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Sócio e Negócios #15

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9912312357/2012-DR/RO<br />

SICOOB NORTE<br />

Revista da Cooperativa Central de Crédito do Norte do Brasil | <strong>#15</strong> | agosto 2018<br />

Norte<br />

O DESPERTAR<br />

DO CAFÉ ROBUSTA<br />

ROBUSTA DA AMAZÔNIA GANHA PRÊMIOS E COLOCA<br />

RONDÔNIA NO CIRCUITO NACIONAL DOS CAFÉS GOURMET


2 sócios & negócios<br />

agosto | 2018


sumário<br />

Renata Silva/Embrapa<br />

Expobur<br />

2018<br />

7 agro<br />

online<br />

32<br />

13<br />

reportagem<br />

especial<br />

CAFÉ<br />

Robusta da Amazônia<br />

ganha prêmios e coloca<br />

Rondônia no circuito<br />

nacional dos cafés<br />

gourmet<br />

35<br />

1º PAG SICOOB<br />

última<br />

imagem<br />

38<br />

ao leitor.....................................................................................................4<br />

cartas........................................................................................................... 5<br />

notas .............................................................................................................. 6<br />

notas .......................................................................................................... 30<br />

sócios & negócios 3<br />

agosto | 2018


ONDE ESTAMOS<br />

ao leitor<br />

No Acre:<br />

Acrelândia<br />

Brasiléia<br />

Cruzeiro do Sul<br />

Rio Branco<br />

RR<br />

AP<br />

No Amazonas:<br />

Apuí<br />

Manaus<br />

Santo Antonio do Matupi<br />

CAFÉ<br />

ENCORPADO<br />

AC<br />

AM<br />

RO<br />

Em Rondônia:<br />

Alta Floresta do Oeste<br />

Alto Alegre dos Parecis<br />

Alto Paraíso<br />

Alvorada do Oeste<br />

Ariquemes<br />

Buritis<br />

Cabixi<br />

Cacaulândia<br />

Cacoal<br />

Campo Novo<br />

Castanheiras<br />

Cerejeiras<br />

Chupinguaia<br />

Colina Verde<br />

Colorado do Oeste<br />

Corumbiara<br />

Costa Marques<br />

Cujubim<br />

Espigão do Oeste<br />

Governandor Jorge Teixeira<br />

Guajará-Mirim<br />

Itapuã do Oeste<br />

Jaci - Paraná<br />

Jacinópolis<br />

Jaru<br />

JI-Paraná<br />

Machadinho<br />

Machadinho do Oeste<br />

Migrantinópolis<br />

Ministro Andreazza<br />

Mirante da Serra<br />

Monte Negro<br />

Nova Brasilândia do Oeste<br />

Nova Califórnia<br />

Nova Dimensão<br />

Nova Londrina<br />

Novo Horizonte<br />

Novo Plano<br />

Ouro Preto do Oeste<br />

Parecis<br />

Pimenta Bueno<br />

MT<br />

MS<br />

PA<br />

RS<br />

PR<br />

GO<br />

SC<br />

TO<br />

DF<br />

SP<br />

MA<br />

MG<br />

RJ<br />

PI<br />

BA<br />

ES<br />

no Mato Grosso:<br />

Campos de Júlio<br />

Colniza<br />

Comodoro<br />

Conselvan<br />

Cotriguaçu<br />

Cuiabá<br />

Juara<br />

Juruena<br />

Lucas do Rio Verde<br />

Sinop<br />

Sorriso<br />

Tangará da Serra<br />

Várzea Grande<br />

Pimenteiras do Oeste<br />

Porto Velho<br />

Presidente Médici<br />

Primavera do Oeste<br />

Rio Crespo<br />

Rio Pardo<br />

Rolim de Moura<br />

Rondominas<br />

Santa Luzia do Oeste<br />

São Domingos do Guaporé<br />

São Felipe d’Oeste<br />

São Francisco do Guaporé<br />

São Miguel do Guaporé<br />

Seringueiras<br />

Tarilandia<br />

Triunfo<br />

União Bandeirante<br />

Urupá<br />

Vale do Anari<br />

Vale do Paraiso<br />

Vilhena<br />

Vista Alegre do Abunã<br />

CE<br />

RN<br />

PB<br />

PE<br />

AL<br />

SE<br />

Rondônia produz café há mais de três décadas. Foram os<br />

imigrantes paranaenses, mineiros e principalmente capixabas<br />

que disseminaram a cultura no estado, em especial na região<br />

de Cacoal, durante anos conhecida como a Capital do Café<br />

de Rondônia. Mas o arábica, espécie de café mais cultivada<br />

no mundo, não se adaptou ao clima e às baixas altitudes da<br />

Amazônia. Quem encontrou espaço nessas terras muito quentes e úmidas<br />

foi o canéfora, principalmente na variedade conilon.<br />

Com o passar dos anos, porém, o interesse pelo café foi diminuindo<br />

entre os milhares de produtores do estado. A falta de incentivo e a baixa<br />

produtividade, aliadas à queda nos preços, fizeram com que o café fosse<br />

aos poucos sendo deixado de lado.<br />

Mas o velho espírito pioneiro, uma marca registrada do povo<br />

rondoniense, encontrou alguns representantes apaixonados. Esses<br />

produtores não se deram por vencidos. Eles e suas famílias colocaram<br />

a cara e a coragem, investiram seu tempo, seus recursos e em especial<br />

a sua inteligência, e desenvolveram novos clones de uma variedade<br />

até então esquecida: o café canéfora robusta. Hoje, eles comemoram o<br />

surgimento de um novo café gourmet, que já desperta o interesse de<br />

compradores de todo o planeta.<br />

É essa bela história e os resultados notáveis alcançados por esses<br />

produtores que contamos nas próximas páginas dessa edição.<br />

Boa leitura!<br />

Sandro B. André<br />

editor<br />

revista.socios.negocios@gmail.com<br />

+55 69 98456-1956<br />

www.sociosenegocios.com.br<br />

4 sócios & negócios<br />

agosto | 2018


cartas<br />

revista.socios.negocios@gmail.com<br />

A Revista <strong>Sócio</strong>s & <strong>Negócios</strong> quer ouvir você. Escreva para<br />

a redação, comente reportagens ou faça sugestões:<br />

Parabéns à equipe da revista<br />

Sicoob <strong>Sócio</strong>s & <strong>Negócios</strong> por<br />

valorizar a agropecuária de<br />

Rondônia, apresentando a cada<br />

edição as riquezas deste estado<br />

e reconhecendo o trabalho dos<br />

produtores, instituições de pesquisa,<br />

extensão e ações governamentais<br />

que, juntos, estão promovendo o<br />

desenvolvimento deste setor e da<br />

qualidade de vida de milhares de<br />

famílias, no campo e também na<br />

cidade.<br />

Renata Silva, Porto Velho-RO<br />

PESQUISA DE<br />

OPINIÃO<br />

Que tal um final de<br />

semana com direito a<br />

acompanhante num dos<br />

melhores hotéis da nossa<br />

região? Para concorrer a essa<br />

promoção, basta ler o código abaixo<br />

e responder online a pesquisa de<br />

opinião da revista <strong>Sócio</strong>s & <strong>Negócios</strong>.<br />

Boa sorte!<br />

Ler um QR Code através do seu smartphone ou tablet é simples:<br />

Ter um equipamento com câmera e<br />

uma aplicação para leitura de QR Codes.<br />

Apple<br />

QR Reader<br />

Alguns exemplos de aplicações, para leitura de QR Codes:<br />

Android<br />

QR Droid<br />

Windows Phone<br />

QR Code Reader<br />

BlackBerry<br />

QR Code Scanner Pro<br />

Depois de instalada<br />

a aplicação, basta<br />

que a abra e<br />

aproxime de um QR<br />

Code e verá esse<br />

código ser aberto<br />

automaticamente.<br />

expediente<br />

Revista da Cooperativa Central de Crédito do Norte do Brasil<br />

Tiragem: 10.000 exemplares. Distribuição gratuita e dirigida.<br />

CONSELHO EDITORIAL: Ivan Capra, Enrique Egea Pacheco, Francisco Barbosa de Souza,<br />

Altair Schramm de Souza, Simone da Silva Neres Sant’Ana, Keila Alves da Silva, Sandro<br />

Benjamim André<br />

Coordenação Editorial: Verbo Comunicação Ltda<br />

Jornalista responsável: Sandro Benjamim André (MTB 2425/PR)<br />

Projeto gráfico e diagramação: Ctrl S Comunicação | www.ctrlscomunicacao.com.br<br />

