29.09.2018 Views

Outubro_2018_revistaconsciente

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Número 26


Revista digital | Bimensal |Gratuita Nº27 | <strong>Outubro</strong> <strong>2018</strong><br />

Direção<br />

Maria Paula Dias<br />

Psicologia clínica<br />

mpdias@<strong>revistaconsciente</strong>.pt<br />

Marketing & Publicidade<br />

Maria Paula Dias<br />

geral@<strong>revistaconsciente</strong>.pt<br />

Edição<br />

Maria Paula Dias<br />

geral@<strong>revistaconsciente</strong>.pt<br />

Sugestões e Correspondências<br />

geral@<strong>revistaconsciente</strong>.pt<br />

Subscrições<br />

geral@<strong>revistaconsciente</strong>.pt<br />

Entrevistas<br />

geral@<strong>revistaconsciente</strong>.pt<br />

Gabinetes de Apoio<br />

geral@<strong>revistaconsciente</strong>.pt<br />

Contactos de Redação<br />

Apartado 1, EC Barreiro, 2831-909 Barreiro — 91 254 71 26<br />

Cronistas<br />

Andreia Rodrigues de Almeida — Psicologia soc. e das organizações<br />

Andreia.domingos88@hotmail.com<br />

Ana Rosa— Nutricionista<br />

dietista.anaRosa@gmail.com<br />

Cláudia Oliveira—Psicóloga Clínica<br />

A.c.borgesoliveira@gmail.com<br />

Carolina Frias Costa—Nutricionista<br />

cfriasc@gmail.com<br />

Mafalda Marques—serviço social<br />

mafmar2@gmail.com<br />

Rita António—Psicologia Clínica<br />

ritasofiacnfantonio@gmail.com<br />

Cristina Morais—Historiadora<br />

cristina_i8@hotmail.com<br />

Agradecemos a colaboração de ondaid, lpm comunicação e miligrama<br />

É expressamente proibido a reprodução desta edição em qualquer língua, no seu todo ou em parte, sem a prévia autorização escrita da CONSCIENTE<br />

● Todos as opiniões expressas<br />

são da inteira responsabilidade dos autores ● O Estatuto Editorial está disponível na pagina de internet : www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt ● As imagens/fotografias aqui<br />

utilizadas foram pesquisadas com recurso à internet não sendo portanto nenhuma original à publicação Consciente .<br />

Revista consciente<br />

<strong>Outubro</strong> <strong>2018</strong><br />

Registo Nº 126882<br />

Edição nº 27<br />

WEB<br />

www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt<br />

SIGA-NOS!<br />

FACEBOOK<br />

TWITER<br />

LINKED IN<br />

Suporte On-Line Digital Periodicidade BiMensal Registo Nº 126882 Propriedade: Maria Paula Dias<br />

www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt <strong>Outubro</strong> CONSCIENTE 3


conteúdos 27<br />

Ediçâo Nº<br />

10<br />

16<br />

20<br />

32<br />

7 editorial<br />

O Mês de...............OUTUBRO<br />

9 frações & números<br />

10 sentidos sociais<br />

Plano DOM<br />

16 emprego & carreiras<br />

Nota 20 . Entrevista de emprego<br />

20 dossier experiência<br />

A Morte<br />

32 sobrevivência<br />

Frontalidade amarga<br />

34 super alimentos<br />

Laranja: Além Vit. C<br />

36 receitas saudáveis e<br />

alternativas<br />

Receitas com laranja<br />

40 o que é?<br />

Quark<br />

42 Receitas<br />

Cozinha francesa<br />

46 + saúde<br />

Segurança Alimentar<br />

56 Saúde<br />

Segurança Alimentar<br />

60 uma imagem


Editorial<br />

Mês de <strong>Outubro</strong><br />

Por Maria Paula Dias<br />

Mês de <strong>Outubro</strong>. Iniciámos com um verão adiado. As roupas quentes aguardam no roupeiro. As primeiras<br />

chuvas nem tão cedo aparecem. Nesta edição façamos uma pausa para respirar de novo. Esperança. Novo<br />

ano avizinha-se e com este novos planos. Até lá, refletimos. E lemos! A consciente! Nesta edição abordamos<br />

a morte. O que nos diz quem por lá passou. O que nos diz quem a estuda. Tema temido. Pelo sofrimento,<br />

pela dor, pelo fim. Mas tema vencido . Interessante. Abordamos o Plano Dom que findou a sua<br />

existência contudo deu lugar ao plano Sere +. Informação não nos falta. Nota 20 na entrevista de emprego.<br />

Saiba como pode vencer na reta final de um processo de seleção. Em saúde deixamos as notas informativas<br />

habituais e o artigo sobre a segurança alimentar. O que está além da vitamina C. Não só a laranja<br />

nos traz vitamina C. Saiba mais. Sem esquecer as nossas sugestões para refeições com laranja. A<br />

cozinha francesa é o tema que por fim também salientamos. Sinta-se em casa ou fora de Portugal com<br />

os mais simples e comuns pratos franceses.<br />

Boas Leituras!<br />

A equipa da revista consciente<br />

Alguns Dias Especiais:<br />

1 de <strong>Outubro</strong>—Dia internacional<br />

do idoso<br />

2 de <strong>Outubro</strong>—dia mundial<br />

dos Animais de Quinta<br />

5 de <strong>Outubro</strong>—Implantação da<br />

Republica (feriado)<br />

17 de <strong>Outubro</strong>—Dia mundial<br />

da erradicação da pobreza<br />

28 de <strong>Outubro</strong> —Dia mundial<br />

da terceira idade<br />

29 de <strong>Outubro</strong>—Dia mundial<br />

do AVC<br />

30 de <strong>Outubro</strong>—Dia intenacional<br />

da prevenção do cancro da<br />

mama<br />

outubro <strong>2018</strong><br />

dom seg ter qua qui sex sáb<br />

1 2 3 4 5 6<br />

7 8 9 10 11 12 13<br />

14 15 16 17 18 19 20<br />

21 22 23 24 25 26 27<br />

28 29 30 31<br />

www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt <strong>Outubro</strong> CONSCIENTE 7


NÚMEROS & FRAÇÕES<br />

100 milhões<br />

100 milhões de toneladas de laranjas são produzidas<br />

anualmente. 22 milhões são produzidos na Europa,<br />

para consumo do produto fresco. Os maiores importadores<br />

são a Alemanha , França , Holanda e Inglaterra. Brasil,<br />

India e China são oe maiores produtores respetiva-<br />

15 milhões<br />

mente.<br />

Fonte: faostat, 2010<br />

FALECERAM ONTEM—DIA 18 DE SETEMBRO DE<br />

<strong>2018</strong>—CERCA DE 100 MIL PESSOAS, NO MUNDO<br />

INTEIRO. 15 MILHÕES DE PESSOAS MORREM A<br />

CADA ANO QUE PASSA, NO PLANETA TERRA.<br />

-45ºC<br />

FONTE: WORLDMETERS, OMS<br />

As temperaturas médias da<br />

região da Antártica são de –<br />

30ºC a –65 ºC, mais sentidos<br />

nos seis meses de escuridão<br />

do inverno. A 18 de Setembro<br />

de <strong>2018</strong> estão perto<br />

de - 45ºC<br />

FONTE: FAOSTAT<br />

193 países<br />

Existem cerca de 193 países no planeta<br />

Terra, excetuando-se o Vaticano e os<br />

restantes que não são reconhecidos:<br />

Taiwan,Ilhas caimão,Aruba, Gronelândia<br />

e ....a Onu ainda prestou declarações<br />

sobre o facto do Vaticano não ter sido<br />

incluído...(?!)Fonte:ONU<br />

www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt <strong>Outubro</strong> CONSCIENTE 9


SENTIDOS SOCIAIS<br />

plano<br />

DOM<br />

Por Mafalda Marques<br />

Desafios… Oportunidades…Mudanças… para todos… para crianças e<br />

jovens que veem os seus direitos violados, os quais devem ser restabelecidos. Para<br />

isso devemos Sensibilizar… Envolver… Renovar... sempre com Esperança e<br />

dando sempre Mais! Venha conhecer o Plano DOM, um plano que surge da<br />

necessidade de melhorar a intervenção com crianças e jovens que se encontrem em<br />

acolhimento institucional, um plano que evoluiu e se renovou e se transformou no<br />

Plano SERE +.<br />

10 CONSCIENTE <strong>Outubro</strong> www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt


P<br />

erante realidades<br />

em que crianças e<br />

jovens se encontrem<br />

em situação familiar<br />

de risco, a Lei de<br />

Proteção de Crianças<br />

e Jovens em Perigo<br />

privilegia o acolhimento<br />

familiar<br />

em vez do acolhimento<br />

em instituições.<br />

No entanto,<br />

segundo o Relatório<br />

Casa 2016, apenas<br />

3,2% das crianças e<br />

jovens em perigo<br />

estão numa família<br />

de<br />

acolhimento.<br />

Uma realidade que<br />

nos assombra desde<br />

sempre, e que impôs a que o<br />

Estado definisse estratégias<br />

que assegurassem uma resposta<br />

de qualidade e adequada no<br />

âmbito do acolhimento em instituição.<br />

Dessa necessidade, em<br />

2007, nasce o Plano DOM - Desafios,<br />

Oportunidades e Mudanças.<br />

O contexto social atual<br />

e a sua contínua mudança levam-nos<br />

a uma realidade social<br />

multidimensional e complexa<br />

que pauta os percursos de vida<br />

de crianças e jovens que chegam<br />

ao acolhimento institucional,<br />

o que exige das instituições<br />

um processo de permanente<br />

reflexão, atualização e reorganização.<br />

Às instituições sociais<br />

compete uma função de controlo<br />

e coesão social que promova<br />

a salvaguarda da efetivação dos<br />

direitos das crianças e jovens<br />

que chegam ao sistema. Uma<br />

realidade que exige uma intervenção<br />

especializada, onde os<br />

técnicos têm de estar preparados<br />

e aptos a corresponder eficazmente<br />

aos novos desafios<br />

que esta população lhes coloca.<br />

O acolhimento pretende afastar<br />

a criança ou jovem do perigo,<br />

ao mesmo tempo que se geram<br />

questões como proteção, segurança,<br />

saúde, formação, educação,<br />

bem-estar e desenvolvimento<br />

integral. Uma intervenção<br />

que pretende garantir uma<br />

recuperação física e psicológica<br />

das crianças e jovens vítimas de<br />

qualquer forma de exploração<br />

ou abuso num ambiente que se<br />

assemelhe tanto quanto possível<br />

a de uma estrutura familiar,<br />

nunca esquecendo do meio natural<br />

familiar que se tentará<br />

atender e integrar, restabelecendo<br />

condições estáveis e confiantes,<br />

que de forma segura<br />

possibilite (re)integração na<br />

família, na comunidade ou até<br />

com vista à autonomização. O<br />

Instituto da Segurança Social<br />

promoveu entre 2007 e 2012 o<br />

Plano DOM – Desafios, Oportunidades<br />

e Mudanças que teve<br />

como principal objetivo a implementação<br />

de medidas de<br />

qualificação da rede de Lares<br />

de Infância e Juventude (LIJ).<br />

Um plano que pretendeu efetivar<br />

em pleno os direitos das<br />

crianças e jovens, através de<br />

uma intervenção no âmbito da<br />

capacitação dos recursos, atendendo<br />

a uma maior adequação<br />

entre respostas existentes e<br />

problemáticas/perfis da população<br />

em acolhimento. Assentou<br />

em duas medidas: por um<br />

lado dotar/reforçar as equipas<br />

técnicas dos LIJ, nomeadamente<br />

no que diz respeito a Técnicos<br />

Superiores de Serviço Social,<br />

Educação Social e Psicólogos<br />

ao mesmo tempo que pretendia<br />

a diminuição do rácio<br />

entre técnico e criança ou jovem,<br />

por outro lado a qualificação<br />

dos técnicos através da formação<br />

de direções, equipas técnicas<br />

e educativas bem como<br />

na criação de uma supervisão<br />

técnica externa por forma a um<br />

desfecho de processo de desinstitucionalização<br />

eficaz e em<br />

tempo útil. Procurou-se ainda<br />

diminuir a existência de instituições<br />

de grandes dimensões,<br />

tentando desta forma aproximar<br />

o acolhimento institucional<br />

a um modelo familiar onde<br />

a criança ou jovem pudesse<br />

usufruir de uma relação de afeto<br />

e segurança que potenciasse<br />

o seu desenvolvimento integral.<br />

(cont.)<br />

www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt <strong>Outubro</strong> CONSCIENTE 11


