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#Química - Volume 1 (2016) - Martha Reis

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Retomando a notícia<br />

A reportagem da página 225 fala de edifícios selados e da Síndrome<br />

dos Edifícios Doentes (SED), nos quais a concentração de poluentes<br />

interiores é elevada por causa da baixa troca de ar com o exterior.<br />

Uma das causas da SED são os compostos orgânicos voláteis.<br />

Você sabe o que é isso?<br />

Os compostos orgânicos voláteis, COVs, ocorrem<br />

em ambientes fechados quando evaporam de<br />

materiais de construção, acabamento, decoração e<br />

mobiliários. Alguns COVs são relacionados a fontes<br />

de formaldeído – produtos de madeira, com ou sem<br />

acabamento, com resina de ureia-formaldeído ou<br />

fórmica – e clorofórmio – formado no atrito da água<br />

com os encanamentos de PVC.<br />

Além disso, podem ser produzidos em processos<br />

de combustão e nas emissões metabólicas<br />

de microrganismos.<br />

Há também os denominados compostos orgânicos<br />

semivoláteis, COSVs, como os hidrocarbonetos<br />

policíclicos aromáticos (HPAs), constituídos de<br />

dois a seis anéis aromáticos, como naftaleno (e seus<br />

derivados), antraceno, fenantreno, benzopireno (altamente<br />

cancerígeno) e outros que têm sido detectados<br />

com frequência em ambientes fechados.<br />

Os HPAs podem reagir com os óxidos de nitrogênio,<br />

NO x<br />

, para formar nitroarenos, compostos<br />

altamente tóxicos e perigosos, mesmo em pequenas<br />

concentrações.<br />

benzopireno<br />

2-nitropireno<br />

NO 2<br />

Os COSVs são encontrados em emissões de<br />

veículos movidos a diesel, nos cartuchos de fotocopiadoras<br />

e também na queima de matérias orgânicas,<br />

como carne de churrasco, madeira e tabaco.<br />

Já no meio ambiente externo, o que preocupa é a<br />

presença de poluentes orgânicos persistentes (POP).<br />

Os POP são substâncias orgânicas tóxicas e biocumulativas,<br />

isto é, que se acumulam progressivamente<br />

na cadeia alimentar (microrganismos, plantas,<br />

aves, peixes, animais herbívoros, animais<br />

carnívoros e seres humanos) e não são eliminados<br />

com o tempo. São resistentes à degradação biológica<br />

(não são biodegradáveis), à degradação química<br />

e à degradação fotolítica (provocada pela luz).<br />

Afetam o equilíbrio dos ecossistemas, mesmo em<br />

pequenas concentrações.<br />

Muitos POP são mutagênicos, cancerígenos ou<br />

teratogênicos.<br />

Os PCBs (sigla para bifenilo policlorado –<br />

polychlorinated biphenyls), conhecidos comumente<br />

por ascarel (ascaréis), fazem parte do grupo<br />

dos POP.<br />

Trata-se de uma família de 209 compostos cuja<br />

estrutura é formada de anéis benzênicos (geralmente<br />

clorados) ligados entre si em número variável.<br />

São compostos resistentes a altas temperaturas<br />

(não se inflamam com facilidade), são maus<br />

condutores elétricos e apresentam grande estabilidade<br />

química. Essas propriedades atribuem aos<br />

PCBs uma série de aplicações, como em refrigeração,<br />

em lubrificação industrial, em tintas, em adesivos,<br />

em plásticos e como retardadores de chama.<br />

Em maio de 2001, noventa países, inclusive o<br />

Brasil, assinaram em Estocolmo, na Suécia, um<br />

Tratado Internacional de Banimento dos doze POP<br />

considerados mais perigosos para o meio ambiente<br />

e a saúde pública. São eles:<br />

• oito pesticidas: aldrina, dieldrina, endrina, clordano,<br />

heptacloro, DDT toxafeno e mirex;<br />

• dois compostos de aplicação industrial: hexaclorobenzeno<br />

e bifenilos policlorados (PCB);<br />

• dois resíduos (subprodutos não intencionais):<br />

dioxinas e furanos.<br />

Compostos orgânicos 237

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