Outubro_2018_revistaconsciente
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Número 26
Revista digital | Bimensal |Gratuita Nº27 | <strong>Outubro</strong> <strong>2018</strong><br />
Direção<br />
Maria Paula Dias<br />
Psicologia clínica<br />
mpdias@<strong>revistaconsciente</strong>.pt<br />
Marketing & Publicidade<br />
Maria Paula Dias<br />
geral@<strong>revistaconsciente</strong>.pt<br />
Edição<br />
Maria Paula Dias<br />
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Contactos de Redação<br />
Apartado 1, EC Barreiro, 2831-909 Barreiro — 91 254 71 26<br />
Cronistas<br />
Andreia Rodrigues de Almeida — Psicologia soc. e das organizações<br />
Andreia.domingos88@hotmail.com<br />
Ana Rosa— Nutricionista<br />
dietista.anaRosa@gmail.com<br />
Cláudia Oliveira—Psicóloga Clínica<br />
A.c.borgesoliveira@gmail.com<br />
Carolina Frias Costa—Nutricionista<br />
cfriasc@gmail.com<br />
Mafalda Marques—serviço social<br />
mafmar2@gmail.com<br />
Rita António—Psicologia Clínica<br />
ritasofiacnfantonio@gmail.com<br />
Cristina Morais—Historiadora<br />
cristina_i8@hotmail.com<br />
Agradecemos a colaboração de ondaid, lpm comunicação e miligrama<br />
É expressamente proibido a reprodução desta edição em qualquer língua, no seu todo ou em parte, sem a prévia autorização escrita da CONSCIENTE<br />
● Todos as opiniões expressas<br />
são da inteira responsabilidade dos autores ● O Estatuto Editorial está disponível na pagina de internet : www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt ● As imagens/fotografias aqui<br />
utilizadas foram pesquisadas com recurso à internet não sendo portanto nenhuma original à publicação Consciente .<br />
Revista consciente<br />
<strong>Outubro</strong> <strong>2018</strong><br />
Registo Nº 126882<br />
Edição nº 27<br />
WEB<br />
www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt<br />
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Suporte On-Line Digital Periodicidade BiMensal Registo Nº 126882 Propriedade: Maria Paula Dias<br />
www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt <strong>Outubro</strong> CONSCIENTE 3
conteúdos 27<br />
Ediçâo Nº<br />
10<br />
16<br />
20<br />
32<br />
7 editorial<br />
O Mês de...............OUTUBRO<br />
9 frações & números<br />
10 sentidos sociais<br />
Plano DOM<br />
16 emprego & carreiras<br />
Nota 20 . Entrevista de emprego<br />
20 dossier experiência<br />
A Morte<br />
32 sobrevivência<br />
Frontalidade amarga<br />
34 super alimentos<br />
Laranja: Além Vit. C<br />
36 receitas saudáveis e<br />
alternativas<br />
Receitas com laranja<br />
40 o que é?<br />
Quark<br />
42 Receitas<br />
Cozinha francesa<br />
46 + saúde<br />
Segurança Alimentar<br />
56 Saúde<br />
Segurança Alimentar<br />
60 uma imagem
Editorial<br />
Mês de <strong>Outubro</strong><br />
Por Maria Paula Dias<br />
Mês de <strong>Outubro</strong>. Iniciámos com um verão adiado. As roupas quentes aguardam no roupeiro. As primeiras<br />
chuvas nem tão cedo aparecem. Nesta edição façamos uma pausa para respirar de novo. Esperança. Novo<br />
ano avizinha-se e com este novos planos. Até lá, refletimos. E lemos! A consciente! Nesta edição abordamos<br />
a morte. O que nos diz quem por lá passou. O que nos diz quem a estuda. Tema temido. Pelo sofrimento,<br />
pela dor, pelo fim. Mas tema vencido . Interessante. Abordamos o Plano Dom que findou a sua<br />
existência contudo deu lugar ao plano Sere +. Informação não nos falta. Nota 20 na entrevista de emprego.<br />
Saiba como pode vencer na reta final de um processo de seleção. Em saúde deixamos as notas informativas<br />
habituais e o artigo sobre a segurança alimentar. O que está além da vitamina C. Não só a laranja<br />
nos traz vitamina C. Saiba mais. Sem esquecer as nossas sugestões para refeições com laranja. A<br />
cozinha francesa é o tema que por fim também salientamos. Sinta-se em casa ou fora de Portugal com<br />
os mais simples e comuns pratos franceses.<br />
Boas Leituras!<br />
A equipa da revista consciente<br />
Alguns Dias Especiais:<br />
1 de <strong>Outubro</strong>—Dia internacional<br />
do idoso<br />
2 de <strong>Outubro</strong>—dia mundial<br />
dos Animais de Quinta<br />
5 de <strong>Outubro</strong>—Implantação da<br />
Republica (feriado)<br />
17 de <strong>Outubro</strong>—Dia mundial<br />
da erradicação da pobreza<br />
28 de <strong>Outubro</strong> —Dia mundial<br />
da terceira idade<br />
29 de <strong>Outubro</strong>—Dia mundial<br />
do AVC<br />
30 de <strong>Outubro</strong>—Dia intenacional<br />
da prevenção do cancro da<br />
mama<br />
outubro <strong>2018</strong><br />
dom seg ter qua qui sex sáb<br />
1 2 3 4 5 6<br />
7 8 9 10 11 12 13<br />
14 15 16 17 18 19 20<br />
21 22 23 24 25 26 27<br />
28 29 30 31<br />
www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt <strong>Outubro</strong> CONSCIENTE 7
NÚMEROS & FRAÇÕES<br />
100 milhões<br />
100 milhões de toneladas de laranjas são produzidas<br />
anualmente. 22 milhões são produzidos na Europa,<br />
para consumo do produto fresco. Os maiores importadores<br />
são a Alemanha , França , Holanda e Inglaterra. Brasil,<br />
India e China são oe maiores produtores respetiva-<br />
15 milhões<br />
mente.<br />
Fonte: faostat, 2010<br />
FALECERAM ONTEM—DIA 18 DE SETEMBRO DE<br />
<strong>2018</strong>—CERCA DE 100 MIL PESSOAS, NO MUNDO<br />
INTEIRO. 15 MILHÕES DE PESSOAS MORREM A<br />
CADA ANO QUE PASSA, NO PLANETA TERRA.<br />
-45ºC<br />
FONTE: WORLDMETERS, OMS<br />
As temperaturas médias da<br />
região da Antártica são de –<br />
30ºC a –65 ºC, mais sentidos<br />
nos seis meses de escuridão<br />
do inverno. A 18 de Setembro<br />
de <strong>2018</strong> estão perto<br />
de - 45ºC<br />
FONTE: FAOSTAT<br />
193 países<br />
Existem cerca de 193 países no planeta<br />
Terra, excetuando-se o Vaticano e os<br />
restantes que não são reconhecidos:<br />
Taiwan,Ilhas caimão,Aruba, Gronelândia<br />
e ....a Onu ainda prestou declarações<br />
sobre o facto do Vaticano não ter sido<br />
incluído...(?!)Fonte:ONU<br />
www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt <strong>Outubro</strong> CONSCIENTE 9
SENTIDOS SOCIAIS<br />
plano<br />
DOM<br />
Por Mafalda Marques<br />
Desafios… Oportunidades…Mudanças… para todos… para crianças e<br />
jovens que veem os seus direitos violados, os quais devem ser restabelecidos. Para<br />
isso devemos Sensibilizar… Envolver… Renovar... sempre com Esperança e<br />
dando sempre Mais! Venha conhecer o Plano DOM, um plano que surge da<br />
necessidade de melhorar a intervenção com crianças e jovens que se encontrem em<br />
acolhimento institucional, um plano que evoluiu e se renovou e se transformou no<br />
Plano SERE +.<br />
10 CONSCIENTE <strong>Outubro</strong> www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt
P<br />
erante realidades<br />
em que crianças e<br />
jovens se encontrem<br />
em situação familiar<br />
de risco, a Lei de<br />
Proteção de Crianças<br />
e Jovens em Perigo<br />
privilegia o acolhimento<br />
familiar<br />
em vez do acolhimento<br />
em instituições.<br />
No entanto,<br />
segundo o Relatório<br />
Casa 2016, apenas<br />
3,2% das crianças e<br />
jovens em perigo<br />
estão numa família<br />
de<br />
acolhimento.<br />
Uma realidade que<br />
nos assombra desde<br />
sempre, e que impôs a que o<br />
Estado definisse estratégias<br />
que assegurassem uma resposta<br />
de qualidade e adequada no<br />
âmbito do acolhimento em instituição.<br />
Dessa necessidade, em<br />
2007, nasce o Plano DOM - Desafios,<br />
Oportunidades e Mudanças.<br />
O contexto social atual<br />
e a sua contínua mudança levam-nos<br />
a uma realidade social<br />
multidimensional e complexa<br />
que pauta os percursos de vida<br />
de crianças e jovens que chegam<br />
ao acolhimento institucional,<br />
o que exige das instituições<br />
um processo de permanente<br />
reflexão, atualização e reorganização.<br />
Às instituições sociais<br />
compete uma função de controlo<br />
e coesão social que promova<br />
a salvaguarda da efetivação dos<br />
direitos das crianças e jovens<br />
que chegam ao sistema. Uma<br />
realidade que exige uma intervenção<br />
especializada, onde os<br />
técnicos têm de estar preparados<br />
e aptos a corresponder eficazmente<br />
aos novos desafios<br />
que esta população lhes coloca.<br />
O acolhimento pretende afastar<br />
a criança ou jovem do perigo,<br />
ao mesmo tempo que se geram<br />
questões como proteção, segurança,<br />
saúde, formação, educação,<br />
bem-estar e desenvolvimento<br />
integral. Uma intervenção<br />
que pretende garantir uma<br />
recuperação física e psicológica<br />
das crianças e jovens vítimas de<br />
qualquer forma de exploração<br />
ou abuso num ambiente que se<br />
assemelhe tanto quanto possível<br />
a de uma estrutura familiar,<br />
nunca esquecendo do meio natural<br />
familiar que se tentará<br />
atender e integrar, restabelecendo<br />
condições estáveis e confiantes,<br />
que de forma segura<br />
possibilite (re)integração na<br />
família, na comunidade ou até<br />
com vista à autonomização. O<br />
Instituto da Segurança Social<br />
promoveu entre 2007 e 2012 o<br />
Plano DOM – Desafios, Oportunidades<br />
e Mudanças que teve<br />
como principal objetivo a implementação<br />
de medidas de<br />
qualificação da rede de Lares<br />
de Infância e Juventude (LIJ).<br />
Um plano que pretendeu efetivar<br />
em pleno os direitos das<br />
crianças e jovens, através de<br />
uma intervenção no âmbito da<br />
capacitação dos recursos, atendendo<br />
a uma maior adequação<br />
entre respostas existentes e<br />
problemáticas/perfis da população<br />
em acolhimento. Assentou<br />
em duas medidas: por um<br />
lado dotar/reforçar as equipas<br />
técnicas dos LIJ, nomeadamente<br />
no que diz respeito a Técnicos<br />
Superiores de Serviço Social,<br />
Educação Social e Psicólogos<br />
ao mesmo tempo que pretendia<br />
a diminuição do rácio<br />
entre técnico e criança ou jovem,<br />
por outro lado a qualificação<br />
dos técnicos através da formação<br />
de direções, equipas técnicas<br />
e educativas bem como<br />
na criação de uma supervisão<br />
técnica externa por forma a um<br />
desfecho de processo de desinstitucionalização<br />
eficaz e em<br />
tempo útil. Procurou-se ainda<br />
diminuir a existência de instituições<br />
de grandes dimensões,<br />
tentando desta forma aproximar<br />
o acolhimento institucional<br />
a um modelo familiar onde<br />
a criança ou jovem pudesse<br />
usufruir de uma relação de afeto<br />
e segurança que potenciasse<br />
o seu desenvolvimento integral.<br />
(cont.)<br />
www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt <strong>Outubro</strong> CONSCIENTE 11
Segundo dados de conhecimento<br />