ILUSTRAÇÕES: Fabiano Viannna<br />

foto da Capa: Renata Silva<br />

SITE/MÍDIAS SOCIAIS: Verbo Comunicação Ltda<br />

Contatos e PUBLICIDADE: (69) 98456-1956<br />

Cartas para a redação: revista.socios.negocios@gmail.com<br />

www.sociosenegocios.com.br<br />

Não to mandei Eu? Sê forte e corajoso. Não temas,<br />

nem te espantes, porque o Senhor, Teu Deus, é<br />

contigo por onde quer que andares!<br />

(Josué 1: 9)<br />

Sicoob norte<br />

Av. Nações Unidas, 555, Nossa Sra. das Graças<br />

Porto Velho - Rondônia<br />

(55 69) 2181-1007<br />

www.sicoobnorte.com.br<br />

/RevistaSocioseNegocios/<br />

sócios & negócios 5<br />

agosto | 2018


notas<br />

Veículos novos<br />

O<br />

Sicoob Acre apresentou os novos veículos destinados às<br />

agências da capital e municípios do interior do estado.<br />

Além da camioneta Hylux, foram adquiridos quatro<br />

automóveis VW Gol. Todos os veículos foram adesivados<br />

com a finalidade de promover a marca do Sicoob Acre e da<br />

maquininha Sipag, além de apoiar as atividades da cooperativa. O<br />

Sicoob Acre está presente na capital, Rio Branco, e nos municípios<br />

de Cruzeiro do Sul, Acrelândia e Brasileia.<br />

Academia alemã<br />

O<br />

Sicoob Centro integrou o grupo de cooperativas que<br />

representaram o Sicoob num evento internacional<br />

promovido em maio, pela Academia Alemã de<br />

Cooperativismo (ADG), em intercâmbio com o Volksbank<br />

RheinAhrEifel eG. O objetivo da visita à Alemanha foi conhecer o<br />

modelo implantado no país europeu e que se consolidou como a<br />

maior expressão mundial do cooperativismo de crédito. O diretor<br />

operacional Franklin Moreira de Oliveira Jr representou o Sicoob<br />

Centro no grupo que reuniu as cooperativas que foram destaque<br />

na Campanha Nacional de Vendas (CNV) do Sicoob Nacional.<br />

Engajamento<br />

As equipes de todas as agências do Sicoob Crediforte participaram,<br />

no dia 30 de junho, de um grande encontro de engajamento.<br />

Estiveram reunidos os diretores da instituição e os colaboradores<br />

dos pontos de atendimento do Centro, Zona Leste e Zona<br />

Sul de Porto Velho, e também de Guajará-Mirim. “É a oportunidade de<br />

promovermos o cooperativismo, com união, dedicação e força de vontade”,<br />

afirmou a presidente da instituição, Simone da Silva Neres Sant’Ana.<br />

Mérito Empresarial<br />

O<br />

Sicoob Centro foi destaque em três categorias na<br />

premiação dos melhores do ano em Jaru: instituição<br />

financeira, gerente e atendente. O merecido prêmio foi<br />

recebido pelos profissionais do Sicoob Centro, Ademir<br />

Stimer, José Roberto de Oliveira e Renata Raquibaque. O certificado<br />

é entregue pelo Instituto Ângulo, após pesquisa entre as marcas<br />

e profissionais mais lembrados pela população local. O evento foi<br />

realizado no dia 4 de julho, em Jaru.<br />

6 sócios & negócios<br />

agosto | 2018


AGRO online<br />

TUCUPI É O NOVO SHOYO<br />

Chamado de “shoyo do novo século”, o tucupi é um líquido<br />

de cor amarela, subproduto da mandioca, típico da rica e<br />

exótica gastronomia amazônica. Pesquisadores da Embrapa<br />

Amazônia Oriental (PA) estabeleceram um protocolo com as<br />

diretrizes básicas à padronização da produção do tucupi. A<br />

Para saber mais ouça<br />

o programa:<br />

iguaria amazônica precisa passar por 24<br />

horas de fermentação e 40 minutos de<br />

cocção antes de ser levado à mesa. Isso<br />

vai garantir a segurança necessária para<br />

o consumo do valorizado tempero do<br />

norte. Ouça a entrevista no programa de<br />

rádio da Embrapa.<br />

O tucupi é<br />

retirado da<br />

mandioca brava<br />

Yuttasak Jannarong / Depositphotos.com<br />

ENERGIA SOLAR “LIMPA” O SOLO<br />

Já faz tempo que sabemos que a energia solar<br />

pode eliminar organismos nocivos do solo. Pois<br />

agora chegou a vez dos pequenos produtores<br />

utilizarem essa ferramenta de forma mais prática,<br />

usando o “solarizador”, um produto de baixo custo<br />

e principalmente sustentável. Com o “solarizador” é<br />

possível produzir mudas sem nematoides, que hoje<br />

representam uma das maiores preocupações do<br />

produtor. Esta tecnologia, que já era<br />

Saiba mais:<br />

utilizada em Israel, Holanda e Estados<br />

Unidos, finalmente chegou ao Brasil.<br />

O equipamento elimina os principais<br />

organismos que causam doenças nas<br />

plantas. E o produtor agradece.<br />

Cotações<br />

Confira os<br />

valores<br />

atualizados<br />

do mercado<br />

Soja<br />

AMENDOIM FORRAGEIRO<br />

A diversificação e a recuperação de<br />

áreas degradadas de pastagens, com<br />

a introdução do amendoim forrageiro,<br />

vem sendo adotada no Acre como<br />

alternativa para melhorar a qualidade<br />

do pasto na região. O sistema<br />

possibilita o aumento da fertilidade do<br />

solo, contribuindo para a recuperação<br />

de áreas de pastagens degradadas e<br />

o aumento de peso do gado. Com esse<br />

sistema, o ganho de peso por animal<br />

por dia passou de 500g/animal/dia<br />

para um índice de 707g/animal/dia. A<br />

capacidade de suporte da pastagem<br />

também<br />

Saiba mais:<br />

aumentou,<br />

passando de<br />

cerca de 2,0 UA/<br />

ha para um índice<br />

de 3,59 UA/ha.<br />

Fabiano Estanislau /Embrapa<br />

MEL, SOMBRA<br />

E ÁGUA FRESCA<br />

Estudo conduzido pela Embrapa<br />

mostrou que abelhas precisam de<br />

sombra e água fresca. Além disso,<br />

o sombreamento das colmeias e a<br />

presença de água nas proximidades<br />

favorecem o desenvolvimento das<br />

colônias e a qualidade do mel. A<br />

melhor faixa de temperatura para<br />

o desenvolvimento delas é entre<br />

30 e 35 graus Celsius. Temperatura<br />

típica de grande parte da região<br />

norte. Sem falar que, quanto mais a<br />

colônia de abelhas estiver exposta<br />

a temperaturas que se distanciam<br />

dessa faixa, maior<br />

Saiba mais: será o trabalho<br />

das operárias para<br />

manter um clima<br />

ideal e estabelecer<br />

a termorregulação.<br />

gado milho café<br />

sócios & negócios 7<br />

agosto | 2018


capa<br />

8 sócios & negócios<br />

agosto | 2018


Renata Silva/Embrapa<br />

O DESPERTAR<br />

DO CAFÉ<br />

ROBUSTA<br />

Café Robusta de Rondônia conquista<br />

prêmios nacionais e atrai o interesse de<br />

compradores no país e até no exterior<br />

Textos: Sandro André<br />

Rondônia é um dos<br />

cinco maiores produtores<br />

de café do<br />

Brasil. Hoje, o estado<br />

ocupa a posição<br />

de segundo maior<br />

produtor nacional de café conilon.<br />

Mas é outra variedade, o café robusta,<br />

que vem despertando o interesse<br />

de agricultores, especialistas e de<br />

compradores dos principais estados<br />

do país e até do exterior.<br />

No mais importante prêmio nacional<br />

de qualidade do café, realizado<br />

em Minas Gerais, os produtores<br />

do robusta rondoniense<br />

ficaram com três dos quatro primeiros<br />

lugares. Isso é resultado<br />

de anos de pesquisas no desenvolvimento<br />

de clones de alta performance<br />

e qualidade. Trabalho realizado<br />

por alguns produtores que<br />

buscaram o aprimoramento genético<br />

de suas lavouras.<br />

Nas próximas páginas, você<br />

acompanha a reportagem sobre<br />

essa verdadeira revolução do café<br />

rondoniense.<br />

sócios & negócios 9<br />

agosto | 2018


capa<br />

Grandes produtores estão chegando<br />

Mais de 90% do café produzido em Rondônia tem origem<br />

na agricultura familiar. São mais de 20 mil pequenos<br />

produtores que plantam, em média, quatro<br />

hectares de café. Mas existe um número crescente de<br />

produtores de médio e grande porte, em condições de<br />

produzir individualmente cerca de 3 mil sacas.<br />

Estes produtores estão localizados principalmente<br />

na chamada Zona da Mata de Rondônia, em municípios<br />

como Nova Brasilândia do Oeste, Alta Floresta do<br />

Oeste e Alto Alegre dos Parecis, além de municípios do<br />

Vale do Guaporé, como Seringueiras e São Miguel do<br />

Guaporé. Esses municípios concentram cerca de 70%<br />

de toda a produção do estado.<br />

A Zona da Mata centraliza o cultivo de Rondônia.<br />

“Ali está o pessoal que realmente vive da cafeicultura,<br />

que ama o que faz, cuidando muito bem de todo o processo<br />

do cultivo, que se diferencia dos outros”, diz o<br />

corretor Paulo Sergio Pereira, da Interagrícola.<br />

Conhecida como a “Capital do Café” de Rondônia,<br />

Cacoal deixou de ser o centro da principal região produtora<br />

há muitos anos. Mas ainda está entre os maiores<br />

municípios do estado quando o assunto é café. Tendência<br />

que deve manter com a chegada de produtores<br />

maiores, como o empresário Nério Bianchini, que está<br />

investindo numa lavoura de aproximadamente 40 hectares<br />

no entorno do aeroporto de Cacoal.<br />

“A presença de produtores de médio e grande porte<br />

será muito importante nesse processo de revitalização da<br />

produção de café de qualidade dentro do nosso estado”,<br />

diz o presidente da Câmara Setorial do Café, Ezequias<br />

Braz da Silva Neto, o “Tuta Café”, de Cacoal. “Hoje temos<br />

o melhor café robusta do mundo”, afirma. “Tudo isso é<br />

mérito dos produtores, que investiram na busca de clones<br />

de boa qualidade e de novas tecnologias”, confirma.<br />

CAFÉ EM RONDÔNIA<br />

Os maiores produtores<br />

de café do estado são<br />

os municípios da Zona<br />

da Mata de Rondônia.<br />

Na safra 2017, segundo<br />

dados da Secretaria da<br />

Agricultura, o principal<br />

produtor foi São Miguel<br />

do Guaporé, que atingiu<br />

um recorde: 33,7 mil<br />

toneladas, ou seja,<br />

mais de 560 mil sacas<br />

de café, ultrapassando<br />

a cidade de Cacoal,<br />

que é conhecida como<br />

a Capital do Café de<br />

Rondônia, onde a<br />

produção chegou a<br />

22,6 mil toneladas,<br />

aproximadamente 377<br />

mil sacas.<br />

Porto Velho<br />

2.297 hectares<br />

137.800 sacas<br />

machadinho<br />

do oeste<br />

4.408 hectares<br />

75.366 sacas<br />

ministro<br />

andreazza<br />

4.950 hectares<br />

151.250<br />

sacas<br />

Buritis<br />

2.750 hectares<br />

114.250<br />

sacas<br />

cacoal<br />

13.030 hectares<br />

377.850<br />

sacas<br />

São miguel<br />

do guaporé<br />

10.002 hectares<br />

562.683<br />

sacas<br />

ALTo alegre<br />

dos parecis<br />

3.600 hectares<br />

151.600 sacas<br />

ALTA FLORESTA<br />

DO OESTE<br />

6.760 hectares<br />

229.833 sacas<br />

novo horizonte<br />

do oeste<br />

2.095 hectares<br />

nova 58.616 sacas<br />

brasilândia<br />

do oeste<br />

5.045 hectares<br />

133.050 sacas<br />

10 sócios & negócios<br />

agosto | 2018


Esses cafeicultores<br />

praticamente não<br />

utilizam adubos químicos<br />

e agrotóxicos, optam pela<br />

cama de frango<br />

wesley gama<br />

Produtores reduzem<br />

uso de químicos<br />

Para o extencionista de Emater de Cacoal,<br />

Wesley Gama, a opção de diversos<br />

produtores por um café sustentável, com<br />

significativa redução do uso de produtos<br />

químicos, tem contribuído para o aumento<br />

da qualidade do café. “Muitos estão<br />

partindo para esse caminho. Temos como<br />

maior exemplo os ganhadores do concurso<br />

estadual de café”, diz Wesley.<br />

“Esses cafeicultores praticamente não<br />

utilizam adubos químicos e agrotóxicos,<br />

optam pela cama de frango, o manejo do<br />

mato normalmente é feito com roçadeira<br />

de trator, o plantio feito de acordo com o<br />

tamanho da planta, já prevendo a maneira<br />

que ele vai poder trabalhar, ou seja, de<br />

forma mecanizada, semi-mecanizada ou<br />

de forma manual”, explica.<br />

