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Mas não foi esta a única fonte <strong>de</strong> riquezas para a Igreja. Todos os reis<br />
cristãos, ao vencerem uma batalha, davam parte das terras tomadas à<br />
Igreja. E também havia a riqueza que vinha dos infiéis que, ao serem<br />
<strong>de</strong>rrubados pelos cristãos, tinham parte <strong>de</strong> suas terras doadas ao clero.<br />
A Igreja tornou-se assim proprietária <strong>de</strong> um terço <strong>de</strong> todas as terras da<br />
Europa. Ao lado das gran<strong>de</strong>s catedrais pululavam as pequenas igrejas,<br />
sobretudo no norte <strong>de</strong> Portugal, on<strong>de</strong> o <strong>de</strong>senvolvimento das or<strong>de</strong>ns<br />
religiosas provocou a construção <strong>de</strong> muitos edifícios convencionais. O<br />
ouro chegava fácil a Roma, como antes a Constantinopla. A Igreja<br />
aproveitava o fervor religioso da época, crescia cada vez mais e se tornava<br />
mais po<strong>de</strong>rosa.<br />
MOUROS ENCANTADOS NAS VIZINHANÇAS DE ÉVORA<br />
Apesar <strong>de</strong> toda a força da Igreja, o português sempre acen<strong>de</strong>u uma vela<br />
para Deus e uma para o "outro". Até nas igrejas ele fazia mirongas. Na<br />
pedra d'ara 11 ele fazia preparos mágicos; atrás do altar também. E até os<br />
padres eram acusados <strong>de</strong>sses feitos. Mas os consi<strong>de</strong>rados gran<strong>de</strong>s bruxos<br />
eram os mouros e os ju<strong>de</strong>us (apesar <strong>de</strong> estes não o serem, e sim cabalistas).<br />
Na concepção da época, todo mouro era infiel, todo ju<strong>de</strong>u era avaro...<br />
A civilização árabe veio a florescer no norte da África e no Oriente Médio<br />
quando duas gran<strong>de</strong>s civilizações, a dos bizantinos e a dos persas, projetavam<br />
seus últimos resplendores. Foi quando os árabes começaram suas<br />
guerras <strong>de</strong> invasão. O mundo novo on<strong>de</strong> entravam os discípulos <strong>de</strong> Maomé<br />
surpreen<strong>de</strong>u vivamente sua imaginação inflamada, e eles não tardaram a<br />
<strong>de</strong>dicar-se aos estudos das artes, letras e ciências oci<strong>de</strong>ntais com tanto<br />
entusiasmo quanto o que <strong>de</strong>dicaram às conquistas. Assim que os califas<br />
consi<strong>de</strong>raram garantido o seu império, fundaram em todas as cida<strong>de</strong>s<br />
importantes diversos centros <strong>de</strong> ensino, e seus sábios traduziram do grego<br />
as gran<strong>de</strong>s obras do conhecimento antigo. Bagdá, Cairo, Toledo, Córdova