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Analytica 96

Artigo científico Florações de cianobactérias e cianotoxinas: levantamento de risco à saúde Nova seção: Espectrometria de massas O professor Oscar Bustillos apresenta as relações entre a espectrometria de massas e a química analítica Microbiologia Uma revisão sobre o bacilo Cronobacter Complemento normativo Agora, ao fim de todos os artigos, um complemento com as normas vigentes sobre o tema E muito mais.

Artigo científico
Florações de cianobactérias e cianotoxinas: levantamento de risco à saúde
Nova seção: Espectrometria de massas
O professor Oscar Bustillos apresenta as relações entre a espectrometria de massas e a química analítica
Microbiologia
Uma revisão sobre o bacilo Cronobacter
Complemento normativo
Agora, ao fim de todos os artigos, um complemento com as normas vigentes sobre o tema
E muito mais.

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artigo 2<br />

280<br />

Autores:<br />

Marcelo da Luz Santos¹,<br />

Luciano Procópio da Silva²,<br />

Renata Cristine Manfrinato Reis³<br />

A RDC nº 234, de 20 de Junho<br />

de 2018 autoriza as Indústrias<br />

Farmacêuticas a terceirizarem as<br />

análises de MATÉRIAS-PRIMAS<br />

26<br />

REVISTA ANALYTICA - AGO/SET 18<br />

coagulação química não são capazes<br />

de efetivamente removerem<br />

esses compostos isso porque os<br />

coagulantes não são eficazes na<br />

desestabilização e precipitação das<br />

cianotoxinas, não sendo possível a<br />

separação das mesmas nos processos<br />

de separação sólido-líquido<br />

que se seguem. Assim, pode-se<br />

concluir que a sequência convencional<br />

de tratamento, que consiste<br />

na coagulação, floculação, sedimentação<br />

e filtração rápida, não é<br />

eficaz na remoção de cianotoxinas<br />

(CAMACHO, 2012). Similarmente,<br />

a adoção de uma etapa de flotação<br />

no lugar da sedimentação pode<br />

acarretar a melhoria da eficiência<br />

de remoção de microalgas e cianobactérias,<br />

porém não deve ter efeito<br />

positivo na remoção de toxinas<br />

dissolvidas. A pós-ozonização pode<br />

apresentar eficiências de remoção<br />

de toxinas muito elevadas, chegando<br />

à completa destruição desses<br />

compostos. A dosagem necessária<br />

dependerá da concentração e tipo<br />

de cianotoxina e da presença de<br />

outros compostos orgânicos (CA-<br />

MACHO, 2012).<br />

São apresentadas várias maneiras<br />

de remoção de cianobactérias,<br />

porém a maior preocupação é a<br />

remoção das toxinas, com base em<br />

estudos experimentais nos quais a<br />

dosagem, tempo de contato e, principalmente,<br />

o pH foram otimizados.<br />

No processo de pós-cloração, os<br />

resultados apresentados sugerem<br />

que há uma interação envolvida<br />

com o pH, da concentração de<br />

cloro livre e do tempo de contato.<br />

Importante lembrar que a oxidação<br />

com cloroaminas, com peróxido<br />

de hidrogênio e com radiação ultravioleta<br />

não se mostrou efetiva<br />

na remoção de cianotoxinas. Dois<br />

processos são considerados efetivos<br />

na remoção de cianotoxinas:<br />

a adsorção em carvão ativado e a<br />

pós-oxidação, ou seja, a oxidação<br />

realizada após a remoção das células<br />

viáveis de cianobactérias. Dos<br />

pontos levantados, verifica-se que<br />

a questão de remoção de cianobactérias<br />

e cianotoxinas é complexa<br />

(CARVALHO, 2010).<br />

Apesar de haver essa complexidade<br />

em relação as cianobactérias<br />

às cianotoxinas, a adesão de medidas<br />

preventivas e de avaliação<br />

revelam eficiência para o controle,<br />

