#Química - Volume 1 (2016) - Martha Reis
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e que devemos ajudá-los a desenvolver seu senso crítico.<br />
Isso pode ser feito, por exemplo, pedindo aos alunos que<br />
respondam às seguintes perguntas:<br />
1) O aluno viu a propaganda até o final?; 2) Pareceu<br />
divertido?; 3) Sentiu desejo de adquirir o produto?; 4)<br />
Esse desejo existiria caso não tivesse visto a propaganda?;<br />
3<br />
Trabalho com textos<br />
O trabalho com textos nas aulas de Química não deve<br />
se resumir apenas à apresentação e à exploração dos conteúdos<br />
específicos, por isso recomenda-se explorar outros<br />
aspectos do texto – discursivos e textuais.<br />
É preciso estimular os alunos para a prática da leitura e<br />
da interpretação dos textos, levando-os a compreender os<br />
fenômenos abordados, bem como a discuti-los. Nesta coleção,<br />
foram selecionados vários textos sobre assuntos atuais<br />
para promover a reflexão, contribuindo com a formação de<br />
leitores críticos e reflexivos.<br />
Sugere-se, por exemplo, que a leitura desses textos seja<br />
feita em voz alta, com leitores (alunos) intercalados (cada<br />
aluno lendo um parágrafo). O objetivo é ajudá-los a desenvolver<br />
a expressão oral e estimular sua atenção. Após a leitura<br />
de cada parágrafo, sugere-se que o professor peça a<br />
eles que exponham o que foi entendido para que as dúvidas<br />
sejam esclarecidas.<br />
Nesse ponto, deve-se tomar o cuidado de não expor ao<br />
constrangimento alunos de personalidade muito tímida,<br />
para os quais ler em público se tornaria um verdadeiro martírio.<br />
Se o professor perceber que entre seus alunos há<br />
algum(ns) nessa situação, pode solicitar voluntários para a<br />
leitura e estimular a participação do(s) aluno(s) tímido(s) de<br />
outra maneira, de modo que se respeite sua individualidade.<br />
Outra forma de ler o texto com os alunos, tornando a<br />
leitura significativa, é contextualizar a situação de produção,<br />
ou seja, explorar:<br />
• quem é o autor do texto;<br />
• a quem ele se dirige (público-alvo);<br />
5) Qual a mensagem oculta do anúncio, ou seja, o que ele<br />
deixou claro mesmo sem dizer diretamente?; 6) O aluno<br />
concorda com a mensagem do anúncio?<br />
Agindo dessa forma, acreditamos que o professor estará<br />
usando a favor da educação um material que a princípio<br />
poderia ser nocivo ao aluno.<br />
• quando e onde o texto foi escrito;<br />
• onde foi publicado;<br />
• com que finalidade;<br />
• quais os recursos discursivos que ajudam a compreender<br />
as principais ideias veiculadas no texto;<br />
• o resultado decorrente desses recursos.<br />
Uma terceira opção é trabalhar os articuladores textuais<br />
com o objetivo de levar o aluno a perceber o encadeamento<br />
dos enunciados e as relações lógico-semânticas<br />
por eles estabelecidos.<br />
“Tais articuladores podem relacionar elementos de conteúdo,<br />
ou seja, situar os estados de coisas de que o enunciado<br />
fala no espaço e/ou no tempo [exemplo: A primeira<br />
vez...; depois], bem como estabelecer entre eles relações de<br />
tipo lógico-semântico [exemplos: por causa, para, porque];<br />
podem estabelecer relações entre dois ou mais atos de fala,<br />
exercendo funções enunciativas ou discurso-argumentativas<br />
[exemplos: ou, mas, isto é, portanto, ainda que, daí que,<br />
afinal, aliás]; e podem, ainda, desempenhar, no texto, funções<br />
de ordem metaenunciativa [exemplos: geograficamente,<br />
economicamente, evidentemente, aparentemente, infelizmente,<br />
desgraçadamente, curiosamente, mais uma vez,<br />
é indispensável, opcionalmente, sinceramente].<br />
[...] Desta forma, [os articuladores] não apenas são responsáveis,<br />
em grande parte, pela coesão textual, como também<br />
por um grande número de indicações ou sinalizações<br />
destinadas a orientar a construção interacional do sentido.”<br />
KOCH, Ingedore G. V. Desvendando os segredos do texto.<br />
São Paulo: Cortez, 2002, p. 133-141.<br />
4<br />
Sobre o desenvolvimento dos conteœdos<br />
A sequência em que os conteúdos foram distribuídos<br />
tem por objetivo levar o aluno a compreender como o conhecimento<br />
em Química é construído ao longo do tempo.<br />
Para isso, os textos são trabalhados de modo a enfatizar<br />
dúvidas e/ou discutir ideias (independentemente de estarem<br />
“certas” ou “erradas”).<br />
Por exemplo, para compreender a teoria atômica e entender<br />
o modelo atômico de Dalton, é preciso primeiro conhecer<br />
as propriedades da matéria e as leis ponderais, ou<br />
seja, conhecer o que a teoria atômica procura explicar. Por<br />
isso optou-se em não utilizar fórmulas antes que o aluno<br />
saiba de onde vieram, como foram determinadas e como<br />
surgiu a necessidade de se empregarem símbolos e índices,<br />
por exemplo.<br />
O aprendizado se inicia por aquilo que está mais próximo<br />
da realidade; logo, faz sentido iniciar a abordagem pela<br />
observação dos materiais à nossa volta, para então comparar<br />
suas propriedades e, paulatinamente, apresentar os<br />
conceitos de substância e de elemento químico, ainda que<br />
de forma rudimentar, para mais adiante rever e reformular<br />
esses conceitos conforme surjam novas observações e descobertas<br />
científicas que justifiquem tais reformulações.<br />
Manual do Professor 293