#Química - Volume 1 (2016) - Martha Reis
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As ilustrações<br />
estão fora de<br />
escala. Cores<br />
fantasia.<br />
Suzi Eszterhas/Agência France-Presse<br />
As ilustrações estão fora<br />
de escala. Cores fantasia.<br />
Conheça seu Livro<br />
3Poluição<br />
eletromagnética<br />
UNIDADE<br />
132<br />
A poluição eletromagnética é caracterizada pelo excesso de<br />
radiações invisíveis às quais estamos submetidos o tempo<br />
todo. Grande parte dessas radiações é proveniente da enorme<br />
quantidade de aparelhos eletroeletrônicos com os quais<br />
convivemos diariamente, como computadores, celulares,<br />
televisores, videogames, aparelhos de micro-ondas, máquinas<br />
de lavar roupa, liquidificadores e muitos outros.<br />
Mesmo que você alegue que não tem computador nem celular<br />
e prefere ler livros a ver televisão (ótima escolha!), ainda<br />
assim existem as linhas de alta-tensão, as antenas de<br />
celulares, as antenas emissoras de sinais de rádio e televisão,<br />
os radares e os sistemas wi-fi, cada vez mais disponíveis.<br />
Ainda que você viva longe da cidade, no ambiente mais<br />
idílico possí vel, existem as radiações naturais, como os<br />
raios cósmicos e as radiações solares, de modo que não há<br />
como escapar.<br />
E como estamos mesmo imersos em um mar de ondas<br />
eletromagnéticas, o melhor que podemos fazer é conhecer<br />
suas propriedades e nos prevenir dos malefícios que elas<br />
podem causar.<br />
Abertura<br />
da Unidade<br />
Cada volume da coleção<br />
é dividido em cinco<br />
Unidades temáticas.<br />
O tema de cada Unidade<br />
é apresentado com um<br />
breve texto de<br />
introdução.<br />
Foi notícia!<br />
Esta seção abre todos<br />
os capítulos da coleção<br />
e apresenta um texto<br />
jornalístico relacionado<br />
ao tema da Unidade,<br />
do qual são extraídas<br />
questões.<br />
CAPÍTULO<br />
1<br />
FOI NOTÍCIA!<br />
O estudo da Química<br />
e as grandezas físicas<br />
Não existe plano B, porque não temos<br />
um planeta B: a Cúpula do Clima 2014<br />
e a Marcha popular pelo clima<br />
N<br />
ós não estamos aqui para falar, nós<br />
estamos aqui para fazer história’. Com esta<br />
frase, o secretário-geral da ONU, Ban<br />
Ki Moon, abriu o Climate Change Summit 2014<br />
(ou Cúpula do Clima), realizado em Nova York no<br />
último dia 23 [de setembro de 2014]. O encontro<br />
teve como objetivo relançar ações contra o aquecimento<br />
global. [...]<br />
Mais de 2 000 passeatas foram registradas dentro<br />
do que foi chamada ‘Marcha popular pelo clima’,<br />
nos dias que antecederam o encontro da ONU. [...]<br />
Segundo os organizadores de Nova York, o objetivo<br />
em reunir tantos participantes é fazer com que a<br />
temática do clima deixe de ser vista como uma preocupação<br />
meramente ambiental e passe a ser vista<br />
como um problema de todos e em todos os aspectos:<br />
social, ambiental, [...] político e econômico. [...]<br />
Pinguins-de-adélia em bloco de gelo.<br />
Ilhas Paulet, Antártica, agosto de 2014.<br />
É o que a Sociedade Global também acredita: que<br />
a governança democrática e o desenvolvimento em<br />
suas diversas facetas — humano, organizacional, local<br />
— dependem de cada cidadão e não do arraigado hábito<br />
de reclamar do governo (muitas vezes nem chegando<br />
a reclamar para o governo de fato) e de esperar<br />
soluções prontas do Estado. Se vivemos de fato na tal<br />
‘Aldeia Global’ de McLuhan, por que não fazer uso das<br />
ferramentas de comunicação e informação que a globalização<br />
nos agracia de maneira construtiva, visando<br />
melhorar o meio em que vivemos? Resumindo, nas<br />
palavras do sociólogo Boaventura Souza Santos:<br />
‘Há uma globalização alternativa, a globalização de<br />
um desenvolvimento democraticamente sustentável,<br />
das solidariedades e das cidadanias, de uma<br />
prática ecológica que não destrua o planeta'.”<br />
Disponível em: .<br />
Acesso em: 3 jun. 2015.<br />
A reportagem que você acabou de ler fala que o aquecimento<br />
global é um problema de todos e envolve aspectos sociais, ambientais,<br />
políticos e econômicos. Mas o que determina o aquecimento global,<br />
o aumento de temperatura ou o aumento de calor? Existe diferença?<br />
9<br />
Experimento<br />
RETOMANDO A NOTÍCIA<br />
Retomando<br />
a notícia<br />
A reportagem da página 133 trata da possibilidade<br />