Segundo dados de conhecimento<br />

público, em 2008, o Plano<br />

DOM foi implementado em<br />

111 LIJ, abrangendo um total<br />

de 3.844 crianças e jovens e<br />

integrando mais de 286 técnicos<br />

superiores. Em 2012 o plano<br />

foi dado como terminado,<br />

num momento em que houve<br />

necessidade de evolução contudo<br />

mantendo a filosofia de intervenção<br />

integrada. Essa evolução<br />

resultou na criação do<br />

Plano SERE + - Sensibilizar,<br />

Envolver, Renovar,<br />

Esperança, MAIS. Um plano<br />

de âmbito nacional, que<br />

mantem o objetivo da especialização<br />

da rede de LIJ, acreditando<br />

ser indispensável para a<br />

qualidade da intervenção e pretendendo<br />

sempre a promoção<br />

de direitos e proteção das crianças<br />

e jovens acolhidos. Um<br />

Plano que se concretizou com o<br />

Despacho n.º 9016/2012, de 4<br />

de julho, do Ministério da Solidariedade<br />

e da Segurança Social,<br />

sendo a transição do Plano<br />

DOM para o Plano SERE+ automática<br />

para as instituições<br />

que o tiveram a decorrer. Segundo<br />

o Despacho, um novo<br />

modelo de acolhimento para<br />

as crianças e jovens em risco,<br />

por forma a alcançar uma melhor<br />

gestão de recursos humanos,<br />

técnicos e financeiros,<br />

partindo da necessidade de<br />

evolução, atendendo a que o<br />

ciclo do Plano DOM, enquanto<br />

plano de intervenção integrada,<br />

deve evoluir para um modelo<br />

renovado de intervenção<br />

integrada e mais especializada,<br />

onde além da proteção se<br />

atenda à socialização e a um<br />

cuidado com o equilíbrio emocional<br />

das crianças e jovens.<br />

Este novo projeto teve uma fase<br />

piloto e prevê três tipos de<br />

lares distintos, tendo em conta<br />

a sua especialidade: do tipo<br />

generalista, do tipo terapêutico<br />

e especializado em problemas<br />

de comportamento e em problemas<br />

de saúde mental. Os<br />

dados sobre o Plano SERE +<br />

são escassos, sabemos no entanto,<br />

que atualmente em Portugal<br />

contamos com 181 Lares<br />

de Infância e Juventude e 7 Lares<br />

de Infância e Juventude<br />

Especializados (LIJE) e que<br />

existiam em 2016, 5101 crianças<br />

em situação de acolhimento<br />

em LIJ e 72 em LIJE. Sabemos<br />

que as caraterísticas da população<br />

institucionalizada mantém<br />

uma evolução complexa, identificando-se<br />

problemáticas como<br />

problemas de comportamento,<br />

toxicodependência, saúde<br />

mental, deficiência mental<br />

e física, doença física e consumo<br />

esporádico de estupefacientes.<br />

Desafios sociais que levam<br />

a que haja recomendações no<br />

sentido da contínua aposta na<br />

formação/supervisão dos intervenientes<br />

para que a intervenção<br />

seja adequada e eficiente. É<br />

assumido como prioridade o<br />

alargamento da rede de casas<br />

de acolhimento especializado e<br />

a implementação de respostas<br />

de cuidados continuados de<br />

saúde mental para a infância e<br />

juventude, que segundo informação<br />

do referido relatório se<br />

encontram numa fase de projetos-piloto.<br />

É incontestável a<br />

mudança do paradigma institucional,<br />

com a implementação<br />

do Plano DOM/SERE+ nos<br />

LIJ, foi visível a melhoria da<br />

intervenção, quer por adoção<br />

de novas estratégias de intervenção,<br />

quer pela melhoria das<br />

já praticadas. No entanto, sabemos<br />

que a transição não foi fácil,<br />

nem todas as instituições<br />

conseguiram manter-se no plano,<br />

o que com certeza se refletiu<br />

na intervenção. Acreditamos<br />

mesmo assim que os desafios<br />

constantes e a atenção política<br />

sobre estas questões vão<br />

exigindo um bom desempenho<br />

de todos e que novas formas de<br />

intervir foram adotadas e interiorizadas<br />

por todos os intervenientes.<br />

E o que queremos no<br />

fim…que as nossas crianças e<br />

jovens sejam felizes, equilibradas<br />

e que todas possam viver<br />

uma cidadania plena… É para<br />

isso que devemos sempre trabalhar!<br />

12 CONSCIENTE Novembro www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt


Guião Social<br />

O que é o Plano DOM /Plano SERE+?<br />

É um plano que foi definido com vista à implementação de medidas de qualificação da rede de<br />

Lares de Infância e Juventude, de forma a impulsionar uma mudança de paradigma na intervenção<br />

de promoção de direitos e proteção das crianças e jovens acolhidos. Assente na nova representação<br />

da condição social da infância resultado dos novos desafios que a evolução da realidade<br />

social coloca ao sistema de proteção nacional.<br />

O plano assentava na operacionalização de medidas que abarcam a dotação de recursos humanos<br />

especializados, adequação da resposta ao número e caraterísticas de população atendida,<br />

processo apoiado através de formação e supervisão externa. O Plano SERE + traz mais medidas<br />

que pretendem uma melhoria na qualidade de resposta, como seja a criação de respostas sociais<br />

adequadas e mais especializadas.<br />

A quem se destina?<br />

Às instituições particulares de solidariedade social ou outras entidades sociais que tenham a resposta<br />

social de LIJ.<br />

Onde se pode obter mais informações?<br />

Poderão obter mais informações: http://www.seg-social.pt<br />

Poderá também consultar: Despacho n.º 9016/2012, de 4 de julho, do Ministério da Solidariedade<br />

e da Segurança Social<br />

www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt <strong>Outubro</strong> CONSCIENTE 13


Nota 20<br />

na entrevista de emprego<br />

Por Andreia Rodrigues Almeida<br />

Preparar-se para uma grande entrevista de emprego pode ser realmente stressante,<br />

e a melhor coisa que pode fazer para se acalmar é garantir que está preparado<br />

adequadamente, e essa preparação é muitas vezes vista pelo empregador como<br />

U<br />

ns dias antes<br />

da sua<br />

entrevista<br />

de emprego,<br />

reserve um<br />

tempo para<br />

pesquisar sobre a empresa para<br />

que possa entrar na sua entrevista<br />

com uma sólida compreensão dos<br />

requisitos do trabalho. Prepare-se<br />

um exemplo da qualidade do seu trabalho.<br />

sabendo o máximo que puder sobre<br />

o trabalho, a empresa, a concorrência<br />

e a localização. A Internet<br />

fornece uma riqueza de informações<br />

para quem procura emprego.<br />

Quanto mais souber, melhor<br />

será. A sua pesquisa pode<br />

ajudá-lo a determinar que o empregador<br />

a sua resposta para uma das perguntas<br />

mais comuns: "Fale-me<br />

um pouco sobre si e o motivo pelo<br />

qual decidiu candidatar-se?". A<br />

ideia é comunicar rapidamente<br />

quem você é e qual o valor que<br />

você trará para a empresa e para a<br />

oferta em questão - esse é o seu<br />

pode não ser um bom<br />

lugar para você trabalhar. Prepare<br />

argumento<br />

(cont)<br />

de venda pessoal.<br />

18 CONSCIENTE <strong>Outubro</strong> www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt


EMPREGO & CARREIRAS<br />

Um dos estilos de entrevista mais<br />

comuns hoje é pedir às pessoas<br />

que descrevam experiências que<br />

tiveram que demonstram comportamentos<br />

que a empresa considera<br />

importantes para uma determinada<br />

posição. Você pode ser<br />

solicitado a falar sobre uma ocasião<br />

em que tomou uma decisão<br />

impopular, demonstrou um alto<br />

nível de persistência ou tomou<br />

uma decisão sob pressão de tempo<br />

e com informações limitadas,<br />

por exemplo. Releia a descrição<br />

da oferta, imprima se for necessário<br />

e sublinhe as características<br />

específicas que o empregador está<br />

à procura. Prepare-se para ser<br />

questionado sobre o que desempenhou<br />

no passado. Praticar as<br />

suas respostas em voz alta é uma<br />

maneira incrivelmente eficaz de<br />

se preparar. Diga-as para si mesmo<br />

ou peça a um amigo para o<br />

ajudar, e assim vai tornar-se mais<br />

confiante. Pense nas primeiras<br />

impressões e vista-se para o trabalho<br />

que pretende. Organize-se<br />

de forma a que possa chegar 10 a<br />

15 minutos mais cedo. Veja o<br />

percurso até o local da entrevista<br />

para que possa ter certeza que<br />

consegue chegar a tempo. Durante<br />

a entrevista, tire notas mas<br />

nunca num dispositivo eletrónico,<br />

e mantenha sempre contato visual<br />

o máximo possível. Atenção<br />

à comunicação não verbal, pois<br />

pode ser tão importante quanto<br />

qualquer coisa que possa dizer na<br />

entrevista. Pratique linguagem<br />

corporal confiante e acessível.<br />

Sente-se ou fique em pé com os<br />

ombros para trás. Essa primeira<br />

impressão não verbal pode ser<br />

um ótimo começo - ou um final<br />

rápido - para a sua entrevista.<br />

Antes da entrevista, respire fundo<br />

e expire lentamente. Seja autêntico,<br />

conciso e otimista. Responda<br />

com sinceridade às perguntas que<br />

lhe são feitas, e foque as suas respostas<br />

nas suas habilidades e<br />

conquistas, fornecendo exemplos<br />

de soluções e resultados obtidos.<br />

Mantenha as suas respostas curtas<br />

e focadas, dado o seu tempo<br />

com cada entrevistador ser limitado,<br />

por isso esteja atento a divagações.<br />

Não fale negativamente<br />

sobre os atuais e antigos empregadores<br />

ou colegas. As empresas<br />

querem contratar solucionadores<br />

de problemas que superem situações<br />

difíceis e não pessoas que se<br />

focam no obstáculo. Caso se sinta<br />

desanimado com seu o seu trabalho<br />

atual, concentre-se em falar<br />

sobre o que ganhou com essa experiência<br />

e o que deseja fazer em<br />

seguida. Alguns estudos indicam<br />

que os entrevistadores decidemse<br />

sobre os candidatos nos primeiros<br />

cinco minutos da entrevista<br />

- e depois passam o resto da<br />

entrevista à procura de informação<br />

que confirme essa decisão!<br />

Então, o que pode fazer nesses<br />

cinco minutos para passar nessa<br />

fase? Entre com energia e entusiasmo<br />

e expresse a sua gratidão<br />

pelo tempo do entrevistador.<br />

Além disso, comece com um comentário<br />

positivo sobre a empresa<br />

- algo como: "Eu realmente<br />

estava ansioso para esta reunião.<br />

Eu acho que a empresa está a fazer<br />

um ótimo trabalho em e estou<br />

muito animado com a perspetiva<br />

de poder contribuir”.<br />

www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt <strong>Outubro</strong> CONSCIENTE 17


Dossier Experiê<br />

A Morte<br />

Morte. O que diz quem lá passou. Fomos saber. Fomos averiguar.<br />

mos. Refletimos. Para além do mórbido, do descaso, do fatal, do in


ncia<br />

DOSSIER EXPERIÊNCIA<br />

Não estamos a dormir perante a vida. Questionamos. Investigavencível,<br />

do previsto ou do sinistro. Não remediamos.


