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Revista São Francisco - Edição 04

Produzida pela equipe de Comunicação e Marketing do Grupo São Francisco, a Revista São Francisco traz assuntos que interessam todos os tipos de público. Nela você vai ter acesso a notícias, dicas e muito entretenimento.

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Os primeiros anos de vida<br />

de Júlia Felício foram turbulentos.<br />

Aos seis meses,<br />

teve catapora e uma série<br />

de complicações – era sempre internada<br />

na UTI. Teve tantas crises<br />

de epilepsia, que entrou em coma<br />

três vezes. Enquanto isso, a mãe da<br />

menina, a publicitária Carolina Felício,<br />

ficava em frangalhos.<br />

“Os médicos sentiam muita dificuldade<br />

em acertar o diagnóstico<br />

e, até completar um ano, ela recebeu<br />

inúmeros deles e completamente<br />

diferentes. Cheguei a ouvir,<br />

inclusive, que a minha filha tinha<br />

uma doença rara, degenerativa,<br />

dando a ela poucos meses de vida”,<br />

relata.<br />

Carolina conta que, com o<br />

passar dos anos, Jujuba - como é<br />

chamada pela família - começou<br />

a apresentar outros sinais de que<br />

algo realmente não estava bem.<br />

De repente, parou de falar, deixou<br />

de responder a comandos, ficava<br />

emburrada e passou a apresentar<br />

dificuldades de compreensão.<br />

“Naquela época, ninguém tinha<br />

informações de nada. Suspeitava-<br />

-se de muitas coisas, mas nada era<br />

comprovado. Então, fiquei revoltada<br />

quando uma fonoaudióloga me falou<br />

de autismo pela primeira vez. A<br />

parte de comportamento começou<br />

a se sobressair, ela parou de<br />

falar. Foi então que comecei<br />

a me deparar com essa realidade”,<br />

afirma.<br />

DIAGNÓSTICO<br />

Jujuba nasceu em 2000,<br />

mas só recebeu o diagnóstico<br />

concreto do Transtorno<br />

do Espectro Autista em 2012,<br />

após profissionais terem<br />

sinalizado uma epilepsia<br />

maligna, cercada de incertezas.<br />

A falta de conhecimento<br />

sobre o assunto<br />

apenas aumentava a insegurança<br />

de lidar com algo<br />

completamente novo.<br />

Hoje, com 18 anos, a<br />

jovem possui um atraso<br />

global no desenvolvimento,<br />

com dificuldades de dicção.<br />

Além disso, Jujuba precisa<br />

de ajuda para lavar os cabelos<br />

devido à falta de coordenação<br />

motora e sente dificuldades<br />

para compreender questões de<br />

tempo, como a diferença entre um<br />

mês e outro.<br />

Apesar das dificuldades, Carolina<br />

faz de tudo para garantir o<br />

máximo de independência possível<br />

para a caçula. Jujuba aprende<br />

novos idiomas durante aulas de<br />

culinária, estuda artes, português e<br />

“O primeiro e<br />

maior desafio foi<br />

o meu próprio<br />

preconceito.<br />

Depois, lidar com<br />

o que poderia<br />

enfrentar das<br />

pessoas. Mas,<br />

quando você<br />

vence isso, você<br />

se fortalece para<br />

o que der e vier”.<br />

Carolina Felício<br />

matemática, e faz um estágio semanal<br />

em uma clínica veterinária.<br />

Aos finais de semana, passa o dia<br />

na casa dos amigos - quando quer<br />

ir embora, basta ligar para a mãe.<br />

“Se depender de mim, ela vai<br />

aprender até a dirigir. Tento passar<br />

a ela todos os dias que ela é capaz<br />

de tudo, que ela pode confiar em si<br />

mesma. Senão, ela desiste, e isso<br />

eu não posso permitir”, garante.<br />

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