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#Química - Volume 1 (2016) - Martha Reis

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Os pratos de alumínio podem ser substituídos por pratos<br />

de papelão, desses de aniversário. Também é possível utilizar<br />

um pedaço de arame para fazer um suporte para o<br />

travessão da balança (nós fizemos isso).<br />

Guarde a balança, pois voltaremos a utilizá-la no experimento<br />

da página 40.<br />

Investigue<br />

1. Como se trata de uma investigação, qualquer resposta<br />

devidamente justificada deve ser considerada correta<br />

(o aluno a princípio ainda não conhece a lei de Lavoisier).<br />

Assim, se ele disser que a massa dos produtos é menor<br />

que a massa dos reagentes porque a balança “subiu”, a<br />

resposta está correta, pois foi isso que ele observou.<br />

Talvez algum aluno diga que as massas de reagentes e<br />

produtos são iguais e que a balança somente subiu porque<br />

a queima foi feita em ambiente aberto. Independentemente<br />

do que ouvir, não dê uma resposta definitiva<br />

ainda. Deixe-os pensando sobre o assunto.<br />

2. Mesmo raciocínio da questão anterior.<br />

Conversa com o professor<br />

Ciência e sociedade<br />

Chame a atenção dos alunos para o fato de que muitas<br />

vezes a ciência é construída para atender aos anseios<br />

de uma sociedade (principalmente de seus dirigentes),<br />

nem que para isso ela tenha que ser construída<br />

sobre hipóteses erradas e alicerces falsos. Observe a<br />

frase: “Qualquer teoria nova somente se tornará geralmente<br />

aceita pela comunidade científica se esta for<br />

apta não somente a explicar as observações já feitas<br />

pelos cientistas, mas também a prever os resultados<br />

de novos experimentos ainda não realizados. Este teste<br />

rigoroso de ideias científicas novas é o fator-chave<br />

para distinguir ciência de outras áreas de aspiração<br />

intelectual, tal como história de eventos econômicos<br />

ou mesmo pseudociência, como astrologia”.<br />

ALMEIDA, Wagner B. de. Introdução à estrutura da matéria.<br />

Cadernos temáticos de Química Nova na Escola. n. 4, maio, 2001.<br />

A teoria do flogístico<br />

Na tentativa de explicar o fenômeno que observamos<br />

no experimento da página 81, o cientista alemão<br />

Georg Ernst Stahl (1660-1734) criou a teoria do flogístico,<br />

com base nas ideias de Johann Joachim Becher<br />

(1635-1682), outro cientista alemão, que retomou em<br />

1669 o conceito grego de que, quando ocorre combustão,<br />

“alguma coisa” é liberada.<br />

Pela teoria de Stahl, algumas espécies de matéria<br />

continham flogístico, um princípio comum inflamável<br />

presente apenas nos materiais combustíveis. Um material<br />

que não queima não contém flogístico.<br />

Essa teoria foi universalmente aceita por muito<br />

tempo porque não havia nenhuma outra forma de<br />

sistematizar muitos fatos conhecidos naquela época<br />

nem de resolver novos problemas que surgiam (o oxigênio<br />

ainda não havia sido descoberto). Assim, qualquer<br />

contradição que aparecesse era contornada para<br />

tentar mantê-la.<br />

Acompanhe a seguir seus quatro pontos básicos:<br />

I. Para explicar, por exemplo, a queima da madeira ou<br />

a oxidação do metal, Stahl desenvolveu o seguinte<br />

raciocínio: quando um material combustível é queimado,<br />

ou um metal sofre oxidação (reage com o oxigênio),<br />

o flogístico volatiliza, deixando um resíduo<br />

sólido (o óxido). A combustão é a decomposição de um<br />

material em óxido e flogístico. Exemplo:<br />

combustão<br />

metal ***( óxido do metal + flogístico<br />

Dessa forma, um material que sofre combustão,<br />

produzindo uma pequena quantidade de resíduo sólido,<br />

como o papel ou o carvão vegetal, é constituído<br />

basicamente de flogístico puro.<br />

II. O ar é necessário durante uma combustão porque<br />

o flogístico não pode simplesmente desaparecer durante<br />

esse fenômeno.<br />

O flogístico precisa se misturar com o ar ou com<br />

alguma parte dele. Se não houver ar presente, a combustão<br />

cessa porque não há nada com o que o flogístico<br />

possa se misturar. Quando cobrimos uma vela acesa<br />

de maneira a impedir completamente a circulação de<br />

ar, a vela se apaga. A combustão cessa porque o flogístico<br />

que compunha o material da vela que estava queimando<br />

foi para o ar, e assim o ar ficou saturado de<br />

flogístico. Um volume limitado de ar comporta apenas<br />

certa quantidade de flogístico. Nesse volume não é possível<br />

adicionar mais nenhuma quantidade de flogístico,<br />

pois ele já está saturado, e a combustão é interrompida.<br />

III. Para explicar, por exemplo, como os metais eram<br />

obtidos de seus minérios, Stahl desenvolveu o seguinte<br />

raciocínio: é possível adicionar flogístico a um material<br />

incombustível – como um minério ou óxido metálico<br />

– por meio de sua calcinação junto a um material<br />

rico em flogístico – como o carvão. Por isso, a calcinação<br />

de um óxido metálico ou minério na presença de carvão<br />

(redução do minério), por exemplo, produz metal.<br />

aquecimento<br />

óxido do metal + flogístico ****( metal<br />

IV. O aumento de massa que ocorre quando um metal<br />

sofre combustão, corrosão ou “enferrujamento” (processo<br />

de oxidação, visto no item I) foi atribuído por<br />

Stahl à extrema “leveza” do flogístico.<br />

320<br />

Manual do Professor

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