público, em 2008, o Plano<br />
DOM foi implementado em<br />
111 LIJ, abrangendo um total<br />
de 3.844 crianças e jovens e<br />
integrando mais de 286 técnicos<br />
superiores. Em 2012 o plano<br />
foi dado como terminado,<br />
num momento em que houve<br />
necessidade de evolução contudo<br />
mantendo a filosofia de intervenção<br />
integrada. Essa evolução<br />
resultou na criação do<br />
Plano SERE + - Sensibilizar,<br />
Envolver, Renovar,<br />
Esperança, MAIS. Um plano<br />
de âmbito nacional, que<br />
mantem o objetivo da especialização<br />
da rede de LIJ, acreditando<br />
ser indispensável para a<br />
qualidade da intervenção e pretendendo<br />
sempre a promoção<br />
de direitos e proteção das crianças<br />
e jovens acolhidos. Um<br />
Plano que se concretizou com o<br />
Despacho n.º 9016/2012, de 4<br />
de julho, do Ministério da Solidariedade<br />
e da Segurança Social,<br />
sendo a transição do Plano<br />
DOM para o Plano SERE+ automática<br />
para as instituições<br />
que o tiveram a decorrer. Segundo<br />
o Despacho, um novo<br />
modelo de acolhimento para<br />
as crianças e jovens em risco,<br />
por forma a alcançar uma melhor<br />
gestão de recursos humanos,<br />
técnicos e financeiros,<br />
partindo da necessidade de<br />
evolução, atendendo a que o<br />
ciclo do Plano DOM, enquanto<br />
plano de intervenção integrada,<br />
deve evoluir para um modelo<br />
renovado de intervenção<br />
integrada e mais especializada,<br />
onde além da proteção se<br />
atenda à socialização e a um<br />
cuidado com o equilíbrio emocional<br />
das crianças e jovens.<br />
Este novo projeto teve uma fase<br />
piloto e prevê três tipos de<br />
lares distintos, tendo em conta<br />
a sua especialidade: do tipo<br />
generalista, do tipo terapêutico<br />
e especializado em problemas<br />
de comportamento e em problemas<br />
de saúde mental. Os<br />
dados sobre o Plano SERE +<br />
são escassos, sabemos no entanto,<br />
que atualmente em Portugal<br />
contamos com 181 Lares<br />
de Infância e Juventude e 7 Lares<br />
de Infância e Juventude<br />
Especializados (LIJE) e que<br />
existiam em 2016, 5101 crianças<br />
em situação de acolhimento<br />
em LIJ e 72 em LIJE. Sabemos<br />
que as caraterísticas da população<br />
institucionalizada mantém<br />
uma evolução complexa, identificando-se<br />
problemáticas como<br />
problemas de comportamento,<br />
toxicodependência, saúde<br />
mental, deficiência mental<br />
e física, doença física e consumo<br />
esporádico de estupefacientes.<br />
Desafios sociais que levam<br />
a que haja recomendações no<br />
sentido da contínua aposta na<br />
formação/supervisão dos intervenientes<br />
para que a intervenção<br />
seja adequada e eficiente. É<br />
assumido como prioridade o<br />
alargamento da rede de casas<br />
de acolhimento especializado e<br />
a implementação de respostas<br />
de cuidados continuados de<br />
saúde mental para a infância e<br />
juventude, que segundo informação<br />
do referido relatório se<br />
encontram numa fase de projetos-piloto.<br />
É incontestável a<br />
mudança do paradigma institucional,<br />
com a implementação<br />
do Plano DOM/SERE+ nos<br />
LIJ, foi visível a melhoria da<br />
intervenção, quer por adoção<br />
de novas estratégias de intervenção,<br />
quer pela melhoria das<br />
já praticadas. No entanto, sabemos<br />
que a transição não foi fácil,<br />
nem todas as instituições<br />
conseguiram manter-se no plano,<br />
o que com certeza se refletiu<br />
na intervenção. Acreditamos<br />
mesmo assim que os desafios<br />
constantes e a atenção política<br />
sobre estas questões vão<br />
exigindo um bom desempenho<br />
de todos e que novas formas de<br />
intervir foram adotadas e interiorizadas<br />
por todos os intervenientes.<br />
E o que queremos no<br />
fim…que as nossas crianças e<br />
jovens sejam felizes, equilibradas<br />
e que todas possam viver<br />
uma cidadania plena… É para<br />
isso que devemos sempre trabalhar!<br />
12 CONSCIENTE Novembro www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt
Guião Social<br />
O que é o Plano DOM /Plano SERE+?<br />
É um plano que foi definido com vista à implementação de medidas de qualificação da rede de<br />
Lares de Infância e Juventude, de forma a impulsionar uma mudança de paradigma na intervenção<br />
de promoção de direitos e proteção das crianças e jovens acolhidos. Assente na nova representação<br />
da condição social da infância resultado dos novos desafios que a evolução da realidade<br />
social coloca ao sistema de proteção nacional.<br />
O plano assentava na operacionalização de medidas que abarcam a dotação de recursos humanos<br />
especializados, adequação da resposta ao número e caraterísticas de população atendida,<br />
processo apoiado através de formação e supervisão externa. O Plano SERE + traz mais medidas<br />
que pretendem uma melhoria na qualidade de resposta, como seja a criação de respostas sociais<br />
adequadas e mais especializadas.<br />
A quem se destina?<br />
Às instituições particulares de solidariedade social ou outras entidades sociais que tenham a resposta<br />
social de LIJ.<br />
Onde se pode obter mais informações?<br />
Poderão obter mais informações: http://www.seg-social.pt<br />
Poderá também consultar: Despacho n.º 9016/2012, de 4 de julho, do Ministério da Solidariedade<br />
e da Segurança Social<br />
www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt <strong>Outubro</strong> CONSCIENTE 13
Nota 20<br />
na entrevista de emprego<br />
Por Andreia Rodrigues Almeida<br />
Preparar-se para uma grande entrevista de emprego pode ser realmente stressante,<br />
e a melhor coisa que pode fazer para se acalmar é garantir que está preparado<br />
adequadamente, e essa preparação é muitas vezes vista pelo empregador como<br />
U<br />
ns dias antes<br />
da sua<br />
entrevista<br />
de emprego,<br />
reserve um<br />
tempo para<br />
pesquisar sobre a empresa para<br />
que possa entrar na sua entrevista<br />
com uma sólida compreensão dos<br />
requisitos do trabalho. Prepare-se<br />
um exemplo da qualidade do seu trabalho.<br />
sabendo o máximo que puder sobre<br />
o trabalho, a empresa, a concorrência<br />
e a localização. A Internet<br />
fornece uma riqueza de informações<br />
para quem procura emprego.<br />
Quanto mais souber, melhor<br />
será. A sua pesquisa pode<br />
ajudá-lo a determinar que o empregador<br />
a sua resposta para uma das perguntas<br />
mais comuns: "Fale-me<br />
um pouco sobre si e o motivo pelo<br />
qual decidiu candidatar-se?". A<br />
ideia é comunicar rapidamente<br />
quem você é e qual o valor que<br />
você trará para a empresa e para a<br />
oferta em questão - esse é o seu<br />
pode não ser um bom<br />
lugar para você trabalhar. Prepare<br />
argumento<br />
(cont)<br />
de venda pessoal.<br />
18 CONSCIENTE <strong>Outubro</strong> www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt
EMPREGO & CARREIRAS<br />
Um dos estilos de entrevista mais<br />
comuns hoje é pedir às pessoas<br />
que descrevam experiências que<br />
tiveram que demonstram comportamentos<br />
que a empresa considera<br />
importantes para uma determinada<br />
posição. Você pode ser<br />
solicitado a falar sobre uma ocasião<br />
em que tomou uma decisão<br />
impopular, demonstrou um alto<br />
nível de persistência ou tomou<br />
uma decisão sob pressão de tempo<br />
e com informações limitadas,<br />
por exemplo. Releia a descrição<br />
da oferta, imprima se for necessário<br />
e sublinhe as características<br />
específicas que o empregador está<br />
à procura. Prepare-se para ser<br />
questionado sobre o que desempenhou<br />
no passado. Praticar as<br />
suas respostas em voz alta é uma<br />
maneira incrivelmente eficaz de<br />
se preparar. Diga-as para si mesmo<br />
ou peça a um amigo para o<br />
ajudar, e assim vai tornar-se mais<br />
confiante. Pense nas primeiras<br />
impressões e vista-se para o trabalho<br />
que pretende. Organize-se<br />
de forma a que possa chegar 10 a<br />
15 minutos mais cedo. Veja o<br />
percurso até o local da entrevista<br />
para que possa ter certeza que<br />
consegue chegar a tempo. Durante<br />
a entrevista, tire notas mas<br />
nunca num dispositivo eletrónico,<br />
e mantenha sempre contato visual<br />
o máximo possível. Atenção<br />
à comunicação não verbal, pois<br />
pode ser tão importante quanto<br />
qualquer coisa que possa dizer na<br />
entrevista. Pratique linguagem<br />
corporal confiante e acessível.<br />
Sente-se ou fique em pé com os<br />
ombros para trás. Essa primeira<br />
impressão não verbal pode ser<br />
um ótimo começo - ou um final<br />
rápido - para a sua entrevista.<br />
Antes da entrevista, respire fundo<br />
e expire lentamente. Seja autêntico,<br />
conciso e otimista. Responda<br />
com sinceridade às perguntas que<br />
lhe são feitas, e foque as suas respostas<br />
nas suas habilidades e<br />
conquistas, fornecendo exemplos<br />
de soluções e resultados obtidos.<br />
Mantenha as suas respostas curtas<br />
e focadas, dado o seu tempo<br />
com cada entrevistador ser limitado,<br />
por isso esteja atento a divagações.<br />
Não fale negativamente<br />
sobre os atuais e antigos empregadores<br />
ou colegas. As empresas<br />
querem contratar solucionadores<br />
de problemas que superem situações<br />
difíceis e não pessoas que se<br />
focam no obstáculo. Caso se sinta<br />
desanimado com seu o seu trabalho<br />
atual, concentre-se em falar<br />
sobre o que ganhou com essa experiência<br />
e o que deseja fazer em<br />
seguida. Alguns estudos indicam<br />
que os entrevistadores decidemse<br />
sobre os candidatos nos primeiros<br />
cinco minutos da entrevista<br />
- e depois passam o resto da<br />
entrevista à procura de informação<br />
que confirme essa decisão!<br />
Então, o que pode fazer nesses<br />
cinco minutos para passar nessa<br />
fase? Entre com energia e entusiasmo<br />
e expresse a sua gratidão<br />
pelo tempo do entrevistador.<br />
Além disso, comece com um comentário<br />
positivo sobre a empresa<br />
- algo como: "Eu realmente<br />
estava ansioso para esta reunião.<br />
Eu acho que a empresa está a fazer<br />
um ótimo trabalho em e estou<br />
muito animado com a perspetiva<br />
de poder contribuir”.<br />
www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt <strong>Outubro</strong> CONSCIENTE 17
Dossier Experiê<br />
A Morte<br />
Morte. O que diz quem lá passou. Fomos saber. Fomos averiguar.<br />
mos. Refletimos. Para além do mórbido, do descaso, do fatal, do in
ncia<br />
DOSSIER EXPERIÊNCIA<br />
Não estamos a dormir perante a vida. Questionamos. Investigavencível,<br />
do previsto ou do sinistro. Não remediamos.