de as ondas eletromagnéticas emitidas pelos aparelhos<br />
celulares causarem danos à saúde humana.<br />
Você sabe o que são ondas eletromagnéticas?<br />
Uma onda fica caracterizada quando conhecemos o seu comprimento de onda (l) e a sua frequência (f).<br />
• O comprimento de onda (l) equivale à distância que separa duas cristas (ponto mais elevado da onda)<br />
ou duas depressões (ponto menos elevado da onda) consecutivas.<br />
• A frequência de onda (f) é o número de cristas (ou depressões) que passam por um ponto fixo em um<br />
segundo.<br />
Outra característica das ondas é a amplitude, que corresponde à metade da altura que separa uma<br />
crista de uma depressão, ou seja, é a altura de uma onda — distância máxima que a onda atinge (pico) a<br />
partir de um ponto de equilíbrio (nível de referência).<br />
sentido de diminuição do comprimento<br />
de onda e de aumento da frequência<br />
crista<br />
depressão<br />
comprimento de onda<br />
comprimento de onda<br />
comprimento de onda<br />
comprimento de onda<br />
altura<br />
(amplitude)<br />
Quanto maior for o comprimento de uma onda (l), menor<br />
será a sua frequência (f) e vice-versa. O comprimento de onda (l)<br />
e a frequência (f) são grandezas inversamente proporcionais.<br />
Quanto maior a frequência (f) de uma onda, maior o número de<br />
cristas que passam por um ponto fixo por segundo; portanto, maior<br />
a velocidade (v) da onda e vice-versa. A frequência (f) e a velocidade<br />
(v) da onda são grandezas diretamente proporcionais.<br />
Por volta de 1860, o físico e matemático escocês James Clerk<br />
Maxwell (1831-1879) propôs um outro modelo para explicar a natureza<br />
da luz, segundo o qual a luz seria uma onda, campo ou radiação<br />
eletromagnética.<br />
nível de referência<br />
plano de propagação<br />
da onda elétrica<br />
1. onda elétrica<br />
2. onda magnética<br />
Ondas, campos ou radiações eletromagnéticas são formadas por um campo elétrico e um campo<br />
magnético perpendiculares entre si e à direção de propagação da radiação.<br />
Assim, para cada ponto de uma porção do espaço atravessada por uma radiação eletromagnética,<br />
ambos os campos – elétrico e magnético – variam de forma senoidal (função seno).<br />
As respostas para as questões<br />
levantadas na seção Foi notícia!<br />
são discutidas com base na teoria<br />
apresentada no capítulo.<br />
x<br />
frequência5<br />
z<br />
y<br />
f<br />
velocidade<br />
comprimento<br />
de onda<br />
v<br />
5<br />
l<br />
plano de propagação<br />
da onda magnética<br />
1<br />
direção de<br />
propagação<br />
Eletricidade e radioatividade 153<br />
2<br />
Ilustrações desta página: Banco de imagens/Arquivo da editora<br />
Extrato de repolho roxo: indicador ácido-base<br />
Material necessário<br />
• 1/2 repolho roxo de tamanho médio<br />
• água<br />
• 1 panela<br />
• 1 garrafa PET transparente de 250 mL,<br />
limpa e com tampa<br />
• 1 conjunto de jarra e peneira que se<br />
encaixem uma na outra<br />
• 1 frasco com conta-gotas limpo e seco<br />
• 6 copos de vidro pequenos<br />
• 6 etiquetas brancas ou pedaços de<br />
esparadrapo<br />
Líquidos que serão testados<br />
• vinagre branco<br />
• água de chuva<br />
• água de cal (você pode utilizar a que sobrou do<br />
experimento anterior)<br />
• solução de bicarbonato de sódio<br />
• refrigerante tipo soda<br />
• desinfetante com amoníaco<br />
Se quiser, teste também água destilada<br />
(comprada em posto de gasolina), suco de limão,<br />
saliva, água do mar, solução de leite de magnésia,<br />
solução de água e sabão em pedra, solução<br />
de água e sabonete, solução de água e xampu,<br />
solução de água e comprimido antiácido, solução<br />
de água e aspirina, etc.<br />
Como fazer<br />
Corte o repolho em pedaços pequenos, coloque-os<br />
na panela e cubra-os com água. Leve ao<br />
fogo e deixe ferver até que a água se reduza a<br />
praticamente metade do volume inicial. Desligue<br />
o fogo, tampe a panela e espere esfriar. Apoie a<br />
peneira na jarra e coe o conteúdo da panela. Passe<br />
a solução da jarra para a garrafa PET.<br />
Coloque a solução de extrato de repolho<br />
roxo nos copos até cerca de 1/3 da capacidade<br />
(20 mL). Escreva nas etiquetas o nome dos líquidos<br />
que serão testados e cole nos copos.<br />
CUIDADO!<br />
Responsabilidade<br />
é tudo!<br />
Dica de segurança<br />
Se necessário, o extrato<br />
