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Analytica 96

Artigo científico Florações de cianobactérias e cianotoxinas: levantamento de risco à saúde Nova seção: Espectrometria de massas O professor Oscar Bustillos apresenta as relações entre a espectrometria de massas e a química analítica Microbiologia Uma revisão sobre o bacilo Cronobacter Complemento normativo Agora, ao fim de todos os artigos, um complemento com as normas vigentes sobre o tema E muito mais.

Artigo científico
Florações de cianobactérias e cianotoxinas: levantamento de risco à saúde
Nova seção: Espectrometria de massas
O professor Oscar Bustillos apresenta as relações entre a espectrometria de massas e a química analítica
Microbiologia
Uma revisão sobre o bacilo Cronobacter
Complemento normativo
Agora, ao fim de todos os artigos, um complemento com as normas vigentes sobre o tema
E muito mais.

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artigo 2<br />

Autores:<br />

Marcelo da Luz Santos¹,<br />

Luciano Procópio da Silva²,<br />

Renata Cristine Manfrinato Reis³<br />

22<br />

REVISTA ANALYTICA - AGO/SET 18<br />

te pode ocorrer entre 2 a 12 horas.<br />

Em casos de intoxicação com<br />

dose não letal, geralmente os sintomas<br />

desaparecem de um a seis<br />

dias conforme demonstra tabela 2<br />

(CARMICHAEL, 1994).<br />

Toxinas produzidas pelas<br />

Saxitoxinas<br />

A síndrome de PSP (Paralisia Supranuclear<br />

Progressiva) é causada<br />

por um grupo com mais de vinte<br />

substâncias hidrossolúveis, tais<br />

como: saxitoxina (STX), neosaxitoxina<br />

(neoSTX), goniautotoxina-1, 2,<br />

3, e 4 (GTX-1, 2, 3 e 4) e substâncias<br />

análogas, sendo causadoras<br />

de uma síndrome de intoxicação<br />

extremamente perigosa, por inibir a<br />

condução nervosa, bloqueando os<br />

canais de sódio sem afetar a permeabilidade<br />

para o potássio, assim<br />

como permeabilidade ou bloqueio<br />

do potencial transmenbranar ou<br />

a resistência da mesma. (CARMI-<br />

CHAEL, 1992).<br />

Hepatotóxicas<br />

Essas hepatotoxinas chegam aos<br />

hepatócitos por meio de receptores<br />

dos ácidos biliares e promovem<br />

uma desorganização do seu citoesqueleto.<br />

Como consequência,<br />

o fígado perde sua arquitetura e<br />

desenvolve graves lesões internas<br />

(REBOLÇAS et al, 2006).<br />

A perda de contato entre as células<br />

cria espaços internos que são<br />

preenchidos pelo sangue que passa<br />

a fluir dos capilares para esses locais,<br />

provocando uma hemorragia intra-<br />

-hepática. Seu mecanismo de ação<br />

se dá por inibição da síntese proteica<br />

e já têm sido observados danos<br />

severos também em células renais,<br />

pulmonares e cardíacas dos animais<br />

testados. (REBOLÇAS et al, 2006).<br />

Toxinas produzidas pelas<br />

microcistinas<br />

Muitos espécies de cianobactérias<br />

produtoras de cianotoxinas,<br />

incluídas nos gêneros Microcystis,<br />

Anabaena, Aphanizomena, Nodularia,<br />

Nostoc, Oscíliatoria, Cylindrospermopsis,<br />

Coelosphaeriuni,<br />

Fisóherella, Gloeotrichia, Gomphosphaeria,<br />

Hapaiosiphon, Microcoleus,<br />

Schizothrix, Scytonema, Symploca,<br />

Tolypothrix e Trichodesmium,<br />

são responsáveis pelo aparecimento<br />

de intensas florações tóxicas<br />

em corpos d’água eutrofizados em<br />

várias regiões do país, causando<br />

muitos casos de envenenamento<br />

animal e mesmo humano, quando<br />

não adotados métodos de fiscalização<br />

e tratamento adequado para<br />

esses mananciais de abastecimento<br />

público, ocorridos após a ingestão<br />

de água ou alimentos contendo<br />

células tóxicas ou toxinas por elas<br />

liberadas (CARVALHO et al, 2013).<br />

Essas cianotoxinas também podem<br />

ser separadas em dois grupos:<br />

neurotoxinas que afetam o sistema<br />

nervoso, atuando como fatores de<br />

morte rápida e hepatotoxinas que<br />

afetam o sistema hepático, atuando<br />

como fatores de morte lenta<br />

(CARMICHAEL, 1992).<br />

Influencias das florações<br />

de cianobactérias na<br />

saúde pública<br />

A toxicidade de florações de cianobactérias<br />

pode apresentar uma<br />

variação temporal, desde intervalos<br />

curtos de tempo até diferenças<br />

sazonais e também espaciais,<br />

provavelmente decorrentes de<br />

alterações na proporção de cepas<br />

tóxicas e não tóxicas na população<br />

(OLIVER&RIBEIRO, 2014).<br />

Medidas de prevenção<br />

e controle da toxicidade<br />

das cianobactérias<br />

A Organização Mundial de Saúde<br />

determina que seja adotada uma<br />

gestão de qualidade incorporando<br />

metodologias de prevenção e controle<br />

de florações potencialmente<br />

tóxicas para garantir uma eficácia<br />

na proteção de saúde pública. A<br />

gestão das causas de contaminação<br />

implicará na minimização de<br />

floração de cianotoxinas em fontes<br />

naturais de abastecimento público<br />

e investimento em processos de<br />

tratamento (COMPANHIA AMBIEN-<br />

TAL DO ESTADO DE SÃO PAULO-<br />

CETESP, 2013).<br />

Sabendo que o processo de eutrofização<br />

é a principal causa de<br />

contaminação de mananciais de<br />

água doce para consumo humano,<br />

destacam-se várias ações de<br />

prevenção que irão diminuir o enriquecimento<br />

artificial nos corpos<br />

d’agua: regulamentação do uso e<br />

ocupação do solo na bacia hidrográfica;<br />

ordenamento da ocupação<br />

territorial; Adoção de boas práticas<br />

na agricultura e pecuária; Controle<br />

da erosão e do uso de fertilizantes<br />

e herbicidas; Preservação das matas<br />

ciliares; Tratamento em nível<br />

terciário do esgoto doméstico e<br />

efluentes industriais brutos; Avaliação<br />

do regime de operação de<br />

reservatórios, como o tempo de<br />

residência e o fluxo da água, que<br />

podem influenciar as condições<br />

hidrodinâmicas (COMPANHIA AM-<br />

BIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAU-<br />

LO- CETESP, 2013).<br />

Vide Tabela 2 na página 24.<br />

O monitoramento preventivo de<br />

cianobactérias e cianotoxinas deve<br />

ser avaliados por órgãos competentes<br />

dentre eles: Secretarias Municipais<br />

e Estaduais de Vigilância<br />

Sanitária, Agencia Nacional de Vigilância<br />

Sanitária e Agencia Nacional<br />

de Águas mas também seu importante<br />

papel na estrutura e funcionamento<br />

dos ecossistemas aquáticos<br />

como produtores primários,<br />

fixadores de nitrogênio atmosférico<br />

e bioindicadores de qualidade da<br />

água, tais ações tem importância,

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