#Química - Volume 1 (2016) - Martha Reis
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Compreendendo<br />
o Mundo<br />
o tema central desta Unidade foram o oxigênio e o<br />
ozônio. Vimos que na troposfera (que vai do nível do mar<br />
até aproximadamente 16 km de altitude) o ozônio é um<br />
poluente prejudicial à saúde de animais e de humanos e<br />
ao desenvolvimento das plantas.<br />
Esse ozônio, formado em situações específicas, pode ser<br />
levado pelos ventos a centenas de milhares de quilômetros<br />
de distância. Quanto maior a quan tidade de ozônio na baixa<br />
atmosfera, maior é a perda agrícola. Pesquisas realizadas nos<br />
Estados Unidos mostraram que o ozônio inibe a fotos síntese,<br />
produzindo lesões nas folhas e causando grandes prejuízos<br />
aos planta dores de soja, trigo, algodão e amendoim. Nos<br />
animais, o ozônio provoca irritação e resseca mento das muco<br />
sas do aparelho respiratório e envelheci mento pre coce.<br />
testes indicam que, em maiores concentrações, o ozônio<br />
destrói pro teí nas e enzimas.<br />
Já na estratosfera, o ozônio tem um papel essencial,<br />
o de proteger a vida no planeta. (Isso nos leva a pensar<br />
em um conceito mais simples para poluente: “substância<br />
no lugar errado”.)<br />
Nessa região, localizada a aproximadamente 30 km<br />
de altitude da superfície da terra, encontra-se o que se<br />
convencionou chamar camada de ozônio. A quantidade<br />
de ozônio nessa camada não é tão grande; calcula-se que<br />
há uma molécula de o 3<br />
(g) para cada um milhão de moléculas<br />
dos outros gases atmos féricos. Assim, o ozônio nessa<br />
faixa de gases é tão rarefeito que, se fosse com primido<br />
a pressão e tempera tura normais ao nível do mar (1 atm<br />
e 25 °C), forma ria uma casqui nha de apenas 3 milímetros.<br />
Mesmo assim, sufi ciente para proteger a terra da enor me<br />
quanti dade de radiação ultravioleta emitida pelo sol. o<br />
ozônio absorve (retém) até 95% da radiação ultra violeta<br />
de alta intensidade, impedindo que ela atinja a superfície<br />
da terra, o que causaria danos irrever síveis aos seres vivos<br />
e tornaria o planeta inóspito. (As radiações eletromagnéticas<br />
serão o tema central da nossa próxima Unidade.)<br />
Infeliz mente, devido ao adelgaçamento ou “formação<br />
de buracos” na camada de ozônio, alguns desses danos<br />
já estão ocorrendo: aumen to da inci dência de melanomas<br />
(câncer maligno de pele), cata ratas, redução do<br />
sistema imunológico humano, perda de colheitas, problemas<br />
na pesca.<br />
A organização Mundial de Meteorologia (oMM) também<br />
aponta para uma possível relação entre a diminuição<br />
da camada de ozônio e as mudanças climáticas. A península<br />
Antártica, região onde a formação do "buraco" na<br />
camada de ozônio é maior, sofreu um aquecimento nos<br />
últimos cinquenta anos de até 3 °C contra 0,7 °C da média<br />
global em todo o século XX.<br />
A recíprocra é verdadeira. segundo a oMM, o aumento<br />
dos gases de efeito estufa na atmosfera contribui para<br />
um aumento das temperaturas na troposfera e na superfície<br />
do planeta, ao mesmo tempo que causa uma diminuição<br />
de temperatura na estratosfera. A diminuição das<br />
temperaturas observada nos últimos anos na estratosfera,<br />
principalmente no inverno, facilita as reações químicas que<br />
destroem o ozônio.<br />
Alguns cientistas são céticos e questionam se a causa<br />
da “formação de buracos” na camada de ozônio ocorre de<br />
fato em virtude de atividades humanas, ou se é apenas um<br />
processo cíclico relacionado às atividades solares.<br />
será possível que tudo o que sempre estudamos a<br />
respeito da destruição da camada de ozônio pelos CFCs<br />
pode estar errado? será possível que grandes indústrias<br />
se unam a chefes de Estado para montar uma farsa tão<br />
grande, movidos apenas por interesses financeiros?<br />
De qualquer forma, é sempre saudável refletir sobre<br />
vários pontos de vista antes de tomar uma posição.<br />
Oceano Pacífico visto do espaço. Imagem feita a partir<br />
da estação espacial internacional enquanto orbitava<br />
a aproximadamente 378 km da superfície da Terra.<br />
Nasa/SPL/Latinstock<br />
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