DOSSIER EXPERIÊNCIA<br />
Falar da morte é falar de mistérios. Subjetivos.<br />
Pessoais. Cada um à sua maneira, envolto em<br />
dor e sofrimento, relata aquilo que consegue,<br />
nas suas justiças possíveis. Atualmente para alguém<br />
ser considerado morto tem que sofrer<br />
uma paragem cardio-respiratória, sem possibilidade<br />
de ressuscitação ou morte cerebral<br />
comprovada com os mais dolorosos testes de<br />
averiguação de sentidos e estímulos. A morte e/<br />
ou o morrer é um tema que suscitou sempre<br />
muita curiosidade. O que está para lá? Como é<br />
uma alma ou espírito? Como estamos ligados a<br />
um corpo? Como reencarnamos? Ou desencarnamos.<br />
Onde realmente nascemos? A alma nasce?<br />
Qual é afinal a nossa verdadeira história?<br />
Nada sabemos e também ninguém em tempo<br />
suficiente volta para contar. Voltar de onde? E<br />
porque se vai, onde? Milhões de espíritos existem<br />
por esse mundo do além fora. Os seus limites<br />
ou talvez melhor dizendo, as suas possibilidades<br />
também estão fora do nosso alcance de<br />
conhecimento. Atualmente há, para atrapalhar<br />
alguma seriedade sobre o assunto, todo o tipo<br />
de ‘profissionais’ e ‘especialistas’ a falar do paraíso,<br />
das milícias de anjos e arcanjos, do ‘céu’ e<br />
da ‘vida’ eterna que suspeitamos, esta última<br />
que significa estar morto durante muito e muito<br />
e muito tempo. Entre malmequeres e paraísos<br />
infindáveis com unicórnios cor de rosa, fica<br />
impossível retirar informação que nos valha.<br />
Das religiões, o assunto fica ainda mais impossível<br />
de percorrer ou pesquisar. Descendemos<br />
de um espirito – deus– que nos criou – em corpo<br />
e alma – e ainda por cima à sua imagem. O<br />
todo-o-poderoso. Cujo os milagres salteiam raros<br />
entre nós. Será mais ou menos, através da<br />
‘evolução pessoal’ que nascerão em nós, também,<br />
o poder de criar vida com uma nesga da<br />
unha da mão. Pelo inferno ou pelo paraíso nos<br />
separamos, quando falecemos. (cont.)<br />
‘...Tomou consciência que<br />
era muito fácil deixar-se<br />
deixar de estar viva e vive<br />
que se conhecia ou no cor<br />
‘...Um a Um. Em processo<br />
Factual. Em<br />
22 CONSCIENTE <strong>Outubro</strong> www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt
estava a morrer e que<br />
ir, contudo não podia<br />
r pelo menos da forma<br />
po o qual habitava…’<br />
e em reconhecimento.<br />
ocional…’<br />
Nascemos uma única vez, vivemos apenas a vida<br />
que temos, e após a morte, é-nos prometida a vida<br />
eterna. A morte. O abandonar de um corpo velho,<br />
cansado ou martirizado e molestado por acontecimentos<br />
variados que como qualquer ser vivo, pára.<br />
Sem retorno. Não temos outro. A morte tal como<br />
é conhecida não é um momento preciso no<br />
tempo. É um processo. É o que nos diz quem lá<br />
passou, quem a estuda cientificamente. Entre a<br />
vida e a morte. O relato de Meredith* (nome fictício*)<br />
é dos mais impressionantes que encontrámos.<br />
Esta mulher esteve envolvida num acidente<br />
de viação e entrou em coma pelo choque que sofreu.<br />
Foi hospitalizada. Daquilo que se recorda<br />
dessa altura é que julgou que estava a dormir.<br />
Sentiu vento no rosto. Sentiu-se abraçada ou envolvida<br />
por alguém de quem não se recorda. Viu<br />
tudo branco e luminoso. Não sentiu medo algum,<br />
pelo contrário, sentiu um grande entusiasmo.<br />
Qualquer emoção que sentiu foi de forma extrema,<br />
intensa, que lhe abalou a existência, não reconhecida,<br />
mas comum. Meredith não viu flashes da<br />
sua vida passarem pelos seus olhos, mas viu-se a<br />
dançar, a brincar, viu-se com os seus netos. Com<br />
imagens em consciência viva, o futuro possível viu<br />
Meredith sobre a forma de imagens. Meredith não<br />
é ainda casada e também não tem filhos. Tomou<br />
consciência que estava a morrer e que era muito<br />
fácil deixar-se ir, contudo não podia deixar de estar<br />
viva e viver pelo menos da forma que se conhecia<br />
ou no corpo o qual habitava. Entrou numa espécie<br />
de conflito, entre o deixar-se ir, sentir-se invadir<br />
por uma grande serenidade ou lutar, lutar<br />
muito, sofrer, para viver. Não quis morrer. De<br />
mais que se lembra, recorda estar no canto de um<br />
quarto de hospital e ver o seu corpo deitado numa<br />
cama. Afirma que teve sorte, viu o que era a morte<br />
mas lutou e vive. O corpo, o cérebro estão a morrer.<br />
Falta o oxigénio, no sangue, nas células, no<br />
cérebro. O corpo não aguenta. (Cont)<br />
DOSSIER EXPERIÊNCIA<br />
www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt <strong>Outubro</strong> CONSCIENTE 23
DOSSIER EXPERIÊNCIA<br />
Fecha-se por dentro a tudo,<br />
por proteção, recolhe-se lá no<br />
fundo, fica-se preso . É preciso<br />
lutar para não afundar, para<br />
não fechar para sempre. Sabese<br />
que se está a morrer. No<br />
último passo. Lá no fundo do<br />
corpo físico, a luz é extrema e<br />
tudo. Não se vê. Sem importância.<br />
A consciência não morre.<br />
É possível abandonar o corpo<br />
na sua ultima gota de vida<br />
por si próprio ou espíritos desencarnam-nos<br />
do corpo que<br />
já não resiste. Entre cá e para<br />
lá, o acesso a dimensões sem<br />
tempo e com futuros, mais<br />
plausíveis, de uns, ou de outros,<br />
ou do próprio, chegam à<br />
mente, lá e cá. Entre as dimensões<br />
físicas e as dimensões<br />
sem tempo, nas etapas do<br />
morrer, poucos não têm acesso<br />
a pequenas ramificações futuras<br />
dos passos que outros vão<br />
dar, em especial. Sem previsão<br />
sobre a liberdade de escolha,<br />
porque é impossível, há dados<br />
mais prováveis que outros vão<br />
vivenciar ou o próprio, com<br />
décadas há frente desses. O<br />
futuro não premeditado também<br />
é possível de conhecer<br />
naquilo que é mais comprovável,<br />
mesmo embora que o biológico<br />
não subjetive. Ao que<br />
sabemos. Os falecimentos, os<br />
perigos, as doenças, os futuros<br />
para meses ou anos à frente.<br />
Naquilo que se pode fazer, ajudar<br />
ou por outro lado, naquilo<br />
que também é/foi possível de<br />
manipular, retirar, destruir. A<br />
imaginação ou não, dá acesso<br />
a espaços não estudados, não<br />
analisados, a processos e ambientes<br />
biológicos, elétricos<br />
que vão muito além do nosso,<br />
estão perto, muito perto mas<br />
que não se tornam em factos.<br />
À nossa volta. Em som, em<br />
cheiro, sem sentidos, sem sentir.<br />
O tempo, mais agudizante<br />
ou menos, entre as duas determinará,<br />
em consciência, esse<br />
conhecimento, solto, tantas<br />
vezes não percebido ou operacionalizado.<br />
Ou ocorrido. A<br />
angústia do fim, é reconhecível,<br />
como quem já a vivenciou.<br />
Não há igual. Sabe-se que é a<br />
tal. O fim. Sentido no corpo e<br />
no sentimento. À vez. É a primeira<br />
a desaparecer do corpo,<br />
da mente, no processo e a última<br />
a chegar ao corpo, desligado<br />
ainda e depois à mente, se<br />
se luta. Liga de volta aquilo<br />
que estava desligado. Corpo<br />
físico e mente consciência.<br />
Aquilo que foi. Para lá, os sentidos<br />
apagam-se. Um a Um.<br />
Em processo e em reconhecimento.<br />
Factual. Emocional.<br />
Para cá, o mesmo encontrámos<br />
nos relatos investigados.<br />
Um a Um. Que se ligam e tomam<br />
rédeas se nenhuma mazela<br />
física encontram nesse<br />
caminho. A consciência medeia<br />
e recebe-os de volta, ligaos<br />
por si, por biologia adquirida,<br />
por memória celular, se a<br />
vida insiste, por inteiro.<br />
Reeboot. Sem tempo, por vezes<br />
em milésimos de segundos<br />
contados no nosso tempo, tem<br />
mais tempo, e mais tempo<br />
quando demora meses ou anos<br />
até ao fim. Como não raras<br />
vezes acontece a quem a uma<br />
cama preso fica. Lá e cá, cá e<br />
lá. Espíritos auxiliam. Desconhecidos.<br />
Conhecidos. Caras já<br />
vistas. Vozes já ouvidas. Rostos<br />
novos, Vozes diferentes.<br />
Feições não esperadas. Outro<br />
mundo. Cheio. Repleto. Só o<br />
processo é solitário, pois é comum<br />
para quem por lá já está.<br />
Outros relatos como o de<br />
Bárbara* confirmam a nossa<br />
investigação. Afirma que ouvia<br />
perfeitamente – o som do monitor-<br />
quando o seu coração<br />
parou, o início do procedimento<br />
de reanimação e de todos à<br />
sua volta a falarem ao mesmo<br />
tempo. Não tinha qualquer<br />
outra sensação se não a da audição<br />
que a ligava ao seu corpo.<br />
Afirma que afundou e de<br />
se sentir muito calma, relaxada<br />
e sem necessidade de respirar.<br />
Sem motivo para se alarmar,<br />
sem dor e sem luz ou luzes.<br />
Voltou. Francisco* afirma<br />
que também não viu uma luz<br />
branca, como habitualmente<br />
muitas pessoas veem. Não esteve<br />
em tuneis. Afirma que a<br />
morte é apenas uma aceitação<br />
(cont.)<br />
24 CONSCIENTE <strong>Outubro</strong> www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt
www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt Novembro CONSCIENTE<br />
25<br />
DOSSIER EXPERIÊNCIA
DOSSIER EXPERIÊNCIA<br />
da realidade, um fim definitivo<br />
como um terminar de um livro.<br />
Sentiu a vida a escapar-se<br />
e que foi ficando muito cansado.<br />
Pensava nas coisas que<br />
não tinha conquistado. O cansaço<br />
torna o fim, a passagem, a<br />
mudança, menos complexa,<br />
mesmo que a infelicidade fatal<br />
inicie o que termina em alívio.<br />
Rui* também sofreu uma paragem<br />
cardíaca. Teve consciência<br />
que os seus sentidos o<br />
iam deixando, um a um. O primeiro<br />
que desapareceu foi o<br />
tato, depois a audição e que<br />
por último foi a visão que diminui<br />
o seu campo, escuro, até<br />
ficar tudo completamente<br />
branco. Os pensamentos pareciam<br />
estar cada vez mais longe<br />
uns dos outros. O corpo pára.<br />
É inevitável. Por vezes. Noutras,<br />
por sorte, mais uma força,<br />
mais um esforço e reacende<br />
-se. Liga-se e volta. Quem o<br />
possui, acompanha-o. É o seu.<br />
Agradece-lhe. Pesquisadores<br />
da Universidade de<br />
Southampton, no Reino Unido<br />
estudaram cerca de 2060 pessoas<br />
que sofreram paragens<br />