Ainda de acordo com o técnico da<br />

Emater, a redução de químicos tem grande<br />

influência no sabor do café. “Isso ficou<br />

evidenciado durante o concurso de qualidade<br />

do café, na etapa de degustação,<br />

alguns provadores identificaram o gosto<br />

de remédio em determinadas amostras<br />

por causa do uso desses produtos, quando<br />

normalmente o sabor do café tem notas<br />

como doce de leite, rapadura e frutado,<br />

notas que são atributos naturais do café,<br />

e isso é um aspecto que vai valorizar o<br />

produto final”, afirma Wesley.<br />

Wesley Gama<br />

sócios & negócios 11<br />

agosto | 2018


capa<br />

Renata Silva/Embrapa<br />

viveiros abastecem<br />

todo o estado<br />

Maior produtor de mudas de café clonal de Rondônia, o cafeicultor<br />

Geraldo Jacomin, de Nova Brasilândia do Oeste, chegou na região em<br />

1995, oriundo do Espírito Santo, e logo percebeu que as condições de<br />

clima e solo fértil de Rondônia eram muito propícias, mas não havia<br />

qualidade no café produzido no estado.<br />

“No início tentei trazer clones do Espírito Santo mas não tive<br />

resultado. Passei então a pesquisar clones de plantas que produziam<br />

com maior destaque e assim desenvolvemos os clones de alta produção”,<br />

diz Geraldo, que possui dez clones registrados. “Hoje posso dizer que<br />

80% dos municípios de Rondônia utilizam clones desenvolvidos aqui em<br />

nosso sítio em Nova Brasilândia”, diz Geraldo.<br />

“Hoje produzimos a partir de 75 sacas<br />

por hectare e chegamos a colher até 200<br />

sacas por hectare de um café de alta qualidade<br />

aqui na propriedade”, revela. “Os clones que<br />

desenvolvemos em nosso sítio, com apoio da<br />

minha esposa e filhos, são seis clones de alta<br />

produção e ainda temos mais três clones para<br />

serem registrados, de elevada produtividade,<br />

que se destacam entre os mais de 20 clones<br />

desenvolvidos aqui”.<br />

Acesse todas as<br />

informações e<br />

fotos aqui<br />

Café maduro<br />

dá lucro dobrado<br />

A produção em Rondônia seria maior se<br />

o café fosse uniformemente colhido, com<br />

mais de 70% de grãos maduros. A colheita<br />

de muitos grãos ainda verdes pode chegar<br />

a mais de 50%. Isso traz impacto direto nos<br />

lucros do próprio produtor.<br />

Segundo Paulo Sergio Pereira, gerente<br />

da corretora de café Interagrícola, de Cacoal,<br />

“o produtor apressado perde duas vezes.<br />

Perde por colher menos café maduro.<br />

Porque para fazer uma saca ele vai gastar<br />

cerca de 20 latões, enquanto que com café<br />

maduro gastaria apenas 16 latões para fazer<br />

uma saca”, diz.<br />

“E depois perde no preço, porque um<br />

café de melhor qualidade, com aproximadamente<br />

200 defeitos, vale em torno de R$<br />

315,00 a saca, enquanto um café de menor<br />

qualidade, cerca de 600 defeitos, vale cerca<br />

de R$ 307,00, considerando a bolsa de<br />

hoje, dia 13 de junho”, compara.<br />

“Isso vai dar em torno de 20% de quebra<br />

na produção, ou seja, se o agricultor<br />

produz mil sacos e colher de qualquer jeito,<br />

com grãos mais verdes, de mil sacos vai<br />

12 sócios & negócios<br />

agosto | 2018


Renata Silva/Embrapa<br />

Renata Silva/Embrapa<br />

perder mais ou menos uns 200 sacos, isso<br />

vai diminuir na renda dele, ao passo que o<br />

produtor que deixou o café mais tempo no<br />

pé, que ficou mais homogêneo, mais maduro,<br />

que teve qualidade melhor, com 200<br />

defeitos, vai ganhar duas vezes: no preço e<br />

na quantidade de café”.<br />

o produtor apressado<br />

perde duas vezes.<br />

Perde por colher<br />

menos café maduro. E<br />

depois perde no preço<br />

Paulo sergio pereira<br />

Acesse<br />

todas as<br />

informações<br />

e fotos aqui<br />

paulo sergio pereira<br />

sócios & negócios 13<br />

agosto | 2018


capa<br />

Rondônia é grande<br />

produtor nacional<br />

5° maior<br />

produtor<br />

de café do país<br />

23mil<br />

produtores<br />

71,6 mil<br />

hectares<br />

de produção<br />

2,186 milhões<br />

de sacas<br />

aumento de<br />

29%<br />

da área formada<br />

por mudas clonais<br />

Rondônia é o quinto maior produtor de café do país. O estado<br />

conta com aproximadamente 23 mil produtores, a grande maioria<br />

de base familiar. Possui uma lavoura de 71,6 mil hectares em<br />

produção. Destaque este ano para o aumento de 29% da área<br />

formada por mudas clonais, muito mais produtivas que as<br />

antigas lavouras de sementes.<br />

Atualmente, cerca de 11,7 mil hectares são de lavouras<br />

clonais. A área total do estado, incluindo lavouras não produtivas,<br />

atinge cerca de 83 mil hectares de café. Para a safra de 2018,<br />

a estimativa da Conab é de uma produção de 2,186 milhões de<br />

sacas, alta de 12,8% em relação ao ano passado. A produtividade<br />

média também está em elevação e deve superar o índice geral de<br />

30 sacas por hectare, o que representa alta de 17% em relação<br />

à safra passada.<br />

De acordo com o relatório da Conab, o aumento expressivo<br />

da produtividade é estimulado pelo processo constante de<br />

renovação pelo qual está passando toda a cultura, envolvendo a<br />

substituição das lavouras antigas, formadas com café seminal,<br />

por materiais genéticos mais responsivos, constituídos por<br />

clones de alta produtividade.<br />

O relatório destaca ainda a entrada em produção de áreas<br />

renovadas, um bom pacote tecnológico, melhor manejo da<br />

cultura e as condições climáticas, observadas desde a florada<br />

até a fase de maturação dos frutos, que tem sido favorável ao<br />

desenvolvimento da cultura. A colheita do café no estado foi<br />

iniciada em março, se estendendo até o final de julho.<br />

O estado é o quinto maior produtor de café do País e o<br />

segundo do país da espécie Coffea canephora (conilon e robusta).<br />

Dados da Conab apontam que, nos últimos seis anos, a área<br />

de cultivo do estado diminuiu 46%, enquanto a produtividade<br />

aumentou em 180%. Além disso, o café de Rondônia tem obtido<br />

destaque nacional pela qualidade dos seus robustas.<br />

Segundo o pesquisador Enrique Alves, da Embrapa Rondônia,<br />

essa transformação é consequência do uso de tecnologia<br />

clonal, materiais genéticos superiores, irrigação e novas<br />

práticas de manejo. O clima amazônico tem se mostrado muito<br />

favorável à produção de cafés híbridos (conilon e robusta),<br />

conhecidos pela alcunha de “Robustas Amazônicos”, que têm<br />

conquistado exigentes mercados consumidores devido às suas<br />

características sensoriais diferenciadas.<br />

14 sócios & negócios<br />

agosto | 2018


Renata Silva/Embrapa<br />

CAFÉ CLONAL<br />

CRESCE NO ESTADO<br />

Missão Robustas Amazônicos<br />

RO será polo nacional do café<br />

O aumento da eficiência produtiva e o crescimento do volume<br />

da safra de café em Rondônia despertaram a atenção do Grupo<br />

Técnico de Especialistas em Café – GTEC Conilon. Este ano,<br />

o grupo visitou propriedades do estado, dentro da chamada<br />

“Missão Robustas Amazônicos”, que reuniu representantes<br />

das principais regiões produtoras de café no país.<br />

“Essa visita me deu a certeza de que a cafeicultura de Rondônia<br />

mudou e terá grande influência na qualidade dos cafés<br />

canéforas do Brasil”, destacou o cafeicultor Luis Carlos Gomes,<br />

de Santa Tereza (ES). “Passamos a não ter mais dúvidas<br />

de que um dos próximos polos de produção de café do Brasil<br />

será Rondônia”, emendou o engenheiro agrônomo Luiz Fernandes,<br />

da empresa Syngenta, do Espírito Santo.<br />

A comitiva reuniu 26 especialistas em cafeicultura dos estados<br />

do Espírito Santo, Bahia, Rio de Janeiro e Minas Gerais,<br />

sendo eles produtores, empresários, consultores, analistas e<br />

pesquisadores que estão entre os mais proeminentes na produção<br />

de café canéfora (conilon e robusta) no Brasil. A visita<br />

foi organizada pela Embrapa Rondônia em parceria com a<br />

SEDI e Emater-RO.<br />

Para Enrique Alves, pesquisador da Embrapa Rondônia e<br />

um dos organizadores da ação, o estado começa a colher os<br />

frutos de um processo de modernização constante, fruto de<br />

muito esforço de produtores, apoio de instituições de pesquisa,<br />

extensão rural e ações governamentais.<br />

O grupo visitou produtores e viveiristas que se destacam<br />

na cafeicultura do estado nos municípios de Alto Alegre dos<br />

Parecis, Rolim de Moura, Nova Brasilândia e Cacoal. “Receber<br />

pessoas que conhecem de café e valorizam o que a gente faz,<br />

só traz satisfação e motivação. O que eles estão vendo é resultado<br />

de uma corrente da cadeia do café em Rondônia, com<br />

a gente que é produtor, a pesquisa, a extensão. Tem que caminhar<br />

todos juntos para ter sucesso”, resumiu o cafeicultor<br />

Arnelei Sérgio Kalk, de Cacoal.<br />

O sistema de produção, de uma forma geral, vem<br />

nos últimos anos passando por um processo<br />

gradativo e permanente de substituição<br />

das lavouras existentes por lavouras novas,<br />

utilizando-se cafés clonais. Em municípios<br />

tradicionalmente produtores de café, essa<br />

substituição já alcança cerca de 50% da área<br />

plantada. Os dados são da Conab.<br />

Essa mudança para um sistema de<br />

produção mais tecnificado, com mudas clonais,<br />

irrigação, adubação e poda, exige uma maior<br />

profissionalização e conscientização do produtor<br />

no manejo da cultura.<br />

A irrigação também tem sido importante na<br />

exploração da potencialidade produtiva do café<br />

clonal. No entanto, é imprescindível o uso racional<br />

da água, com a utilização de técnicas mais<br />

eficientes, utilizando-se modelos mais adequados<br />

adaptáveis ao tipo de solos, topografia, tamanho<br />

da área, fatores climáticos e os relacionados ao<br />

manejo da cultura, deficit hídrico e capacidade de<br />

investimento do produtor.<br />

Esse cenário, gerado com a utilização de<br />

mudas clonais, tem proporcionado excelentes<br />

resultados para a cafeicultura de Rondônia,<br />

haja vista a boa homogeneidade das lavouras,<br />

precocidade na produção, maior uniformidade<br />

de maturação dos grãos, melhor qualidade dos<br />

grãos, escalonamento da colheita e ganhos<br />

constantes e expressivos na produtividade,<br />

gerando ao produtor aumento significativo da<br />

renda e mais qualidade de vida no campo.<br />

Renata Silva/Embrapa<br />

sócios & negócios 15<br />

agosto | 2018


capa<br />

Canéfora é mais resistente<br />

O café canéfora é uma espécie mais rústica que o arábica. Além de ser mais<br />

resistente a pragas e doenças, o canéfora – ao qual pertencem o robusta<br />

e o conilon – pode tolerar temperaturas mais elevadas. Além disso, as<br />

produtividades são mais elevadas. Porém, o arábica está presente na maior<br />

parte do território nacional.<br />

Segundo a Conab, o café arábica representa aproximadamente 76% da<br />

produção de café do país, enquanto o canéfora responde por 24% do total.<br />

A estimativa é de aumento do potencial de produtividade do canéfora em<br />

2018, com a produtividade média brasileira situando-se em 36 sacas por<br />

hectare, representando um incremento de 29,9% em relação à safra 2016.<br />

O Espírito Santo é o maior produtor nacional do canéfora, com 55% do total.<br />

Já o estado de Rondônia é o segundo maior produtor nacional. Rondônia possui<br />

clima, altitude e solo extremamente favoráveis à produção do café canéfora.<br />

Mesmo assim, alguns municípios rondonienses, com altitudes maiores,<br />

como Alto Alegre dos Parecis e Alta Floresta do Oeste, estão implantando aos<br />

poucos a cultura do arábica, embora isso não seja significativo para o Estado,<br />

