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Arte que inventa afetos - ebook

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ARTE QUE INVENTA AFETOS 89<br />

do Adolescente, um programa voltado a fomentar o exercício da participação<br />

de estudantes da rede pública de ensino na promoção de seus<br />

direitos, incluindo o desenvolvimento de competências para a autoproteção.<br />

Também foi criada a Cidade dos Direitos, um projeto articulado<br />

ao Observatório, tendo como premissas a ampliação da participação das<br />

crianças e dos adolescentes nas Conferências, o fomento ao controle<br />

social e o fortalecimento do laço social em torno do princípio da prioridade<br />

absoluta da infância e adolescência.<br />

Em tais projetos, buscou-se romper com a concepção de crianças<br />

e adolescentes como portadores de necessidades e objetos de intervenção<br />

por parte da família, da comunidade e do Estado. Foram considerados<br />

atores estratégicos na promoção de seus direitos, bem como<br />

parte fundamental na pactuação entre poder público e sociedade civil.<br />

Para a concretização de tais diretrizes, na montagem da Cidade<br />

dos Direitos foram observados cuidados para modelagem de uma infraestrutura<br />

física apropriada, ou seja, na constituição de cenografias enquanto<br />

matérias de expressão capazes de provocar uma outra relação<br />

com o cotidiano das cidades, com o próprio corpo e a percepção das<br />

coisas, ao mesmo tempo em <strong>que</strong> pudesse dar língua às intensidades<br />

produzidas nesses encontros. E, de outro lado, exigiu a preparação das<br />

equipes <strong>que</strong> seriam intercessoras desse processo, a fim de melhor “percutir”<br />

o inconsciente 24 para fazê-lo sair da rotina, na experimentação de<br />

novas maneiras de conviver.<br />

A Cidade dos Direitos foi montada em estrutura arquitetônica<br />

temporária de mais de 4.000 m², oferecendo amplas áreas verdes e de<br />

circulação, com cerca de 1.300 m² de plotagens para comunicação visual<br />

em alta resolução, e sinalização com placas e totens em toda a sua extensão,<br />

seja para orientar os visitantes sobre os diferentes espaços, seja<br />

para comunicar mensagens sobre os direitos de crianças e adolescentes.<br />

Sua ma<strong>que</strong>te foi desenvolvida para dar visibilidade aos direitos<br />

fundamentais declarados no Estatuto da Criança e do Adolescente<br />

(ECA): direito à vida e à saúde; direito à liberdade, ao respeito e à dig-<br />

24<br />

Expressão utilizada por Félix Guattari (1987, p. 66) em “Revolução Molecular”.

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