O que se deseja com esta cartilha é que os<br />

valores éticos estejam incutidos em todos os que de alguma<br />

forma estejam envolvidos no mundo do desporto.<br />

O “livrinho” que em Março foi lançado na capital, chegou<br />

agora a Santo Antão, pela mão do Clube Olímpico de<br />

Porto Novo, e no momento em que a ilha do Barlavento<br />

recebe a Gala Anual do Desporto.<br />

Imagem COPN<br />

Imagem COPN<br />

COMITÉ OLÍMPICO<br />

CABO-VERDIANO<br />

Presidente<br />

Filomena Fortes<br />

Secretário-Geral<br />

Nelson Martins<br />

Travessa Pierre de Coubertin, Nº1<br />

ASA Praia - Santiago<br />

Imagem SulI<br />

<strong>Olimpicamente</strong> final.indd 12<br />

11/12/18 10:49 AM

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