Revista São Francisco - Edição 04

Em algum momento, algumas
mulheres irão compartilhar
o mesmo sonho:
a maternidade. Se antigamente
a regra era casar cedo, dar
à luz vários filhos e viver por conta
de criá-los, os últimos anos têm
sido marcados pelo tão discutido
empoderamento feminino. Cada
vez mais mulheres ocupam cargos
de chefia e têm outras prioridades,
como a busca pelo sucesso
pessoal e independência
financeira antes de cogitar constituir
família.
No entanto, o desejo de gerar
uma criança pode surgir de repente
ou até mesmo ser amadurecido
após todas as conquistas profissionais.
O ginecologista do Grupo
São Francisco, Dr. Jorge Kunzle,
ressalta que, mesmo
com os avanços da
medicina, uma série de cuidados
é necessária na gravidez após os
35 anos, considerada tardia.
Um exemplo recente é o caso
de Ivete Sangalo, de 45 anos, que
teve as gêmeas Marina e Helena
em pleno carnaval 2018. A cantora
é casada com o nutricionista
Daniel Cady, e afirmou à imprensa
que a decisão de engravidar veio
após o pedido do filho Marcelo, de
sete anos. Ela e o marido recorreram
à inseminação artificial e
as meninas nasceram com muita
saúde.
RISCOS E DIFICULDADES
Kunzle explica que fica mais difícil
engravidar naturalmente após
os 35, porque o número de óvulos
diminui conforme a idade.
Estima-se que, no nascimento,
uma mulher possua em tor-
Jorge Kunzle - Médico Obstetra
no de sete milhões deles. Com a
primeira menstruação, este número
cai para 500 mil, chegando a
menos de 25 mil aos 42 anos.
Ele afirma que o ideal é engravidar
por volta dos 20, decorrente
dos óvulos mais saudáveis,
tanto para fertilidade quanto para
questões de degeneração.
“Depois dos 35, a gravidez passa
a ser considerada de risco, pois
ocorre uma queda do número de
óvulos e a qualidade deles passa a
ser comprometida. Isso, porque, ao
longo do tempo, os óvulos sofrem
consequências do ambiente (radiação,
medicações, entre outros
fatores)”, afirma Kunzle.
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