DOSSIER EXPERIÊNCIA<br />

Falar da morte é falar de mistérios. Subjetivos.<br />

Pessoais. Cada um à sua maneira, envolto em<br />

dor e sofrimento, relata aquilo que consegue,<br />

nas suas justiças possíveis. Atualmente para alguém<br />

ser considerado morto tem que sofrer<br />

uma paragem cardio-respiratória, sem possibilidade<br />

de ressuscitação ou morte cerebral<br />

comprovada com os mais dolorosos testes de<br />

averiguação de sentidos e estímulos. A morte e/<br />

ou o morrer é um tema que suscitou sempre<br />

muita curiosidade. O que está para lá? Como é<br />

uma alma ou espírito? Como estamos ligados a<br />

um corpo? Como reencarnamos? Ou desencarnamos.<br />

Onde realmente nascemos? A alma nasce?<br />

Qual é afinal a nossa verdadeira história?<br />

Nada sabemos e também ninguém em tempo<br />

suficiente volta para contar. Voltar de onde? E<br />

porque se vai, onde? Milhões de espíritos existem<br />

por esse mundo do além fora. Os seus limites<br />

ou talvez melhor dizendo, as suas possibilidades<br />

também estão fora do nosso alcance de<br />

conhecimento. Atualmente há, para atrapalhar<br />

alguma seriedade sobre o assunto, todo o tipo<br />

de ‘profissionais’ e ‘especialistas’ a falar do paraíso,<br />

das milícias de anjos e arcanjos, do ‘céu’ e<br />

da ‘vida’ eterna que suspeitamos, esta última<br />

que significa estar morto durante muito e muito<br />

e muito tempo. Entre malmequeres e paraísos<br />

infindáveis com unicórnios cor de rosa, fica<br />

impossível retirar informação que nos valha.<br />

Das religiões, o assunto fica ainda mais impossível<br />

de percorrer ou pesquisar. Descendemos<br />

de um espirito – deus– que nos criou – em corpo<br />

e alma – e ainda por cima à sua imagem. O<br />

todo-o-poderoso. Cujo os milagres salteiam raros<br />

entre nós. Será mais ou menos, através da<br />

‘evolução pessoal’ que nascerão em nós, também,<br />

o poder de criar vida com uma nesga da<br />

unha da mão. Pelo inferno ou pelo paraíso nos<br />

separamos, quando falecemos. (cont.)<br />

‘...Tomou consciência que<br />

era muito fácil deixar-se<br />

deixar de estar viva e vive<br />

que se conhecia ou no cor<br />

‘...Um a Um. Em processo<br />

Factual. Em<br />

22 CONSCIENTE <strong>Outubro</strong> www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt


estava a morrer e que<br />

ir, contudo não podia<br />

r pelo menos da forma<br />

po o qual habitava…’<br />

e em reconhecimento.<br />

ocional…’<br />

Nascemos uma única vez, vivemos apenas a vida<br />

que temos, e após a morte, é-nos prometida a vida<br />

eterna. A morte. O abandonar de um corpo velho,<br />

cansado ou martirizado e molestado por acontecimentos<br />

variados que como qualquer ser vivo, pára.<br />

Sem retorno. Não temos outro. A morte tal como<br />

é conhecida não é um momento preciso no<br />

tempo. É um processo. É o que nos diz quem lá<br />

passou, quem a estuda cientificamente. Entre a<br />

vida e a morte. O relato de Meredith* (nome fictício*)<br />

é dos mais impressionantes que encontrámos.<br />

Esta mulher esteve envolvida num acidente<br />

de viação e entrou em coma pelo choque que sofreu.<br />

Foi hospitalizada. Daquilo que se recorda<br />

dessa altura é que julgou que estava a dormir.<br />

Sentiu vento no rosto. Sentiu-se abraçada ou envolvida<br />

por alguém de quem não se recorda. Viu<br />

tudo branco e luminoso. Não sentiu medo algum,<br />

pelo contrário, sentiu um grande entusiasmo.<br />

Qualquer emoção que sentiu foi de forma extrema,<br />

intensa, que lhe abalou a existência, não reconhecida,<br />

mas comum. Meredith não viu flashes da<br />

sua vida passarem pelos seus olhos, mas viu-se a<br />

dançar, a brincar, viu-se com os seus netos. Com<br />

imagens em consciência viva, o futuro possível viu<br />

Meredith sobre a forma de imagens. Meredith não<br />

é ainda casada e também não tem filhos. Tomou<br />

consciência que estava a morrer e que era muito<br />

fácil deixar-se ir, contudo não podia deixar de estar<br />

viva e viver pelo menos da forma que se conhecia<br />

ou no corpo o qual habitava. Entrou numa espécie<br />

de conflito, entre o deixar-se ir, sentir-se invadir<br />

por uma grande serenidade ou lutar, lutar<br />

muito, sofrer, para viver. Não quis morrer. De<br />

mais que se lembra, recorda estar no canto de um<br />

quarto de hospital e ver o seu corpo deitado numa<br />

cama. Afirma que teve sorte, viu o que era a morte<br />

mas lutou e vive. O corpo, o cérebro estão a morrer.<br />

Falta o oxigénio, no sangue, nas células, no<br />

cérebro. O corpo não aguenta. (Cont)<br />

DOSSIER EXPERIÊNCIA<br />

www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt <strong>Outubro</strong> CONSCIENTE 23


DOSSIER EXPERIÊNCIA<br />

Fecha-se por dentro a tudo,<br />

por proteção, recolhe-se lá no<br />

fundo, fica-se preso . É preciso<br />

lutar para não afundar, para<br />

não fechar para sempre. Sabese<br />

que se está a morrer. No<br />

último passo. Lá no fundo do<br />

corpo físico, a luz é extrema e<br />

tudo. Não se vê. Sem importância.<br />

A consciência não morre.<br />

É possível abandonar o corpo<br />

na sua ultima gota de vida<br />

por si próprio ou espíritos desencarnam-nos<br />

do corpo que<br />

já não resiste. Entre cá e para<br />

lá, o acesso a dimensões sem<br />

tempo e com futuros, mais<br />

plausíveis, de uns, ou de outros,<br />

ou do próprio, chegam à<br />

mente, lá e cá. Entre as dimensões<br />

físicas e as dimensões<br />

sem tempo, nas etapas do<br />

morrer, poucos não têm acesso<br />

a pequenas ramificações futuras<br />

dos passos que outros vão<br />

dar, em especial. Sem previsão<br />

sobre a liberdade de escolha,<br />

porque é impossível, há dados<br />

mais prováveis que outros vão<br />

vivenciar ou o próprio, com<br />

décadas há frente desses. O<br />

futuro não premeditado também<br />

é possível de conhecer<br />

naquilo que é mais comprovável,<br />

mesmo embora que o biológico<br />

não subjetive. Ao que<br />

sabemos. Os falecimentos, os<br />

perigos, as doenças, os futuros<br />

para meses ou anos à frente.<br />

Naquilo que se pode fazer, ajudar<br />

ou por outro lado, naquilo<br />

que também é/foi possível de<br />

manipular, retirar, destruir. A<br />

imaginação ou não, dá acesso<br />

a espaços não estudados, não<br />

analisados, a processos e ambientes<br />

biológicos, elétricos<br />

que vão muito além do nosso,<br />

estão perto, muito perto mas<br />

que não se tornam em factos.<br />

À nossa volta. Em som, em<br />

cheiro, sem sentidos, sem sentir.<br />

O tempo, mais agudizante<br />

ou menos, entre as duas determinará,<br />

em consciência, esse<br />

conhecimento, solto, tantas<br />

vezes não percebido ou operacionalizado.<br />

Ou ocorrido. A<br />

angústia do fim, é reconhecível,<br />

como quem já a vivenciou.<br />

Não há igual. Sabe-se que é a<br />

tal. O fim. Sentido no corpo e<br />

no sentimento. À vez. É a primeira<br />

a desaparecer do corpo,<br />

da mente, no processo e a última<br />

a chegar ao corpo, desligado<br />

ainda e depois à mente, se<br />

se luta. Liga de volta aquilo<br />

que estava desligado. Corpo<br />

físico e mente consciência.<br />

Aquilo que foi. Para lá, os sentidos<br />

apagam-se. Um a Um.<br />

Em processo e em reconhecimento.<br />

Factual. Emocional.<br />

Para cá, o mesmo encontrámos<br />

nos relatos investigados.<br />

Um a Um. Que se ligam e tomam<br />

rédeas se nenhuma mazela<br />

física encontram nesse<br />

caminho. A consciência medeia<br />

e recebe-os de volta, ligaos<br />

por si, por biologia adquirida,<br />

por memória celular, se a<br />

vida insiste, por inteiro.<br />

Reeboot. Sem tempo, por vezes<br />

em milésimos de segundos<br />

contados no nosso tempo, tem<br />

mais tempo, e mais tempo<br />

quando demora meses ou anos<br />

até ao fim. Como não raras<br />

vezes acontece a quem a uma<br />

cama preso fica. Lá e cá, cá e<br />

lá. Espíritos auxiliam. Desconhecidos.<br />

Conhecidos. Caras já<br />

vistas. Vozes já ouvidas. Rostos<br />

novos, Vozes diferentes.<br />

Feições não esperadas. Outro<br />

mundo. Cheio. Repleto. Só o<br />

processo é solitário, pois é comum<br />

para quem por lá já está.<br />

Outros relatos como o de<br />

Bárbara* confirmam a nossa<br />

investigação. Afirma que ouvia<br />

perfeitamente – o som do monitor-<br />

quando o seu coração<br />

parou, o início do procedimento<br />

de reanimação e de todos à<br />

sua volta a falarem ao mesmo<br />

tempo. Não tinha qualquer<br />

outra sensação se não a da audição<br />

que a ligava ao seu corpo.<br />

Afirma que afundou e de<br />

se sentir muito calma, relaxada<br />

e sem necessidade de respirar.<br />

Sem motivo para se alarmar,<br />

sem dor e sem luz ou luzes.<br />

Voltou. Francisco* afirma<br />

que também não viu uma luz<br />

branca, como habitualmente<br />

muitas pessoas veem. Não esteve<br />

em tuneis. Afirma que a<br />

morte é apenas uma aceitação<br />

(cont.)<br />

24 CONSCIENTE <strong>Outubro</strong> www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt


www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt Novembro CONSCIENTE<br />

