01.09.2018 Views

#Química - Volume 1 (2016) - Martha Reis

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

e que devemos ajudá-los a desenvolver seu senso crítico.<br />

Isso pode ser feito, por exemplo, pedindo aos alunos que<br />

respondam às seguintes perguntas:<br />

1) O aluno viu a propaganda até o final?; 2) Pareceu<br />

divertido?; 3) Sentiu desejo de adquirir o produto?; 4)<br />

Esse desejo existiria caso não tivesse visto a propaganda?;<br />

3<br />

Trabalho com textos<br />

O trabalho com textos nas aulas de Química não deve<br />

se resumir apenas à apresentação e à exploração dos conteúdos<br />

específicos, por isso recomenda-se explorar outros<br />

aspectos do texto – discursivos e textuais.<br />

É preciso estimular os alunos para a prática da leitura e<br />

da interpretação dos textos, levando-os a compreender os<br />

fenômenos abordados, bem como a discuti-los. Nesta coleção,<br />

foram selecionados vários textos sobre assuntos atuais<br />

para promover a reflexão, contribuindo com a formação de<br />

leitores críticos e reflexivos.<br />

Sugere-se, por exemplo, que a leitura desses textos seja<br />

feita em voz alta, com leitores (alunos) intercalados (cada<br />

aluno lendo um parágrafo). O objetivo é ajudá-los a desenvolver<br />

a expressão oral e estimular sua atenção. Após a leitura<br />

de cada parágrafo, sugere-se que o professor peça a<br />

eles que exponham o que foi entendido para que as dúvidas<br />

sejam esclarecidas.<br />

Nesse ponto, deve-se tomar o cuidado de não expor ao<br />

constrangimento alunos de personalidade muito tímida,<br />

para os quais ler em público se tornaria um verdadeiro martírio.<br />

Se o professor perceber que entre seus alunos há<br />

algum(ns) nessa situação, pode solicitar voluntários para a<br />

leitura e estimular a participação do(s) aluno(s) tímido(s) de<br />

outra maneira, de modo que se respeite sua individualidade.<br />

Outra forma de ler o texto com os alunos, tornando a<br />

leitura significativa, é contextualizar a situação de produção,<br />

ou seja, explorar:<br />

• quem é o autor do texto;<br />

• a quem ele se dirige (público-alvo);<br />

5) Qual a mensagem oculta do anúncio, ou seja, o que ele<br />

deixou claro mesmo sem dizer diretamente?; 6) O aluno<br />

concorda com a mensagem do anúncio?<br />

Agindo dessa forma, acreditamos que o professor estará<br />

usando a favor da educação um material que a princípio<br />

poderia ser nocivo ao aluno.<br />

• quando e onde o texto foi escrito;<br />

• onde foi publicado;<br />

• com que finalidade;<br />

• quais os recursos discursivos que ajudam a compreender<br />

as principais ideias veiculadas no texto;<br />

• o resultado decorrente desses recursos.<br />

Uma terceira opção é trabalhar os articuladores textuais<br />

com o objetivo de levar o aluno a perceber o encadeamento<br />

dos enunciados e as relações lógico-semânticas<br />

por eles estabelecidos.<br />

“Tais articuladores podem relacionar elementos de conteúdo,<br />

ou seja, situar os estados de coisas de que o enunciado<br />

fala no espaço e/ou no tempo [exemplo: A primeira<br />

vez...; depois], bem como estabelecer entre eles relações de<br />

tipo lógico-semântico [exemplos: por causa, para, porque];<br />

podem estabelecer relações entre dois ou mais atos de fala,<br />

exercendo funções enunciativas ou discurso-argumentativas<br />

[exemplos: ou, mas, isto é, portanto, ainda que, daí que,<br />

afinal, aliás]; e podem, ainda, desempenhar, no texto, funções<br />

de ordem metaenunciativa [exemplos: geograficamente,<br />

economicamente, evidentemente, aparentemente, infelizmente,<br />

desgraçadamente, curiosamente, mais uma vez,<br />

é indispensável, opcionalmente, sinceramente].<br />

[...] Desta forma, [os articuladores] não apenas são responsáveis,<br />

em grande parte, pela coesão textual, como também<br />

por um grande número de indicações ou sinalizações<br />

destinadas a orientar a construção interacional do sentido.”<br />

KOCH, Ingedore G. V. Desvendando os segredos do texto.<br />

São Paulo: Cortez, 2002, p. 133-141.<br />

4<br />

Sobre o desenvolvimento dos conteœdos<br />

A sequência em que os conteúdos foram distribuídos<br />

tem por objetivo levar o aluno a compreender como o conhecimento<br />

em Química é construído ao longo do tempo.<br />

Para isso, os textos são trabalhados de modo a enfatizar<br />

dúvidas e/ou discutir ideias (independentemente de estarem<br />

“certas” ou “erradas”).<br />

Por exemplo, para compreender a teoria atômica e entender<br />

o modelo atômico de Dalton, é preciso primeiro conhecer<br />

as propriedades da matéria e as leis ponderais, ou<br />

seja, conhecer o que a teoria atômica procura explicar. Por<br />

isso optou-se em não utilizar fórmulas antes que o aluno<br />

saiba de onde vieram, como foram determinadas e como<br />

surgiu a necessidade de se empregarem símbolos e índices,<br />

por exemplo.<br />

O aprendizado se inicia por aquilo que está mais próximo<br />

da realidade; logo, faz sentido iniciar a abordagem pela<br />

observação dos materiais à nossa volta, para então comparar<br />

suas propriedades e, paulatinamente, apresentar os<br />

conceitos de substância e de elemento químico, ainda que<br />

de forma rudimentar, para mais adiante rever e reformular<br />

esses conceitos conforme surjam novas observações e descobertas<br />

científicas que justifiquem tais reformulações.<br />

Manual do Professor 293

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!