cardio-respiratórias e voltaram<br />
à vida. Concluíram que as<br />
pessoas conseguem ver e ouvir<br />
mesmo depois de ‘mortas’.<br />
Muitos dos pacientes estudados<br />
recordam acontecimentos<br />
da cirurgia a que foram submetidos<br />
mesmo depois do seu<br />
coração ter parado. Sam Parnia,<br />
diretor de investigação da<br />
Unidade de Cuidados intensivos<br />
e Ressuscitação da Universidade<br />
de Nova Iorque, e autor<br />
da obra O efeito de Lázaro<br />
tem vindo a recolher relatos de<br />
pacientes seus que passaram<br />
pela experiência da morte.<br />
Afirma que muitas vezes as<br />
pessoas que estiveram mortas<br />
descrevem-se a flutuar pela<br />
sala, conscientes da presença<br />
da equipa médica enquanto<br />
estes tentam ressuscitar o seu<br />
corpo. Parnia afirma que mesmo<br />
depois da respiração e o<br />
batimento cardíaco terem parado,<br />
continuamos conscientes<br />
sensivelmente 2 a 20 segundos.<br />
Esse é o tempo durante o<br />
qual o córtex cerebral – região<br />
responsável pelo pensamento,<br />
pela tomada de decisões e pelo<br />
processamento da informação<br />
recolhida pelos sentidos–<br />
pode ficar ativo sem oxigénio.<br />
Durante este período, perdemos<br />
todos os reflexos do tronco<br />
cerebral, incluindo o maxilar<br />
e o pupilar. As ondas cerebrais<br />
do córtex tornam-se depois<br />
indetetáveis. Mesmo assim,<br />
podemos passar horas até<br />
que o pensamento seja completamente<br />
desligado. “O que<br />
estamos a fazer é estudar a<br />
mente humana e a consciência<br />
no contexto da morte, para<br />
perceber se continua depois<br />
de termos morrido há<br />
algum tempo – e como isso se<br />
relaciona com o que está a<br />
acontecer dentro do cérebro<br />
em tempo real”, explica. Dos<br />
seus estudos realçam-se aqueles<br />
que dizem respeito à ressuscitação<br />
de pacientes, que<br />
engloba a técnica ECMO<br />
(máquina de oxigenação por<br />
membrana extracorpórea),<br />
com oxigenação e refrigeração<br />
do sangue do paciente que aumenta<br />
o tempo para se perceber<br />
qual a causa de morte do<br />
paciente e melhorar a possibilidade<br />
de ressuscitação. (cont.)<br />
‘...Liga-se e volta. Quem o possui, acompanha<br />
-o. É o seu. Agradece-lhe…’<br />
28 CONSCIENTE <strong>Outubro</strong> www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt
Ainda sob a sua obra, o autor descreve o caso<br />
de uma rapariga japonesa que faleceu contudo<br />
foi ressuscitada através da Técnica ECMO durante<br />
6 horas. Vive uma vida perfeitamente<br />
normal. Da sua experiência e sendo agnóstico<br />
Parnia afirma que temos que abrir a mente<br />
para a possibilidade de que o cérebro seja um<br />
intermediário para manifestar a sua ideia de<br />
alma ou de ser a fonte ou originador da mesma.<br />
Há pois uma continuidade no nosso esforço<br />
para sobreviver um corpo, que é nosso,<br />
uma vida, que é só nossa, e quando tal não<br />
ocorre, numa espécie de ‘pelica’ continuamos,<br />
no céu, no paraíso, ou num outro ambiente,<br />
biológico, com vida ainda não comprovada.<br />
Há uma espécie de continuidade, limitada naquilo<br />
que existe, mas quais serão verdadeiramente<br />
os seus limites?<br />
DOSSIER EXPERIÊNCIA<br />
www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt Agosto CONSCIENTE 27
DOSSIER EXPERIÊNCIA<br />
Os avanços tecnológicos têm<br />
com certeza nos atirado para<br />
frente com tantas questões científicas<br />
novas como as que<br />
filosoficamente e eticamente se<br />
colocam a cada passo para além<br />
da morte ou na fronteira, no<br />
resgate a esta. Nos últimos 20<br />
anos, não só se tem estudado os<br />
cérebros de pessoas mortas ou<br />
daquelas que já foram e voltaram<br />
mas também daqueles que<br />
ainda estão vivos embora em<br />
fio com a vida viva. Adrian<br />
Owen, da NRC Cognition and<br />
Brain Sciences Unit in Cambridge,<br />
é um dos neurocientistas<br />
que trabalha com pessoas<br />
em estado vegetativo, fazendo<br />
mapas cerebrais, fazendo scans<br />
das pessoas que ativam determinadas<br />
partes do cérebro<br />
quando lhes são dadas instruções,<br />
embora diagnosticadas<br />
com comas profundos. Ainda<br />
hoje Adrien Owen se questiona<br />
onde e como um cérebro vegetativo<br />
se liga à consciência ou<br />
se desliga dela? Entre cá e lá.<br />
Em reboots misteriosos e pequenos.<br />
O que está entre o ligar<br />
a consciência ou desligar<br />
para a inconsciência? Não será<br />
já a Alma? David Hove, diretor<br />
da UCLA Brain Injury Researche<br />
Center e que estuda experiências<br />
de quase morte, afirma<br />
que quando o cérebro se encontra<br />
em experiências tais que se<br />
aproximam mais da sua morte<br />
este começa a ativar apenas as<br />
áreas que são básicas/<br />
fundamentais para a sua própria<br />
sobrevivência. É o cérebro<br />
que fecha os campos mais distantes<br />
do seu centro, interior<br />
ou perto do Tronco Cerebral<br />
que é uma área muito pequena,<br />
muito importante do cérebro.<br />
Regula mecanismos homeostáticos<br />
mais básicos tais como o<br />
ritmo cardíaco, a respiração e a<br />
percepção da dor. Quando<br />
ocorre uma lesão nos seus núcleos<br />
a troca de informação entre<br />
o Sistema Nervoso Central e<br />
o resto do corpo não é transmitida,<br />
resultando na morte cerebral,<br />
mesmo que o coração ainda<br />
bata. Há uma paragem do<br />
tronco cerebral. Se a parte da<br />
visão estiver ativa, nesse momento<br />
ou no processo de morte,<br />
apenas o que qualquer pessoa<br />
consegue ver é luz. Uma<br />
luz intensa com muito escuro à<br />
volta. A melhor interpretação e<br />
conhecida por quem experienciou<br />
vivencias de morte, é a de<br />
um túnel, embora que não seja.<br />
O fechamento sofrido explica,<br />
assenta no vislumbre de sobrevivência<br />
limiar a um ou vários<br />
acontecimentos traumáticos<br />
que o cérebro sofre, cegando<br />
em luz branca intensa a visão<br />
cujo fim se alcança na desapropriação<br />
corporal final. Muitas<br />
investigações teremos que<br />
fazer para se alcançar as questões<br />
que vamos levantando.<br />
Lance Becker, médico e diretor<br />
do Hospital Universitário de<br />
North Shore (cont.)<br />
40 CONSCIENTE <strong>Outubro</strong> www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt
afirma que aos poucos vamos<br />
empurrando o limite entre a vida<br />
e a morte até ao máximo dos<br />
nossos escassos conhecimentos.<br />
Quantas milhares de pessoas,<br />
por exemplo, caem em águas<br />
geladas, o coração pára e o sangue<br />
deixa de correr nas veias e<br />
são resgatadas e reanimadas,<br />
horas depois? E a vida continua.<br />
Os escassos segundos que<br />
temos para salvar alguém em<br />
paragem cardio-respiratória não<br />
se aplicam quando o corpo sofre<br />
a pressão de águas gélidas ou<br />
entra em hipotermia aguda.<br />
Ainda não se sabe bem como é<br />
que é possível um corpo inanimado<br />
ser reanimado horas depois<br />
sem lesões cerebrais mas<br />
sabe-se que a hipotermia tem<br />
um lado conservador do corpo.<br />
O corpo fecha-se. Pára. E Religa-se!<br />
Leonard Heyflick, professor<br />
de anatomia na Universidade<br />
da Califórnia, tem um recorde<br />
de conservação de células<br />
por mais de 46 anos e tem uma<br />
resposta para este tipo de fenómeno.<br />
Segundo a sua tese bastante<br />
conhecida e acolhida no<br />
mundo científico, as células têm<br />
um determinado momento para<br />
morrerem, o que quer dizer que<br />
quando esse processo é parado<br />
repentinamente por meio de<br />
congelamento a altas temperaturas<br />
como é o caso da nitroglicerina,<br />
a sua divisão – leia-se<br />
crescimento – pára. Todo o seu<br />
trabalho metabólico pára. Se o<br />
número de divisões possíveis e/<br />
ou reproduções celulares não<br />
terminou para essa célula, então,<br />
com a quantidade ideal de<br />
oxigénio e temperatura também<br />
ideal, e gradual, as mesmas voltam<br />
à vida e ao seu metabolismo<br />
numa espetacular sobrevivência<br />
e força e também sorte para alguns.<br />
O desconhecido é o nome<br />
do meio da espécie humana. Na<br />
continuação desta teoria, percebemos<br />
que pelo mundo inteiro<br />
outras experimentações estão a<br />
ser feitas contra a morte, nomeadamente,<br />
no que diz respeito<br />
ao prolongamento da idade média<br />
de vida que quase conseguimos<br />
manipular. Daquela que<br />
mais nos chamou a atenção está<br />
a do prolongamento das fileiras<br />
de ADN que são encurtadas a<br />
cada divisão celular. A fonte da<br />
juventude. Helen Blau, diretora<br />
do Laboratório Baxter para a<br />
biologia de células – tronco do<br />
Departamento de Microbiologia<br />
e Imunologia da Universidade<br />
de Stanford na Califórnia, aumentou<br />
a extensão dos telómeros<br />
em células humanas in Vitro<br />
através da utilização de micro<br />
RNA modificado capaz de penetrar<br />
no núcleo celular e codificar<br />
a produção da enzima telomerase<br />
transcriptase reversa que<br />
aumenta o comprimento dos<br />
telómeros por adição de repetições<br />
de ADN, ou seja, aumentou<br />
as pontinhas dos cromossomas<br />
prevendo-se desta forma a possibilidade<br />
do aumento da longevidade<br />
tal qual a função de alguns<br />
vegetais em micro-ação<br />
junto dos nossos cromossomas.<br />
(cont)<br />
DOSSIER EXPERIÊNCIA<br />
www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt <strong>Outubro</strong> CONSCIENTE 29
DOSSIER EXPERIÊNCIA<br />
De uma maneira ou de outra o nosso corpo, a nossa mente procura a vida, a longevidade, a imortalidade táo<br />
própria do solitário Todo-o-poderoso. Pela ciência e pela experiência. Serão precisos ainda muitos estudos<br />
para vislumbrar-mos o reboot completo após a paragem total do tronco encefálico ou para vislumbrar a imortalidade<br />
em corpo. Pela ciência e pela experiência por outros mundos, biológicos que são!<br />
‘...O fechamento sofrido explica, assenta no vislumbre<br />
de sobrevivência limiar a um ou vários acontecimentos<br />
traumáticos que o cérebro sofre, cegando em luz branca<br />
intensa a visão cujo fim se alcança na desapropriação<br />