25<br />

DOSSIER EXPERIÊNCIA


DOSSIER EXPERIÊNCIA<br />

da realidade, um fim definitivo<br />

como um terminar de um livro.<br />

Sentiu a vida a escapar-se<br />

e que foi ficando muito cansado.<br />

Pensava nas coisas que<br />

não tinha conquistado. O cansaço<br />

torna o fim, a passagem, a<br />

mudança, menos complexa,<br />

mesmo que a infelicidade fatal<br />

inicie o que termina em alívio.<br />

Rui* também sofreu uma paragem<br />

cardíaca. Teve consciência<br />

que os seus sentidos o<br />

iam deixando, um a um. O primeiro<br />

que desapareceu foi o<br />

tato, depois a audição e que<br />

por último foi a visão que diminui<br />

o seu campo, escuro, até<br />

ficar tudo completamente<br />

branco. Os pensamentos pareciam<br />

estar cada vez mais longe<br />

uns dos outros. O corpo pára.<br />

É inevitável. Por vezes. Noutras,<br />

por sorte, mais uma força,<br />

mais um esforço e reacende<br />

-se. Liga-se e volta. Quem o<br />

possui, acompanha-o. É o seu.<br />

Agradece-lhe. Pesquisadores<br />

da Universidade de<br />

Southampton, no Reino Unido<br />

estudaram cerca de 2060 pessoas<br />

que sofreram paragens<br />

cardio-respiratórias e voltaram<br />

à vida. Concluíram que as<br />

pessoas conseguem ver e ouvir<br />

mesmo depois de ‘mortas’.<br />

Muitos dos pacientes estudados<br />

recordam acontecimentos<br />

da cirurgia a que foram submetidos<br />

mesmo depois do seu<br />

coração ter parado. Sam Parnia,<br />

diretor de investigação da<br />

Unidade de Cuidados intensivos<br />

e Ressuscitação da Universidade<br />

de Nova Iorque, e autor<br />

da obra O efeito de Lázaro<br />

tem vindo a recolher relatos de<br />

pacientes seus que passaram<br />

pela experiência da morte.<br />

Afirma que muitas vezes as<br />

pessoas que estiveram mortas<br />

descrevem-se a flutuar pela<br />

sala, conscientes da presença<br />

da equipa médica enquanto<br />

estes tentam ressuscitar o seu<br />

corpo. Parnia afirma que mesmo<br />

depois da respiração e o<br />

batimento cardíaco terem parado,<br />

continuamos conscientes<br />

sensivelmente 2 a 20 segundos.<br />

Esse é o tempo durante o<br />

qual o córtex cerebral – região<br />

responsável pelo pensamento,<br />

pela tomada de decisões e pelo<br />

processamento da informação<br />

recolhida pelos sentidos–<br />

pode ficar ativo sem oxigénio.<br />

Durante este período, perdemos<br />

todos os reflexos do tronco<br />

cerebral, incluindo o maxilar<br />

e o pupilar. As ondas cerebrais<br />

do córtex tornam-se depois<br />

indetetáveis. Mesmo assim,<br />

podemos passar horas até<br />

que o pensamento seja completamente<br />

desligado. “O que<br />

estamos a fazer é estudar a<br />

mente humana e a consciência<br />

no contexto da morte, para<br />

perceber se continua depois<br />

de termos morrido há<br />

algum tempo – e como isso se<br />

relaciona com o que está a<br />

acontecer dentro do cérebro<br />

em tempo real”, explica. Dos<br />

seus estudos realçam-se aqueles<br />

que dizem respeito à ressuscitação<br />

de pacientes, que<br />

engloba a técnica ECMO<br />

(máquina de oxigenação por<br />

membrana extracorpórea),<br />

com oxigenação e refrigeração<br />

do sangue do paciente que aumenta<br />

o tempo para se perceber<br />

qual a causa de morte do<br />

paciente e melhorar a possibilidade<br />

de ressuscitação. (cont.)<br />

‘...Liga-se e volta. Quem o possui, acompanha<br />

-o. É o seu. Agradece-lhe…’<br />

28 CONSCIENTE <strong>Outubro</strong> www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt


Ainda sob a sua obra, o autor descreve o caso<br />

de uma rapariga japonesa que faleceu contudo<br />

foi ressuscitada através da Técnica ECMO durante<br />

6 horas. Vive uma vida perfeitamente<br />

normal. Da sua experiência e sendo agnóstico<br />

Parnia afirma que temos que abrir a mente<br />

para a possibilidade de que o cérebro seja um<br />

intermediário para manifestar a sua ideia de<br />

alma ou de ser a fonte ou originador da mesma.<br />

Há pois uma continuidade no nosso esforço<br />

para sobreviver um corpo, que é nosso,<br />

uma vida, que é só nossa, e quando tal não<br />

ocorre, numa espécie de ‘pelica’ continuamos,<br />

no céu, no paraíso, ou num outro ambiente,<br />

biológico, com vida ainda não comprovada.<br />

Há uma espécie de continuidade, limitada naquilo<br />

que existe, mas quais serão verdadeiramente<br />

os seus limites?<br />

DOSSIER EXPERIÊNCIA<br />

www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt Agosto CONSCIENTE 27


DOSSIER EXPERIÊNCIA<br />

Os avanços tecnológicos têm<br />

com certeza nos atirado para<br />

frente com tantas questões científicas<br />

novas como as que<br />

filosoficamente e eticamente se<br />

colocam a cada passo para além<br />

da morte ou na fronteira, no<br />

resgate a esta. Nos últimos 20<br />

anos, não só se tem estudado os<br />

cérebros de pessoas mortas ou<br />

daquelas que já foram e voltaram<br />

mas também daqueles que<br />

ainda estão vivos embora em<br />

fio com a vida viva. Adrian<br />

Owen, da NRC Cognition and<br />

Brain Sciences Unit in Cambridge,<br />

é um dos neurocientistas<br />

que trabalha com pessoas<br />

em estado vegetativo, fazendo<br />

mapas cerebrais, fazendo scans<br />

das pessoas que ativam determinadas<br />

partes do cérebro<br />

quando lhes são dadas instruções,<br />

embora diagnosticadas<br />

com comas profundos. Ainda<br />

hoje Adrien Owen se questiona<br />

onde e como um cérebro vegetativo<br />

se liga à consciência ou<br />

se desliga dela? Entre cá e lá.<br />

Em reboots misteriosos e pequenos.<br />

O que está entre o ligar<br />

a consciência ou desligar<br />

para a inconsciência? Não será<br />

já a Alma? David Hove, diretor<br />

da UCLA Brain Injury Researche<br />

Center e que estuda experiências<br />

de quase morte, afirma<br />

que quando o cérebro se encontra<br />

em experiências tais que se<br />

aproximam mais da sua morte<br />

este começa a ativar apenas as<br />

áreas que são básicas/<br />

fundamentais para a sua própria<br />

sobrevivência. É o cérebro<br />

que fecha os campos mais distantes<br />

do seu centro, interior<br />

ou perto do Tronco Cerebral<br />

que é uma área muito pequena,<br />

muito importante do cérebro.<br />

Regula mecanismos homeostáticos<br />

mais básicos tais como o<br />

ritmo cardíaco, a respiração e a<br />

percepção da dor. Quando<br />

ocorre uma lesão nos seus núcleos<br />

a troca de informação entre<br />

o Sistema Nervoso Central e<br />

o resto do corpo não é transmitida,<br />

resultando na morte cerebral,<br />

mesmo que o coração ainda<br />

bata. Há uma paragem do<br />

tronco cerebral. Se a parte da<br />

visão estiver ativa, nesse momento<br />

ou no processo de morte,<br />

apenas o que qualquer pessoa<br />

consegue ver é luz. Uma<br />

luz intensa com muito escuro à<br />

volta. A melhor interpretação e<br />

conhecida por quem experienciou<br />

vivencias de morte, é a de<br />

um túnel, embora que não seja.<br />

O fechamento sofrido explica,<br />

assenta no vislumbre de sobrevivência<br />

limiar a um ou vários<br />

acontecimentos traumáticos<br />

que o cérebro sofre, cegando<br />

em luz branca intensa a visão<br />

cujo fim se alcança na desapropriação<br />

corporal final. Muitas<br />

investigações teremos que<br />

fazer para se alcançar as questões<br />

que vamos levantando.<br />

Lance Becker, médico e diretor<br />

do Hospital Universitário de<br />

North Shore (cont.)<br />

40 CONSCIENTE <strong>Outubro</strong> www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt


afirma que aos poucos vamos<br />

empurrando o limite entre a vida<br />

e a morte até ao máximo dos<br />

nossos escassos conhecimentos.<br />

Quantas milhares de pessoas,<br />

por exemplo, caem em águas<br />

geladas, o coração pára e o sangue<br />

deixa de correr nas veias e<br />

são resgatadas e reanimadas,<br />

horas depois? E a vida continua.<br />

Os escassos segundos que<br />

temos para salvar alguém em<br />

paragem cardio-respiratória não<br />

se aplicam quando o corpo sofre<br />

a pressão de águas gélidas ou<br />

entra em hipotermia aguda.<br />

Ainda não se sabe bem como é<br />

que é possível um corpo inanimado<br />

ser reanimado horas depois<br />

sem lesões cerebrais mas<br />

sabe-se que a hipotermia tem<br />

um lado conservador do corpo.<br />

O corpo fecha-se. Pára. E Religa-se!<br />

Leonard Heyflick, professor<br />

de anatomia na Universidade<br />

da Califórnia, tem um recorde<br />

de conservação de células<br />

por mais de 46 anos e tem uma<br />

resposta para este tipo de fenómeno.<br />

Segundo a sua tese bastante<br />

conhecida e acolhida no<br />

mundo científico, as células têm<br />

um determinado momento para<br />

morrerem, o que quer dizer que<br />

quando esse processo é parado<br />

repentinamente por meio de<br />

congelamento a altas temperaturas<br />

como é o caso da nitroglicerina,<br />

a sua divisão – leia-se<br />

crescimento – pára. Todo o seu<br />

trabalho metabólico pára. Se o<br />

número de divisões possíveis e/<br />

ou reproduções celulares não<br />

terminou para essa célula, então,<br />

com a quantidade ideal de<br />

oxigénio e temperatura também<br />

ideal, e gradual, as mesmas voltam<br />

à vida e ao seu metabolismo<br />

numa espetacular sobrevivência<br />

e força e também sorte para alguns.<br />

O desconhecido é o nome<br />

do meio da espécie humana. Na<br />

continuação desta teoria, percebemos<br />

que pelo mundo inteiro<br />

outras experimentações estão a<br />

ser feitas contra a morte, nomeadamente,<br />

no que diz respeito<br />

ao prolongamento da idade média<br />

de vida que quase conseguimos<br />

manipular. Daquela que<br />

mais nos chamou a atenção está<br />

a do prolongamento das fileiras<br />

de ADN que são encurtadas a<br />

cada divisão celular. A fonte da<br />

juventude. Helen Blau, diretora<br />

do Laboratório Baxter para a<br />

biologia de células – tronco do<br />

Departamento de Microbiologia<br />

e Imunologia da Universidade<br />

de Stanford na Califórnia, aumentou<br />

a extensão dos telómeros<br />

em células humanas in Vitro<br />

através da utilização de micro<br />

RNA modificado capaz de penetrar<br />

no núcleo celular e codificar<br />

a produção da enzima telomerase<br />

transcriptase reversa que<br />

aumenta o comprimento dos<br />

telómeros por adição de repetições<br />

de ADN, ou seja, aumentou<br />

as pontinhas dos cromossomas<br />

prevendo-se desta forma a possibilidade<br />

do aumento da longevidade<br />

tal qual a função de alguns<br />

vegetais em micro-ação<br />

junto dos nossos cromossomas.<br />

(cont)<br />

DOSSIER EXPERIÊNCIA<br />

www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt <strong>Outubro</strong> CONSCIENTE 29