que tem vocação para o robusta e o conilon. O canéfora é mais resistente<br />

e adaptado ao forte calor de Rondônia, enquanto o arábica é mais frágil e<br />

requer maiores cuidados.<br />

ARÁBICA<br />

76%<br />

produção nacional<br />

É uma espécie mais<br />

frágil e demanda<br />

maior cuidado<br />

Menos produtivo<br />

Sabor mais suave<br />

com 1,2% de teor de<br />

cafeína<br />

CANÉFORA<br />

24%<br />

produção nacional<br />

Mais resistente a<br />

pragas e doenças, com<br />

grande resistência a<br />

temperaturas elevadas<br />

Alta produtividade<br />

Sabor mais amargo<br />

com 2,2% de teor de<br />

cafeína<br />

Produção brasileira em alta<br />

O mais recente levantamento feito pela Companhia Nacional<br />

de Abastecimento (Conab), publicado em maio de<br />

2018, mostra que a produção nacional de café no Brasil<br />

está em alta. A área total, em formação e em produção,<br />

deverá atingir 2,168 milhões de hectares.<br />

A estimativa para a safra 2018 é de que o país produza<br />

um volume de 58 milhões de sacas beneficiadas, crescimento<br />

de 29%. Desse total, 44,3 milhões de sacas correspondem<br />

à produção de café arábica, enquanto o conilon<br />

tem produção estimada em cerca de 13,7 milhões de sacas.<br />

Segundo a Conab, o valor total da receita para a safra<br />

2018 será de R$ 22,9 bilhões de reais, alta de 13,9% em<br />

relação a safra anterior, de R$ 20,1 bilhões. O aumento<br />

da receita verificada no café conilon foi discreto, cerca de<br />

R$ 44 milhões, enquanto o café arábica terá elevação da<br />

receita estimada em R$ 2,75 bilhões na safra atual.<br />

Os maiores produtores nacionais de café arábica e<br />

conilon são, respectivamente, Minas Gerais e Espírito<br />

Santo. Em Minas Gerais, a produção de café arábica está<br />

estimada em 30,36 milhões de sacas, o que corresponde a<br />

68,49% do total, enquanto o Espírito Santo tem produção<br />

de conilon estimada em 8,31 milhões de sacas ou 60,59%<br />

do total nacional.<br />

Renata Silva/Embrapa<br />

16 sócios & negócios<br />

agosto | 2018


155 milhões<br />

de sacas por ano<br />

10,5 milhões<br />

de hectares<br />

63%<br />

da produção<br />

mundial<br />

7%<br />

da produção<br />

mundial<br />

30%<br />

da produção<br />

mundial<br />

Produção mundial de café<br />

Anualmente, de acordo com a Conab, são produzidas<br />

cerca de 155 milhões de sacas de 60<br />

quilos de café em todo o planeta, numa área<br />

de 10,5 milhões de hectares de mais de 50<br />

países. A maioria – em torno de 63% do total<br />

mundial – é produzida na América Central e<br />

do Sul. Do restante, 30% são produzidos na<br />

Ásia e 7% na África. Mais de 63% do café produzido<br />

pertence à espécie arábica.<br />

O maior produtor e exportador mundial de<br />

café verde é o Brasil, com cerca de 58 milhões de<br />

sacas em 2,168 milhões de hectares de lavouras.<br />

O Brasil exporta 30% do café mundial. Já o Vietnã<br />

é o campeão de produtividade, com média de<br />

40 sacas por hectare. O país asiático é o maior<br />

produtor e exportador de café canéfora, com<br />

cerca de 28 milhões de sacas em 650 mil hectares.<br />

O índice de produtividade média de café ao<br />

redor do mundo é de 15 sacas por hectare.<br />

Os maiores consumidores de café são os<br />

países escandinavos. O consumo per capita<br />

na Noruega, Dinamarca e Finlândia é superior<br />

a 10 quilos por pessoa por ano. A Europa Ocidental<br />

é também grande consumidora de café,<br />

em torno de 4 a 8 quilos por pessoa. No entanto,<br />

os Estados Unidos lideram o consumo<br />

de café global com cerca de 25 milhões de sacas<br />

consumidas por ano, seguidos pelo Brasil,<br />

com quase 21 milhões de sacas.<br />

Origens do canéfora e arábica<br />

Existem em todo o mundo mais de 100 diferentes espécies<br />

de plantas que são agrupadas em um gênero botânico chamado<br />

Coffea. Apesar dessa grande diversidade, apenas<br />

duas espécies têm importância econômica relevante no<br />

mercado mundial de cafés. Uma delas é a espécie Coffea<br />

arabica, conhecida como café arábica. Os maiores produtores<br />

nacionais são os estados de Minas Gerais, São Paulo,<br />

Espírito Santo, Paraná e Bahia.<br />

A outra espécie de grande relevância é a Coffea canephora.<br />

Essa espécie possui alto teor de cafeína e sólidos<br />

solúveis verificado nos seus grãos. Ou seja, é destinada<br />

principalmente para a indústria de café solúvel. O Coffea<br />

canephora é mundialmente conhecido como café robusta.<br />

Essa também é a origem do café conilon.<br />

O termo “robusta” tem como aspectos principais a rusticidade<br />

e resistência, sobretudo à ferrugem, daí seu nome.<br />

Seu cultivo ocorre em regiões da África Ocidental e Central,<br />

no sudeste da Ásia e nas Américas, com destaque para o<br />

Brasil, em regiões quentes e úmidas. No Brasil, os estados<br />

do Espírito Santo e Rondônia produzem 87% do café robusta<br />

e do conilon nacional.<br />

O canéfora apresenta grande variabilidade em relação<br />

ao porte, caules ramificados, folhas maduras com comprimento<br />

e largura menores que às das demais variedades da<br />

espécie, folhas novas de coloração bronze, frutos vermelhos<br />

ou amarelos quando maduros e sementes de tamanhos<br />

variados. Seu principal destino é o mercado interno, seja<br />

para industrialização como café solúvel ou para compor os<br />

blends com o arábica, na indústria do torrado e moído.<br />

sócios & negócios 17<br />

agosto | 2018


capa<br />

Renata Silva/Embrapa<br />

Produção de Rondônia mudou. Para melhor<br />

A produção de café em Rondônia mudou radicalmente nas últimas<br />

décadas. Mudou para melhor. “O mercado do café sempre foi dominado<br />

pelo preço. Podemos dizer que nos anos 1990 a qualidade era<br />

realmente muito baixa. Havia uma média de 600 defeitos, o que era<br />

muito”, lembra o corretor de café Paulo Sergio Pereira, gerente da<br />

empresa Interagrícola, de Cacoal.<br />

Ele explica que hoje a qualidade do café rondoniense é muito<br />

superior. “Hoje temos um café do tipo 8. Essa é a média em Rondônia”,<br />

diz. “Mas é claro que para manter essa qualidade dependemos de fatores<br />

externos. É o governo cuidar da manutenção das estradas para colheita<br />

da safra na época certa. Muitas vezes a colheita inicia na época de chuva.<br />

A natureza não manda recado. Isso está alheio à vontade do homem. Mas<br />

podemos trabalhar para cuidar daquilo que está ao nosso alcance”.<br />

Dentro do Brasil, os principais mercados para o conilon de<br />

Rondônia são os estados do Paraná e São Paulo, onde estão localizadas<br />

as grandes indústrias de café solúvel. “O café solúvel é feito<br />

exclusivamente de conilon”, explica. “Outra parte do conilon é utilizado<br />

pelas indústrias para compor o “blend”, ou seja, a mistura com o<br />

arábica, que é industrializado para o consumidor final”.<br />

A corretora de Cacoal está diretamente ligada à multinacional Ecom<br />

Trading, com mais de 75 anos de expertise no Brasil. Por esse motivo,<br />

parte do café comprado em Rondônia é exportado para os principais<br />

mercados mundiais. “Nesse momento, estamos fazendo o embarque de<br />

alguns contêineres para os Estados Unidos, a partir do porto de Santos”,<br />

comentou o corretor, que foi entrevistado no mês de junho.<br />

“A exportação depende basicamente dos preços e da demanda.<br />

Equador, México, Estados Unidos, Arábia Saudita, mercado asiático,<br />

hoje exportamos café conilon para o mundo inteiro”, diz. “Claro que fica<br />

mais fácil atender a América do que a Ásia, onde inclusive está o maior<br />

produtor mundial de robusta e conilon, que é o Vietnã. E a distância pra<br />

lá é muito grande. Considerando o porto de Santos, vamos colocar aí<br />

uns 45 dias de viagem. É muito tempo”.<br />

Em meados de junho, quando a colheita estava em seu ponto<br />

máximo, o depósito da empresa em Cacoal estava abarrotado com mais<br />

de 80 mil sacas de café. De acordo com o corretor, a safra 2018 deve<br />

atingir cerca de 2 milhões de sacas no estado. Mas o corretor admite<br />

que ainda há muitas perdas, principalmente na colheita. “Quando<br />

você colhe verde, se não aguarda ficar maduro por igual, há uma perda<br />

considerável, em torno de 20%, isso o produtor ainda precisa aprender<br />

porque é ele quem perde”, finaliza.<br />

18 sócios & negócios<br />

agosto | 2018


Especialista fala sobre<br />

qualidade e mercado<br />

Um dos maiores especialistas no mercado de café em todo o<br />

país, Eduardo Carvalhaes Jr, a qualidade do café robusta de<br />

Rondônia vem surpreendendo o mercado brasileiro. “O café<br />

de Rondônia não possuía espaço entre os cafés de alta qualidade<br />

e os resultados recentes nos deixam bastante otimistas”,<br />

explica.<br />

“O que posso dizer é que não podemos beber o café robusta<br />

tentando achar o arábica dentro dele, é outro sabor e temos<br />

que bebê-lo como robusta”, diz Carvalhaes. “Essa é uma<br />

educação do consumidor que também precisa ser feita, são<br />

dois produtos diferentes e cada um vai ter o seu mercado”.<br />

Carvalhaes, que é presidente da Câmara Setorial de Café<br />

do Estado de São Paulo, destaca que o robusta de Rondônia é<br />

um nicho de mercado entre os cafés de alta qualidade. “Mesmo<br />

sendo um nicho de qualidade, ele vai ajudar a elevar o<br />

nome do café de Rondônia para os maiores centros do país”.<br />

Ainda de acordo com Carvalhaes, o governo de Rondônia<br />

precisa fazer sua parte para tornar o café competitivo também<br />

na questão do transporte. “Falando em termos de café<br />

solúvel, enquanto o frete dos robustas da Bahia e do Espírito<br />

Santo custa em torno de 10 reais por saca transportada, o<br />

frete de Rondônia custa 25 reais, o que é uma diferença ainda<br />

significativa”, resume.<br />

Não podemos beber<br />

o café robusta<br />

tentando achar<br />

o arábica dentro<br />

dele, é outro sabor<br />

e temos que bebê-lo<br />

como robusta<br />

Eduardo Carvalhaes Jr<br />

Saiba mais<br />

no QR CODE<br />

Renata Silva/Embrapa<br />

sócios & negócios 19<br />

agosto | 2018


capa<br />

Mulheres se destacam<br />

na cafeicultura<br />

Algumas mulheres estão entre as maiores autoridades<br />

em café no Brasil e no mundo. Duas dessas grandes especialistas<br />

estiveram recentemente visitando o estado<br />

durante o 1º Encontro das Mulheres do Café de Rondônia,<br />

como parte da 7ª Rondônia Rural Show, em Ji-Paraná.<br />

“Trabalhe com a coragem da sua mente, a força de<br />

suas mãos e a paixão no seu coração”, disse a embaixadora<br />

do café na Ásia, a indiana Sunalini Menon, em uma<br />

das palestras mais esperadas do evento. Com esta frase,<br />

ela conduziu a apresentação sobre os mais de 40 anos de<br />

sua atuação no mundo do café.<br />

Sobre Rondônia, ela pontuou a riqueza de aromas e<br />

sabores que pôde verificar no campo e os desafios que<br />

precisam ser superados para que isso chegue à xicara.<br />

Sunalini Menon destacou o papel importante das mulheres<br />

em todas as etapas da cadeia do café, no emprego de<br />

sua sensibilidade e em sua força de trabalho.<br />

A especialista em cafés especiais, Josiana Bernardes,<br />

atua em todos os países produtores e concorda<br />

com Menon. “É preciso que a mulher tome consciência<br />

da importância de seu papel no setor do café e possa<br />

utilizar seus potenciais. Precisamos somar”, afirma<br />

Josiana Bernardes.<br />

Josiana e Sunalini fazem parte da Aliança Internacional<br />

das Mulheres do Café – IWCA. A entidade é dirigida<br />

por Cristiane Yuki Minami, que destacou a atual<br />

situação das mulheres na cadeia do café. “As mulheres<br />

geralmente não ocupam posições de liderança em suas<br />

comunidades, cooperativas e grupos de produtores. Por<br />

isso têm mais dificuldade em promover seu produto e<br />

otimizar ganhos”, diz.<br />

Dados da Organização das Nações Unidas para a<br />

Alimentação e a Agricultura (FAO, 2016) demonstram<br />

que as mulheres são aproximadamente 43% da força<br />

de trabalho no campo em países em desenvolvimento.<br />

Elas possuem menos bens, diplomas e menor acesso<br />

a informações e serviços. Mesmo assim, têm mais responsabilidades<br />

familiares e convivem diariamente com<br />

jornadas duplas ou triplas de trabalho.<br />

Segundo Yuki Minami, as mulheres precisam se organizar<br />

e buscar inserção nos mais diversos espaços no<br />

mundo do café. “Sou associada da IWCA desde 2016 e<br />

tive a oportunidade de participar de eventos e melhorar<br />

minha rede de contatos e negócios, o que viabilizou a exportação<br />

do café que eu e minha família produzimos para<br />

compradores nos Estados Unidos”, comentou.<br />

Trabalhe com a<br />

coragem da sua<br />

mente, a força de suas<br />

mãos e a paixão no<br />

seu coração<br />

Sunalini Menon<br />

Um pouco do trabalho das<br />

mulheres do café de Rondônia pode<br />

ser visto no capítulo 14 do Livro<br />

Mulheres dos Cafés do Brasil<br />

Renata Silva/Embrapa<br />

20 sócios & negócios<br />

agosto | 2018


As sensações do café na planta<br />

A especialista em cafeicultura Josiana Bernardes é<br />

brasileira mas corre o mundo todo, nos principais<br />

países produtores e consumidores, em busca dos<br />

melhores sabores do café. Ela esteve recentemente<br />

em Rondônia e provou o fruto diretamente do pé.<br />

Em seu depoimento, Josiana mostra surpresa e encanto<br />

pelo sabor do robusta produzido na propriedade<br />

do premiado cafeicultor Marcelo Braun, de<br />

Alto Alegre dos Parecis.<br />

“Esta é a primeira vez que tenho o prazer de fazer<br />

uma análise sensorial in sito, na planta, na fruta<br />

fresca, e verificar que cada clone tem o seu sabor<br />

diferente, específico”, diz. Esse fruto que estou provando,<br />

por exemplo, o primeiro sabor que me vem<br />

na boca é de manga, uma manga quase madura, e<br />

depois vai se transformando em caju”, diz a especialista<br />

em prova de cafés.<br />

E Josiana prossegue: “Ao experimentar toda essa<br />

complexidade do fruto, eu fico imaginando tudo isso<br />

depois de um bom processo e de uma torra bem estudada,<br />

ou seja, no prazer de saborear essa fruta no<br />

copo de café preparado para o consumidor poder sentir<br />

a mesma sensação que estou sentindo aqui”.<br />

A especialista se mostra encantada ao constatar<br />

as diferentes sensações encontradas em cada planta.<br />

“Essa sensação de complexidade da fruta é muito interessante<br />

no robusta. Isso é uma novidade incrível,<br />

penso que dentro de poucos anos vamos poder voltar<br />

aqui e ver todo esse potencial da planta poder estar<br />

transformado na bebida final”, conta.<br />

“A gente percebe claramente que cada planta, cada<br />

híbrido tem um potencial, uma complexidade de fruta<br />

na análise sensorial, a gente passa da manga para a<br />

maçã, para a maçã madura, para o caju, é uma complexidade<br />

incrível de um robusta frutado. Tudo isso,<br />

depois de um processo melhorado e de uma torra bem<br />

estudada, pode fazer com que o consumidor sinta essa<br />

diferenciação na bebida. Todo esse potencial do robusta<br />

amazônico a gente quer levar para a xícara do consumidor<br />

final, para o mundo inteiro”, conclui.<br />

Todo esse potencial<br />

do robusta amazônico<br />

a gente quer levar<br />

para a xícara do<br />

consumidor final,<br />

para o mundo inteiro<br />

Josiana Bernardes<br />

Renata Silva/Embrapa<br />

Assista o vídeo da<br />

especialista provando<br />

o fruto do café de<br />

Rondônia.