corporal final..’<br />
30 CONSCIENTE <strong>Outubro</strong> www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt
www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt Novembro CONSCIENTE<br />
31
sobreviver<br />
Frontalidade<br />
AMARGA<br />
Por Rita António<br />
«Pouca sinceridade é uma coisa perigosa, e muita sinceridade é absolutamente<br />
fatal.»<br />
Oscar Wilde<br />
32 CONSCIENTE <strong>Outubro</strong> www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt
M<br />
uitas vezes ouvimos, em<br />
conversa, ‘’eu sou muito<br />
frontal’’. Mas o que é isto<br />
de ser frontal e como é<br />
que a frontalidade se reflete<br />
no dia-a-dia? Indo<br />
ao significado da palavra, frontalidade é a qualidade<br />
do que é frontal, aquele que mostra franqueza ou<br />
sinceridade, direto, franco, sincero. "frontal", in<br />
Dicionário Priberam da Língua Portuguesa Então,<br />
se a frontalidade casa com sinceridade, ser franco e<br />
direto como pode ter dissabores? A frontalidade é<br />
como um diamante em bruto, que vale apreciar na<br />
sua grandeza, mas que às vezes há que polir as suas<br />
arestas. Com isto queremos dizer que, a frontalidade<br />
quando aplicada às relações interpessoais, pode<br />
ferir suscetibilidades. Não pelo facto da verdade<br />
que transmite, mas muitas vezes pela forma como é<br />
transmitida. Imagine a seguinte situação: A Maria,<br />
que é sua amiga, teve uma atitude que não gostou.<br />
dizer o que se pensa com respeito e autenticidade<br />
relacional. A este propósito, a frontalidade, também<br />
nos remete à arte do antigo Egipto, em que<br />
aplicavam a Lei da Frontalidade nas suas representações<br />
da figura humana. Se repararmos, o rosto, as<br />
pernas e os pés são representados em perfil, enquanto<br />
o tronco é representado de frente. Se observarmos<br />
com atenção o rosto, apesar de ser representado<br />
de perfil, o olho é apresentado de frente.<br />
Segundo os Egípcios, o olho é o mais característico<br />
na arte. O tronco e o olhar ou o observar, devem<br />
estar de frente, em relação. Ser franco e sincero.<br />
Acreditamos que ser frontal, sincera/o, direta/o e<br />
verdadeiramente franca/o com as pessoas que a/o<br />
rodeiam é a melhor atitude, mas ser frontal não significa<br />
dizer tudo o que pensa, sem olhar ao que o<br />
outro pode sentir.<br />
O melhor a fazer é ir ter com a Maria e dizer-lhe<br />
como se sente e nunca falar com a Joana sobre a<br />
Sugestões..<br />
Pratique a assertividade<br />
Antes de dizer o que pensa, coloque-se no lugar<br />
do outro e pense bem sobre como vai levar a sua<br />
água ao moinho, ou seja, passar a sua mensagem.<br />
Cuidado com a escolha de palavras: troque o ‘’tu<br />
és má’’, pelo ‘’tu hoje tiveste uma atitude que não<br />
gostei muito’’.<br />
Respire fundo: não resolva situações de cabeça<br />
quente, saia do lugar, vá respirar fundo, fazer uma<br />
caminhada, reflita e depois resolva.<br />
Maria. Isso é ponto assente. Não ir direto ao mensageiro<br />
faz com que a situação fique pendente e não<br />
resolvida. No caso deste exemplo, não resolveria a<br />
situação com a Maria, ela não saberia o que fez mal,<br />
nem você teria oportunidade de mudar a atitude<br />
dela para consigo. O que demonstra os pontos positivos<br />
da frontalidade, ir direto ao intermediário da<br />
mensagem e ter uma resolução mais imediata. Agora,<br />
é diferente dizer à Maria: ‘’tu és má e tens atitudes<br />
que não são de amiga’’ de ‘’Maria preciso de falar<br />
contigo, porque tiveste uma atitude que não me<br />
caiu bem e queria partilhá-la contigo’’, por exemplo.<br />
Os dissabores que a frontalidade nos traz estão<br />
relacionados, não pelo conteúdo em si, mas pela<br />
forma como fazemos explodir uma bomba de palavras.<br />
Há uma linha ténue entre o que é ser frontal e<br />
direto e dizer o que pensa sem olhar ao que os outros<br />
sentem. A expressão comum : ‘’aquela pessoa é<br />
sem filtro, diz o que pensa’’, significa que há que<br />
www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt <strong>Outubro</strong> CONSCIENTE 33
SUPER ALIMENTOS<br />
Por Ana Rosa<br />
Q<br />
uando se fala em Vitamina C, é<br />
difícil não pensar em laranjas,<br />
mesmo não sendo a fruta com<br />
maior concentração desta vitamina.<br />
A laranja é uma fruta cítrica<br />
popular pelo seu sabor doce<br />
e picante. Geralmente são consumidas frescas,<br />
no entanto são também utilizadas em sumos, saladas,<br />
doces, geleias, gelados, bolos, tortas e até<br />
pratos de carne ou peixe. A laranja é rica em<br />
açúcar e hidratos de carbono. Cada laranja (cerca<br />
de 140g) fornece cerca de 90 kcal. Além da Vitamina<br />
C, também podemos<br />
encontrar Vitamina<br />
A, B e E, ferro, Zinco,<br />
Potássio, Cálcio, Magnésio<br />
e Manganês. Embora<br />
a vitamina C na laranja<br />
seja a mais conhecida,<br />
todos os outros componentes<br />
permitem que ela<br />
tenha outras propriedades<br />
como:<br />
Para além<br />
Melhora a digestão<br />
Quando consumida fresca é muito rica em fibras que irão dar saciedade e ajudar no funcionamento intestinal, principal<br />
líquidos digestivos e por isso também ajuda na digestão. Para aumentar a concentração de fibras no seu sumo de laranja,<br />
Baixo índice glicémico (IG)<br />
Embora seja uma fonte de hidratos de carbonos (açúcar), o índice glicémico é considerado baixo, ou seja, esses açúcares<br />
48 para 1 unidade de 140g)<br />
Rica em Antioxidantes<br />
Por ser rica em vitamina C e outros compostos antioxidantes, a ingestão desta fruta protege contra os danos dos radicais<br />
Outras Propriedades<br />
Por ter potássio, poderá ajudar a controlar a pressão arterial. A vitamina C ajuda a maximizar a absorção de ferro do noss<br />
Atualmente, diversos estudos apontam para uma recomendação diária de 1 laranja por dia, para evitar algumas doenças<br />
34 CONSCIENTE <strong>Outubro</strong> www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt
da Vit C.<br />
mente se consumir a parte branca da laranja. As fibras juntamente com a vitamina C ajudam na produção e libertação dos<br />
prefira fazê-lo no liquidificador, apenas retirando a casca de fora e mantendo a parte branca.<br />
ão absorvidos mais lentamente e assim evita picos de glicémia e insulina, associado a uma acumulação de gordura. (IG de<br />
livres nas veias e artérias e auxilia na reconstrução do colagénio na pele.<br />
o organismo. Como também é rica em vitaminas do complexo B ajuda no alívio do stress, ansiedade e depressão.<br />
como o cancro ou a artrite reumatoide.<br />
www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt <strong>Outubro</strong> CONSCIENTE 35
Receitas saudáveis e alternativas<br />
5<br />
Receitas com laranja<br />
Por Ana Rosa<br />
<br />
Frango com Laranja e Hortelã<br />
Tempere o frango com sal e pimenta. Faça um corte em cada pedaço e introduza<br />
uma folha de hortelã. Feche com palitos, unte com manteiga em temperatura<br />
ambiente e leve ao forno a 170ºC. Numa panela junte o sumo de laranja<br />
e o caldo de galinha. Deixe levantar fervura e junte a hortelã picada e a casca<br />
de laranja. Coloque os pedaços de frango numa travessa e despeje o molho.<br />
Enfeite com hortelã e gomos de laranja.<br />
10 pedaços de frango<br />
10 folhas de hortelã<br />
1 1/2 colher de sopa<br />
de manteiga<br />
1/4 de Chávena de suco<br />
de laranja<br />
0,5 chávena de caldo de<br />
galinha<br />
2 colheres de hortelã picada<br />
1 Chávena chá de casca<br />
de laranja ralada<br />
sal; pimenta a gosto<br />
Gomos de laranja para<br />
enfeitar<br />
35 CONSCIENTE <strong>Outubro</strong> www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt
Peixe com Molho de Laranja<br />
Tempere o peixe com o alho, o sal e o sumo de limão e deixe marinar. Numa<br />
panela pequena, junte o sumo com a casca de laranja e leve a lume brando<br />
para ferver. Adicione a manteiga aos poucos, misturando e batendo com um<br />
batedor de mão, para a mistura ficar emulsionada. Retire do lume e tempere<br />
com a pimenta rosa. Entretanto grelhe as postas de peixe em lume forte até<br />
que fiquem cozinhadas e douradas mas sem deixar ressequir.<br />
Disponha o peixe numa travessa e regue com o molho quente.<br />
8 postas de peixe<br />
2 dentes de alho amassados<br />
1/2 colher (chá) de sal<br />
2 colheres (sopa) de sumo de<br />
limão<br />
1 chávena de sumo de laranja<br />
1 colher (sopa) de raspa da casca<br />
de laranja<br />
3/4 de chávena de manteiga<br />
1 colher (sopa) de pimenta rosa<br />
<br />
Bolo de Chocolate e Laranja<br />
75 g de farinha de arroz sem glúten;<br />
50 g de amêndoas moídas<br />
70 g de farinha de aveia sem glúten;<br />
Comece por pré-aquecer o forno a 180 graus. Misture os ingredientes<br />
secos: farinha, as amêndoas moídas, a farinha de aveia, o cacau, o sal e<br />
o fermento num recipiente. Triture as tâmaras com ajuda de um processador<br />
de alimentos até obter uma pasta. Depois, demolhe as tâmaras<br />
para facilitar este processo. Noutro recipiente coloque a bebida vegetal,<br />
o óleo de coco derretido, os ovos, o sumo e as raspas de laranja, juntamente<br />
com a pasta de tâmaras e misture. Adicione o preparado anterior<br />
para a mistura de farinha e envolva tudo até conseguir uma massa<br />
homogénea. Transfira a massa para uma forma forrada com papel vegetal<br />
e leve ao forno durante 25 a 30 minutos ou até o palito sair limpo.<br />
30 g de proteína em pó sabor chocolate;<br />
215 g de tâmaras sem caroço;<br />
35 g de cacau em pó;<br />
¼ de uma colher de chá de sal;<br />
Uma colher de chá de fermento em<br />
pó;<br />
100 ml de óleo de coco derretido;<br />
Raspas e sumo de uma laranja;<br />
Para a versão vegan pode substituir os ovos por ovos de linhaça:<br />
Duas colheres de sopa de linhaça moída misturada com cinco colheres<br />
de sopa de água quente.<br />
2 ovos;<br />
120 ml de bebida vegetal<br />
www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt <strong>Outubro</strong> CONSCIENTE 37
Panquecas de Laranja<br />
Misturar todos os ingredientes secos: farinha, aveia, fermento e sal. Junte os<br />
restantes ingredientes e mexa bem até a mistura ficar homogénea. Pré-aqueça<br />