de repolho roxo pode ser<br />
conservado em geladeira<br />
por algum tempo.<br />
Experimento<br />
Adicione o conteúdo de um conta-gotas cheio<br />
de vinagre branco ao copo que possui a respectiva<br />
etiqueta. Observe e registre suas conclusões.<br />
Faça o mesmo em relação aos outros líquidos.<br />
Não se esqueça de lavar muito bem o conta-<br />
-gotas antes de testar cada material para que<br />
não haja alteração nos resultados.<br />
Investigue<br />
1. Classifique os materiais que você testou em<br />
um dos grupos indicados no quadro abaixo,<br />
conforme a cor da solução observada.<br />
Cor da solução de extrato<br />
de repolho roxo<br />
Vermelho<br />
Experimentos investigativos<br />
que introduzem um assunto<br />
e despertam questionamentos<br />
e a vontade de continuar<br />
aprendendo.<br />
Os experimentos são<br />
interessantes e acessíveis,<br />
norteados pela preocupação<br />
com a segurança e com o<br />
meio ambiente.<br />
Rosa<br />
Roxo<br />
Azul<br />
Verde<br />
Verde-amarelo<br />
Africa Studio/Shutterstock/Glow Images<br />
Grupo<br />
Ácido forte<br />
Ácido moderado<br />
Ácido fraco<br />
Neutro<br />
Base fraca<br />
Base forte<br />
2. Os métodos mais comuns de extração de pigmentos<br />
são a maceração e a decocção. Pesquise<br />
e indique o método utilizado na extração<br />
do pigmento do repolho roxo.<br />
O preparo do extrato de repolho roxo deve ser feito somente pelo professor, tomando extremo cuidado com o<br />
fogo e certificando-se de que não há materiais inflamáveis por perto. Os alunos podem fazer os testes em grupos.<br />
Propriedades da matéria 45<br />
Cotidiano do<br />
Químico<br />
E como Lavoisier fez para estudar a combustão em recipiente fechado?<br />
Para explicar a combustão num recipiente fechado, Lavoisier montou o seguinte experimento:<br />
Ele colocou mercúrio metálico numa retorta com tubo longo e recurvado (A), de modo que o tubo<br />
da retorta alcançasse uma redoma (com ar) colocada sobre uma pequena cuba de vidro, na qual também<br />
havia mercúrio. Aqueceu então a retorta em um forno, de modo que provocasse a calcinação do<br />
mercúrio.<br />
Esse procedimento formou óxido de mercúrio<br />
II, um pó vermelho que aderia às paredes<br />
retorta<br />
A<br />
contendo<br />
da retorta, ao passo que o ar contido na redoma<br />
diminuía de volume, reduzindo-se, ao fim<br />
retorta contendo<br />
mercúrio<br />
ar e mercúrio<br />
do experimento, a quatro quintos do volume<br />
inicial.<br />
O mercúrio, portanto, combinou-se com<br />
“algo” presente no ar para formar o óxido de<br />
forno<br />
cuba contendo<br />
mercúrio II, o pó vermelho que se acumulou na<br />
mercúrio<br />
retorta.<br />
Lavoisier pôde observar que a “quantidade<br />
de ar” na redoma diminuiu porque o mercúrio<br />
contido na cuba de vidro ocupou o lugar de parte<br />
do ar consumido pela diminuição da pressão<br />
dentro da redoma em relação à pressão atmosférica<br />
(externa).<br />
Lavoisier se interessou pelo fenômeno da<br />
combus tão, mas, ao contrário da maioria de<br />
seus predeces sores, planejou cuidadosamente<br />
seus experimentos, medindo com precisão<br />
O nível de mercúrio<br />
a massa dos materiais subme tidos à combustão<br />
e a massa dos produtos formados.<br />
mercúrio II<br />
na redoma sobe, ocupando o<br />
óxido de<br />
espaço do ar<br />
(na realidade, oxigênio) que<br />
Ele prosseguiu queimando tudo o que pudesse<br />
ter em mãos, até um diamante, e foi ca-<br />
reagiu na retorta.<br />
paz de mostrar que, quando um metal sofre<br />
corrosão em um recipiente fechado, o ganho<br />
resultante de massa é compensado por uma<br />
perda correspondente, em massa, do ar no recipiente.<br />
forno<br />
Concluiu então que, quando um metal sofre<br />
corrosão, “algo” do ar penetra no metal ou se<br />
combina com ele.<br />
síntese<br />
metal 1 “algo” ***( óxido do metal<br />
decomposi•‹o<br />
óxido do metal ****( metal 1 “algo”<br />
A explicação de Lavoisier sobre o fenômeno da combustão causou uma verdadeira revolução nas ideias<br />
da época e mudou completamente as antigas noções de transformação química.<br />
Cotidiano<br />
do Químico<br />
O objetivo desta seção é<br />
apresentar processos químicos<br />
realizados em laboratório e<br />
um pouco do cotidiano do<br />
profissional da área química.<br />
Transformações da matéria<br />
85<br />
Ilustrações: Alex Argozino/Arquivo da editora<br />
4