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#Química - Volume 1 (2016) - Martha Reis

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Saúde e sociedade<br />

Eventos naturais que provocam chuva ácida<br />

As erupções vulcânicas podem lançar quantidades enormes de dióxido de enxofre, SO 2<br />

(g), diretamente<br />

na atmosfera, causando os mesmos danos à vida e ao meio ambiente que causa o dióxido<br />

de enxofre proveniente de atividades humanas.<br />

Há também algumas substâncias, como o sulfeto de hidrogênio, H 2<br />

S(g), e o sulfeto de dimetila,<br />

CH 3<br />

SCH 3<br />

(g), produzidas por certos microrganismos ou por determinadas plantas e algas que reagem<br />

na estratosfera formando o dióxido de enxofre, SO 2<br />

(g), e depois o ácido sulfúrico, H 2<br />

SO 4<br />

(aq).<br />

Os oceanos são as principais fontes do sulfeto de dimetila, proveniente de processos metabólicos<br />

de algas e fitoplânctons.<br />

Por sua vez, os litorais formados de pântanos salgados e manguezais são fontes naturais de sulfeto<br />

de hidrogênio, H 2<br />

S(g). Por isso, na América do Sul, chuvas com pH médio de 4,7 são comuns<br />

tanto em áreas urbanas e industrializadas quanto em regiões pouco habitadas.<br />

Na floresta Amazônica os valores de pH da chuva são próximos dos observados no Rio de Janeiro<br />

e em São Paulo. Esse elevado índice de acidez na floresta tem sido atribuí do sobretudo a dois fatores:<br />

1. Formação de ácido sulfúrico prove niente da oxidação do sulfeto de hidrogênio, H 2<br />

S(g), que se volatiliza<br />

dos alagados da região:<br />

2 H 2<br />

S(g) 1 3 O 2<br />

(g) * * ( 2 H 2<br />

O(v) 1 2 SO 2<br />

(g)<br />

2. Formação de ácidos orgânicos, os áci dos fórmico, HCOOH(aq), e acético, CH 3<br />

COOH(aq), a partir dos<br />

resíduos da queima de biomassa, que tem sido intensa na floresta Amazônica há 20 anos.<br />

Estima-se ainda que, por processos naturais, sejam lançados na atmosfera entre 20 milhões e 90<br />

milhões de toneladas de óxidos de nitrogênio por ano, principalmente NO(g) e NO 2<br />

(g).<br />

Já o ácido nítrico forma-se naturalmente durante as tempestades, de modo seme lhante ao utilizado<br />

na fabricação desse ácido pelo método do arco elétrico. Os raios fornecem energia elétrica e<br />

aquecem momentaneamente o ar ao redor a tempe raturas muito elevadas, dissociando moléculas<br />

de nitrogênio e oxigênio e formando moléculas de monóxido de nitrogênio.<br />

1 N 2<br />

(g) 1 1 O 2<br />

(g) * * ( 2 NO(g)<br />

O monóxido de nitrogênio pode reagir com o gás oxigênio ou com o ozônio, O 3<br />

(g), da estra tosfera,<br />

formando em ambos os casos o dióxido de nitrogênio, NO 2<br />

(g).<br />

2 NO(g) 1 1 O 2<br />

(g) * * ( 2 NO 2<br />

(g)<br />

4 NO(g) 1 2 O 3<br />

(g) * * ( 4 NO 2<br />

(g) 1 1 O 2<br />

(g)<br />

Este, por ser um anidrido duplo de ácido, reage com a água da chuva formando os ácidos nítrico<br />

e nitroso:<br />

2 NO 2<br />

(g) 1 1 H 2<br />

O(,) * * ( 1 HNO 3<br />

(aq) 1 1 HNO 2<br />

(aq)<br />

O monóxido de nitrogênio,<br />

NO(g), também é produzido naturalmente<br />

por processos metabólicos<br />

de certos microrganismos presentes<br />

no solo.<br />

Outros ácidos fortes, como o<br />

HC,(aq), que são liberados por<br />

erupções vulcânicas, também podem<br />

produzir tempo rariamente<br />

chuva ácida “natural” em regiões<br />

como o Alasca e a Nova Zelândia.<br />

Petr Masek/Shutterstock/Glow Images<br />

Tempestades de raios dissociam moléculas de nitrogênio e<br />

oxigênio, formando moléculas de monóxido de nitrogênio.<br />

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Capítulo 10

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