Grimorio para o Aprendiz de Feiticeiro - Oberon
646 Gltim6ltio palta o lIplt~ndiz d~ 'F ~itic~ilto ----- de águia e corpo de leão, na verdade ele não se baseia na águia, mas sim no lammergeier, gypaetus barbatus ("Abutre barbadas"), com 1,20 metro de altura e envergadura das asas de quase 3 metros. O poderoso, mas raramente visto lammergeier (cujo nome em alemão significa "ladrão de cordeiros", por causa de seu hábito de carregar cordeiros), habita os altos picos montanhosos da Europa meridional, África e Ásia. Há também abutres semelhantes ao grifo (Gyps fulvus), na Ásia meridional e sul da África. Hipocampo O mítico cavalo marinho ou hipocampo (significa "monstro marinho semelhante a um cavalo", em grego) tem a cabeça e a metade dianteira de um cavalo, com barbatanas em vez de cascos, e a metade traseira de um peixe exótico. Também conhecido como cavalo da água ou cavalo-enguia, era um dos assuntos artísticos favoritos no período greco-romano, principalmente nos banhos romanos, os quais frequentemente é encontrado em mosaicos. Na tradição romana, dizia-se que o hipocampo era a criatura mais rápida do oceano e, por isso, o corcel favorito de Netuno, rei do mar. Na Escócia, o cavalo d'água é chamado kelpie. Ele anda pelos rios e regatos e, depois de deixar que um humano confiante monte nele, ele mergulha na água e o afoga. Na Irlanda, a mesma criatura é conhecida como each-uisge (ic-USH-qui) ou aughisky (og-ISS-qui); ele habita em mares e lagos e é muito mais perigoso. Depois de afundar suas vítimas na água, ele as devora. Se, porém, o aughisky for montado em terra firme, ele é seguro; mas a visão ou o cheiro do mar será a perdição do cavaleiro. Konrad Gesner, 1551 O cavalo d'água pode ser possivelmente identificado com o legendário monstro do Loch Ness e seus parentes, outros monstros de lago e serpentes marinhas, que foram avistados em dezenas de lugares em todo o mundo. Nas descrições, a cabeça e o pescoço dessas criaturas são semelhantes aos do cavalo de perfil e, de fato, muitas vezes elas são chamadas de "Cavalos d'água" pelas testemunhas oculares. Hipocampo atualmente é o nome científico dado ao curioso peixinho comumente conhecido como cavalo marinho, que não passa de 20 centímetros de comprimento. S~tt~ia A sereia - uma bela moça da cintura para cima, mas um peixe da cintura para baixo - sempre foi uma das criaturas favoritas da lenda e do romance. Nunca houve um período ou local na história náutica em que os marinheiros não
----- ~ualtta Jlula: o Bestiáltio máaico 647 tenham falado das sereias que encontraram. O folclore do povo-sereia é antigo e muito difundido, atravessa culturas continentes e séculos. Eles já fora~ chamados por diversos nomes - sereias, se/quis, trifões, ondinas, melusinas, morganas, korriganas, /orelei, rusulki, nixies, nereidas, náiades e ningyos. A sereia da tradição é sedutora e perigosa. Ela personifica a beleza e a deslealdade do mar, especialmente dos bancos de areia e rochas do litoral. Conta-se que seu longo cabelo é composto de algas marinhas. Para o marinheiro, a visão de uma sereia é quase sempre um Sereia de Fiji presságio de desastre - tempestade, na~frágio ou afogamento. O povo-serela vive em um reino no fundo do mar, regido por Netuno, e incita os marinheiros a saltarem na água, com cantos e música. Historiadores e exploradores acreditavam que as sereias fossem reais e relataram muitas visões e encontros ao longo dos séculos. Plínio, o Velho (23- 79 d.C.), foi o primeiro naturalista a descrevê-las em detalhe em sua monumental História Natural. Em meados do século XIX, "Sereias" empalhadas (montagens de macacos e peixes criadas por taxidermistas japoneses) tornaram-se espetáculo na Londres vitoriana. A mais famosa dessas curiosidades foi a "Seria de Fiji", levada à Broadway por P. T. Barnum em 1842. A universalidade e a vitalidade da lenda das sereias sugerem uma base factual: um animal real que possa parecer uma sereia a distância. Entre os possíveis candidatos, estão os sirenianos (manatins e dugongos) e os pinípedes (focas e leões-marinhos). No início da década de 1980, próximo à costa da Nova Irlanda, no norte da Nova Guiné, antropólogos relataram ter visto um mamífero marinho desconhecido. Os nativos o chamavam de ri ou ilkai, descrevendo-o com a parte inferior do corpo como a de um peixe e uma cabeça e torso humano ides, com seios salientes nas fêmeas. Em outras palavras, uma sereia! Essa identificação foi reforçada por seu nome pidgin: pishmeri ("peixe-mulher"). Em março de 1985, guiei uma expedição de mergulho do ERAlISC à Nova Irlanda para iden- Dugongo tificar e filmar o ri. Descobrimos que o pishmeri não era nada mais que o dugongo indo-pacífico, um raro sireniano que exibia um comportamento desconhecido pelos biólogos marinhos.
