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Analytica 96

Artigo científico Florações de cianobactérias e cianotoxinas: levantamento de risco à saúde Nova seção: Espectrometria de massas O professor Oscar Bustillos apresenta as relações entre a espectrometria de massas e a química analítica Microbiologia Uma revisão sobre o bacilo Cronobacter Complemento normativo Agora, ao fim de todos os artigos, um complemento com as normas vigentes sobre o tema E muito mais.

Artigo científico
Florações de cianobactérias e cianotoxinas: levantamento de risco à saúde
Nova seção: Espectrometria de massas
O professor Oscar Bustillos apresenta as relações entre a espectrometria de massas e a química analítica
Microbiologia
Uma revisão sobre o bacilo Cronobacter
Complemento normativo
Agora, ao fim de todos os artigos, um complemento com as normas vigentes sobre o tema
E muito mais.

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artigo 2<br />

Autores:<br />

Marcelo da Luz Santos¹,<br />

Luciano Procópio da Silva²,<br />

Renata Cristine Manfrinato Reis³<br />

24<br />

REVISTA ANALYTICA - AGO/SET 18<br />

Tabela 2: Relação das cianotoxinas, sua classe química, organismos 10<br />

Tabela 2: Relação das cianotoxinas, sua classe química, organismos produtores, mecanismo de ação, toxicidade e<br />

sintomatologia da exposição aguda (CHORUS; BARTRAM, 1998; FALCONER, 2005; VAN APELDOORN et al., 2007;<br />

2007; JAMES et al., 2008; PEGRAM et al., 2008)<br />

JAMES et al., 2008; PEGRAM et al., 2008)<br />

Toxina<br />

Microcistinas<br />

Saxitoxinas (PSPs)<br />

Anatoxina–a<br />

produtores, mecanismo de ação, toxicidade e sintomatologia da exposição<br />

aguda (CHORUS; BARTRAM, 1998; FALCONER, 2005; VAN APELDOORN et al.,<br />

Organismos<br />

Produtores<br />

(Gêneros)<br />

pois estes organismos se multiplicam<br />

no ambiente e podem concentrar-se<br />

em determinadas porções<br />

de lagos e reservatórios pela ação<br />

do vento. Os programas de monitoramento<br />

podem incluir: avaliação<br />

dos perigos à saúde causados por<br />

cianobactérias/cianotoxinas; identificação<br />

de áreas suscetíveis; desenvolvimento<br />

de regulamentações<br />

em relação aos locais destinados<br />

Mecanismo de ação DL50 * Sintomatologia a<br />

exposição aguda<br />

Inibição das proteínas<br />

fosfatases 1 e 2ª<br />

Bloqueio dos canais de<br />

sódio<br />

Agonista nicotínico<br />

irreversível.<br />

50 - >1200 μg/Kg i.p.<br />

ratos<br />

10 μg/Kg i.p. rato<br />

200 – 250 µg/Kg i.p.<br />

ratos.<br />

Prostração ao, pilo<br />

ereção, anorexia,<br />

vômitos, dor<br />

abdominal, diarreia,<br />

choque hipovolêmico<br />

e hemorragia intrahepática.<br />

Paralisia progressiva<br />

dos músculos,<br />

diminuição dos<br />

movimentos,<br />

exagerada respiração<br />

abdominal, cianose,<br />

convulsão, parada<br />

respiratória e morte.<br />

Paralisia progressiva,<br />

forte respiração<br />

abdominal, cianose,<br />

convulsão, morte por<br />

asfixia.<br />

Anatoxina-a (S)<br />

Inibição<br />

da 20 μg/Kg i.p. ratos Paralisia progressiva,<br />

acetilcolinesterase<br />

fraqueza muscular,<br />

diminuição da<br />

frequência respiratória<br />

e convulsões.<br />

Salivação intensa.<br />

Morte ocorre por<br />

falência respiratória.<br />

* A DL50 representa o valor da dose de toxina letal a 50% dos animais expostos. Representada por µg de toxina/Kg de peso<br />

corpóreo. (i.p. – via de administração intra peritoneal).<br />

Fonte: BORTOLI & PINTO. Laboratório de Toxinas e Produtos Naturais de Algas, Faculdade de Ciências<br />

Farmacêuticas, Universidade de São Paulo, São Paulo, Brasil. 2015.<br />

* A DL50 representa o valor da dose de toxina letal a 50% dos animais expostos. Representada<br />

por µg de toxina/Kg de peso corpóreo. (i.p. – via de administração intra peritoneal).<br />

Fonte: BORTOLI & PINTO. Laboratório de Toxinas e Produtos Naturais de Algas, Faculdade de<br />

Ciências Farmacêuticas, Universidade de São Paulo, São Paulo, Brasil. 2015.<br />

ao abastecimento e recreação;<br />

Informação e educação para o público;<br />

Desenvolvimento de um programa<br />

de controle de poluição por<br />

nutrientes, entre outros (COMPA-<br />

NHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE<br />

SÃO PAULO- CETESP, 2013).<br />

Os relatos clínicos dos danos<br />

para a população humana, pelo<br />

consumo oral de toxinas de cianobactérias<br />

em águas de abastecimento,<br />

indicam que eles acontecem<br />

como consequência de acidentes,<br />

desconhecimento ou deficiência<br />

na operação dos sistemas de tratamento<br />

da água, como resultado,<br />

são parcialmente estimados e as<br />

circunstâncias originais são frequentemente<br />

de difícil definição.<br />

Em muitos casos, as cianobactérias<br />

causadoras dos danos desaparecem<br />

do reservatório antes que<br />

as autoridades de saúde pública<br />

considerem uma floração como o<br />

possível risco, pois são geralmente<br />

desconhecedoras dos danos possíveis<br />

resultantes da ocorrência de<br />

florações de cianobactérias e, portanto,<br />

assumem que os processos<br />

de tratamento da água usuais são<br />

capazes de remover qualquer problema<br />

potencial (MEREL, 2014).<br />

Entretanto, várias toxinas de cianobactérias,<br />

quando em solução,<br />

são dificilmente removidas por um<br />

processo convencional de tratamento,<br />

sendo inclusive resistentes<br />

à fervura. Essa exposição prolongada<br />

deve ser considerada como<br />

um sério risco à saúde uma vez<br />

que, como já descrito anteriormente,<br />

as microcistinas, que são o tipo<br />

mais comum de toxinas de cianobactérias,<br />

são potentes promotoras<br />

de tumores e, portanto, este consumo<br />

continuado de pequenas doses<br />

de hepatotoxinas pode levar a uma<br />

maior incidência de câncer hepático<br />

na população exposta. Como<br />

consequência, é importante que os<br />

efeitos crônicos de exposições prolongadas<br />

por ingestão oral de baixas<br />

concentrações de cianotoxinas<br />

sejam avaliados tanto do ponto de<br />

vista epidemiológico, como toxicológico<br />

(SANCHES, 2012).<br />

No que diz respeito às cianotoxinas<br />

propriamente ditas, também<br />

referenciada como cianotoxina dissolvida<br />

ou cianotoxina extracelular,<br />

o que se observa, a partir dos<br />

dados levantados na literatura, é<br />

que os processos que envolvem a<br />

C<br />

M<br />

Y<br />

CM<br />

MY<br />

CY<br />

CMY<br />

K<br />

REVISTA ANALYTICA - AGO/SET 18<br />

25

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