dentre elas:<br />

I. Medidas de monitoramento<br />

- intensificando o monitoramento,<br />

com frequência semanal de coleta<br />

de amostragem; - avaliação<br />

de amostras adicionais para estabilizar<br />

a variabilidade; - coletar<br />

amostras da água bruta para testes<br />

de toxicidade por bioensaios;<br />

- confirmar a identificação das<br />

cianobactérias em laboratório de<br />

referência.(fomentando pesquisas<br />

científicas) - Coletar amostras<br />

da água tratada para análise<br />

química de cianotoxinas, caso os<br />

testes de toxicidade tenham apresentado<br />

resultados positivos.<br />

II. Medidas de prevenção de<br />

risco à saúde - promover reunião<br />

entre o responsável pela operação<br />

do sistema e autoridades de<br />

saúde pública, para informação<br />

de riscos potenciais à saúde; -<br />

informar outras instituições, se<br />

apropriado (MORAES, 2012).<br />

Segundo Benhardt e Clasen<br />

(1991), a remoção de alguns tipos<br />

de cianobactérias pode alcançar até<br />

99,9% quando o tratamento é realizado<br />

pelos processos de floculação-<br />

-flotação-filtração; porém, caso a<br />

água tratada apresente concentração<br />

de 105 -106 células por ml<br />

(cel/ml). No entanto esse processo<br />

mostra-se eficaz em remover as<br />

cianobactérias, porém não se mostra<br />

a mesma eficiência na remoção<br />

de cianotoxinas neste caso acredita-<br />

-se que as melhores vias são a utilização<br />

de outras tecnologias incorporadas<br />

ao tratamento.<br />

No experimento desenvolvido<br />

por Hart et al. (1998), verificou-se<br />

que, para remover 85% de toxinas<br />

presentes na água, era necessário<br />

adicionar 20 mg/L de CAP (carvão<br />

ativado em pó). Entretanto, para<br />

calcular a dose de CAP, deve-se<br />

verificar a concentração de compostos<br />

orgânicos na água, pois<br />

estes são competidores pelos sítios<br />

de adsorção dos CAPs, ou seja, reduzem<br />

a eficiência da adsorção. A<br />

adsorção utilizando carvão ativado<br />

em pó (CAP) pode ser uma outra<br />

opção incorporada ao tratamento.<br />

Mas ainda é uma resposta desfavorável<br />

85% tendo em vista que<br />

não são todas as variações de toxinas<br />

iguais em seu peso molecular<br />

(ALMEIDA et al, 2015)<br />

Um marco histórico, ocorrido<br />

no ano de 19<strong>96</strong>, em decorrência<br />

de intoxicação por cianotoxinas<br />

exemplifica um desses casos, que,<br />

embora menos frequentes, têm<br />

grande importância na saúde pública.<br />

Em uma clínica da cidade de<br />

Caruaru (PE), 110 pacientes renais<br />

crônicos, após terem sido submetidos<br />

a sessões de hemodiálise<br />

passaram a apresentar um quadro<br />

clínico compatível com uma grave<br />

hepatotoxicose. Destes, 54 vieram<br />

a falecer até cinco meses após o<br />

início dos sintomas, as análises<br />

laboratoriais possibilitaram o isolamento<br />

e a detecção da cianotoxina<br />

Microscitina-LR no sistema<br />

de purificação de água da clínica,<br />

bem como amostras de sangue e<br />

fígado dos pacientes intoxicados<br />

(CENTRO DE DOCUMENTAÇÃO E<br />

INFORMAÇÃO DA FAPESP, 19<strong>96</strong>).<br />

A referente revisão priorizará uma<br />

análise sistemática do controle das<br />

cianobactérias e suas variações,<br />

com objetivo de prevenir toda uma<br />

população de níveis de intoxicação<br />

como descrevem os dados analisados<br />

posteriormente. A falta de<br />

padrões de calibração coerentes<br />

com a realidade, tem dificultado a<br />

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