DOSSIER EXPERIÊNCIA<br />

De uma maneira ou de outra o nosso corpo, a nossa mente procura a vida, a longevidade, a imortalidade táo<br />

própria do solitário Todo-o-poderoso. Pela ciência e pela experiência. Serão precisos ainda muitos estudos<br />

para vislumbrar-mos o reboot completo após a paragem total do tronco encefálico ou para vislumbrar a imortalidade<br />

em corpo. Pela ciência e pela experiência por outros mundos, biológicos que são!<br />

‘...O fechamento sofrido explica, assenta no vislumbre<br />

de sobrevivência limiar a um ou vários acontecimentos<br />

traumáticos que o cérebro sofre, cegando em luz branca<br />

intensa a visão cujo fim se alcança na desapropriação<br />

corporal final..’<br />

30 CONSCIENTE <strong>Outubro</strong> www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt


www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt Novembro CONSCIENTE<br />

31


sobreviver<br />

Frontalidade<br />

AMARGA<br />

Por Rita António<br />

«Pouca sinceridade é uma coisa perigosa, e muita sinceridade é absolutamente<br />

fatal.»<br />

Oscar Wilde<br />

32 CONSCIENTE <strong>Outubro</strong> www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt


M<br />

uitas vezes ouvimos, em<br />

conversa, ‘’eu sou muito<br />

frontal’’. Mas o que é isto<br />

de ser frontal e como é<br />

que a frontalidade se reflete<br />

no dia-a-dia? Indo<br />

ao significado da palavra, frontalidade é a qualidade<br />

do que é frontal, aquele que mostra franqueza ou<br />

sinceridade, direto, franco, sincero. "frontal", in<br />

Dicionário Priberam da Língua Portuguesa Então,<br />

se a frontalidade casa com sinceridade, ser franco e<br />

direto como pode ter dissabores? A frontalidade é<br />

como um diamante em bruto, que vale apreciar na<br />

sua grandeza, mas que às vezes há que polir as suas<br />

arestas. Com isto queremos dizer que, a frontalidade<br />

quando aplicada às relações interpessoais, pode<br />

ferir suscetibilidades. Não pelo facto da verdade<br />

que transmite, mas muitas vezes pela forma como é<br />

transmitida. Imagine a seguinte situação: A Maria,<br />

que é sua amiga, teve uma atitude que não gostou.<br />

dizer o que se pensa com respeito e autenticidade<br />

relacional. A este propósito, a frontalidade, também<br />

nos remete à arte do antigo Egipto, em que<br />

aplicavam a Lei da Frontalidade nas suas representações<br />

da figura humana. Se repararmos, o rosto, as<br />

pernas e os pés são representados em perfil, enquanto<br />

o tronco é representado de frente. Se observarmos<br />

com atenção o rosto, apesar de ser representado<br />

de perfil, o olho é apresentado de frente.<br />

Segundo os Egípcios, o olho é o mais característico<br />

na arte. O tronco e o olhar ou o observar, devem<br />

estar de frente, em relação. Ser franco e sincero.<br />

Acreditamos que ser frontal, sincera/o, direta/o e<br />

verdadeiramente franca/o com as pessoas que a/o<br />

rodeiam é a melhor atitude, mas ser frontal não significa<br />

dizer tudo o que pensa, sem olhar ao que o<br />

outro pode sentir.<br />

O melhor a fazer é ir ter com a Maria e dizer-lhe<br />

como se sente e nunca falar com a Joana sobre a<br />

Sugestões..<br />

Pratique a assertividade<br />

Antes de dizer o que pensa, coloque-se no lugar<br />

do outro e pense bem sobre como vai levar a sua<br />

água ao moinho, ou seja, passar a sua mensagem.<br />

Cuidado com a escolha de palavras: troque o ‘’tu<br />

és má’’, pelo ‘’tu hoje tiveste uma atitude que não<br />

gostei muito’’.<br />

Respire fundo: não resolva situações de cabeça<br />

quente, saia do lugar, vá respirar fundo, fazer uma<br />

caminhada, reflita e depois resolva.<br />

Maria. Isso é ponto assente. Não ir direto ao mensageiro<br />

faz com que a situação fique pendente e não<br />

resolvida. No caso deste exemplo, não resolveria a<br />

situação com a Maria, ela não saberia o que fez mal,<br />

nem você teria oportunidade de mudar a atitude<br />

dela para consigo. O que demonstra os pontos positivos<br />

da frontalidade, ir direto ao intermediário da<br />

mensagem e ter uma resolução mais imediata. Agora,<br />

é diferente dizer à Maria: ‘’tu és má e tens atitudes<br />

que não são de amiga’’ de ‘’Maria preciso de falar<br />

contigo, porque tiveste uma atitude que não me<br />

caiu bem e queria partilhá-la contigo’’, por exemplo.<br />

Os dissabores que a frontalidade nos traz estão<br />

relacionados, não pelo conteúdo em si, mas pela<br />

forma como fazemos explodir uma bomba de palavras.<br />

Há uma linha ténue entre o que é ser frontal e<br />

direto e dizer o que pensa sem olhar ao que os outros<br />

sentem. A expressão comum : ‘’aquela pessoa é<br />

sem filtro, diz o que pensa’’, significa que há que<br />

www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt <strong>Outubro</strong> CONSCIENTE 33


SUPER ALIMENTOS<br />

Por Ana Rosa<br />

Q<br />

uando se fala em Vitamina C, é<br />

difícil não pensar em laranjas,<br />

mesmo não sendo a fruta com<br />

maior concentração desta vitamina.<br />

A laranja é uma fruta cítrica<br />

popular pelo seu sabor doce<br />

e picante. Geralmente são consumidas frescas,<br />

no entanto são também utilizadas em sumos, saladas,<br />

doces, geleias, gelados, bolos, tortas e até<br />

pratos de carne ou peixe. A laranja é rica em<br />

açúcar e hidratos de carbono. Cada laranja (cerca<br />

de 140g) fornece cerca de 90 kcal. Além da Vitamina<br />

C, também podemos<br />

encontrar Vitamina<br />

A, B e E, ferro, Zinco,<br />

Potássio, Cálcio, Magnésio<br />

e Manganês. Embora<br />

a vitamina C na laranja<br />

seja a mais conhecida,<br />

todos os outros componentes<br />

permitem que ela<br />

tenha outras propriedades<br />

como:<br />

Para além<br />

Melhora a digestão<br />

Quando consumida fresca é muito rica em fibras que irão dar saciedade e ajudar no funcionamento intestinal, principal<br />

líquidos digestivos e por isso também ajuda na digestão. Para aumentar a concentração de fibras no seu sumo de laranja,<br />

Baixo índice glicémico (IG)<br />

Embora seja uma fonte de hidratos de carbonos (açúcar), o índice glicémico é considerado baixo, ou seja, esses açúcares<br />

48 para 1 unidade de 140g)<br />

Rica em Antioxidantes<br />

Por ser rica em vitamina C e outros compostos antioxidantes, a ingestão desta fruta protege contra os danos dos radicais<br />

Outras Propriedades<br />

Por ter potássio, poderá ajudar a controlar a pressão arterial. A vitamina C ajuda a maximizar a absorção de ferro do noss<br />

Atualmente, diversos estudos apontam para uma recomendação diária de 1 laranja por dia, para evitar algumas doenças<br />

34 CONSCIENTE <strong>Outubro</strong> www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt


da Vit C.<br />

mente se consumir a parte branca da laranja. As fibras juntamente com a vitamina C ajudam na produção e libertação dos<br />

prefira fazê-lo no liquidificador, apenas retirando a casca de fora e mantendo a parte branca.<br />

ão absorvidos mais lentamente e assim evita picos de glicémia e insulina, associado a uma acumulação de gordura. (IG de<br />

livres nas veias e artérias e auxilia na reconstrução do colagénio na pele.<br />

o organismo. Como também é rica em vitaminas do complexo B ajuda no alívio do stress, ansiedade e depressão.<br />

como o cancro ou a artrite reumatoide.<br />

www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt <strong>Outubro</strong> CONSCIENTE 35


Receitas saudáveis e alternativas<br />

5<br />

Receitas com laranja<br />

Por Ana Rosa<br />

<br />

Frango com Laranja e Hortelã<br />

Tempere o frango com sal e pimenta. Faça um corte em cada pedaço e introduza<br />

uma folha de hortelã. Feche com palitos, unte com manteiga em temperatura<br />

ambiente e leve ao forno a 170ºC. Numa panela junte o sumo de laranja<br />

e o caldo de galinha. Deixe levantar fervura e junte a hortelã picada e a casca<br />

de laranja. Coloque os pedaços de frango numa travessa e despeje o molho.<br />

Enfeite com hortelã e gomos de laranja.<br />

10 pedaços de frango<br />

10 folhas de hortelã<br />

1 1/2 colher de sopa<br />

de manteiga<br />

1/4 de Chávena de suco<br />

de laranja<br />

0,5 chávena de caldo de<br />

galinha<br />

2 colheres de hortelã picada<br />

1 Chávena chá de casca<br />

de laranja ralada<br />

sal; pimenta a gosto<br />

Gomos de laranja para<br />

enfeitar<br />

35 CONSCIENTE <strong>Outubro</strong> www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt


Peixe com Molho de Laranja<br />

Tempere o peixe com o alho, o sal e o sumo de limão e deixe marinar. Numa<br />

panela pequena, junte o sumo com a casca de laranja e leve a lume brando<br />

para ferver. Adicione a manteiga aos poucos, misturando e batendo com um<br />

batedor de mão, para a mistura ficar emulsionada. Retire do lume e tempere<br />

com a pimenta rosa. Entretanto grelhe as postas de peixe em lume forte até<br />

que fiquem cozinhadas e douradas mas sem deixar ressequir.<br />

Disponha o peixe numa travessa e regue com o molho quente.<br />

8 postas de peixe<br />

2 dentes de alho amassados<br />

1/2 colher (chá) de sal<br />

2 colheres (sopa) de sumo de<br />

limão<br />

1 chávena de sumo de laranja<br />

1 colher (sopa) de raspa da casca<br />

de laranja<br />

3/4 de chávena de manteiga<br />

1 colher (sopa) de pimenta rosa<br />

<br />

Bolo de Chocolate e Laranja<br />

75 g de farinha de arroz sem glúten;<br />

50 g de amêndoas moídas<br />

70 g de farinha de aveia sem glúten;<br />

Comece por pré-aquecer o forno a 180 graus. Misture os ingredientes<br />

secos: farinha, as amêndoas moídas, a farinha de aveia, o cacau, o sal e<br />

o fermento num recipiente. Triture as tâmaras com ajuda de um processador<br />

de alimentos até obter uma pasta. Depois, demolhe as tâmaras<br />

para facilitar este processo. Noutro recipiente coloque a bebida vegetal,<br />

o óleo de coco derretido, os ovos, o sumo e as raspas de laranja, juntamente<br />

com a pasta de tâmaras e misture. Adicione o preparado anterior<br />

para a mistura de farinha e envolva tudo até conseguir uma massa<br />

homogénea. Transfira a massa para uma forma forrada com papel vegetal<br />

e leve ao forno durante 25 a 30 minutos ou até o palito sair limpo.<br />

30 g de proteína em pó sabor chocolate;<br />

215 g de tâmaras sem caroço;<br />

35 g de cacau em pó;<br />

¼ de uma colher de chá de sal;<br />

Uma colher de chá de fermento em<br />

pó;<br />

100 ml de óleo de coco derretido;<br />

Raspas e sumo de uma laranja;<br />

Para a versão vegan pode substituir os ovos por ovos de linhaça:<br />

Duas colheres de sopa de linhaça moída misturada com cinco colheres<br />

de sopa de água quente.<br />

2 ovos;<br />

120 ml de bebida vegetal<br />

www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt <strong>Outubro</strong> CONSCIENTE 37


