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Revista São Francisco - Edição 04

Produzida pela equipe de Comunicação e Marketing do Grupo São Francisco, a Revista São Francisco traz assuntos que interessam todos os tipos de público. Nela você vai ter acesso a notícias, dicas e muito entretenimento.

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22 |<br />

DISPENSADA DE<br />

VAGA POR SER MÃE?<br />

Da mesma forma, a publicitária<br />

Ana Cristina Di<br />

Bonifácio, 37, pediu demissão<br />

da agência onde<br />

trabalhava para ficar um<br />

ano ao lado da filha caçula.<br />

Ana Cristina diz que<br />

não pôde fazer o mesmo<br />

quando a mais velha nasceu<br />

e aproveitou o período<br />

para cuidar das duas.<br />

O prazo estipulado<br />

por ela venceu em janeiro,<br />

quando Giulia completou<br />

um ano. Embora soubesse<br />

que seria difícil retornar ao<br />

mercado de trabalho, a publicitária<br />

afirma que não esperava tanta rejeição.<br />

Ela conta que foi dispensada<br />

recentemente de um processo seletivo<br />

e suspeita que o motivo tenha<br />

sido o “fator mãe”.<br />

“Os recrutadores me questionaram<br />

como eu faria se precisasse<br />

trabalhar aos finais de semana,<br />

ficar até mais tarde ou viajar. Mesmo<br />

eu falando que tenho marido<br />

e família com quem posso deixar<br />

minhas filhas, percebi que isso os<br />

deixou inseguros, pois insistiram<br />

no assunto diversas vezes. O mercado<br />

de trabalho ainda é muito<br />

machista, não existe cobrança de<br />

disponibilidade de horário para homens”,<br />

relata.<br />

Ana Cristina trabalha desde os<br />

15 anos e possui dez de experiência<br />

em agência de publicidade e propaganda.<br />

Apesar disso, ela diz que os<br />

12 meses que passou em casa na<br />

função mãe em tempo integral lhe<br />

trouxeram ainda mais senso de organização<br />

e maturidade.<br />

Giovanna, Giulia e Ana<br />

“A mulher cria um poder de planejamento fora do comum e leva<br />

isso para o ambiente de trabalho. Você acorda pensando que tem que<br />

levar cada criança em uma escola, montar duas lancheiras diferentes,<br />

que cada uma come em um horário, outra tem natação à noite. Os<br />

gestores mal sabem o quanto a mulher fica mais ágil, mais esperta,<br />

mais planejadora, mais responsável, com autonomia”, finaliza.<br />

MAIS DADOS DA PESQUISA<br />

A licença-maternidade foi estabelecida no Brasil pela Constituição de<br />

1988 e sua duração varia de 120 a 180 dias, conforme a política da empresa.<br />

Para os homens, a licença paternidade vai de cinco até 20 dias.<br />

Além disso, nos cinco primeiros meses após o nascimento, a mulher<br />

não pode ser dispensada da empresa sem justa causa.<br />

A mais recente edição da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios)<br />

feita pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), de<br />

2015, também mostra correlação entre a queda na participação feminina<br />

no mercado de trabalho e a presença de um filho pequeno na família, o<br />

que não se verifica para os homens.<br />

Segundo a pesquisa da FGV, em torno de 65% das mulheres com<br />

idade entre 25 e 44 anos estavam empregadas. Mas quando se considera<br />

mulheres da mesma faixa etária e com um filho de até um ano,<br />

a porcentagem de mulheres que tem um emprego cai para 41%. E somente<br />

28% destas mulheres trabalham 35 horas ou mais por semana<br />

no Brasil.<br />

No caso dos homens, o perfil é oposto: 92% dos homens com filhos<br />

de até um ano estavam trabalhando, sendo que 82% em atividades<br />

com 35 horas ou mais de carga horária semanal.

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