capa<br />

CAFÉ TRAZ JOVENS DE VOLTA PRA ROÇA<br />

O agricultor Marcelo Braun já ganhou<br />

vários prêmios de qualidade pelo<br />

café que produz no sítio da família,<br />

em Alto Alegre dos Parecis. Braun<br />

possui um dos maiores índices<br />

de produtividade do estado, em<br />

torno de 150 sacas por hectare. “A<br />

mudança chegou depois que meu<br />

pai começou a trabalhar com uma<br />

variedade de clones”, lembra.<br />

A produção, que não passava<br />

de 50 sacas, triplicou com a nova<br />

tecnologia. “Com a produtividade<br />

baixa, muitos jovens deixaram a<br />

roça para trabalhar na cidade. Hoje,<br />

muitos estão fazendo o caminho<br />

inverso, pois o café está gerando<br />

renda e trabalho no campo. “Hoje<br />

é mais fácil um jovem adquirir uma<br />

moto, um carro, através do café,<br />

então eu acredito que o futuro vai<br />

ser bem melhor”, comemora.<br />

Marcelo Braun destaca que os<br />

clones estão proporcionando bebidas<br />

Marcelo Braun<br />

especiais. “Esse é o futuro, é a gente selecionar as lavouras<br />

para produzir um café especial, abrir novos mercados, fazer<br />

o povo lá fora enxergar o café de Rondônia como um café dos<br />

bons. Acredito que a gente vai conquistar esse diferencial”.<br />

Acesse<br />

todas as<br />

informações<br />

e fotos aqui<br />

Renata Silva/Embrapa<br />

Café de qualidade e sem agrotóxico<br />

O cafeicultor Milton Marques de Lima é um dos pioneiros<br />

do estado na busca pela melhoria da qualidade do<br />

café de sua propriedade. Após anos de investimento em<br />

qualidade e sustentabilidade, Milton hoje colhe excelentes<br />

resultados. Em 2017, o produtor ficou em segundo<br />

lugar no concurso de qualidade do café de Rondônia.<br />

“Todo mundo ganha quando se produz um café de<br />

qualidade. Durante muitos anos o nosso estado produziu<br />

café ruim. Hoje estamos participando de concursos<br />

locais e nacionais, conversando com gente do Espírito<br />

Santo, Minas Gerais e de muitos outros lugares,<br />

e estamos ganhando o respeito de todos”, diz Milton.<br />

“Antes, quem trabalhava com qualidade não era<br />

valorizado. Agora não. Ano passado, depois que eu fiquei<br />

em segundo lugar do estado, já consegui vender<br />

a R$ 550,00 a saca, enquanto no comércio estava a R$<br />

370,00. É uma lavoura que a gente conseguiu produzir<br />

300 sacas de café fino, café bom. Para esse ano, temos<br />

previsão de 450 sacas. E para o ano que vem, acho que<br />

deve chegar entre 700 a 800 sacas de café”.<br />

O diferencial do seu Milton é a sustentabilidade.<br />

“A gente tem um lucro maior por saca, e além disso<br />

não gasta com veneno, só com adubo químico, e essa<br />

é uma vantagem, a despesa nossa por saca é bem menor<br />

que dos outros produtores”,<br />

revela. “Todas as despesas aqui,<br />

incluindo apanhador e todo o serviço<br />

nosso roçado, fica entre R$<br />

130,00 a R$ 140,00 a saca, essa é<br />

toda a despesa”, resume.<br />

22 sócios & negócios<br />

agosto | 2018


Luan, chefe Moperi, Agamenon e Credival: cafeicultores do clã Surui<br />

Café Surui conquista espaço na Europa<br />

O cacique indígena Almir Surui esteve no último mês<br />

de junho em Amsterdã, na Holanda, participando da<br />

Feira Internacional do Café. Almir viajou junto com<br />

seus irmãos Moperi Surui e Agamenon Gamasakaka<br />

Surui, da aldeia Lapetanha, levando na mala o café robusta<br />

totalmente orgânico produzido pelo povo Surui<br />

na Terra Indígena 7 de Setembro, na região de Cacoal,<br />

em Rondônia.<br />

O café do clã Surui começou a ser produzido há<br />

quatro anos. Ao todo, estão sendo cultivados cerca de<br />

40 mil pés de café robusta clonal. Mais de 240 indígenas<br />

pertencentes a 30 famílias de cinco aldeias Surui<br />

participam do cultivo do café. Os resultados são bastante<br />

animadores. No ano passado, o café Surui conquistou<br />

o segundo lugar num concurso internacional<br />

de qualidade de café orgânico realizado na Suíça.<br />

“Isso possibilitou realizarmos a venda de nossas<br />

primeiras 80 sacas de café gourmet, totalmente orgânico,<br />

para compradores na Suíça”, lembra o cacique Moperi<br />

Surui, chefe da aldeia Lapetanha. “Para o ano de<br />

2018 já estamos negociando com compradores suíços<br />

um lote de 200 sacas desse café especial”, explicou.<br />

Agamenon Gamasakaka Surui conta que os primeiros<br />

pés de café da aldeia foram plantados por colonos,<br />

ainda na década de 1980, que haviam invadido<br />

a terra indígena e acabaram sendo expulsos, deixando<br />

as roças para trás. “Ali começou o café na terra indígena,<br />

mas o plantio em maior escala teve início recentemente,<br />

há quatro anos”, explica.<br />

Luan Mopibgorten Surui, filho de Agamenon, conta<br />

que o café Surui foi classificado<br />

entre os 30 melhores de<br />

Rondônia, dentro do concurso<br />

de qualidade do café realizado<br />

no ano passado. “O apoio técnico da Emater<br />

de Cacoal, nos ajudou a desenvolver um café orgânico<br />

de melhor qualidade, são três anos que estamos<br />

recebendo essa assistência técnica e os resultados<br />

estão aparecendo”, diz Luan.<br />

O extencionista da Emater de Cacoal, Wesley<br />

Gama, lembra a importância da utilização de boas técnicas<br />

de manejo da lavoura. “O café Surui é totalmente<br />

orgânico, por isso é fundamental utilizar toda tecnologia<br />

disponível para obter bons resultados”. Credival<br />

Pabab Surui, filho do cacique Moperi Surui, demonstra<br />

alegria ao contemplar a lavoura de café dos Surui. “Poder<br />

colher um grão de café de qualidade é motivo de<br />

comemoração, pois é resultado do nosso trabalho aqui<br />

na aldeia”, conta.<br />

O cacique Almir Surui ainda estava na Europa quando<br />

foi realizada a reportagem, no mês de junho. Ele postou<br />

nas redes sociais sobre o sucesso do café produzido<br />

pelos Surui: “Café do Gamebey da aldeia Lapetanha, a<br />

Terra Indígena Sete de Setembro do Povo Paiter Surui,<br />

está tomando rumo na Europa. Amanhã<br />

estarei aqui em Amsterdã na Holanda,<br />

na feira internacional do Café.<br />

Viva Café Gamebey!!”<br />

Acesse todas as informações e fotos aqui<br />

sócios & negócios 23<br />

agosto | 2018


capa<br />

Produtores vencem<br />

prêmio nacional<br />

CONCAFÉ REÚNE<br />

CENTENAS DE<br />

PARTICIPANTES E<br />

DISTRIBUI R$ 28 MIL EM<br />

PRÊMIOS EM RONDÔNIA<br />

Três produtores de café de Rondônia conquistaram o<br />

mais importante prêmio brasileiro de qualidade do<br />

café. Tiago Novaes Duarte, André Kalk e Arnelei Sergio<br />

Kalk, todos da região de Cacoal, foram classificados entre<br />

os quatro maiores vencedores do prêmio Coffee of the Year<br />

2017, na categoria Café Conilon.<br />

O fato inédito surpreendeu até mesmo os organizadores<br />

do mais tradicional evento do setor de café do Brasil. Realizada<br />

anualmente em Belo Horizonte, a Semana Internacional<br />

do Café conta com centenas de convidados dos principais<br />

mercados produtores e consumidores de todo o planeta.<br />

“Foi uma surpresa geral quando os julgadores escolheram<br />

três cafés conilon produzidos em Rondônia entre os quatro<br />

primeiros em nível de qualidade entre centenas de produtores<br />

de todo o país”, destacou Tiago Novaes, que ficou com<br />

a segunda colocação nacional. O primeiro lugar ficou com<br />

uma família de tradicionais produtores de Minas Gerais. Os<br />

irmãos André e Sergio Kalk ficaram respectivamente com o<br />

terceiro e o quarto lugares do prêmio Coffee of the Year.<br />

Os três agricultores de Cacoal já estão habituados a receberem<br />

prêmios de qualidade do café. Tiago Novaes conquistou<br />

em 2017 o primeiro lugar no concurso<br />

regional Concafé, promovido pela Emater<br />

em Rondônia. Sergio Kalk foi o vencedor em<br />

2016. No mesmo ano, André ficou em terceiro<br />

lugar no concurso. O Concafé conta com centenas<br />

de participantes e distribui mais de R$<br />

28 mil em prêmios aos vencedores.<br />

Renata Silva/Embrapa<br />

Saiba mais<br />

sobre a<br />

premiação:<br />

da esquerda<br />

para a direita:<br />

sergio kalk,<br />

André Kalk e<br />

Tiago Novaes


GRÃOS UNIFORMES<br />

Compradores de diversos países da Ásia,<br />

incluindo Japão, Índia e Coréia do Sul, fizeram<br />

visitas à propriedade e pediram para fechar<br />

contratos de fornecimento de até 12 mil<br />

sacas por mês. “Mas eles querem um café<br />

de qualidade, igual ao do concurso. Hoje<br />

temos um café uniforme, colhemos<br />

um café onde todos os grãos estão<br />

maduros, todos têm o mesmo<br />

tamanho, isso faz diferença”, diz o<br />

produtor André Kalk, de Cacoal.<br />

Não tínhamos como atender nessa<br />

quantidade porque não tínhamos o secador<br />

de fogo indireto. A partir de 2019 já teremos<br />

como atender, a princípio, cerca de 2 mil sacas<br />

por ano, de um café gourmet, de alto padrão,<br />

dentro das exigências do mercado. Mas é<br />

preciso que outros produtores do estado<br />

invistam em tecnologia.<br />

O mundo está de olho no café robusta<br />

de Rondônia. Mas para atender essa<br />

demanda, além de alta qualidade, é preciso<br />

quantidade. “Esse é um café valorizado, que<br />

pode chegar a valer cinco, dez vezes o valor<br />

de um café comum, tipo “bica corrida”, diz o<br />

produtor Arnelei Sergio Kalk.<br />

CLASSIFICAÇÃO<br />

DO GRÃO<br />

A máquina de classificação do café permite<br />

selecionar o tamanho do grão de acordo<br />

com as exigências do mercado consumidor.<br />

O equipamento é digital, com tecnologia<br />

de ponta. Permite atender o perfil de cada<br />

comprador. “Por exemplo, se uma cafeteria<br />

deseja apenas um café tipo 6, ou então<br />

um café tipo 7, nós temos como atender,<br />

fornecendo um café gourmet, um café de<br />

alto padrão de qualidade, premiado em<br />

concursos estaduais e nacionais”, diz Sergio<br />

Kalk. “Esse café chega a custar uns R$ 3 mil a<br />

saca, ou seja, dez vezes mais do que um café<br />

convencional”.<br />

SECADOR SUSPENSO<br />

No secador suspenso, o café permanece de<br />

15 a 20 dias, diariamente tem que mexer<br />

o café para secar por igual. Em junho, o<br />

secador usado na lavoura de Tiago Novaes<br />