Panquecas de Laranja<br />

Misturar todos os ingredientes secos: farinha, aveia, fermento e sal. Junte os<br />

restantes ingredientes e mexa bem até a mistura ficar homogénea. Pré-aqueça<br />

uma frigideira pequena e antiaderente em fogo médio, e unte com um pouco<br />

de gordura – ( sugestão: deite um pouco de óleo numa folha de papel de cozinha<br />

dobrada, e depois esfregue a frigideira) -. Repita esta operação a cada nova<br />

panqueca.<br />

Nota: Esta receita pode ser congelada. Deixe as panquecas arrefecerem completamente antes de<br />

colocar no congelador. Para descongelar coloque no micro-ondas ou deixe descongelar à temperatura<br />

ambiente<br />

60g de farinha<br />

30g de flocos de aveia<br />

2 colheres de chá de fermento<br />

em pó<br />

1 pitada de sal<br />

1 ovo<br />

4 colheres de sopa de sumo<br />

de laranja<br />

4 colheres de sopa de leite<br />

magro<br />

raspa da casca de 1 laranja<br />

1 colher de sopa de manteiga<br />

derretida


O que é?<br />

Quark<br />

Por Carolina Frias da Costa<br />

Frequentemente utilizado pelos desportistas, este tipo de queijo ganhou<br />

protagonismo nos últimos tempos, mas nem todos sabem<br />

bem o que é, como usar e onde encontrar<br />

O Quark é um tipo de queijo fresco, um pouco ácido e cremoso, e com uma composição nutricional muito<br />

interessante. É uma excelente fonte de proteína, sendo também rico em magnésio, cálcio e fósforo.<br />

Para além disso, o seu teor em lactose é bastante reduzido, o que poderá facilitar a digestão deste queijo,<br />

no caso de dificuldade em digerir esta proteína. A percentagem de gordura do Quark pode variar bastante,<br />

existindo produtos com, por exemplo, 20% de matéria gorda, mas também com 0% de matéria gorda.<br />

Assim, sugerimos que, quando comprar este tipo de queijo, procure ler os rótulos, escolhendo aquele produto<br />

que tiver uma menor percentagem de matéria gorda. Hoje em dia o Quark pode ser encontrado em<br />

todos os hipermercados, a um preço acessível, pelo que existe à disposição um leque aceitável deste tipo<br />

de produtos para escolha. Por não ser um ingrediente frequentemente utilizado, nem sempre parece fácil<br />

incluí-lo na nossa alimentação. Mas é mais fácil do que parece! Desde receitas doces a salgadas, desde<br />

pequenos-almoços a sobremesas, existem formas para todos os gostos de incluir o Quark no dia-a-dia.<br />

40 CONSCIENTE <strong>Outubro</strong> www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt


RECEITAS<br />

Cozinha<br />

Francesa<br />

Por Carolina Frias da Costa<br />

Quiche Lorraine<br />

Ingredientes (para 1 quiche):<br />

1 base de massa quebrada;<br />

Modo de Preparação<br />

sal q.b.;<br />

pimenta q.b.;<br />

noz moscada q.b.;<br />

250g de iogurte grego;<br />

4 ovos;<br />

1 colher de sopa de azeite;<br />

100ml de leite magro;<br />

1 cebola;<br />

100g de bacon de peru;<br />

Pré-aquecer o forno a 200ºC; Forrar uma tarteira de silicone com a massa<br />

250g de queijo emmental ralado<br />

quebrada; Em caso de utilizar uma tarteira normal, untar com azeite antes<br />

de colocar a massa; Numa frigideira, colocar o azeite e a cebola picada;<br />

Alourar em lume médio durante cerca de 3 minutos; Acrescentar o bacon em tiras e deixar alourar mais<br />

um pouco; Retirar e deixar arrefecer; À parte, bater os ovos numa taça, juntamente com o leite e o iogurte;<br />

Juntar o queijo e temperar com o sal, a pimenta e a noz-moscada; Colocar sobre a massa o refogado de<br />

cebola e com as tiras de bacon; Cobrir com o preparado; Levar ao forno durante cerca de 20 minutos.<br />

41 CONSCIENTE <strong>Outubro</strong> www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt


Crepes Simples<br />

Ingredientes (para cerca<br />

de 15 crepes):<br />

500mL de leite magro;<br />

250g de farinha de trigo;<br />

3 ovos;<br />

60g de manteiga magra;<br />

1 pitada de sal<br />

Modo de Preparação<br />

Derreter a manteiga; Bater os ovos, juntamente com o sal; Juntar a farinha, o leite e a manteiga,<br />

batendo sempre; Numa frigideira anti-aderente, colocar um pouco de massa (1 concha de sopa),<br />

espalhar e deixar cozinhar em lume brando uns minutos, até à massa descolar à volta; Virar o crepe<br />

e deixar cozinhar mais um pouco; Repetir o processo para os restantes crepes; Depois de cozinhados,<br />

os crepes estão prontos a servir. Pode-se acrescentar os ingredientes a gosto, doces ou salgados.<br />

Sopa de cebola<br />

Ingredientes (para 1 panela):<br />

500g de cebola;<br />

50g de azeite;<br />

1 colher de sopa de farinha de trigo;<br />

1 colher de sopa de açúcar;<br />

2L de água;<br />

sal q.b.;<br />

tomilho q.b.;<br />

1 pão seco;<br />

200g de queijo flamengo magro ralado.<br />

www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt Dezembro CONSCIENTE 43


Modo de Preparação<br />

Pré-aquecer o forno a 200ºC; Descascar e cortar as cebolas; Colocar as cebolas numa panela em lume<br />

brando; Mexer até dourar; Acrescentar a farinha lentamente, misturando sempre; Juntar a água, o<br />

açúcar, o tomilho, o sal e a pimenta; Tapar e deixar cozinhar em lume médio durante cerca de 45 minutos;<br />

No final, colocar a sopa em taças individuais de ir ao forno; Colocar pedaços pequenos do pão<br />

sobre a sopa; Cobrir com o queijo ralado e levar ao forno até gratinar.<br />

Souflé de queijo<br />

Ingredientes (para 4 doses):<br />

250mL de leite magro;<br />

3 colheres de sopa de farinha de<br />

trigo;<br />

4 ovos;<br />

1 colher de sobremesa de manteiga;<br />

100g de queijo flamengo magro<br />

ralado;<br />

sal q.b.;<br />

pimenta preta q.b.<br />

Modo de Preparação<br />

Pré-aquecer o forno a 200ºC; Derreter a manteiga num tacho e juntar a farinha; Acrescentar o leite lentamente,<br />

mexendo sempre; Quando a mistura estiver espessa, temperar com o sal e a pimenta e juntar o queijo ralado;<br />

Separar as claras e as gemas; Bater as claras em castelo; Com o lume desligado, juntar as gemas à mistura preparada;<br />

Acrescentar as claras, envolvendo (sem mexer); Colocar em taças individuais de ir ao forno previamente<br />

untadas com manteiga; Levar ao forno a 170ºC durante cerca de 20 minutos; Ao final desse tempo, desligar o<br />

forno e abrir ligeiramente a porta; Deixar arrefecer durante cerca de 15 minutos e retirar os souflés do forno.<br />

44 CONSCIENTE <strong>Outubro</strong> www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt


Modo de Preparação<br />

Ratatouille<br />

Ingredientes (para 4 doses):<br />

Num tacho, colocar o azeite, a cebola, o alho e o pimento e deixar refogar um<br />

pouco; Juntar os tomates sem pele cortado aos cubos; Acrescentar as courgettes<br />

e a beringela cortadas em cubos; Temperar com o sal, a pimenta e as ervas aromáticas;<br />

Mexer bem, juntar a água e deixar cozinhar; Quando levantar fervura,<br />

colocar em lume brando e deixar cozinhar mais um pouco.<br />

2 courgettes;<br />

4 tomates;<br />

1 cebola;<br />

1 dente de alho;<br />

1 beringela;<br />

1 pimento vermelho;<br />

3 colheres de sopa de azeite;<br />

200mL de água;<br />

salsa q.b.;<br />

tomilho q.b.;<br />

sal q.b.;<br />

Magrett de pato com laranja<br />

Ingredientes<br />

(para 4 doses):<br />

2 peitos de pato<br />

(com capa de gordura);<br />

1 dente de alho;<br />

4 laranjas;<br />

sal q.b<br />

Modo de Preparação<br />

Com uma faca, fazer cortes na capa de gordura dos peitos de pato (os cortes não deverão<br />

atingir a carne); Temperar com sal a gosto, o alho em rodelas e o sumo de 1 laranja; Numa<br />

frigideira, colocar os peitos<br />

de pato; Cozinhar durante cerca<br />

de 10 minutos em lume médio;<br />

Virar os peitos de pato e<br />

deixar cozinhar mais um pouco,<br />

até à pele estar bem dourada;<br />

Servir, juntamente com as<br />

restantes laranjas cortadas em<br />

fatias finas.<br />

www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt <strong>Outubro</strong> CONSCIENTE 45


