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de sofrimento inútil. Ele encontrou na rua a apreciação que não tinha em casa e ela<br />
engoliu as diversas traições do esposo, acumulando uma mágoa sobre a outra. Nenhum<br />
dos dois dava o braço a torcer, mesmo que se amassem. A vida passou rápido demais e<br />
somente perto do final perceberam que perderam a oportunidade de ser feliz durante<br />
todos aqueles anos que estiveram juntos.<br />
Quantas oportunidades o orgulhoso está perdendo! Mal sabe ele que se fosse menos<br />
duro seria muito mais feliz. Poderia aprender coisas novas, descobrir uma maneira<br />
diferente de ver a vida... Por que você acha que Deus determinou que duas criaturas tão<br />
diferentes quanto o homem e a mulher vivessem juntas?<br />
Pensando bem, <strong>casamento</strong> parece até uma piada de mau gosto de Deus. Posso<br />
imaginar o Pai, o Filho e o Espírito Santo rindo e esfregando as mãos enquanto dizem:<br />
“Tive uma ideia! Vamos criar o homem. Ele vai ser assim, assim... Pronto! Agora<br />
vamos criar a mulher... ela será... exatamente o oposto! Vamos ver o que acontece! Eles<br />
vão ter que viver na mesma casa. Ah, e tem mais: não podem se separar!” Parece<br />
brincadeira! Mas é claro que, felizmente, há um propósito.<br />
Deus permite que duas pessoas totalmente diferentes fiquem juntas não para torturar<br />
suas criaturas, mas para que uma desafie a outra a ser uma pessoa melhor. Ele nos fez<br />
bem diferentes para que possamos nos complementar. Mas só é possível melhorar como<br />
pessoa através da convivência como cônjuge se o seu coração for aberto e maleável. É<br />
preciso uma boa dose de humildade para matar essa raiz e aproveitar o que o <strong>casamento</strong><br />
tem de melhor.<br />
Voltemos ao exemplo daquele casal de idosos. O problema começou com uma<br />
bobagem dita pelo marido. Se ele tivesse engolido o orgulho e pedido perdão sincero à<br />
esposa, teria evitado cinquenta anos de inferno em sua vida. Ou se pelo menos ela não<br />
levasse a sério a bobagem que ele falou e tratasse o marido com respeito e carinho, ele<br />
não teria outra saída senão fazê-la feliz.<br />
Parente do orgulho, o egoísmo também é capaz de petrificar um coração. O<br />
pensamento do egoísta é essencialmente guiado por estas máximas: o que eu quero, o que<br />
é bom para mim, os meus desejos primeiro. A pessoa egoísta não se importa com o ponto de<br />
vista da outra pessoa. Ela escuta, mas não ouve, pois a voz do seu eu é alta demais e<br />
abafa a voz do parceiro.<br />
No início do meu <strong>casamento</strong>, eu não estava preocupado com as necessidades da minha<br />
esposa. Contanto que eu estivesse satisfeito no meu trabalho, estava bom. Achava que
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