uma frigideira pequena e antiaderente em fogo médio, e unte com um pouco<br />
de gordura – ( sugestão: deite um pouco de óleo numa folha de papel de cozinha<br />
dobrada, e depois esfregue a frigideira) -. Repita esta operação a cada nova<br />
panqueca.<br />
Nota: Esta receita pode ser congelada. Deixe as panquecas arrefecerem completamente antes de<br />
colocar no congelador. Para descongelar coloque no micro-ondas ou deixe descongelar à temperatura<br />
ambiente<br />
60g de farinha<br />
30g de flocos de aveia<br />
2 colheres de chá de fermento<br />
em pó<br />
1 pitada de sal<br />
1 ovo<br />
4 colheres de sopa de sumo<br />
de laranja<br />
4 colheres de sopa de leite<br />
magro<br />
raspa da casca de 1 laranja<br />
1 colher de sopa de manteiga<br />
derretida
O que é?<br />
Quark<br />
Por Carolina Frias da Costa<br />
Frequentemente utilizado pelos desportistas, este tipo de queijo ganhou<br />
protagonismo nos últimos tempos, mas nem todos sabem<br />
bem o que é, como usar e onde encontrar<br />
O Quark é um tipo de queijo fresco, um pouco ácido e cremoso, e com uma composição nutricional muito<br />
interessante. É uma excelente fonte de proteína, sendo também rico em magnésio, cálcio e fósforo.<br />
Para além disso, o seu teor em lactose é bastante reduzido, o que poderá facilitar a digestão deste queijo,<br />
no caso de dificuldade em digerir esta proteína. A percentagem de gordura do Quark pode variar bastante,<br />
existindo produtos com, por exemplo, 20% de matéria gorda, mas também com 0% de matéria gorda.<br />
Assim, sugerimos que, quando comprar este tipo de queijo, procure ler os rótulos, escolhendo aquele produto<br />
que tiver uma menor percentagem de matéria gorda. Hoje em dia o Quark pode ser encontrado em<br />
todos os hipermercados, a um preço acessível, pelo que existe à disposição um leque aceitável deste tipo<br />
de produtos para escolha. Por não ser um ingrediente frequentemente utilizado, nem sempre parece fácil<br />
incluí-lo na nossa alimentação. Mas é mais fácil do que parece! Desde receitas doces a salgadas, desde<br />
pequenos-almoços a sobremesas, existem formas para todos os gostos de incluir o Quark no dia-a-dia.<br />
40 CONSCIENTE <strong>Outubro</strong> www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt
RECEITAS<br />
Cozinha<br />
Francesa<br />
Por Carolina Frias da Costa<br />
Quiche Lorraine<br />
Ingredientes (para 1 quiche):<br />
1 base de massa quebrada;<br />
Modo de Preparação<br />
sal q.b.;<br />
pimenta q.b.;<br />
noz moscada q.b.;<br />
250g de iogurte grego;<br />
4 ovos;<br />
1 colher de sopa de azeite;<br />
100ml de leite magro;<br />
1 cebola;<br />
100g de bacon de peru;<br />
Pré-aquecer o forno a 200ºC; Forrar uma tarteira de silicone com a massa<br />
250g de queijo emmental ralado<br />
quebrada; Em caso de utilizar uma tarteira normal, untar com azeite antes<br />
de colocar a massa; Numa frigideira, colocar o azeite e a cebola picada;<br />
Alourar em lume médio durante cerca de 3 minutos; Acrescentar o bacon em tiras e deixar alourar mais<br />
um pouco; Retirar e deixar arrefecer; À parte, bater os ovos numa taça, juntamente com o leite e o iogurte;<br />
Juntar o queijo e temperar com o sal, a pimenta e a noz-moscada; Colocar sobre a massa o refogado de<br />
cebola e com as tiras de bacon; Cobrir com o preparado; Levar ao forno durante cerca de 20 minutos.<br />
41 CONSCIENTE <strong>Outubro</strong> www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt
Crepes Simples<br />
Ingredientes (para cerca<br />
de 15 crepes):<br />
500mL de leite magro;<br />
250g de farinha de trigo;<br />
3 ovos;<br />
60g de manteiga magra;<br />
1 pitada de sal<br />
Modo de Preparação<br />
Derreter a manteiga; Bater os ovos, juntamente com o sal; Juntar a farinha, o leite e a manteiga,<br />
batendo sempre; Numa frigideira anti-aderente, colocar um pouco de massa (1 concha de sopa),<br />
espalhar e deixar cozinhar em lume brando uns minutos, até à massa descolar à volta; Virar o crepe<br />
e deixar cozinhar mais um pouco; Repetir o processo para os restantes crepes; Depois de cozinhados,<br />
os crepes estão prontos a servir. Pode-se acrescentar os ingredientes a gosto, doces ou salgados.<br />
Sopa de cebola<br />
Ingredientes (para 1 panela):<br />
500g de cebola;<br />
50g de azeite;<br />
1 colher de sopa de farinha de trigo;<br />
1 colher de sopa de açúcar;<br />
2L de água;<br />
sal q.b.;<br />
tomilho q.b.;<br />
1 pão seco;<br />
200g de queijo flamengo magro ralado.<br />
www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt Dezembro CONSCIENTE 43
Modo de Preparação<br />
Pré-aquecer o forno a 200ºC; Descascar e cortar as cebolas; Colocar as cebolas numa panela em lume<br />
brando; Mexer até dourar; Acrescentar a farinha lentamente, misturando sempre; Juntar a água, o<br />
açúcar, o tomilho, o sal e a pimenta; Tapar e deixar cozinhar em lume médio durante cerca de 45 minutos;<br />
No final, colocar a sopa em taças individuais de ir ao forno; Colocar pedaços pequenos do pão<br />
sobre a sopa; Cobrir com o queijo ralado e levar ao forno até gratinar.<br />
Souflé de queijo<br />
Ingredientes (para 4 doses):<br />
250mL de leite magro;<br />
3 colheres de sopa de farinha de<br />
trigo;<br />
4 ovos;<br />
1 colher de sobremesa de manteiga;<br />
100g de queijo flamengo magro<br />
ralado;<br />
sal q.b.;<br />
pimenta preta q.b.<br />
Modo de Preparação<br />
Pré-aquecer o forno a 200ºC; Derreter a manteiga num tacho e juntar a farinha; Acrescentar o leite lentamente,<br />
mexendo sempre; Quando a mistura estiver espessa, temperar com o sal e a pimenta e juntar o queijo ralado;<br />
Separar as claras e as gemas; Bater as claras em castelo; Com o lume desligado, juntar as gemas à mistura preparada;<br />
Acrescentar as claras, envolvendo (sem mexer); Colocar em taças individuais de ir ao forno previamente<br />
untadas com manteiga; Levar ao forno a 170ºC durante cerca de 20 minutos; Ao final desse tempo, desligar o<br />
forno e abrir ligeiramente a porta; Deixar arrefecer durante cerca de 15 minutos e retirar os souflés do forno.<br />
44 CONSCIENTE <strong>Outubro</strong> www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt
Modo de Preparação<br />
Ratatouille<br />
Ingredientes (para 4 doses):<br />
Num tacho, colocar o azeite, a cebola, o alho e o pimento e deixar refogar um<br />
pouco; Juntar os tomates sem pele cortado aos cubos; Acrescentar as courgettes<br />
e a beringela cortadas em cubos; Temperar com o sal, a pimenta e as ervas aromáticas;<br />
Mexer bem, juntar a água e deixar cozinhar; Quando levantar fervura,<br />
colocar em lume brando e deixar cozinhar mais um pouco.<br />
2 courgettes;<br />
4 tomates;<br />
1 cebola;<br />
1 dente de alho;<br />
1 beringela;<br />
1 pimento vermelho;<br />
3 colheres de sopa de azeite;<br />
200mL de água;<br />
salsa q.b.;<br />
tomilho q.b.;<br />
sal q.b.;<br />
Magrett de pato com laranja<br />
Ingredientes<br />
(para 4 doses):<br />
2 peitos de pato<br />
(com capa de gordura);<br />
1 dente de alho;<br />
4 laranjas;<br />
sal q.b<br />
Modo de Preparação<br />
Com uma faca, fazer cortes na capa de gordura dos peitos de pato (os cortes não deverão<br />
atingir a carne); Temperar com sal a gosto, o alho em rodelas e o sumo de 1 laranja; Numa<br />
frigideira, colocar os peitos<br />
de pato; Cozinhar durante cerca<br />
de 10 minutos em lume médio;<br />
Virar os peitos de pato e<br />
deixar cozinhar mais um pouco,<br />
até à pele estar bem dourada;<br />
Servir, juntamente com as<br />
restantes laranjas cortadas em<br />
fatias finas.<br />
www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt <strong>Outubro</strong> CONSCIENTE 45
Crónicas MAIS SAÚDE<br />
Mês de OUTUBRO<br />
48 VIDEO EDUCATIVO ENSINA CRIANÇAS A PREVENIR O ENFARTE<br />
Dia Mundial do Coração assinala-se a 29 de Setembro<br />
49 DIAGNÓSTICO ATEMPADO PODIA EVITAR 60% DOS CASOS DE PERDA<br />
DE VISÃO<br />
Dia do Sistema Nacional de Saúde assinalou-se a 15 de Setembro<br />
50 DETEÇÃO E TRATAMENTO PRECOCE DA AMBLIOPIA NAS CRIANÇAS<br />
PREVINE PERDA DE VISÃO<br />
Associação de Profissionais Licenciados de optometria—Artigo de Opinião<br />
51 ATLETAS NADAM PARA APOIAR ALZHEIMER PORTUGAL<br />
Campanha ‘ Amigos na Demência’ recebe apoio solidário<br />
52 DOENÇA DE ALZHEIMER É A 3ª CAUSA DE MORTE PREMATURA<br />
53 1 EM CADA 15 PORTUGUESES COM MAIS DE 80 ANOS SOFREM DE ES-<br />
TENOSE AORTICA
+ Saúde<br />
VIDEO EDUCATIVO ENSINA CRIAN-<br />
ÇAS A PREVENIR O ENFARTE<br />
Dia mundial do Coração assinala-se a 29 de Setembro<br />
Andreia Garcia || andreiagarcia@miligrama.com.pt ||<br />
A<br />
Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular<br />
(APIC) vai promover um vídeo<br />
de sensibilização para a importância de prevenir<br />
o enfarte agudo do miocárdio, em escolas<br />
a nível nacional. A iniciativa, que se<br />
dirige a crianças dos 5 aos 10 anos, assinala<br />
as comemorações do Dia Mundial do Coração. “Acreditamos que<br />
se ensinarmos as crianças desde muito cedo a compreender a<br />
gravidade do enfarte agudo do miocárdio e como podem prevenir<br />
esta doença, estaremos a contribuir para a educação e promoção<br />
da saúde e para que, no futuro, se transformem em adultos mais<br />
saudáveis”, explica João Brum Silveira, presidente da APIC. E<br />
acrescenta: “Com este vídeo queremos ainda, além de transmitir<br />
mensagens capazes de melhorar a prevenção da doença, incentivar<br />
os mais novos a encorajar os pais a adotar comportamentos<br />
mais saudáveis e reforçar que, através do reconhecimento e valorização<br />
dos sintomas de alerta para o enfarte agudo do miocárdio,<br />
permitimos um tratamento rápido e mais eficaz”. O vídeo pode ser<br />
visualizado em https://youtu.be/B6cjwCZfMKc O enfarte agudo do<br />
miocárdio, ou ataque cardíaco, ocorre quando uma das artérias do<br />
coração fica obstruída, o que faz com que uma parte do músculo<br />
cardíaco fique em sofrimento por falta de oxigénio e nutrientes.<br />
Esta obstrução é habitualmente causada pela formação de um<br />
coágulo devido à rutura de uma placa de colesterol. Os sintomas<br />
mais comuns são a dor no peito, por vezes com irradiação ao<br />
braço esquerdo, costas e pescoço, acompanhada de suores, náuseas,<br />