Crónicas MAIS SAÚDE<br />

Mês de OUTUBRO<br />

48 VIDEO EDUCATIVO ENSINA CRIANÇAS A PREVENIR O ENFARTE<br />

Dia Mundial do Coração assinala-se a 29 de Setembro<br />

49 DIAGNÓSTICO ATEMPADO PODIA EVITAR 60% DOS CASOS DE PERDA<br />

DE VISÃO<br />

Dia do Sistema Nacional de Saúde assinalou-se a 15 de Setembro<br />

50 DETEÇÃO E TRATAMENTO PRECOCE DA AMBLIOPIA NAS CRIANÇAS<br />

PREVINE PERDA DE VISÃO<br />

Associação de Profissionais Licenciados de optometria—Artigo de Opinião<br />

51 ATLETAS NADAM PARA APOIAR ALZHEIMER PORTUGAL<br />

Campanha ‘ Amigos na Demência’ recebe apoio solidário<br />

52 DOENÇA DE ALZHEIMER É A 3ª CAUSA DE MORTE PREMATURA<br />

53 1 EM CADA 15 PORTUGUESES COM MAIS DE 80 ANOS SOFREM DE ES-<br />

TENOSE AORTICA


+ Saúde<br />

VIDEO EDUCATIVO ENSINA CRIAN-<br />

ÇAS A PREVENIR O ENFARTE<br />

Dia mundial do Coração assinala-se a 29 de Setembro<br />

Andreia Garcia || andreiagarcia@miligrama.com.pt ||<br />

A<br />

Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular<br />

(APIC) vai promover um vídeo<br />

de sensibilização para a importância de prevenir<br />

o enfarte agudo do miocárdio, em escolas<br />

a nível nacional. A iniciativa, que se<br />

dirige a crianças dos 5 aos 10 anos, assinala<br />

as comemorações do Dia Mundial do Coração. “Acreditamos que<br />

se ensinarmos as crianças desde muito cedo a compreender a<br />

gravidade do enfarte agudo do miocárdio e como podem prevenir<br />

esta doença, estaremos a contribuir para a educação e promoção<br />

da saúde e para que, no futuro, se transformem em adultos mais<br />

saudáveis”, explica João Brum Silveira, presidente da APIC. E<br />

acrescenta: “Com este vídeo queremos ainda, além de transmitir<br />

mensagens capazes de melhorar a prevenção da doença, incentivar<br />

os mais novos a encorajar os pais a adotar comportamentos<br />

mais saudáveis e reforçar que, através do reconhecimento e valorização<br />

dos sintomas de alerta para o enfarte agudo do miocárdio,<br />

permitimos um tratamento rápido e mais eficaz”. O vídeo pode ser<br />

visualizado em https://youtu.be/B6cjwCZfMKc O enfarte agudo do<br />

miocárdio, ou ataque cardíaco, ocorre quando uma das artérias do<br />

coração fica obstruída, o que faz com que uma parte do músculo<br />

cardíaco fique em sofrimento por falta de oxigénio e nutrientes.<br />

Esta obstrução é habitualmente causada pela formação de um<br />

coágulo devido à rutura de uma placa de colesterol. Os sintomas<br />

mais comuns são a dor no peito, por vezes com irradiação ao<br />

braço esquerdo, costas e pescoço, acompanhada de suores, náuseas,<br />

vómitos, falta de ar e ansiedade. Na presença destes sintomas<br />

é importante ligar imediatamente para o número de emergência<br />

médica – 112 e esperar pela ambulância que estará equipada<br />

com aparelhos que registam e monitorizam a atividade do coração<br />

e permitem diagnosticar o enfarte. Para evitar um enfarte é importar<br />

adotar estilos de vida saudáveis: não fumar; reduzir o colesterol;<br />

controlar a tensão arterial e a diabetes; fazer uma alimentação<br />

saudável; praticar exercício físico; vigiar o peso e evitar o<br />

stress.<br />

A Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular<br />

(APIC), uma entidade sem fins lucrativos, está a promover,<br />

em Portugal, a campanha Stent Save a Life – Não perca<br />

Tempo, Salve uma vida” com o objetivo de melhorar a prestação<br />

de cuidados médicos ao doente com enfarte e o seu<br />

acesso ao tratamento mais adequado. Para mais informações<br />

consulte: www.apic.pt<br />

48 CONSCIENTE <strong>Outubro</strong> www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt


Diagnóstico Atempado podia<br />

evitar 60% dos casos de<br />

+ Saúde<br />

perda de visão<br />

Andreia Garcia || andreiagarcia@miligrama.com.pt ||<br />

Dia do Serviço Nacional de Saúde assinalou-se a 15<br />

de Setembro<br />

Um estudo realizado pela Universidade Nova de Lisboa<br />

revela que dos mais de dois milhões de portugueses<br />

com algum tipo de deficiência visual, “dois terços dos<br />

casos de perda de visão depois dos 50 anos seriam<br />

evitáveis quando diagnosticados a tempo”. O estudo<br />

indica ainda que o “tempo médio de acesso a uma consulta<br />

de oftalmologia no Serviço Nacional de Saúde<br />

ronda os seis meses”.“Em Portugal, muitas pessoas<br />

mais velhas vivem com perda de visão evitável, causadas<br />

por erro de refração e catarata. Ambas as condições<br />

podiam ser diagnosticadas atempadamente por<br />

um simples exame ocular, realizado pelo optometrista.<br />

No entanto, no nosso país, ainda não existem cuidados<br />

de saúde primários, ao nível do Serviço Nacional da<br />

Saúde, acessíveis a toda a população”, refere Raúl<br />

Sousa, presidente da Associação de Profissionais Licenciados<br />

de Optometria (APLO). De acordo com os<br />

dados recolhidos pelos investigadores da Universidade<br />

Nova, “as perdas associadas à cegueira variam entre<br />

74 e 185 milhões de euros. Por sua vez, a redução de<br />

produtividade associada à perda moderada e grave da<br />

visão varia entre 130 e os 555 milhões de euros”. Mais<br />

de dois milhões de portugueses são atingidos por dificuldades<br />

em ver, sendo as mulheres as mais afetadas<br />

(27,5%) que os homens. A percentagem de pessoas<br />

com dificuldades em ver aumenta com a idade: cerca<br />

de 9% até aos 34 anos, 14% entre 35 e 44 anos, 30 a<br />

32% entre os 45 e 74 anos, e superior a 40% para idades<br />

mais avançadas. Estima-se que entre os adultos<br />

com mais de 50 anos, cerca de 42 mil sofram de cegueira<br />

e mais de 260 mil sofram de perda da visão moderada<br />

e grave na população. As conclusões são do<br />

estudo Saúde da Visão – Impacto Socioeconómico,<br />

conduzido pela Universidade Nova de Lisboa.<br />

A Associação de Profissionais Licenciados de Optometria<br />

(APLO) representa os Optometristas, a maior<br />

classe profissional de prestadores de cuidados para<br />

a saúde da visão, em Portugal. Atualmente conta<br />

com cerca de 1.100 associados. A APLO é membro<br />

Fundador da Academia Europeia de Optometria e<br />

Óptica, membro do Conselho Europeu de Optometria<br />

e Óptica e membro do Conselho Mundial de Optometria.<br />

Para mais informações consulte www.aplo.pt<br />

www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt Dezembro CONSCIENTE 49


+ Saúde<br />

Deteção e tratamento precoce da ambliopia nas crianças<br />

previne perda da visão<br />

Artigo de Opinião de Raúl Sousa, presidente da Associação de Profissionais Licenciados de Optometria<br />

Fábio Duarte | fabioduarte@miligrama.com.pt |<br />

A ambliopia ou "olho preguiçoso" consiste na diminuição da acuidade<br />

visual de um olho ou dos dois olhos não melhorável com óculos ou<br />

lentes de contacto, devido a problemas no desenvolvimento da visão,<br />

e afeta principalmente as crianças. É um reconhecido problema de<br />

saúde pública, sendo a causa mais frequente de perda de visão monocular<br />

entre os 20 e os 70 anos de idade. Aproximar-se muito dos<br />

objetos para ver ou semicerrar os olhos para tentar ver melhor, podem<br />

ser sinais de ambliopia nas crianças. Já o estrabismo, o erro refrativo<br />

ou diferença de graduação entre os olhos (anisometropia) e a obstrução<br />

do eixo visual são as principais causas de ambliopia. Para corrigir<br />

a ambliopia pode ser necessário o uso de óculos com graduação para<br />

correção de erros refrativos, e nos casos mais graves pode estar indicada<br />

a cirurgia precoce para permitir a estimulação do córtex visual.<br />

Esta condição é detetada, diagnosticada e tratada nos cuidados primários<br />

de saúde pelos Optometristas. Contudo, Portugal tem o mesmo<br />

nível de cuidados primários para a saúde da visão que o pior dos<br />

países do terceiro mundo, ou seja, são inexistentes. Sobre a inexistência<br />

de cuidados primários para a saúde da visão no SNS, devemos<br />

refletir sobre as palavras de Daksha Patel, Oftalmologista e professora<br />

especialista em saúde global do Instituto de Higiene e Medicina Tropical<br />

de Londres, e Dr. Serge Resnikoff, Coordenador da unidade de<br />

Prevenção e Gestão de Doenças Crónicas da Organização Mundial de<br />

Saúde: “A disponibilização de serviços de erros refrativos devia, idealmente,<br />

fazer parte do serviço de saúde. Contudo, também tem de ter<br />

em conta o que é aceitável pelo indivíduo e pela comunidade.” E “A<br />

correção dos erros de refração é uma intervenção simples e económica<br />

no tratamento oftalmológico”. Se as recomendações da Organização<br />

Mundial de Saúde e da Agência Internacional para a Prevenção da<br />

Cegueira, tanto para a ambliopia infantil, como para todos os erros<br />

refrativos, são para a disponibilização de consultas de Optometria nos<br />

centros de saúde, e para a prescrição de óculos, a pergunta é: porque<br />

é que o Governo não as cumpre? Porque se mantém o estado atual de<br />

agravamento de listas de espera de atendimento em Oftalmologia no<br />

Hospital, quando se pode implementar uma verdadeira solução por<br />

menos dinheiro e muito mais rápida na prestação dos cuidados de<br />

saúde para a visão?Não há justificação razoável para a decisão da<br />

Direção-Geral da Saúde por um mero rastreio apenas à ambliopia e só<br />

para as crianças com 2 e 4 anos de idade, perante a opção alternativa<br />

recomendada pela OMS de consulta de saúde da visão, em centro de<br />

saúde, por Optometrista, para todas as idades, para todos os problemas<br />

visuais, com menor custo e real acesso ao tratamento. Esta segunda<br />

abordagem resolveria mais de 80% dos problemas da saúde de<br />

visão de forma imediata.A implementação de Consulta de Optometria<br />

nos centros de saúde permitiria uma redução significativa do impacto<br />

desta doença, melhorando a prevenção, deteção e correção de erros<br />

refrativos de forma atempada, através da reabilitação após o diagnóstico<br />

da presença de ambliopia. A APLO defende ainda que a integração<br />

de Optometristas no Serviço Nacional de Saúde é a solução para resolver<br />

o problema crónico na lista de espera de Oftalmologia e para<br />

melhorar o acesso de todos os portugueses aos cuidados necessários<br />

para a saúde da visão. Em 2017 ficaram por realizar 233.228 consultas<br />

de Oftalmologia.<br />

A Associação de Profissionais Licenciados de Optometria (APLO) representa os<br />

Optometristas, a maior classe profissional de prestadores de cuidados para a<br />

saúde da visão, em Portugal. Atualmente conta com cerca de 1.100 associados. A<br />

APLO é membro Fundador da Academia Europeia de Optometria e Óptica, membro<br />

do Conselho Europeu de Optometria e Óptica e membro do Conselho Mundial<br />

de Optometria. Para mais informações consulte: www.aplo.pt<br />

50 CONSCIENTE <strong>Outubro</strong> www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt


Atletas Nadam para apoiar a<br />

Alzheimer Portugal<br />

+ Saúde<br />

Fábio Duarte | fabioduarte@miligrama.com.pt |<br />

Campanha “Amigos na Demência” recebe apoio solidário<br />

A campanha “Amigos na Demência” da Alzheimer Portugal vai contar<br />

com o apoio solidário de Susana Novais Santos, campeã portuguesa<br />

de natação em águas abertas. No próximo dia 1 de setembro, a atleta<br />

e um grupo de amigos vão fazer a nado uma travessia solidária desde<br />

a Meia Praia, em Lagos, até à Praia da Rocha, em Portimão. Esta ação,<br />

que compreende um percurso com cerca de 13 quilómetros, tem<br />

como objetivo angariar fundos para a campanha lançada em Portugal<br />

no passado mês de julho. Com a hora de partida marcada para as<br />

8h30, prevê-se que a equipa de nadadores chegue à meta a partir do<br />

meio-dia. José Carreira, presidente da Alzheimer Portugal, refere que<br />

“esta travessia solidária, e o gesto da Susana em particular, são um<br />

grande exemplo de como nós, enquanto cidadãos, podemos ser<br />

“Amigos na Demência”. Basta querermos aprender um pouco mais<br />

sobre como é viver com demência e depois transformar essa aprendizagem<br />

numa ação (que pode ser pequena ou grande) em favor da<br />

Pessoa com Demência”. Susana Novais Santos, neurocientista de<br />

profissão, é atualmente a única mulher portuguesa que conseguiu<br />

efetuar o percurso da Ilha das Berlengas até Peniche a nado. Para o<br />

próximo desafio, a atleta convidou os nadadores Paulo Sousa, Tomás<br />

Metcalfe, Brian Fortune e José Faustino. A campanha “Amigos na<br />

Demência” é uma iniciativa da Alzheimer Portugal, que visa mudar a<br />

forma como o nosso país pensa, age e fala sobre a demência. Integrada<br />

no movimento global “Dementia Friends”, esta iniciativa tem como<br />

objetivo geral aumentar a compreensão sobre as demências no nosso<br />

país e convidar os cidadãos a comprometerem-se ativamente na melhoria<br />

do dia a dia das pessoas com demência.<br />

Alzheimer Portugal<br />

A Alzheimer Portugal é a única organização em Portugal,<br />

de âmbito nacional, especificamente constituída com o<br />

objetivo de promover a qualidade de vida das pessoas com<br />

demência e dos seus familiares e cuidadores. Tem como<br />

visão uma sociedade que integre as pessoas com demência<br />

e reconheça os seus direitos. Conheça-nos melhor em<br />

www.alzheimerportugal.org.<br />

www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt <strong>Outubro</strong> CONSCIENTE 51