e dos irmãos Kalk recebeu 234 latas de<br />

café, 18 latas para dar uma saca, ou seja,<br />

13 sacas de café. O secador suspenso é<br />

uma estrutura bastante simples e barata,<br />

mas que faz toda a diferença. “Ele não pega<br />

a umidade do solo e isso ajuda a manter a<br />

qualidade final do café”, explica o produtor<br />

Tiago Novaes, de Cacoal.<br />

Sergio Kalk<br />

exibe secador<br />

de fogo<br />

indireto<br />

SECADOR<br />

DE FOGO<br />

INDIRETO<br />

O secador de fogo<br />

indireto dá possibilidade<br />

de fazer a torra de um café<br />

de qualidade. O equipamento<br />

é caro. O secador e mais a<br />

máquina classificadora foram<br />

comprados por Sergio Kalk<br />

por R$ 120 mil. O produtor<br />

deu como entrada os R$ 12<br />

mil que recebeu como prêmio no<br />

primeiro concurso estadual de qualidade<br />

do café, em 2016, como melhor produtor<br />

de Rondônia. O restante do valor foi<br />

financiado pelo cafeicultor para pagar em<br />

dez anos.<br />

O tempo de secagem do equipamento<br />

é bem maior, em torno de 36 horas. Ele é<br />

diferente do secador antigo, de fogo direto,<br />

que torra o café em 8 horas. “Aquela língua<br />

de fogo do secador direto cozinha, torra<br />

o café, e nunca dá qualidade de café. Tem<br />

uma lenha que deixa um amargor e aquela<br />

fumaça fica impregnada no meio do grão.<br />

O degustador, só de sentir o cheiro, já<br />

sabe até que lenha é. No secador indireto<br />

não acontece nada disso, pois a cinza e<br />

a fumaça não chegam no café, pois ele é<br />

secado a vapor”, diz Sergio Kalk.<br />

Conheça<br />

mais sobre a<br />

classificação<br />

do café<br />

sócios & negócios 25<br />

agosto | 2018


capa<br />

MUDAS CLONAIS<br />

O sítio dos irmãos Sergio e André Kalk possui<br />

um dos maiores viveiros de mudas clonais de<br />

café do estado. As pesquisas foram iniciadas<br />

em 2005. No ano passado, foram produzidas<br />

e comercializadas mais de 1 milhão de mudas<br />

para produtores de Rondônia e do Mato<br />

Grosso. Três clones são destacados pelo<br />

produtor: os números 41, 80 e 88.<br />

Os irmãos Kalk, em parceria com o amigo<br />

e produtor Tiago Novaes, produzem cerca<br />

de 20 hectares de café. Os clones garantem<br />

uma produtividade média de 100 sacas<br />

por hectare. “Há poucos anos, a média em<br />

Rondônia era de 17 sacas”, lembra Sergio.<br />

“Mas hoje, por causa dos clones, já temos<br />

produtores do estado com médias acima das<br />

140, 150 sacas por hectare”.<br />

Ele explica que um dos segredos da alta<br />

produtividade é a utilização de mudas clonais<br />

fornecidas pelo viveirista. “O viveirista já<br />

testou e comprovou o sucesso das mudas, se<br />

o produtor for querer fazer pesquisa por conta<br />

própria vai perder muito tempo e dinheiro até<br />

conseguir algum resultado, a muda clonal do<br />

viveiro é garantida”, explica Sergio.<br />

O robusta<br />

utiliza menos<br />

mão-deobra<br />

para a<br />

colheita.<br />

1<br />

O robusta usa<br />

menos água e<br />

portanto é mais<br />

resistente à seca<br />

ROBUSTA X CONILON<br />

O premiado produtor Sergio Kalk fez o plantio do<br />

café robusta em 100% de sua lavoura. A opção<br />

pelo robusta ocorreu a partir de 1994. A partir de<br />

então, já são quase 25 anos de pesquisas com o<br />

robusta. Em 2005, ele começou a trabalhar com<br />

os clones e selecionar as melhores matrizes, com<br />

maturação uniforme e um café todo cereja.<br />

“O café robusta clonau é o segredo para<br />

conquistarmos o melhor café de Rondônia e o<br />

segundo melhor do Brasil”, diz. Para o produtor, no<br />

comparativo entre as duas variedades da espécie<br />

Coffea canephora, o robusta vence o conilon por<br />

5x0. A explicação de Sergio Kalk é a seguinte:<br />

2<br />

3 4<br />

O café robusta<br />

também é mais<br />

resistente a<br />

brocas e doenças<br />

da lavoura<br />

O grão do café<br />

robusta é mais<br />

uniforme para<br />

se obter um<br />

café de alta<br />

qualidade<br />

5<br />

O café robusta<br />

“dá bebida<br />

especial” e por<br />

isso faz grande<br />

sucesso nos<br />

concursos,<br />

ao passo que<br />

o conilon é<br />

“neutro”<br />

26 sócios & negócios<br />

agosto | 2018


entrevista<br />

BRUNO ASSIS | EMPRESÁRIO<br />

Café de rondônia<br />

tipo premium<br />

Empresário de Porto Velho lança a primeira marca nacional<br />

de café robusta gourmet e quebra paradigma do mercado<br />

O<br />

empresário Bruno Assis, dono<br />

da cafeteria Juninho Soft Café,<br />

de Porto Velho, lançou há três<br />

anos sua marca própria de café gourmet:<br />

o Amazônia Coffee. Para produzir<br />

em Rondônia uma linha exclusiva de cafés<br />

tipo premium, Bruno Assis quebrou<br />

um paradigma do mercado e está provando<br />

que o café robusta, pode sim, servir<br />

uma bebida especialmente saborosa,<br />

sofisticada e de características únicas.<br />

O empresário Bruno Assis, criador da indústria Amazônia Coffee<br />

Havia um mito no mercado de que o café canéfora não<br />

servia bebida boa e por isso era usado apenas no café<br />

solúvel ou para composição de blends com o arábica.<br />

Mas você tem produzido um café robusta gourmet,<br />

especial, de qualidade e sabor diferenciados. Como<br />

foi quebrar esse paradigma?<br />

Apesar de existir um imenso mercado consumidor<br />

de café, não havia quem atendesse a demanda por<br />

um café robusta de qualidade. Na verdade, o Coffea<br />

canephora tem características diferentes do Coffea<br />

arabica, mas que são apreciadas por muitas pessoas<br />

que gostam de café encorpado, achocolatado, amendoado,<br />

café forte, café preto. O arábica é um café<br />

superior, por conta de sua acidez, doçura e leveza<br />

na hora da bebida, e realmente são características<br />

fascinantes. Porém, o robusta também possui características<br />

fascinantes que o arábica não tem.<br />

sócios & negócios 27<br />

agosto | 2018


capa<br />

Quais características fazem<br />

do robusta um café premium?<br />

Ele é um café encorpado, aveludado, com<br />

muito pouca acidez, e com muita potência<br />

da cafeína! Quando você toma uma xícara<br />

de robusta, você fica acordado na hora! É<br />

o dobro, quase o triplo de cafeína do arábica...<br />

E tem o amargor. Existe o amargor<br />

desejado, aquele por exemplo do chocolate<br />

meio amargo ou amargo, que muita gente<br />

gosta, porque ele é gostoso, é delicioso.<br />

Então o robusta veio quebrando paradigmas,<br />

mas de uma maneira diferente. Nós<br />

não tentamos ser iguais ao arábica, nós só<br />

queremos mostrar a nossa beleza, o nosso<br />

jeito de ser, as características que devem<br />

ser apreciadas nesse tipo de café.<br />

Como surgiu a ideia de uma nova<br />

marca de café robusta premium?<br />

Nós não imaginávamos possuir uma marca<br />

de café, nem ganhar concursos ou participar<br />

de feiras, nada disso. Queríamos apenas<br />

torrar nosso próprio café e servir em nossa<br />

cafeteria em Cacoal. O turista que chegava<br />

em Cacoal, em 2012, queria tomar um café<br />

dali. Afinal, é a Capital do Café de Rondônia.<br />

Mas esse café gourmet ainda não existia na<br />

região. Todo café era trazido de fora, de Minas<br />

Gerais. Então, em 2014, nós começamos<br />

a torrar nosso próprio café, mas ainda era<br />

um arábica que começamos a misturar com<br />

um robusta. Foi em 2015 que nós criamos<br />

o Amazônia Coffee, primeira marca de café<br />

gourmet da Amazônia Brasileira, especializada<br />

em cafés especiais, cafés de notas<br />

acima de 80 pontos, cafés de concursos de<br />

qualidade, com uma torra para cafés especiais,<br />

atendendo um público mais exigente e<br />

mercados exigentes.<br />

Esse café então começou a ganhar prêmios?<br />

Surgiu o Amazônia Coffee e logo vieram os<br />

concursos, como o Concafé, e a Semana Internacional<br />

do Café. Fomos os primeiros a<br />

levar o café de Rondônia nessa feira, a maior<br />

da América do Sul e uma das mais importantes<br />

do mundo. Ali, as pessoas começaram<br />

a apreciar e vimos que existe um mercado<br />

para esse café, pois enquanto serviam uma<br />

garrafa de café das outras regiões produtoras,<br />

do café de Rondônia saíam quatro garrafas.<br />

O povo queria conhecer o café daqui,<br />

o café da Amazônia. Fomos o destaque da<br />

feira. No outro ano juntamos forças com a<br />

Embrapa, Emater, Sebrae e fomos para o<br />

Conespaço de Rondônia, e tem sido um sucesso<br />

imenso.<br />

o robusta é um<br />

café encorpado,<br />

aveludado, com<br />

muito pouca acidez,<br />

e com muita potência<br />

da cafeína! o robusta<br />

veio quebrando<br />

paradigmas. nós<br />

queremos mostrar<br />

as características<br />

que devem ser<br />

apreciadas nesse<br />

tipo de café.<br />

bruno assis<br />

28 sócios & negócios<br />

agosto | 2018


Todos os produtores do seu café<br />

são aqui de Rondônia?<br />

Só trabalhamos com café de Rondônia. Onde<br />

tiver produtor campeão, a gente compra!<br />

Alto Alegre dos Parecis, Cacoal, Rolim de<br />

Moura, Nova Brasilândia, Espigão D’Oeste,<br />

Ministro Andreazza, onde tiver café de qualidade,<br />

nós compramos. Todos os premiados<br />

são fornecedores e somos exclusivos deles.<br />

Em nosso primeiro ano, nós compramos incríveis<br />

três sacas! Ano passado foram 50<br />

sacas. Esse ano deve ficar entre 250 e 300<br />

sacas. São 60 quilos por saca, o que corresponde<br />

a 18 mil quilos por ano. Ou cerca de<br />

72 mil pacotinhos.<br />

Como está a comercialização<br />

do Amazônia Coffee hoje?<br />

Em 2018 passamos a ter, além do alto padrão<br />

de qualidade, uma quantidade fixa de<br />

cafés de qualidade para poder entrar em<br />

redes de supermercados, nas cafeterias,<br />

nos empórios, lojas de presentes, porque<br />

as pessoas querem provar e querem dar de<br />

presente um café produzido na Amazônia<br />

Brasileira. Hoje atendemos mais de 20 cafeterias<br />

em Porto Velho, incluindo as duas<br />

cafeterias da grife Juninho Soft Café, que<br />

também são clientes da marca Amazônia<br />

Coffee, e ainda temos um número crescente<br />

de compradores em todo o Brasil. As cafeterias<br />

são exigentes, elas têm um público<br />