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tenham falado das sereias que encontraram.<br />
O folclore do povo-sereia é antigo<br />
e muito difundido, atravessa culturas<br />
continentes e séculos. Eles já fora~<br />
chamados por diversos nomes -<br />
sereias, se/quis, trifões, ondinas, melusinas,<br />
morganas, korriganas, /orelei,<br />
rusulki, nixies, nereidas, náia<strong>de</strong>s<br />
e ningyos.<br />
A sereia da tradição é sedutora e<br />
perigosa. Ela personifica a beleza e a<br />
<strong>de</strong>slealda<strong>de</strong> do mar, especialmente dos<br />
bancos <strong>de</strong> areia e rochas do litoral. Conta-se<br />
que seu longo cabelo é composto<br />
<strong>de</strong> algas marinhas. Para o marinheiro, a<br />
visão <strong>de</strong> uma sereia é quase sempre um<br />
Sereia <strong>de</strong> Fiji<br />
presságio <strong>de</strong> <strong>de</strong>sastre - tempesta<strong>de</strong>, na~frágio<br />
ou afogamento. O povo-serela<br />
vive em um reino no fundo do mar, regido<br />
por Netuno, e incita os marinheiros a<br />
saltarem na água, com cantos e música.<br />
Historiadores e exploradores acreditavam<br />
que as sereias fossem reais e<br />
relataram muitas visões e encontros ao<br />
longo dos séculos. Plínio, o Velho (23-<br />
79 d.C.), foi o primeiro naturalista a <strong>de</strong>screvê-las<br />
em <strong>de</strong>talhe em sua monumental<br />
História Natural. Em meados do século<br />
XIX, "Sereias" empalhadas (montagens<br />
<strong>de</strong> macacos e peixes criadas por<br />
taxi<strong>de</strong>rmistas japoneses) tornaram-se<br />
espetáculo na Londres vitoriana. A mais<br />
famosa <strong>de</strong>ssas curiosida<strong>de</strong>s foi a "Seria<br />
<strong>de</strong> Fiji", levada à Broadway por P. T.<br />
Barnum em 1842.<br />
A universalida<strong>de</strong> e a vitalida<strong>de</strong> da<br />
lenda das sereias sugerem uma base factual:<br />
um animal real que possa parecer<br />
uma sereia a distância. Entre os possíveis<br />
candidatos, estão os sirenianos<br />
(manatins e dugongos) e os pinípe<strong>de</strong>s<br />
(focas e leões-marinhos). No início da<br />
década <strong>de</strong> 1980, próximo à costa da<br />
Nova Irlanda, no norte da Nova Guiné,<br />
antropólogos relataram ter visto um mamífero<br />
marinho <strong>de</strong>sconhecido. Os nativos<br />
o chamavam <strong>de</strong> ri ou ilkai, <strong>de</strong>screvendo-o<br />
com a parte inferior do corpo<br />
como a <strong>de</strong> um peixe e uma cabeça e<br />
torso humano i<strong>de</strong>s, com<br />
seios salientes nas fêmeas.<br />
Em outras palavras,<br />
uma sereia!<br />
Essa i<strong>de</strong>ntificação foi<br />
reforçada por seu<br />
nome pidgin: pishmeri<br />
("peixe-mulher").<br />
Em março <strong>de</strong> 1985,<br />
guiei uma expedição <strong>de</strong><br />
mergulho do ERAlISC à<br />
Nova Irlanda <strong>para</strong> i<strong>de</strong>n- Dugongo<br />
tificar e filmar o ri. Descobrimos<br />
que o pishmeri não era nada<br />
mais que o dugongo indo-pacífico, um<br />
raro sireniano que exibia um comportamento<br />
<strong>de</strong>sconhecido pelos biólogos<br />
marinhos.