vómitos, falta de ar e ansiedade. Na presença destes sintomas<br />
é importante ligar imediatamente para o número de emergência<br />
médica – 112 e esperar pela ambulância que estará equipada<br />
com aparelhos que registam e monitorizam a atividade do coração<br />
e permitem diagnosticar o enfarte. Para evitar um enfarte é importar<br />
adotar estilos de vida saudáveis: não fumar; reduzir o colesterol;<br />
controlar a tensão arterial e a diabetes; fazer uma alimentação<br />
saudável; praticar exercício físico; vigiar o peso e evitar o<br />
stress.<br />
A Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular<br />
(APIC), uma entidade sem fins lucrativos, está a promover,<br />
em Portugal, a campanha Stent Save a Life – Não perca<br />
Tempo, Salve uma vida” com o objetivo de melhorar a prestação<br />
de cuidados médicos ao doente com enfarte e o seu<br />
acesso ao tratamento mais adequado. Para mais informações<br />
consulte: www.apic.pt<br />
48 CONSCIENTE <strong>Outubro</strong> www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt
Diagnóstico Atempado podia<br />
evitar 60% dos casos de<br />
+ Saúde<br />
perda de visão<br />
Andreia Garcia || andreiagarcia@miligrama.com.pt ||<br />
Dia do Serviço Nacional de Saúde assinalou-se a 15<br />
de Setembro<br />
Um estudo realizado pela Universidade Nova de Lisboa<br />
revela que dos mais de dois milhões de portugueses<br />
com algum tipo de deficiência visual, “dois terços dos<br />
casos de perda de visão depois dos 50 anos seriam<br />
evitáveis quando diagnosticados a tempo”. O estudo<br />
indica ainda que o “tempo médio de acesso a uma consulta<br />
de oftalmologia no Serviço Nacional de Saúde<br />
ronda os seis meses”.“Em Portugal, muitas pessoas<br />
mais velhas vivem com perda de visão evitável, causadas<br />
por erro de refração e catarata. Ambas as condições<br />
podiam ser diagnosticadas atempadamente por<br />
um simples exame ocular, realizado pelo optometrista.<br />
No entanto, no nosso país, ainda não existem cuidados<br />
de saúde primários, ao nível do Serviço Nacional da<br />
Saúde, acessíveis a toda a população”, refere Raúl<br />
Sousa, presidente da Associação de Profissionais Licenciados<br />
de Optometria (APLO). De acordo com os<br />
dados recolhidos pelos investigadores da Universidade<br />
Nova, “as perdas associadas à cegueira variam entre<br />
74 e 185 milhões de euros. Por sua vez, a redução de<br />
produtividade associada à perda moderada e grave da<br />
visão varia entre 130 e os 555 milhões de euros”. Mais<br />
de dois milhões de portugueses são atingidos por dificuldades<br />
em ver, sendo as mulheres as mais afetadas<br />
(27,5%) que os homens. A percentagem de pessoas<br />
com dificuldades em ver aumenta com a idade: cerca<br />
de 9% até aos 34 anos, 14% entre 35 e 44 anos, 30 a<br />
32% entre os 45 e 74 anos, e superior a 40% para idades<br />
mais avançadas. Estima-se que entre os adultos<br />
com mais de 50 anos, cerca de 42 mil sofram de cegueira<br />
e mais de 260 mil sofram de perda da visão moderada<br />
e grave na população. As conclusões são do<br />
estudo Saúde da Visão – Impacto Socioeconómico,<br />
conduzido pela Universidade Nova de Lisboa.<br />
A Associação de Profissionais Licenciados de Optometria<br />
(APLO) representa os Optometristas, a maior<br />
classe profissional de prestadores de cuidados para<br />
a saúde da visão, em Portugal. Atualmente conta<br />
com cerca de 1.100 associados. A APLO é membro<br />
Fundador da Academia Europeia de Optometria e<br />
Óptica, membro do Conselho Europeu de Optometria<br />
e Óptica e membro do Conselho Mundial de Optometria.<br />
Para mais informações consulte www.aplo.pt<br />
www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt Dezembro CONSCIENTE 49
+ Saúde<br />
Deteção e tratamento precoce da ambliopia nas crianças<br />
previne perda da visão<br />
Artigo de Opinião de Raúl Sousa, presidente da Associação de Profissionais Licenciados de Optometria<br />
Fábio Duarte | fabioduarte@miligrama.com.pt |<br />
A ambliopia ou "olho preguiçoso" consiste na diminuição da acuidade<br />
visual de um olho ou dos dois olhos não melhorável com óculos ou<br />
lentes de contacto, devido a problemas no desenvolvimento da visão,<br />
e afeta principalmente as crianças. É um reconhecido problema de<br />
saúde pública, sendo a causa mais frequente de perda de visão monocular<br />
entre os 20 e os 70 anos de idade. Aproximar-se muito dos<br />
objetos para ver ou semicerrar os olhos para tentar ver melhor, podem<br />
ser sinais de ambliopia nas crianças. Já o estrabismo, o erro refrativo<br />
ou diferença de graduação entre os olhos (anisometropia) e a obstrução<br />
do eixo visual são as principais causas de ambliopia. Para corrigir<br />
a ambliopia pode ser necessário o uso de óculos com graduação para<br />
correção de erros refrativos, e nos casos mais graves pode estar indicada<br />
a cirurgia precoce para permitir a estimulação do córtex visual.<br />
Esta condição é detetada, diagnosticada e tratada nos cuidados primários<br />
de saúde pelos Optometristas. Contudo, Portugal tem o mesmo<br />
nível de cuidados primários para a saúde da visão que o pior dos<br />
países do terceiro mundo, ou seja, são inexistentes. Sobre a inexistência<br />
de cuidados primários para a saúde da visão no SNS, devemos<br />
refletir sobre as palavras de Daksha Patel, Oftalmologista e professora<br />
especialista em saúde global do Instituto de Higiene e Medicina Tropical<br />
de Londres, e Dr. Serge Resnikoff, Coordenador da unidade de<br />
Prevenção e Gestão de Doenças Crónicas da Organização Mundial de<br />
Saúde: “A disponibilização de serviços de erros refrativos devia, idealmente,<br />
fazer parte do serviço de saúde. Contudo, também tem de ter<br />
em conta o que é aceitável pelo indivíduo e pela comunidade.” E “A<br />
correção dos erros de refração é uma intervenção simples e económica<br />
no tratamento oftalmológico”. Se as recomendações da Organização<br />
Mundial de Saúde e da Agência Internacional para a Prevenção da<br />
Cegueira, tanto para a ambliopia infantil, como para todos os erros<br />
refrativos, são para a disponibilização de consultas de Optometria nos<br />
centros de saúde, e para a prescrição de óculos, a pergunta é: porque<br />
é que o Governo não as cumpre? Porque se mantém o estado atual de<br />
agravamento de listas de espera de atendimento em Oftalmologia no<br />
Hospital, quando se pode implementar uma verdadeira solução por<br />
menos dinheiro e muito mais rápida na prestação dos cuidados de<br />
saúde para a visão?Não há justificação razoável para a decisão da<br />
Direção-Geral da Saúde por um mero rastreio apenas à ambliopia e só<br />
para as crianças com 2 e 4 anos de idade, perante a opção alternativa<br />
recomendada pela OMS de consulta de saúde da visão, em centro de<br />
saúde, por Optometrista, para todas as idades, para todos os problemas<br />
visuais, com menor custo e real acesso ao tratamento. Esta segunda<br />
abordagem resolveria mais de 80% dos problemas da saúde de<br />
visão de forma imediata.A implementação de Consulta de Optometria<br />
nos centros de saúde permitiria uma redução significativa do impacto<br />
desta doença, melhorando a prevenção, deteção e correção de erros<br />
refrativos de forma atempada, através da reabilitação após o diagnóstico<br />
da presença de ambliopia. A APLO defende ainda que a integração<br />
de Optometristas no Serviço Nacional de Saúde é a solução para resolver<br />
o problema crónico na lista de espera de Oftalmologia e para<br />
melhorar o acesso de todos os portugueses aos cuidados necessários<br />
para a saúde da visão. Em 2017 ficaram por realizar 233.228 consultas<br />
de Oftalmologia.<br />
A Associação de Profissionais Licenciados de Optometria (APLO) representa os<br />
Optometristas, a maior classe profissional de prestadores de cuidados para a<br />
saúde da visão, em Portugal. Atualmente conta com cerca de 1.100 associados. A<br />
APLO é membro Fundador da Academia Europeia de Optometria e Óptica, membro<br />
do Conselho Europeu de Optometria e Óptica e membro do Conselho Mundial<br />
de Optometria. Para mais informações consulte: www.aplo.pt<br />
50 CONSCIENTE <strong>Outubro</strong> www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt
Atletas Nadam para apoiar a<br />
Alzheimer Portugal<br />
+ Saúde<br />
Fábio Duarte | fabioduarte@miligrama.com.pt |<br />
Campanha “Amigos na Demência” recebe apoio solidário<br />
A campanha “Amigos na Demência” da Alzheimer Portugal vai contar<br />
com o apoio solidário de Susana Novais Santos, campeã portuguesa<br />
de natação em águas abertas. No próximo dia 1 de setembro, a atleta<br />
e um grupo de amigos vão fazer a nado uma travessia solidária desde<br />
a Meia Praia, em Lagos, até à Praia da Rocha, em Portimão. Esta ação,<br />
que compreende um percurso com cerca de 13 quilómetros, tem<br />
como objetivo angariar fundos para a campanha lançada em Portugal<br />
no passado mês de julho. Com a hora de partida marcada para as<br />
8h30, prevê-se que a equipa de nadadores chegue à meta a partir do<br />
meio-dia. José Carreira, presidente da Alzheimer Portugal, refere que<br />
“esta travessia solidária, e o gesto da Susana em particular, são um<br />
grande exemplo de como nós, enquanto cidadãos, podemos ser<br />
“Amigos na Demência”. Basta querermos aprender um pouco mais<br />
sobre como é viver com demência e depois transformar essa aprendizagem<br />
numa ação (que pode ser pequena ou grande) em favor da<br />
Pessoa com Demência”. Susana Novais Santos, neurocientista de<br />
profissão, é atualmente a única mulher portuguesa que conseguiu<br />
efetuar o percurso da Ilha das Berlengas até Peniche a nado. Para o<br />
próximo desafio, a atleta convidou os nadadores Paulo Sousa, Tomás<br />
Metcalfe, Brian Fortune e José Faustino. A campanha “Amigos na<br />
Demência” é uma iniciativa da Alzheimer Portugal, que visa mudar a<br />
forma como o nosso país pensa, age e fala sobre a demência. Integrada<br />
no movimento global “Dementia Friends”, esta iniciativa tem como<br />
objetivo geral aumentar a compreensão sobre as demências no nosso<br />