exigente. Esse é o começo de uma grande<br />

empreitada. Esse ano queremos chegar a<br />

300 cafeterias em todo o país.<br />

Quando se trata de um café gourmet,<br />

quais são os cuidados com a torrefação?<br />

Na verdade tudo é importante. Quando o café<br />

é campeão, uma saca de café campeão, tudo<br />

deve ser valorizado. Ninguém toma café cru.<br />

Então, você tem que torrar este café ainda.<br />

E esse momento da torra é onde se eleva a<br />

qualidade do café, onde se apresentam essas<br />

notas de qualidade. Ou se estraga totalmente<br />

o café, por que a torra nada mais é que a caramelização<br />

do açúcar do café que está dentro<br />

do grão, para que quando você moer e colocar<br />

água, quando for extrair o café, passe todas<br />

essas qualidades para a bebida.<br />

As embalagens também são especiais...<br />

A embalagem desse café é produzida em<br />

alumínio e possui laminação dupla, além<br />

de uma válvula desgaseificadora. Todo esse<br />

trabalho de proteção mantém a qualidade do<br />

produto até sua abertura. Por isso comercializamos<br />

embalagens pequenas. Nossa maior<br />

embalagem é de cinco quilos, que é usada<br />

apenas nas cafeterias de Porto Velho. Com<br />

essa embalagem fazemos 500 cafés tipo<br />

expresso. Para as cafeterias no restante do<br />

Brasil, comercializamos embalagens de um<br />

quilo. E para o consumidor final, são embalagens<br />

de 250 gramas. Dentro das cafeterias,<br />

só vendem essas de 250 gramas para o<br />

cliente final, justamente para ele abrir o café,<br />

consumir dentro de um, dois, até cinco dias,<br />

dependendo do tamanho do vício do cliente<br />

(risos). Depois disso, ele já tem que abrir<br />

outro, senão perde as características, o aroma,<br />

pois quando se compra um café especial,<br />

você está comprando aquela paixão, aquele<br />

momento, é uma experiência.<br />

Vocês têm planos para exportar também?<br />

Sim, temos planos para iniciar a exportação<br />

ainda esse ano. Temos parceiros abrindo sua<br />

cafeteria na Grécia em nome da cafeteria Amazônia<br />

Coffee, e na China os parceiros querem o<br />

nosso café e o mais interessante, não é o café<br />

em grão, é o café torrado e moído com a marca.<br />

Então, a questão nossa não é só vender café<br />

de qualquer jeito, vender a saca ou só commodities.<br />

Nosso negócio é vender o produto industrializado,<br />

acabado, é agregar valor ao café<br />

que é produzido aqui em Rondônia.<br />

sócios & negócios 29<br />

agosto | 2018


notas<br />

Passeio ciclístico<br />

Parceiro do ciclismo em Rondônia, o Sicoob Centro é<br />

patrocinador oficial do Jaru Selva Bikers. O evento<br />

reuniu cerca de trezentos adeptos da modalidade<br />

mountain bike em trilhas desafiadoras. Ciclistas de<br />

20 municípios de três estados participaram desta 3ª edição<br />

do evento, realizada no dia 30 de junho, na zona rural do<br />

município da região central de Rondônia.<br />

Medalha de Ouro<br />

A<br />

atleta Luana Hendler, patrocinada pelo Sicoob Credip,<br />

representou o Brasil na 2ª Copa Sul-Americana de Sanda<br />

(Boxe Chinês), em Montevidéu, no Uruguai. Moradora de<br />

Pimenta Bueno, Luana conquistou a medalha de ouro no<br />

torneio internacional. Em seu retorno a Rondônia, a atleta fez<br />

questão de agradecer ao Sicoob Credip pelo apoio recebido (na foto,<br />

a atleta com os diretores Edis Luis dos Santos, Oberdan Ermita e<br />

Fábio Correia).<br />

Arraial Judiciário<br />

Prova de Laço<br />

O<br />

Sicoob Ourocredi, patrocinador oficial do Circuito Regional de<br />

Laço Comprido, fez a entrega da premiação para o terceiro<br />

colocado na classificação geral da Prova de Laço. Depois de<br />

seis etapas realizadas na região central do estado, com mais<br />

60 participantes, o circuito teve seu encerramento no dia 18 de julho,<br />

no Parque de Exposições de Ouro Preto do Oeste.<br />

No dia 25 de junho, o Sicoob Credjurd<br />

esteve presente no 13.º Arraial Judiciário,<br />

realizado em Porto Velho. Durante a<br />

festividade, foram promovidos sorteios<br />

de prêmios e de brindes aos cooperados. E teve<br />

muito mais: no dia 29 de junho, foi realizada a<br />

festança do Arraial Solidário.<br />

Assista os<br />

momentos<br />

dessa grande<br />

festividade no QR<br />

CODE.<br />

30 sócios & negócios<br />

agosto | 2018


São Domingos<br />

A<br />

diretoria e cooperados do Sicoob Credip estiveram<br />

presentes na solenidade de inauguração da nova agência<br />

do distrito de São Domingos, distrito pertencente ao<br />

município de Costa Marques. Promovida no dia seis de<br />

agosto, a inauguração confirma a liderança do Sicoob na região<br />

do Vale do Guaporé. “Nosso objetivo é promover a inclusão<br />

financeira das pessoas de todas as regiões do estado”, resume o<br />

presidente do Sicoob Credip, Oberdan Ermita.<br />

Colina Verde<br />

A<br />

população do distrito de Colina Verde já pode comemorar a<br />

instalação de sua primeira instituição financeira. O Sicoob<br />

Centro inaugurou em junho a sua agência na localidade,<br />

que pertence ao município de Governador Jorge Teixeira. O<br />

propósito maior da expansão é levar desenvolvimento econômico<br />

e social por meio do cooperativismo e da inclusão financeira.<br />

Marca especial<br />

A inauguração no distrito de Colina Verde tem um significado<br />

especial para o Sicoob Centro. Esta é a 14ª agência a ser<br />

inaugurada pela instituição em Rondônia, que recentemente<br />

completou 12 anos de fundação e já ultrapassa a marca de 14 mil<br />

cooperados no estado.<br />

Novo Plano<br />

A<br />

população do distrito de Novo Plano, que pertence ao<br />

município de Chupinguaia, no Cone Sul de Rondônia,<br />

comemorou a inauguração da nova agência do Sicoob<br />

Credip. A solenidade teve a presença de autoridades<br />

locais e dos diretores da cooperativa. O presidente do Conselho<br />

Administrativo do Sicoob Credip, Oberdan Ermita, destacou o<br />

papel do cooperativismo na inclusão financeira de todas as<br />

comunidades.<br />

Brasileia<br />

Dezenas de cooperados do Sicoob Acre, em Brasileia, aceitaram<br />

o convite para participar da reunião de prestação de contas do<br />

exercício anual da cooperativa, realizada no mês de maio. Na<br />

mesma oportunidade, foi apresentado o projeto arquitetônico da<br />

nova agência do Sicoob Acre naquela cidade.<br />

sócios & negócios 31<br />

agosto | 2018


notas<br />

Expobur 2018<br />

Consórcio premiado<br />

Como acontece anualmente, o Sicoob Vale do Jamari foi o<br />

patrocinador oficial da Exposição Agropecuária de Buritis –<br />

Expobur 2018. Os mascotes do Sicoob Vale do Jamari e da<br />

maquininha Sipag foram uma atração a mais para as crianças.<br />

A pequena Martina Mezzomo Custódio, de apenas seis anos de<br />

idade, mostrou muita destreza e abrilhantou ainda mais a bonita<br />

festa realizada no mês de julho. A cooperativa também premiou os<br />

vencedores nas provas do rodeio.<br />

O<br />

cooperado Josimar dos Santos, do Sicoob Vale do Jamari,<br />

foi o ganhador da televisão 55” sorteada durante a<br />

realização da Expobur 2018. Josimar adquiriu duas<br />

cartas de crédito do Sicoob Consórcios durante a<br />

exposição e acabou sendo premiado.<br />

AZULÃO AGRADECE<br />

A<br />

diretoria do Rondoniense Social Clube visitou a sede do<br />

Sicoob Crediforte no dia 17 de agosto, em Porto Velho,<br />

para agradecer o apoio dado pela instituição de crédito<br />

ao clube de futebol da capital durante o Campeonato<br />

Estadual Sicoob 2018. O presidente Antônio Tadeu e o diretor<br />

Flávio Daniel, ambos do Azulão de Porto Velho, foram recebidos<br />

pela presidente do Sicoob Crediforte, Simone da Silva Neres<br />

Sant’Ana, e pelo supervisor comercial Siárxeres Reges, que<br />

receberam a camisa do Azulão com seus nomes personalizados.<br />

A camisa do Azulão estampou a logomarca do Sicoob Crediforte<br />

no campeonato rondoniense.<br />

Confira mais imagens da Expobur<br />

2018 clicando no QR CODE.<br />

32 sócios & negócios<br />

agosto | 2018


Expovil 2018<br />

A<br />

equipe do Sicoob Credisul promoveu a entrega de<br />

máquinas e veículos financiados pela cooperativa<br />

durante a realização da 33ª Exposição Agropecuária<br />

de Vilhena – Expovil 2018. Com as taxas<br />

superatrativas, os cooperados não perderam tempo. A<br />

empresa Menegol Agro adquiriu uma máquina agrícola e o<br />

pecuarista Jair Correa financiou um Jeep Compass logo na<br />

abertura da feira, realizada no início de julho. Patrocinador<br />

oficial do evento, o Sicoob Credisul também entregou cheques<br />

aos vencedores das provas do rodeio.<br />

Educação financeira<br />

Gestão de Finanças para Servidores do MPRO. Este foi o tema de<br />

abertura do Curso de Educação Financeira, promovido no mês de<br />

maio, em parceria do Sicoob Credjurd, Sescoop e Ministério Público<br />

do Estado de Rondônia.<br />

Conversas de empreendedores<br />

O<br />

município<br />

de palestras e diálogos sobre<br />

os desafios e novas tendências<br />

do empreendedorismo. O consultor do<br />

SEBRAE, Luiz Fescina, provocou reflexões<br />

sobre o “Comportamento empreendedor<br />

em tempos de crise”. O evento seguinte<br />

foi realizado no início de agosto, em<br />

Ariquemes, e segue por diversos<br />

municípios rondonienses até outubro.<br />

de Presidente Médici abriu, em julho, a<br />

temporada do Sicoob Centro Conversas, um circuito<br />

Confira o<br />

calendário<br />

completo:<br />

Gestão de Finanças<br />

O<br />

Sicoob Centro capacitou a segunda turma da Oficina de<br />

Gestão de Finanças Pessoais, em Ji-Paraná. Os participantes<br />

do workshop aprendem técnicas sobre como gerir seu<br />

orçamento mensal e adquirem conhecimentos básicos<br />

sobre crédito e investimentos. “O objetivo do curso é contribuir<br />

para o desenvolvimento de uma sociedade com hábitos financeiros<br />

cada vez mais conscientes”, resume o diretor operacional do Sicoob<br />

Centro, Franklin Moreira de Oliveira Jr.<br />

sócios & negócios 33<br />

agosto | 2018


notas<br />

Rondônia Rural Show<br />

O<br />

Sicoob Norte novamente marcou presença como uma<br />

das principais instituições financeiras da maior feira do<br />

