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Grimorio para o Aprendiz de Feiticeiro - Oberon

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Quinta Rula: Roentuttas na Oatutteza ----- 187<br />

noite, como os gatos e corujas atuais. O<br />

que caçavam? Como as corujas e gatos,<br />

caçavam mamíferos noturnos.<br />

O único modo como os mamíferos<br />

conseguiram sobreviver durante os 150<br />

milhões <strong>de</strong> anos <strong>de</strong> domínio dos dragões<br />

foi ocupar esses três pequenos nichos.<br />

Alguns se enterravam no solo e outros<br />

apren<strong>de</strong>ram a viver em árvores. Os pequenos<br />

mamíferos semelhantes a ratos<br />

que viviam em tocas saíam apenas à noite,<br />

quando os dragões estavam dormindo.<br />

Para conseguir ver no escuro, esses<br />

mamíferos abriram mão dos cones em<br />

seus olhos e encheram suas retinas apenas<br />

com bastonetes. É por isso que quase<br />

todos os mamíferos mo<strong>de</strong>rnos ainda<br />

não enxergam em cores - mesmo <strong>de</strong>pois<br />

<strong>de</strong> os dinossauros terem sido exterminados<br />

- porque quase todos os mamíferos<br />

que vieram <strong>de</strong>pois <strong>de</strong>scendiam<br />

<strong>de</strong>sses escavadores notívagos.<br />

Mas alguns mamíferos viviam em<br />

árvores, on<strong>de</strong> os dragões predatórios não<br />

podiam alcançá-los. Entre eles, estavam<br />

os primatas ("primeiros"): musaranhos<br />

arborícolas, que mais tar<strong>de</strong> se <strong>de</strong>senvolveram<br />

em lêmures, macacos, bugios -<br />

e nós. Como vivíamos em árvores, não<br />

tivemos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sistir da visão das cores<br />

<strong>para</strong> enxergar à noite, e mantivemos<br />

nossos cones e bastonetes. Os primatas<br />

(e marsupiais) continuam a ser os únicos<br />

mamíferos a enxergar em cores; e<br />

também po<strong>de</strong>mos enxergar melhor à<br />

noite do que a gran<strong>de</strong> maioria dos pássaros.<br />

Quando eu era criança, saía do<br />

meu quarto pela janela quando era noite<br />

<strong>de</strong> Lua cheia. Enquanto todos dormiam,<br />

eu explorava aquele estranho mundo<br />

prateado <strong>de</strong> cinzas e negros. Não havia<br />

ninguém mais por perto e eu ficava livre<br />

<strong>para</strong> vagar pelos quintais, campos e florestas<br />

da vizinhança sozinho. Estremecia<br />

com o som noturno <strong>de</strong> grilos, cigarras,<br />

coiotes, corujas e bacuraus. Avistava<br />

outras criaturas noturnas em sua ronda<br />

e <strong>de</strong>scobria que não tinham medo <strong>de</strong><br />

mim no escuro.<br />

Muitos, muitos anos <strong>de</strong>pois, minha<br />

companheira, Morning Glory, fez uma<br />

observação profunda: "As verda<strong>de</strong>iras<br />

bruxas (e feiticeiros) não têm medo do<br />

Escuro".<br />

Rostos na Lua<br />

Nossa Lua está gravitacionalmente<br />

estagnada, <strong>de</strong> modo que é sempre o<br />

mesmo lado que se mostra à Terra. Esse<br />

lado tem áreas escuras bem distintas formadas<br />

por <strong>de</strong>rramamentos <strong>de</strong> lava que,<br />

vistos daqui, parecem oceanos. Por isso,<br />

os antigos os chamaram <strong>de</strong> maria ("mares").<br />

Quando olhamos a Lua cheia, esses<br />

maria parecem reunir os traços <strong>de</strong><br />

um rosto. Em diferentes países, esses<br />

padrões lunares foram vistos como a<br />

Dama na Lua, o Homem na Lua ou o<br />

Coelho na Lua (na Austrália). Na próxima<br />

Lua cheia, tente encontrá-los.<br />

Li~ão 4: Linbas Ley<br />

As ver<strong>de</strong>jantes paisagens das Ilhas<br />

Britânicas são cruzadas por misteriosas<br />

linhas que correm em linha reta, <strong>de</strong> horizonte<br />

a horizonte, como os antigos "canais"<br />

imaginários <strong>de</strong> Marte. Elas são chamadas<br />

<strong>de</strong> linhas ley, e foram assunto <strong>de</strong><br />

muitos estudos e especulações - e uma<br />

porção <strong>de</strong> livros. Colinas, monolitos e CÍr-

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