país e convidar os cidadãos a comprometerem-se ativamente na melhoria<br />
do dia a dia das pessoas com demência.<br />
Alzheimer Portugal<br />
A Alzheimer Portugal é a única organização em Portugal,<br />
de âmbito nacional, especificamente constituída com o<br />
objetivo de promover a qualidade de vida das pessoas com<br />
demência e dos seus familiares e cuidadores. Tem como<br />
visão uma sociedade que integre as pessoas com demência<br />
e reconheça os seus direitos. Conheça-nos melhor em<br />
www.alzheimerportugal.org.<br />
www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt <strong>Outubro</strong> CONSCIENTE 51
+ Saúde<br />
Doença de Alzheimer<br />
é a terceira causa de<br />
morte prematura<br />
Andreia Garcia |Catarina Seixas|| andreiagarcia@miligrama.com.pt |catarinaseixas@miligrama.com.pt||<br />
O<br />
s anos de vida perdidos devido de contribuir para o melhor conhecimento das suas<br />
à doença de Alzheimer aumentaram<br />
em 82,7%, entre organização em Portugal, de âmbito nacional, es-<br />
causas e efeitos.” A Alzheimer Portugal é a única<br />
1990 e 2016, de acordo com pecificamente constituída com o objetivo de promover<br />
a qualidade de vida das pessoas com doença<br />
um estudo divulgado pela Direção<br />
Geral de Saúde (DGS). de Alzheimer e dos seus familiares e cuidadores.<br />
A mesma fonte revela que a doença de Alzheimer é Pode consultar o site da associação através do endereço<br />
www.alzheimerportugal.org. A Organização<br />
a terceira principal causa de morte prematura, no<br />
ranking de 2016. O aumento do tempo médio de Mundial de Saúde estima que em todo o mundo<br />
vida dos portugueses é acompanhado por um existam 47.5 milhões de pessoas com demência,<br />
acréscimo do tempo vivido em condições incapacitantes,<br />
tais como as doenças do foro mental e do e quase triplicar em 2050 para os 135.5 milhões. A<br />
número que pode atingir os 75.6 milhões em 2030<br />
comportamento mental, que representam 19% da doença de Alzheimer assume, neste âmbito, um<br />
carga da morbilidade e incapacidade.“Infelizmente lugar de destaque, representando cerca de 60 a<br />
ainda existem pessoas que não têm consciência de 70% de todos os casos de demência (World Health<br />
que os hábitos e um estilo de vida mais saudáveis Organization [WHO], 2015).<br />
podem fazer uma grande diferença na nossa saúde.<br />
De tal forma que, existem pequenas ações no dia-adia<br />
que nos ajudam a reduzir os riscos de desenvolver<br />
doença de Alzheimer ou outras formas de demência.”,<br />
explica José Carreira, Presidente da<br />
Alzheimer Portugal. E acrescenta que “a Associação<br />
Alzheimer Portugal disponibiliza toda a informação<br />
sobre a doença de Alzheimer com o objetivo<br />
52 CONSCIENTE Dezembro www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt
1 em cada 15 portugueses com mais de<br />
80 anos sofre de estenose aórtica<br />
+ Saúde<br />
Dia Mundial da Terceira Idade celebra-se a 28 de outubro<br />
A ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE INTERVENÇÃO CARDIOVAS-<br />
CULAR, UMA ENTIDADE SEM FINS LUCRATIVOS, TEM POR<br />
FINALIDADE O ESTUDO, INVESTIGAÇÃO E PROMOÇÃO DE<br />
ATIVIDADES CIENTÍFICAS NO ÂMBITO DOS ASPETOS MÉDICOS,<br />
CIRÚRGICOS, TECNOLÓGICOS E ORGANIZACIONAIS DA INTER-<br />
VENÇÃO CARDIOVASCULAR. A APIC ESTÁ A PROMOVER, EM<br />
PORTUGAL, A CAMPANHA VALVE FOR LIFE PARA AUMENTAR A<br />
CONSCIENCIALIZAÇÃO PARA A ESTENOSE AÓRTICA.<br />
Andreia Garcia || andreiagarcia@miligrama.com.pt ||<br />
A<br />
estenose aórtica é uma doença<br />
que afeta 32 mil portuguenados<br />
com o tratamento. Atualmente existem 5<br />
(cirurgia convencional) e diminui os riscos relacioses,<br />
maioritariamente pessoas centros públicos e 6 centros privados de Hemodinâmica,<br />
em Portugal, com capacidade para a rea-<br />
acima dos 80 anos, limitando<br />
as suas capacidades e qualidade<br />
de vida. Frequentemente, Campante Teles, Coordenador da campanha Vallização<br />
deste procedimento médico”, explica Rui<br />
os seus sintomas (cansaço, dor no peito e desve<br />
For Life. A aorta é a principal artéria do nosso<br />
maios) não são valorizados pelas famílias portuguesas<br />
e o diagnóstico acaba por ser adiado, o<br />
que pode ser fatal. O alerta é da Associação Portuguesa<br />
de Intervenção Cardiovascular (APIC) à<br />
margem das comemorações do Dia Mundial da<br />
Terceira Idade que se assinala a 28 de outubro.<br />
“É importante sensibilizar a população para a valorização<br />
dos sintomas desta doença, principalmente<br />
o cansaço que é muito comum associar-se<br />
à terceira idade, de forma a que se possa fazer<br />
um diagnóstico precoce e encaminhar para um<br />
tratamento o mais rapidamente possível”, alerta<br />
João Brum Silveira, presidente da APIC. “Cada<br />
vez mais o tratamento desta doença passa pelo<br />
implante de uma nova válvula cardíaca, através<br />
de um cateter introduzido por uma artéria<br />
(geralmente na virilha), sem necessidade de parar<br />
o coração. Esta técnica minimamente invasiva é,<br />
para muitos especialistas, o grande avanço da<br />
cardiologia dos últimos 20 anos. Tem inúmeras<br />
vantagens em relação à cirurgia de peito aberto<br />
corpo que transporta sangue para fora do coração.<br />
Quando o sangue sai do coração flui da válvula<br />
aórtica para a artéria aorta. A válvula aórtica<br />
tem como função evitar que o sangue bombeado<br />
pelo coração não volte para trás. Na presença de<br />
estenose, a válvula aórtica não abre completamente,<br />
vai ficando cada vez mais estreita e isso<br />
diminui o fluxo sanguíneo do coração. Se não for<br />
detetada atempadamente esta doença pode ter<br />
um desfecho letal. O diagnóstico da estenose aórtica<br />
pode ser confirmado com recurso à auscultação,<br />
ecocardiografia com doppler, seguindo-se<br />
muitas vezes um cateterismo cardíaco para completar<br />
o estudo.<br />
Para mais informações sobre esta doença e o seu tratamento<br />
consulte o site: www.apic.pt ou<br />
www.valveforlife.pt<br />
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52 CONSCIENTE Setembro
Seguran<br />
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ça Alimentar<br />
Por Rubina iquebal<br />
D<br />
e acordo com a Organização alimentos que não causam danos ao consumidor.<br />
Mundial da Saúde (OMS) os No entanto, na implementação dos sistemas de<br />
surtos de doenças transmitidas<br />
por alimentos ocorrem ocorrem nos alimentos, implementando práticas<br />
gestão é necessário identificar os perigos que<br />
periodicamente em quase para o seu controlo. Os perigos que estão presentes<br />
nos alimentos podem ser biológicos, químicos<br />
todos os continentes, mostram<br />
que os alimentos não seguros constituem um e físicos, podendo surgir em qualquer etapa da<br />
problema de saúde pública a nível mundial e que cadeia alimentar como se pode ver no Quadro 1.<br />
mais de 200 doenças são transmitidas através de<br />
alimentos. Essas doenças podem causar efeitos<br />
adversos à saúde desde a gastroenterite, cancro,<br />
doenças hepáticas e renais. A Declaração Mundial<br />
e Nutrição da FAO/OMS referem que o acesso a<br />
alimentos seguros e nutritivos é um direito individual<br />
básico. Atualmente o conceito de segurança<br />
alimentar significa que se devem implementar sistemas<br />
de gestão que possibilitem a produção de<br />
Perigos<br />
Biológicos<br />
Bactérias<br />
Perigos<br />
Químicos<br />
Pesticidas<br />
Perigos<br />
Físicos<br />
Frações de plástico<br />
Vírus Metais pesados Pedaços de metal<br />
Fungos<br />
Parasitas<br />
Agentes de limpeza<br />
Toxinas das plantas<br />
Fragmentos de<br />
vidro<br />
Pedaços de madeira<br />
Perigos que deve conhecer..<br />
Existem quatro tipos de perigos: biológicos, químicos, físicos e, por último os nutricionais. Os perigos biológicos<br />
são os que revelam maior risco à inocuidade dos alimentos e estima-se que cerca de 90% das doenças<br />
transmitidas por alimentos sejam provocadas por microrganismos. Os perigos químicos nos alimentos raramente<br />
colocam de imediato a vida em risco. No entanto, a exposição prolongada a pequenas doses de compostos<br />
consumidos pode constituir um risco para a saúde como o cancro, malformações à nascença, asma, alergias,<br />
perturbações no desenvolvimento cerebral nas crianças, doenças cardiovasculares, diabetes, obesidade entre<br />
outros. Os perigos físicos são causados por agentes/objetos estranhos aos géneros alimentícios que quando<br />
ingeridos inadvertidamente podem ter um impacto grave na saúde dos consumidores.<br />
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Existem também os perigos nutricionais que dizem respeito à utilização de nutrientes em excesso ou escassa<br />
como por exemplo o sal, açúcar, álcool, vitaminas, gorduras e sais minerais, a qual pode ter um impacto negativo<br />
na saúde dos consumidores, como o aumento para a predisposição de certas doenças como a diabetes,<br />
hipertensão arterial e obesidade mórbida e também estão incluídos os perigos associados à presença de alergénios.<br />
Contudo a adoção de boas práticas de fabrico baseadas nos Princípios Gerais do Codex para a higiene dos<br />
alimentos é o primeiro passo na defesa da segurança alimentar. Estes princípios funcionam como uma base<br />
sólida para garantir a higiene alimentar desde a produção primária até ao consumidor destacando o controlo<br />
da higiene dos processos a serem adotados em cada etapa. Em Portugal de modo a garantir a segurança alimentar<br />
existem autoridades nacionais que são responsáveis pela fiscalização, avaliação e comunicação do risco<br />
na cadeia alimentar e cabe às empresas uma implementação das exigências regulamentares. Contudo para melhorar<br />
a segurança alimentar, é necessária uma abordagem baseada no Sistema HACCP (Análise de Perigos e<br />
Pontos Críticos de Controlo) a qual é obrigatória em Portugal a partir da implementação do Regulamento<br />
852/2004. O Sistema HACCP é uma abordagem sistemática para a identificação, avaliação e controle de perigos<br />
na produção de alimentos, com incidência nos pontos críticos para a segurança alimentar.<br />
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