agronegócio de Rondônia. Realizada em maio, em Ji-Paraná,<br />

a 7ª Rondônia Rural Show recebeu a visita de um público de<br />

mais de 50 mil pessoas, com a movimentação de R$ 530 milhões<br />

em negócios. Durante a exposição, foram realizadas mais de 90<br />

palestras técnicas. Cerca de 450 estandes de expositores foram<br />

instalados. As agroindústrias familiares e barracas de artesanato<br />

regional tiveram um movimento de R$ 235 mil.<br />

AMOR FRATERNO<br />

A<br />

casa de apoio Amor Fraterno, do Hospital do Câncer São Daniel<br />

Comboni, de Cacoal, vem recebendo recursos do Sicoob Credip.<br />

Fundada em 2013, a casa abriga pacientes<br />

que lutam contra o câncer e foi escolhida<br />

entre as instituições atendidas pelo Sicoob Credip<br />

dentro do estado. A casa possui 32 apartamentos<br />

e atende centenas de pacientes todos os anos,<br />

vindos de Rondônia e inclusive de outros estados,<br />

como o Mato Grosso, Amapá, Pará, Roraima e o<br />

Acre, e que se encontram em tratamento contra o<br />

câncer em Cacoal.<br />

Conheça mais<br />

sobre esse projeto<br />

no QR CODE<br />

AÇÃO GLOBAL<br />

O<br />

Sicoob Crediforte foi uma das instituições presentes<br />

na 25ª edição da Ação Global, dia 26 de maio. O evento<br />

acontece simultaneamente em todos estados brasileiros.<br />

Em Porto Velho, a ação foi realizada na unidade do Sesi, com<br />

atividades de saúde, educação, esporte,<br />

cidadania, beleza e outras. O Sicoob<br />

Saiba mais:<br />

Crediforte contou com um estande, onde<br />

foram promovidas atividades de Educação<br />

Financeira, com vídeos educativos e<br />

consultoria da equipe da cooperativa. A<br />

Ação Global é uma parceria nacional do Sesi,<br />

Rede Globo e instituições parceiras.<br />

GUARDA-MIRIM<br />

Alunos da Guarda-Mirim e do curso de auxiliar administrativo<br />

da Alpha Cursos visitaram o centro administrativo do Sicoob<br />

Vale do Jamari, em Buritis, dia 3 de agosto. Na oportunidade,<br />

o gerente de relacionamento, Helthon Jhones, apresentou a<br />

estrutura do Sicoob Vale do Jamari ao grupo de estudantes. A tarde foi<br />

de interação e conhecimento.<br />

34 sócios & negócios<br />

agosto | 2018


1º PAG SICOOB<br />

O<br />

Sicoob Central Norte realizou nos dias 7 e 8 de junho,<br />

em Rio Branco, no Acre, a 1ª edição do Pag Sicoob. Este<br />

foi o primeiro evento da instituição a ser realizado<br />

no país com foco exclusivo nos meios eletrônicos<br />

de pagamento. O objetivo foi promover junto a diretores e<br />

funcionários um conhecimento amplo sobre os produtos<br />

SicoobCard e Sipag. O evento foi transmitido para todo o país<br />

pelo Portal Sicoob <strong>Negócios</strong>.<br />

MEIOS ELETRÔNICOS<br />

Os participantes testaram novas tecnologias, como o Samsung<br />

Pay, um aplicativo que dispensa o uso de cartão, e passaram<br />

pelo treinamento de abordagem “design thinking”, com a<br />

equipe da Eureca. O evento teve palestras de Élio Custódio e<br />

Marcos Chaves (Cartões Bancoob) sobre o Sipag, Sicoobcard,<br />

além da união dos dois produtos, cartões e adquirência. Cláudio<br />

Halley, diretor da Cabal Brasil, sobre inovações e perspectivas<br />

futuras. E Marcos Vinicius (Meios de Pagamento) sobre o cartão<br />

CoopCerto, a nova conta digital Yoou e novidades da Sipag.<br />

SICOOB 20 ANOS<br />

O presidente do Conselho de Administração do Sicoob Central<br />

Norte, Ivan Capra, reafirmou a importância dos investimentos<br />

em novas tecnologias e destacou os 20 anos do Sicoob Norte,<br />

comemorados este ano, com eventos como o Pag Sicoob. “O<br />

Sicoob é a força do cooperativismo financeiro que vem crescendo<br />

com a ajuda de todos os cooperados. Que venham mais 20, 30,<br />

40 e muito mais anos. Juntos nós faremos a diferença”, finalizou<br />

Ivan Capra.<br />

EMPRESÁRIO SOMBRA<br />

Estudantes do ensino médio da Escola Marcelo Cândia, de Porto<br />

Velho, participaram em maio do projeto “Empresário sombra<br />

por um dia”. O projeto reúne diversas instituições da capital<br />

e tem o apoio do Sicoob Crediforte. Durante um dia, alunos<br />

da rede pública têm a oportunidade de conhecer toda a rotina de<br />

trabalho de um empresário local. A presidente do Sicoob Crediforte,<br />

Simone da Silva Neres Sant’ Ana, destacou o trabalho da associação<br />

norte-americana Junior Achievement, com mais de um século<br />

de existência, e fez um agradecimento a todos os voluntários e<br />

instituições parceiras envolvidas no projeto na capital.<br />

Conheça mais<br />

sobre esse projeto<br />

no QR CODE<br />

sócios & negócios 35<br />

agosto | 2018


notas<br />

CÔNSUL ITALIANO<br />

O<br />

vice-cônsul honorário da Itália em Porto Velho,<br />

Claudio Guastella, ofereceu um café da manhã aos<br />

diretores do Sicoob Portocredi. Durante a recepção,<br />

o anfitrião apresentou uma agenda de ações e<br />

eventos programados para este segundo semestre. Ao final<br />

do encontro, realizado em maio, o vice-cônsul presenteou o<br />

presidente do Sicoob Portocredi, Enrique Egea Pacheco, com<br />

uma placa em homenagem à instituição de crédito cooperativo,<br />

com a qual mantém uma parceria duradoura.<br />

ANIVERSÁRIO DA CIDADE<br />

Em 2018, Humaitá comemorou seus 149 anos de fundação com<br />

muitos eventos festivos. O Sicoob Portocredi foi um dos apoiadores<br />

do evento, realizado de 13 a 15 de maio, pela prefeitura local, e que<br />

contou com exposições folclóricas, concurso Miss Humaitá e show<br />

gratuito do cantor sertanejo Gusttavo Lima.<br />

PORTOCREDI EM HUMAITÁ<br />

CRÉDITO RURAL<br />

O<br />

Sicoob Vale do Jamari está entregando recursos do crédito<br />

rural ao produtor cooperado em prazo recorde. Com uma<br />

força-tarefa organizada para esse fim, a cooperativa<br />

concretizou cerca de 500 propostas num prazo de apenas<br />

dez dias. Os recursos destinados para o trimestre de julho, agosto<br />

e setembro de 2018 ultrapassam a marca dos R$ 30 milhões. E<br />

grande parte desses recursos já foi distribuída durante a realização<br />

das exposições agropecuárias de Buritis (Expobur) e de Ariquemes<br />

(Expoari), no mês de julho.<br />

A<br />

população do município amazonense de Humaitá, a 200<br />

quilômetros de Porto Velho, fez uma grande festa para<br />

comemorar a abertura da agência do Sicoob Portocredi<br />

na cidade. O evento foi iniciado com uma carreata pelas<br />

principais ruas de Humaitá e terminou com um churrasco para<br />

centenas de pessoas. O presidente do Sicoob Portocredi, Enrique<br />

Egea Pacheco, destacou que “o Sicoob Portocredi está presente<br />

nas mais diversas localidades, sendo em muitos casos a única<br />

instituição financeira local, por isso o motivo dessa grande<br />

comemoração”, ressaltou.<br />

36 sócios & negócios<br />

agosto | 2018


PRATOS DO ANO<br />

Uma grande festa marcou a noite de premiação dos vencedores do<br />

Sicoob Sabor – Festival Gastronômico e Cultural de Vilhena, dia 7 de<br />

agosto, no Centro de Treinamento e Cultura Sicoob Credisul (CTC).<br />

Na categoria restaurantes, os vencedores do “Prato do Ano” foram<br />

Bacons & Broas, Rancho Alegre e Recanto da Praça Cachaçaria. O Manjericão<br />

Comida Saudável foi o Destaque Empreendedor do “Sabor da Inovação”. A<br />

Caramelle venceu como “Cafeteria do Ano”. Luana de Lima, do Recanto da<br />

Praça, ganhou uma Poupança Sicoob de R$ 1 mil como “Garçonete do Ano”.<br />

PRAZERES DA MESA<br />

é o evento mais prazeroso do Sicoob Credisul.<br />

O sucesso é tão grande que mesmo antes do<br />

festival iniciar, todas as inscrições para o Chef<br />

“Esse<br />

Black, por exemplo, já tinham sido preenchidas”,<br />

comemorou o diretor-executivo do Sicoob<br />

Credisul, Vilmar Saúgo. “Degustamos<br />

Confira tudo<br />

sobre o Sicoob<br />

pratos da deliciosa comida típica regional Sabor no QR<br />

e movimentamos a cidade durante um<br />

CODE<br />

mês. Recebemos grandes nomes da<br />

culinária e estão todos de parabéns.<br />

É realmente um grande sucesso. Que<br />

venha o próximo festival”, completou o<br />

presidente do Sicoob Credisul, Ivan Capra.<br />

DELÍCIAS DA MACAXEIRA<br />

Quinze restaurantes, bares e cafés de Vilhena participaram da<br />

segunda edição do Festival Sicoob Sabor. Durante um mês – de<br />

10 de julho a 7 de agosto – a cidade degustou pratos típicos<br />

preparados à base de mandioca, ingrediente obrigatório do prato<br />

principal do festival, que teve como tema “As Delícias da Macaxeira”. Em<br />

paralelo, o CTC Sicoob Credisul reuniu oficinas e workshops gastronômicos,<br />

exposições de arte, shows musicais, cinema ao ar livre e atividades culturais<br />

para crianças, jovens e adultos. “Toda essa programação é voltada ao grande<br />

público, queremos que o festival faça parte do calendário anual de eventos<br />

de Vilhena”, resumiu a coordenadora do evento, Adevania Silveira.<br />

BRASIL SABOR<br />

O<br />

Sicoob Portocredi foi patrocinador oficial do Festival<br />

Brasil Sabor 2018, realizado pela Abrasel/RO, nos<br />

meses de maio e junho, em Porto Velho. O festival<br />

reuniu 15 restaurantes tradicionais da capital<br />

rondoniense. Cada estabelecimento<br />

criou um prato especial para o evento,<br />

com toque da culinária regional, a preços<br />

atrativos aos clientes. O festival acontece<br />

em todo o Brasil e é considerado o maior<br />

festival gastronômico do planeta.<br />

sócios & negócios 37<br />

agosto | 2018


Última Imagem<br />

TEXTO: SANDRO ANDRÉ<br />

foto: Anirut Krisanakul/ shutterstock.com<br />

BELEZA<br />

AMEAÇADA<br />

Diz a antiga lenda indígena que o<br />

boto-cor-de-rosa é uma criatura mágica,<br />

capaz de se transformar em homem e<br />

engravidar as mulheres. Mas a realidade<br />

é bem diferente. Apesar de sua beleza<br />

natural, o mamífero aquático, um dos<br />

maiores símbolos da Amazônia, está<br />

sendo cruelmente perseguido e morto<br />

pelo homem. O animal, que serve de<br />

isca para apanhar o peixe-gato, está em<br />

extinção. Hoje, o homem assassina a<br />

lenda. E o boto? Se pensar bem, ele nunca<br />

mais vai querer virar homem.<br />

38 sócios & negócios<br />

agosto | 2018


sócios & negócios 39<br />

agosto | 2018

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