Revista São Francisco - Edição 04
Produzida pela equipe de Comunicação e Marketing do Grupo São Francisco, a Revista São Francisco traz assuntos que interessam todos os tipos de público. Nela você vai ter acesso a notícias, dicas e muito entretenimento.
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DISPENSADA DE<br />
VAGA POR SER MÃE?<br />
Da mesma forma, a publicitária<br />
Ana Cristina Di<br />
Bonifácio, 37, pediu demissão<br />
da agência onde<br />
trabalhava para ficar um<br />
ano ao lado da filha caçula.<br />
Ana Cristina diz que<br />
não pôde fazer o mesmo<br />
quando a mais velha nasceu<br />
e aproveitou o período<br />
para cuidar das duas.<br />
O prazo estipulado<br />
por ela venceu em janeiro,<br />
quando Giulia completou<br />
um ano. Embora soubesse<br />
que seria difícil retornar ao<br />
mercado de trabalho, a publicitária<br />
afirma que não esperava tanta rejeição.<br />
Ela conta que foi dispensada<br />
recentemente de um processo seletivo<br />
e suspeita que o motivo tenha<br />
sido o “fator mãe”.<br />
“Os recrutadores me questionaram<br />
como eu faria se precisasse<br />
trabalhar aos finais de semana,<br />
ficar até mais tarde ou viajar. Mesmo<br />
eu falando que tenho marido<br />
e família com quem posso deixar<br />
minhas filhas, percebi que isso os<br />
deixou inseguros, pois insistiram<br />
no assunto diversas vezes. O mercado<br />
de trabalho ainda é muito<br />
machista, não existe cobrança de<br />
disponibilidade de horário para homens”,<br />
relata.<br />
Ana Cristina trabalha desde os<br />
15 anos e possui dez de experiência<br />
em agência de publicidade e propaganda.<br />
Apesar disso, ela diz que os<br />
12 meses que passou em casa na<br />
função mãe em tempo integral lhe<br />
trouxeram ainda mais senso de organização<br />
e maturidade.<br />
Giovanna, Giulia e Ana<br />
“A mulher cria um poder de planejamento fora do comum e leva<br />
isso para o ambiente de trabalho. Você acorda pensando que tem que<br />
levar cada criança em uma escola, montar duas lancheiras diferentes,<br />
que cada uma come em um horário, outra tem natação à noite. Os<br />
gestores mal sabem o quanto a mulher fica mais ágil, mais esperta,<br />
mais planejadora, mais responsável, com autonomia”, finaliza.<br />
MAIS DADOS DA PESQUISA<br />
A licença-maternidade foi estabelecida no Brasil pela Constituição de<br />
1988 e sua duração varia de 120 a 180 dias, conforme a política da empresa.<br />
Para os homens, a licença paternidade vai de cinco até 20 dias.<br />
Além disso, nos cinco primeiros meses após o nascimento, a mulher<br />
não pode ser dispensada da empresa sem justa causa.<br />
A mais recente edição da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios)<br />
feita pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), de<br />
2015, também mostra correlação entre a queda na participação feminina<br />
no mercado de trabalho e a presença de um filho pequeno na família, o<br />
que não se verifica para os homens.<br />
Segundo a pesquisa da FGV, em torno de 65% das mulheres com<br />
idade entre 25 e 44 anos estavam empregadas. Mas quando se considera<br />
mulheres da mesma faixa etária e com um filho de até um ano,<br />
a porcentagem de mulheres que tem um emprego cai para 41%. E somente<br />
28% destas mulheres trabalham 35 horas ou mais por semana<br />
no Brasil.<br />
No caso dos homens, o perfil é oposto: 92% dos homens com filhos<br />
de até um ano estavam trabalhando, sendo que 82% em atividades<br />
com 35 horas ou mais de carga horária semanal.