+ Saúde<br />

Doença de Alzheimer<br />

é a terceira causa de<br />

morte prematura<br />

Andreia Garcia |Catarina Seixas|| andreiagarcia@miligrama.com.pt |catarinaseixas@miligrama.com.pt||<br />

O<br />

s anos de vida perdidos devido de contribuir para o melhor conhecimento das suas<br />

à doença de Alzheimer aumentaram<br />

em 82,7%, entre organização em Portugal, de âmbito nacional, es-<br />

causas e efeitos.” A Alzheimer Portugal é a única<br />

1990 e 2016, de acordo com pecificamente constituída com o objetivo de promover<br />

a qualidade de vida das pessoas com doença<br />

um estudo divulgado pela Direção<br />

Geral de Saúde (DGS). de Alzheimer e dos seus familiares e cuidadores.<br />

A mesma fonte revela que a doença de Alzheimer é Pode consultar o site da associação através do endereço<br />

www.alzheimerportugal.org. A Organização<br />

a terceira principal causa de morte prematura, no<br />

ranking de 2016. O aumento do tempo médio de Mundial de Saúde estima que em todo o mundo<br />

vida dos portugueses é acompanhado por um existam 47.5 milhões de pessoas com demência,<br />

acréscimo do tempo vivido em condições incapacitantes,<br />

tais como as doenças do foro mental e do e quase triplicar em 2050 para os 135.5 milhões. A<br />

número que pode atingir os 75.6 milhões em 2030<br />

comportamento mental, que representam 19% da doença de Alzheimer assume, neste âmbito, um<br />

carga da morbilidade e incapacidade.“Infelizmente lugar de destaque, representando cerca de 60 a<br />

ainda existem pessoas que não têm consciência de 70% de todos os casos de demência (World Health<br />

que os hábitos e um estilo de vida mais saudáveis Organization [WHO], 2015).<br />

podem fazer uma grande diferença na nossa saúde.<br />

De tal forma que, existem pequenas ações no dia-adia<br />

que nos ajudam a reduzir os riscos de desenvolver<br />

doença de Alzheimer ou outras formas de demência.”,<br />

explica José Carreira, Presidente da<br />

Alzheimer Portugal. E acrescenta que “a Associação<br />

Alzheimer Portugal disponibiliza toda a informação<br />

sobre a doença de Alzheimer com o objetivo<br />

52 CONSCIENTE Dezembro www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt


1 em cada 15 portugueses com mais de<br />

80 anos sofre de estenose aórtica<br />

+ Saúde<br />

Dia Mundial da Terceira Idade celebra-se a 28 de outubro<br />

A ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE INTERVENÇÃO CARDIOVAS-<br />

CULAR, UMA ENTIDADE SEM FINS LUCRATIVOS, TEM POR<br />

FINALIDADE O ESTUDO, INVESTIGAÇÃO E PROMOÇÃO DE<br />

ATIVIDADES CIENTÍFICAS NO ÂMBITO DOS ASPETOS MÉDICOS,<br />

CIRÚRGICOS, TECNOLÓGICOS E ORGANIZACIONAIS DA INTER-<br />

VENÇÃO CARDIOVASCULAR. A APIC ESTÁ A PROMOVER, EM<br />

PORTUGAL, A CAMPANHA VALVE FOR LIFE PARA AUMENTAR A<br />

CONSCIENCIALIZAÇÃO PARA A ESTENOSE AÓRTICA.<br />

Andreia Garcia || andreiagarcia@miligrama.com.pt ||<br />

A<br />

estenose aórtica é uma doença<br />

que afeta 32 mil portuguenados<br />

com o tratamento. Atualmente existem 5<br />

(cirurgia convencional) e diminui os riscos relacioses,<br />

maioritariamente pessoas centros públicos e 6 centros privados de Hemodinâmica,<br />

em Portugal, com capacidade para a rea-<br />

acima dos 80 anos, limitando<br />

as suas capacidades e qualidade<br />

de vida. Frequentemente, Campante Teles, Coordenador da campanha Vallização<br />

deste procedimento médico”, explica Rui<br />

os seus sintomas (cansaço, dor no peito e desve<br />

For Life. A aorta é a principal artéria do nosso<br />

maios) não são valorizados pelas famílias portuguesas<br />

e o diagnóstico acaba por ser adiado, o<br />

que pode ser fatal. O alerta é da Associação Portuguesa<br />

de Intervenção Cardiovascular (APIC) à<br />

margem das comemorações do Dia Mundial da<br />

Terceira Idade que se assinala a 28 de outubro.<br />

“É importante sensibilizar a população para a valorização<br />

dos sintomas desta doença, principalmente<br />

o cansaço que é muito comum associar-se<br />

à terceira idade, de forma a que se possa fazer<br />

um diagnóstico precoce e encaminhar para um<br />

tratamento o mais rapidamente possível”, alerta<br />

João Brum Silveira, presidente da APIC. “Cada<br />

vez mais o tratamento desta doença passa pelo<br />

implante de uma nova válvula cardíaca, através<br />

de um cateter introduzido por uma artéria<br />

(geralmente na virilha), sem necessidade de parar<br />

o coração. Esta técnica minimamente invasiva é,<br />

para muitos especialistas, o grande avanço da<br />

cardiologia dos últimos 20 anos. Tem inúmeras<br />

vantagens em relação à cirurgia de peito aberto<br />

corpo que transporta sangue para fora do coração.<br />

Quando o sangue sai do coração flui da válvula<br />

aórtica para a artéria aorta. A válvula aórtica<br />

tem como função evitar que o sangue bombeado<br />

pelo coração não volte para trás. Na presença de<br />

estenose, a válvula aórtica não abre completamente,<br />

vai ficando cada vez mais estreita e isso<br />

diminui o fluxo sanguíneo do coração. Se não for<br />

detetada atempadamente esta doença pode ter<br />

um desfecho letal. O diagnóstico da estenose aórtica<br />

pode ser confirmado com recurso à auscultação,<br />

ecocardiografia com doppler, seguindo-se<br />

muitas vezes um cateterismo cardíaco para completar<br />

o estudo.<br />

Para mais informações sobre esta doença e o seu tratamento<br />

consulte o site: www.apic.pt ou<br />

www.valveforlife.pt<br />

www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt Novembro CONSCIENTE 53


52 CONSCIENTE Setembro


Seguran<br />

56 CONSCIENTE <strong>Outubro</strong> www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt


ça Alimentar<br />

Por Rubina iquebal<br />

D<br />

e acordo com a Organização alimentos que não causam danos ao consumidor.<br />

Mundial da Saúde (OMS) os No entanto, na implementação dos sistemas de<br />

surtos de doenças transmitidas<br />

por alimentos ocorrem ocorrem nos alimentos, implementando práticas<br />

gestão é necessário identificar os perigos que<br />

periodicamente em quase para o seu controlo. Os perigos que estão presentes<br />

nos alimentos podem ser biológicos, químicos<br />

todos os continentes, mostram<br />

que os alimentos não seguros constituem um e físicos, podendo surgir em qualquer etapa da<br />

problema de saúde pública a nível mundial e que cadeia alimentar como se pode ver no Quadro 1.<br />

mais de 200 doenças são transmitidas através de<br />

alimentos. Essas doenças podem causar efeitos<br />

adversos à saúde desde a gastroenterite, cancro,<br />

doenças hepáticas e renais. A Declaração Mundial<br />

e Nutrição da FAO/OMS referem que o acesso a<br />

alimentos seguros e nutritivos é um direito individual<br />

básico. Atualmente o conceito de segurança<br />

alimentar significa que se devem implementar sistemas<br />

de gestão que possibilitem a produção de<br />

Perigos<br />

Biológicos<br />

Bactérias<br />

Perigos<br />

Químicos<br />

Pesticidas<br />

Perigos<br />

Físicos<br />

Frações de plástico<br />

Vírus Metais pesados Pedaços de metal<br />

Fungos<br />

Parasitas<br />

Agentes de limpeza<br />

Toxinas das plantas<br />

Fragmentos de<br />

vidro<br />

Pedaços de madeira<br />

Perigos que deve conhecer..<br />

Existem quatro tipos de perigos: biológicos, químicos, físicos e, por último os nutricionais. Os perigos biológicos<br />

são os que revelam maior risco à inocuidade dos alimentos e estima-se que cerca de 90% das doenças<br />

transmitidas por alimentos sejam provocadas por microrganismos. Os perigos químicos nos alimentos raramente<br />

colocam de imediato a vida em risco. No entanto, a exposição prolongada a pequenas doses de compostos<br />

consumidos pode constituir um risco para a saúde como o cancro, malformações à nascença, asma, alergias,<br />

perturbações no desenvolvimento cerebral nas crianças, doenças cardiovasculares, diabetes, obesidade entre<br />

outros. Os perigos físicos são causados por agentes/objetos estranhos aos géneros alimentícios que quando<br />

ingeridos inadvertidamente podem ter um impacto grave na saúde dos consumidores.<br />

www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt <strong>Outubro</strong> CONSCIENTE 57


Existem também os perigos nutricionais que dizem respeito à utilização de nutrientes em excesso ou escassa<br />

como por exemplo o sal, açúcar, álcool, vitaminas, gorduras e sais minerais, a qual pode ter um impacto negativo<br />

na saúde dos consumidores, como o aumento para a predisposição de certas doenças como a diabetes,<br />

hipertensão arterial e obesidade mórbida e também estão incluídos os perigos associados à presença de alergénios.<br />

Contudo a adoção de boas práticas de fabrico baseadas nos Princípios Gerais do Codex para a higiene dos<br />

alimentos é o primeiro passo na defesa da segurança alimentar. Estes princípios funcionam como uma base<br />

sólida para garantir a higiene alimentar desde a produção primária até ao consumidor destacando o controlo<br />

da higiene dos processos a serem adotados em cada etapa. Em Portugal de modo a garantir a segurança alimentar<br />

existem autoridades nacionais que são responsáveis pela fiscalização, avaliação e comunicação do risco<br />

na cadeia alimentar e cabe às empresas uma implementação das exigências regulamentares. Contudo para melhorar<br />

a segurança alimentar, é necessária uma abordagem baseada no Sistema HACCP (Análise de Perigos e<br />

Pontos Críticos de Controlo) a qual é obrigatória em Portugal a partir da implementação do Regulamento<br />

852/2004. O Sistema HACCP é uma abordagem sistemática para a identificação, avaliação e controle de perigos<br />

na produção de alimentos, com incidência nos pontos críticos para a segurança alimentar.<br />

57 CONSCIENTE <strong>Outubro</strong> www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt


www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt Novembro CONSCIENTE 59


Uma Imagem<br />

80 60 CONSCIENTE <strong>Outubro</strong> Agosto www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!